Única fake news legítima na história do Pix foi produzida pelo próprio governo Lula

Por J. R. Guzzo

Colunista do Estadão

O governo Lula pede ao público pagante que acredite na seguinte história que está contando – ou que tentou contar. A Receita Federal soltou uma ordem exigindo informações sobre o uso do seu Pix, mas nunca, em tempo algum, teve nenhuma intenção de cobrar um real a mais no imposto de renda que você paga. Foi tudo uma fake news da extrema direita para sabotar a ordem econômica.

Alguém já viu a Receita soltar uma portaria, uma única que fosse, para cobrar mais imposto? Alguém já viu o presidente Lula contar uma mentira, também uma única que fosse, ou dizer uma coisa e fazer outra? Ou seja: por que o medo?

Diante da vida pregressa que o governo tem em matéria de mentira e de verdade, já seria um milagre que a população acreditasse nas negativas coléricas sobre a cobrança de mais imposto. “Toca a Polícia Federal em cima deles”, exigiam as autoridades. “Chama a PGR. Chama a AGU. Chama o Xandão”. Vai daí o próprio governo, em pânico diante da reação indignada do público, anulou a portaria que tinha acabado de soltar. Mas se a revolta que explodiu nas redes sociais era fruto de fake news, e a decisão não tinha nada de errado, por que raios a portaria foi revogada?

É, mais uma vez, o governo sendo pego em flagrante delito – e voltando atrás quando é descoberto. Ficaram todos revoltados com as redes, mas o problema não tem absolutamente nada a ver com redes, “discurso do ódio” e outras criações do seu estoque de mulas-sem-cabeça. Tem a ver unicamente com a morte e o enterro de qualquer credibilidade que o poder público possa ter no Brasil de hoje. Ninguém acredita mais em Lula, Janja, Haddad etc., nem leva a sério nada que venha do governo – é esse o drama.

Lula já disse que a picanha estava, sim, caindo de preço, que não haveria impostos nas “blusinhas” e que “ninguém” tem mais “responsabilidade fiscal” do que ele. Já prometeu arroz do governo a preço de liquidação. Já anunciou que “agora” chegou o momento da “colheita” – como assim, se não plantou nada? A questão, à essa altura, se reduz a uma pergunta só: qual a razão objetiva para uma pessoa normal acreditar em qualquer coisa que o presidente diga, ou que o governo anuncie?

A única fake news legítima nessa história do Pix, na verdade, foi produzida pelo próprio governo, com a gritaria histérica contra as redes. É como se fossem elas, e não a máquina estatal, que tivessem escrito a ordem idiota – tão idiota que eles mesmos tiveram de revogar. Pior que o soneto parece ser a emenda. O nível desesperadamente baixo da linguagem do novo Ministério da Comunicação em sua tentativa de reagir ao desastre só mostra que eles continuam sem entender nada.

Veja outras postagens

Minhas ferias vapt-vupt, de apenas duas semanas, chegam ao fim amanhã, quando reassumo a edição geral do blog, a coluna diária, postada à meia-noite, e na radiofonia a ancoragem do programa político Frente a Frente, hoje transmitido para 48 emissoras em Pernambuco, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife.

Enquanto estive de pernas para o ar, o blog ficou sob o comando da minha equipe, à frente a editora Itala Alves, que reveza a edição ao longo da semana com Camila Emerenciano e nos finais de semana com Thaís Leandro, enquanto a coluna foi assinada pela jornalista Larissa Rodrigues. As redes sociais foram tocadas por Waleska Cambrainha.

Já o Frente a Frente foi apresentado pelo radialista Joffre Melo, com sonoplastia de Aldir Júnior. O tempo de descanso foi curto, mas dei uma boa relaxada. Estive na praia e no Sertão, curtindo minha família. Volto com as energias recarregadas para o batente. 2025 é um ano pré-eleitoral com vistas ao pleito para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual em 2026.

Também 2025 marca os festejos dos 19 anos de fundação deste blog, pioneiro no Nordeste. Em abril, faremos um evento para assinalar a data, não tão amplo e magnífico como foi a grande festa dos 18 anos no ano passado, mas apenas para não deixar o aniversário passar em branco.

