Como jornalista andarejo, a vida tem me proporcionado mais emoções do que mereço. Na música, duas em apenas uma semana: entrevistar Wanderléa e Benito Di Paula, dois ícones da MPB. No jornalismo, meu reencontro, há pouco, em Brasília, com o jornalista, historiador e escritor Vamirech Chacon.
Embora pernambucano como eu, conheci Vamirech na época em que atuei no Correio Braziliense, entre 85 a 90. Aos 90 anos, Vamirech é patrimônio cultural do Brasil. Quando o conheci, batia o ponto no Correio Braziliense para escrever o editorial do jornal, depois de passar a manhã na Universidade de Brasília, a UNB, dando aulas.
Leia maisMeu conterrâneo está muito bem de saúde, lúcido e com uma memória invejável. Tem um currículo notável: Graduação em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, graduação em Filosofia, na Universidade Católica de Pernambuco, Doutorado em Direito, na Faculdade de Direito do Recife, com a tese “Introdução ao problema da sociologia do Direito” (1959), sob a orientação de Arnóbio Graça.
Pós-doutorado na University of Chicago. Livre-docência na Universidade Federal de Pernambuco, com a tese “O fator econômico no marxismo” (1961). Doutor honoris causa, pela Universidade de Erlangen-Nuremberg, Alemanha.
Escreveu uma porção de livros e ganhou o prêmio Machado de Assis, a mais alta distinção concedida pela Academia Brasileira de Letras (ABL). Conversar com Vamirech é fazer uma viagem ao mundo das letras, da literatura e da história do Brasil.
Independente de tantos títulos e tamanha bagagem intelectual, Vamirech Chacon nunca foi estrela. Sempre muito simples e brincalhão. Quando adentrava na redação do Correio, a equipe o saudava em peso com uma canção, cujo refrão dizia: “No Nordeste ele nasceu/ E em Brasília se criou/ Na UnB é professor/Vamireh Chacon, Vamireh Chacon!”
Na época, ele ficava vermelho e desconcertado. Cantei para ele a música, há pouco, e ele me disse: “Magno, na época não gostava, mas agora adoro. Cante mais!
Grande Vamirech!
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