Julho abre suas cortinas na próxima terça-feira. Tem sabor de férias, pernas para o ar que ninguém é de ferro. Quando garoto, adorava as férias do meio do ano, como assim tratávamos em Afogados da Ingazeira. O tempo se encarrega de mudar tudo. Hoje, quase não sei o que é descanso. Depois do blog, virei escravo. Ralo sem limites!
Menino de pés descalços, nas férias papai nos levava para conhecer o Recife. Na primeira vez, fiquei num hotel bem esquisito, a Pensão Natal, na Rua da Concórdia. O banheiro era público e de noite os hóspedes faziam fila. Um horror! Foi lá que fiquei de frente pela primeira vez diante de um aparelho de televisão.
Leia maisAfogados da Ingazeira era uma ilha isolada do mundo. Não tinha TV, o único meio de comunicação, a Rádio Pajeú, trazia as notícias quando chegava de ônibus, no meio da tarde, o bicentenário Diário de Pernambuco. Foi através do DP que ingressei na profissão como correspondente do jornal em Afogados da Ingazeira, no início dos anos 80.
Depois do susto e da frustração da Pensão Natal veio a pensão de dona Salvina e de seu Romão, no Pátio de Santa Cruz. Vindo de Tabira, dona Salvina era braba feito uma onça, era uma exímia cozinheira, mas em compensação tinha um tremendo pavio curto. Seu Romão, o maridão, era submisso e morria de medo dos gritos dela.
Férias complicadas, hein! Adulto e trabalhador, passei a conhecer os malefícios de não tirar férias. Descanso não é um luxo, é uma necessidade. Não tirar férias pode levar ao esgotamento e à redução da produtividade. A falta de férias pode afetar negativamente a saúde mental e física, aumentando o estresse e a ansiedade.
Já estou acostumado com o meu ritmo frenético. Quando se faz algo com prazer, o tempo voa, não há fadiga. Tudo parece azul à nossa frente. Mas quando sei que o estresse dá sinal, tiro o dedo da tomada, porque sei que descansar é fundamental para recarregar as energias e retornar ao trabalho com mais disposição e criatividade.
Não tirar férias é como negligenciar a manutenção de um carro: o desempenho diminui e o risco de falhas aumenta. Julho chove muito e nem é bom para sair em férias prolongadas. Mas quando faço isso, aproveito cada segundo. Desligar é o melhor remédio para a alma. Nas férias, a gente percebe como a vida é generosa com quem sabe aproveitar.
São mais do que descanso, são momentos de renovação. Viajar, sair da rotina e mergulhar num mundo novo são uma oportunidade para recarregar as energias e se reconectar com o que realmente importa.
Quando estou de férias, a única dúvida é se durmo até tarde ou até mais tarde, porque o sono parece virar um esporte. Amo quando o despertador tira férias. Férias, enfim, é a melhor desculpa para não fazer nada.
Hoje, estou convencido de que férias é o melhor negócio da vida. Minha Nayla vive me cobrando mais descanso, menos trabalho. Me dobro a ela. Seja na praia com os amigos, nas montanhas com quem se ama, na casinha do interior com a família ou simplesmente em casa lendo um livro ou maratonando aquela série. Tirar férias é sinônimo de descanso para alguns e diversão garantida para outros.
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