Conheça Petrolina

O líder do PSD, Gilberto Kassab, já tem em mente as etapas para viabilizar a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à presidência da República em 2026.

Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, mesmo que o atual governador de São Paulo insista em negar qualquer ambição presidencial, Kassab já traça, nos bastidores, as estratégias para uma eventual campanha. A recusa pública de Tarcísio em admitir seus planos para 2026 é vista por muitos como uma jogada política para evitar pressões antes do tempo. 

Ainda segundo a reportagem, quando o assunto é sua própria candidatura, o sonho de Kassab se volta para uma disputa pelo governo de São Paulo. O político alimenta a ambição de retornar ao Palácio dos Bandeirantes no ano que vem e, desta forma, reforçar a presença do partido no estado.

Contudo, o caminho de Kassab para o governo paulista não é fácil, já que ele terá que lidar com o forte nome do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que também deseja essa vaga.

Do Brasil247.

Camaragibe Avança 2024

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) mostrou, nas redes sociais neste domingo (19), o encontro entre ele, o presidente argentino Javier Milei, a ex-primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro e a irmã de Milei, a Secretária-Geral Karina Milei.

“Pessoas que estão com uma moral tremenda aqui nos EUA e, certamente, junto com Trump, eles poderão fazer realizações incríveis para argentinos e americanos”, escreveu o parlamentar no registro da conversa.

Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos para acompanhar a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, prevista para acontecer nesta segunda-feira (20), em Washington.

Michelle Bolsonaro embarcou para os EUA no último sábado (18) e representará Bolsonaro na cerimônia. O ex-presidente está impedido de viajar por conta do passaporte. Nesta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, negou, mais uma vez, devolver o documento.

Para embasar a decisão, Moraes afirma que há risco de fuga do presidente.

Esta foi a quarta vez que Jair Bolsonaro pediu, para o Supremo Tribunal Federal, a devolução do passaporte dele.

A primeira ocorreu logo após o documento ter sido apreendido pela Polícia Federal, em fevereiro de 2024. A segunda foi em outubro do ano passado, após a defesa solicitar que Bolsonaro pudesse realizar uma visita à Israel, onde visitaria o presidente Benjamin Netanyahu. A penúltima e terceira vez foi a partir de um recurso, apresentado também em outubro.

Da CNN.

Caruaru - IPTU 2025

Moradores do bairro Chácara Santo Antônio, na Zona Sul de São Paulo, protestaram neste último sábado (18) por mais segurança na região. A população cobrou a resolução do assassinato do delegado Josenildo Belarmino de Moura Júnior, 32 anos, morto a tiros no bairro na última terça-feira (14).

Os manifestantes usavam roupas pretas e carregavam cartazes que cobravam uma ação mais efetiva contra a violência no local. “A violência rouba nossa liberdade”, dizia uma das faixas carregadas pelo grupo.

Na quarta-feira (15), moradores do bairro Chácara Santo Antônio relataram ao Estadão que assaltos praticados por criminosos disfarçados de entregadores são comuns no local.

“Todo dia tem assalto aqui. A gente fica até nervosa quando passa moto, com medo. Porque eles (os assaltantes) fingem que são de entrega”, afirmou Marcia Ribeiro, funcionária de uma lanchonete da Rua Amaro Guerra, onde o delegado foi morto.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo negou que a violência tenha aumentado no local. Segundo a pasta, houve redução de 18,4% nos roubos e de 4,4% nos furtos entre janeiro e novembro de 2024, comparado a 2023.

A morte de Josenildo Júnior causou comoção na última semana. O delegado caminhava pela rua, quando foi abordado pelo assaltante. O criminoso revista a vítima, quando vê que Josenildo estava armado. A partir daí, o assaltante dispara contra o agente, que foi atingido por quatro tiros. A dinâmica do crime foi gravada por câmeras de segurança nos arredores.

Josenildo estava na Polícia Civil há sete meses e atuava como delegado há apenas dois. No dia do assassinato, ele estava de folga.

O caso foi registrado como latrocínio consumado. De acordo com a polícia, o criminoso faz parte de um grupo que atua praticando alguns roubos na região. Eles levaram a arma e o celular do delegado. A hipótese de execução foi descartada.

Quem é o delegado

Nascido em Pernambuco, em agosto de 1992, a vítima tinha acabado de concluir o curso de formação da polícia e atuava no 11° Distrito Policial (Santo Amaro) há menos de um ano. Há alguns dias, ele aprovado foi em um concurso para atuar, também como delegado, no seu Estado natal.

Natural de Gravatá, Moura Júnior estudou Direito na Faculdade Escritor Osman da Costa Lins, a Unifacol, em Vitória de Santo Antão, cidade localizada a cerca de 50 quilômetros de Recife.

Ele prestou concurso para delegado de polícia de São Paulo e foi convocado no final de 2023, no dia 8 de dezembro, conforme edição do Diário Oficial do Estado. Ele tinha se formado na última turma de 2024 e atuava na 11° Distrito Policial de Santo Amaro, na zona sul da capital, havia sete meses.

Nas redes sociais, o delegado informava ser Especialista em Direito Penal e Processo Penal, pela Unifacol, e especialista em Direitos Humanos e Segurança Pública pela Acadepol, a Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Ele também foi estudante da Delta, uma instituição especializada em cursos preparatórios para provas de concursos para delegados.

Em nota, em entidade afirma que Moreira Júnior era um aluno “extremamente dedicado, sempre cortês com a equipe, que assumiu recentemente o cargo de Delegado em SP e estava prestes a tomar posse no seu Estado natal”.

Recentemente, Josenildo conseguiu a aprovação em outro concurso voltado para delegados para atuar em Pernambuco. O Cebraspe, a entidade responsável pelo exame, publicou uma lista com os aprovados na prova no último dia 6 de janeiro, com o nome do delegado entre os convocados para a avaliação de títulos. O Estadão apurou que o Josenildo Belarmino estava em vias de pedir a exoneração da polícia paulista para assumir o cargo em Pernambuco.

Do Estadão.

Belo Jardim - Construção do CAEE

O presidente eleito Donald Trump anunciou neste domingo (19) que vai assinar uma ordem executiva para impedir a suspensão do TikTok, o que levou a empresa a declarar que irá reinstalar os serviços. Para alguns usuários, o aplicativo voltou a funcionar na tarde deste domingo (19).

A declaração do presidente eleito, feita em suas redes sociais, ocorreu 12 horas depois que o aplicativo ter saído do ar nos EUA e da suspensão de sua venda em lojas da Apple e outras empresas.

“Estou pedindo às empresas que não deixem o TikTok ficar no escuro. Vou emitir uma ordem executiva na segunda-feira para estender o período de tempo antes que as proibições da lei entrem em vigor, para que possamos fazer um acordo para proteger nossa segurança nacional”, explicou Trump.

O prazo para o aplicativo sair do ar vencia na madrugada deste domingo (19). Segundo uma lei aprovada no ano passado e mantida na última sexta-feira (17) por uma decisão unânime da Suprema Corte, o TikTok deveria ser vendido para investidores norte-americanos.

Acordo com China

Trump disse que “gostaria que os Estados Unidos tivessem uma participação de 50% em uma joint venture”. “Com isso, salvaremos o TikTok, o manteremos em boas mãos e permitiremos que ele cresça. Sem a aprovação dos EUA, não há TikTok. Com nossa aprovação, ela vale centenas de bilhões de dólares —talvez trilhões.”.

Segundo ele, a ideia inicial é uma joint venture entre os atuais proprietários e/ou novos proprietários. “E que os EUA obtenham 50% de participação em uma joint venture estabelecida entre os EUA e qualquer compra que escolhermos”, disse.

TikTok anuncia retomada do serviço

Uma hora depois, foi a vez da empresa indicar que, diante do posicionamento de Trump, os serviços voltariam a funcionar. Mas não explicou quando.

“Em acordo com nossos provedores de serviços, o TikTok está em processo de restauração do serviço”, afirmou. “Agradecemos ao presidente Trump por fornecer a clareza e a garantia necessárias aos nossos provedores de serviços de que eles não sofrerão penalidades, fornecendo o TikTok a mais de 170 milhões de americanos e permitindo que mais de 7 milhões de pequenas empresas prosperem”, disse.

“É uma posição firme em defesa da Primeira Emenda e contra a censura arbitrária. Trabalharemos com o presidente Trump em uma solução de longo prazo que mantenha o TikTok nos Estados Unidos”, completou.

Para uma parcela dos usuários nos EUA, os serviços já começaram a funcionar, perto das 13h (15h do horário brasileiro). Mas milhões de pessoas ainda estavam aguardando o restabelecimento do aplicativo. Uma mensagem apenas dizia que a empresa estava “trabalhando duro” para reinstaurar a plataforma. “Obrigado pela paciência”, completava o texto.

No sábado, a rede social enviou notificações aos usuários para avisar sobre a suspensão na madrugada de ontem. “Uma lei que proíbe o TikTok foi promulgada nos Estados Unidos. Infelizmente, isso significa que você não pode usar o TikTok por enquanto”, informa a mensagem da plataforma.

O aplicativo enviou uma notificação aos usuários horas antes de banimento. Mensagem foi entregue por volta das 21h (no horário de Nova York, 23h no horário de Brasília).

Comunicado diz que o TikTok vai trabalhar para restaurar o serviço “o mais rápido possível”. Já Donald Trump indicou no sábado que poderia examinar a possibilidade de garantir uma extensão de 90 dias para o funcionamento do aplicativo, enquanto uma solução permanente seria negociada.

Trump disse em entrevista à TV nos EUA que vai aumentar o prazo da permanência do aplicativo no país. Em conversa com jornalista da NBC News por telefone, o presidente eleito disse: “[Aumentar o prazo de funcionamento do app] acho que certamente é uma opção para analisarmos. Uma extensão de 90 dias provavelmente acontecerá, porque é apropriado”, disse.

Governo norte-americano justifica medida como proteção contra potenciais riscos à segurança nacional. Lei em questão foi aprovada em 2024 pelo Congresso, com apoio de democratas e republicanos, e exige que o TikTok se desassocie da ByteDance para continuar operando nos EUA.

Segundo a ByteDance, proibir o aplicativo violaria a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que protege a liberdade de expressão. Cerca de 170 milhões de americanos usam o aplicativo.

Do UOL.

O jornal digital Poder360 completa 25 anos em 18 de abril de 2025. A operação editorial começou no ano 2000 com o antigo Blog do Fernando Rodrigues, à época hospedado no portal UOL. Em novembro de 2016, tornou-se o Poder360 ainda em fase experimental. Em janeiro de 2017, iniciou a fase solo, independente e definitiva. O último post no UOL havia sido publicado em 31 de dezembro de 2016.

O Drive, newsletter única no mercado e exclusiva para assinantes, completa 10 anos em 2025. Começou a circular em 25 de maio de 2015 no formato atual – antes disso, entretanto, já era publicada no Blog do Fernando Rodrigues.

O Poder360 é a operação digital mais antiga da mídia brasileira dedicada exclusivamente aos assuntos do poder, lato sensu. Faz a cobertura de maneira ampla de notícias sobre os Três Poderes, mas também sobre economia, negócios, agências reguladoras e diversas indústrias relevantes como as do setor de energia, agropecuária, saúde, esportes, tecnologia, mídia e assuntos internacionais.

O diretor de Redação do Poder360, Fernando Rodrigues, afirma que a longevidade da operação é um sinal positivo sobre como o leitor recebe a produção jornalística do veículo.

“Muitos veículos digitais nasceram e morreram nos últimos 25 anos. Tudo parece ser mais fugaz na internet. Sobreviver um quarto de século no meio digital talvez seja o equivalente a durar 50 ou 100 anos na mídia impressa. Estar operando de maneira cada vez mais consolidada e ampliando a influência e credibilidade do Poder é um sinal de que a produção jornalística tem sido útil para o público que se informa por aqui. Sem o aval do leitor, não seria possível existir tanto tempo”, diz Rodrigues.

No livro “Samuel Wainer – O Homem que estava lá” (2020), de Karla Monteiro, há uma frase do jornalista e político Carlos Lacerda (1914-1977) sobre a mídia: “Vencer é durar”. Na avaliação de Rodrigues, o critério usado por Lacerda pode ser aplicado para demonstrar o sucesso editorial do Poder360. “O jornal digital está durando e vencendo”, afirma Rodrigues.

“Uma peculiaridade do Poder360 é que venceu um paradoxo que se apresentava ao projeto de Fernando Rodrigues. Todo jornalismo tem um público prioritário. O Poder360 tem um público prioritário constituído pelo que é chamado de mercado. É um público muito impositivo em relação às opiniões, à política. É exatamente o público mais refratário ao jornalismo plural no sentido de multiplicidade de opiniões, de noticiário independente, livre, sem discriminação. Fernando Rodrigues criou o Poder360 exatamente para praticar esse jornalismo, para o público mais refratário a esse jornalismo. E, no entanto, venceu. O Poder360 se impôs com esses princípios e hoje é reconhecidamente um espaço de absoluta seriedade, plural, da internet brasileira”, diz Janio de Freitas, 92 anos, articulista do Poder desde 2023 e um dos mais renomados e celebrados jornalistas brasileiros em atividade.

O empresário Frederico Trajano, 46 anos, CEO do Magalu, tornou-se sócio como pessoa física do jornal digital em abril de 2021. Ele tem 25% de participação na empresa. Os outros 75% pertencem aos jornalistas Fernando Rodrigues, 61, e Mariângela Gallucci, 52.

Para Frederico Trajano, o “Poder360 merece parabéns pelos seus 25 anos de excelência”. O empresário complementa: “Em um Brasil marcado pela polarização e pela disseminação de desinformação, o trabalho do Poder é um verdadeiro sopro de bom senso, apuro jornalístico e compromisso com os fatos. Bravo, Fernando Rodrigues e equipe, por essa trajetória exemplar”.

Normas e padrões do Poder360

O Poder360 valoriza o uso de normas e padrões com o objetivo de manter e aprimorar a qualidade da produção jornalística. Os profissionais devem seguir rigidamente, por exemplo, as determinações do “Manual da Redação” (conjunto de orientações sobre o jornalismo profissional), o Código de Conduta e cumprir o que está nos Princípios Editoriais e nas regras de compliance da empresa.

Uma das exigências seguidas pelos jornalistas do Poder é a atenção a possíveis erros comunicados por leitores. Devem ser checados o mais rapidamente possível. O aviso de correção, se houver, é mantido em destaque no texto.

“A política de correção ostensiva ajuda a dar credibilidade para o veículo. É necessário ser transparente e deixar em destaque a correção. O leitor valoriza essa atitude e entende que eventuais erros cometidos pelo Poder não são de má-fé”, diz Rodrigues.

Mariângela Gallucci, diretora do Poder360, afirma que a obsessão pelo texto correto e pela formação dos profissionais é algo definidor neste jornal digital: “Há na equipe três profissionais especializados em língua portuguesa e que fazem uma leitura detida do que é publicado. Todos os jornalistas recebem relatórios mensais detalhados sobre sua produção, um resumo do material exclusivo que publicaram (os furos), os erros cometidos e muito mais. Cada jornalista apresenta suas metas pessoais mensais no início de cada ano. É uma forma de cada um se organizar para aprimorar sempre o desempenho”.

Formação de profissionais

O diretor de Redação do Poder360 defende que a formação dos jornalistas seja aperfeiçoada para valorizar a precisão: “Escolas de jornalismo dedicam muito tempo a ensinar teoria midiática e filosofia. Isso é bom, mas insuficiente. O jornalismo é, em grande medida, um trabalho técnico”. Para Rodrigues, o ofício do jornalismo requer “planejamento, organização e disciplina para oferecer o melhor do jornalismo profissional para o leitor”.

Em 2025, haverá o 1º Curso de Trainees do Poder360. “Jornalismo são pessoas. Estamos usando IA [inteligência artificial] com intensidade crescente. Mas jornalistas bem treinados serão sempre insubstituíveis”, afirma Rodrigues.

Em 2025 também haverá a 1ª edição do Prêmio Poder de Jornalismo. Um dos integrantes do júri é o jornalista Janio de Freitas.

“O Poder360 é minha 1ª aventura no jornalismo digital e a última aventura da minha vida. Para mim, vai ser um imenso prazer poder ajudar a escolher bons trabalhos, dar reconhecimentos a bons trabalhos. Imagino que não seja uma escolha fácil a julgar pelo que a gente lê diariamente no Poder360 em termos de jornalismo”, declara Janio.

Monitoramento de dados

Em 2023, foi lançado o Poder Monitor, ferramenta de monitoramento de dados exclusiva para assinantes. O sistema torna possível acompanhar de forma minuciosa projetos e decisões sobre itens específicos. Cerca de 400 órgãos públicos são monitorados on-line e o usuário pode fazer pesquisas sobre qualquer tema do seu interesse – e receber alertas quando surge algo novo.

O Poder360 tem uma política de preservação do material produzido para que tudo fique organizado e pesquisável. Trata-se de registro histórico para consulta no futuro. O Poder Hoje, por exemplo, é um índice por data com tudo o que foi publicado.

Há também no Poder Monitor a seção Máquina do Tempo (para assinantes). É possível pesquisar as homepages –as capas– do jornal digital a partir de 2022 (homes mais antigas serão inseridas em breve). As páginas são reais e todas as notícias são clicáveis. Permitem acesso a todas as reportagens em destaque na data e horário em que foram publicadas. “É uma contribuição para historiadores e estudantes”, afirma Rodrigues.

Outro acervo relevante para todos os leitores é o painel com resultados eleitorais. Há uma granulação difícil de ser encontrada em outros veículos jornalísticos. No caso das eleições municipais de 2024, é possível visualizar os resultados por cidade, por zona eleitoral e até por urna em que o eleitor depositou o voto. São dados públicos e que podem, em certa medida e com algum trabalho e paciência, também ser encontrados no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). “Mas não com a facilidade em que estão no Poder, de maneira gráfica muito intuitiva e que permite ao leitor chegar à informação com rapidez.”

Também na área política, o Políticos do Brasil tem o maior acervo de candidatos a cargos públicos no Brasil desde 1998. São milhões de fichas de políticos com suas fotos na urna eletrônica em cada eleição, gráficos de evolução patrimonial e muito mais.

O Poder Monitor também oferece aos seus assinantes o mais longevo Agregador de Pesquisas da internet brasileira. Há pesquisas eleitorais de todas as empresas e para todas as eleições desde o ano 2000. Além disso, há compilações de estudos sobre popularidade e aprovação dos Três Poderes e outros temas.

Em 2024, o Poder360 abriu uma sucursal em São Paulo. Hoje, trabalham na empresa em todas as suas unidades cerca de 100 profissionais formalmente contratados (via CLT). Além do jornal digital, há o PoderIdeias (divisão de eventos e seminários) e o PoderData (pesquisas de opinião).

A audiência do jornal digital Poder360 flutua na faixa de 8 a 12 milhões de visitantes únicos por mês. Cerca de 90% desse público acessa as reportagens de maneira orgânica ou direta – o público mais qualificado. Menos de 10% vêm por meio de redes sociais. O canal do YouTube do Poder já passa de 1,4 milhão de inscritos. No Congresso, o Poder360 é o veículo com maior taxa de leitura entre deputados e senadores, de acordo com pesquisa do final de 2023.

Do Poder360.

Em 2019, um sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) chocou o mundo após ser preso com 39 kg de cocaína na bagagem, em um voo da comitiva da Presidência da República. O avião tinha como destino Tóquio, no Japão, mas fez escala em Sevilla, quando a alfândega espanhola identificou os entorpecentes. O caso chegou à última página em setembro de 2024, depois de a maior instância da Justiça Militar manter a condenação de Manoel Silva Rodrigues.

O agora ex-sargento é apenas um dos 641 militares condenados nos últimos sete anos por envolvimento com drogas. De 2018 a 2024, o Superior Tribunal Militar (STM) condenou integrantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha.

Os dados das condenações foram obtidos pelo Metrópoles por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), com o detalhamento do tipo penal e das patentes dos envolvidos.

Soldados do Exército foram os mais condenados, somando 563 do total. Apenas em 2019, 158 militares foram condenados pelo crime, a FAB teve 6, sendo 1 cabo e 5 soldados, e a Marinha, 1 cabo, 8 marinheiros e 2 soldados navais. No ano anterior, o Exército teve 77 soldados condenados e 1 cabo; a Aeronáutica, 4 soldados e 1 cabo; e a Marinha, 1 cabo, 3 marinheiros e 2 soldados navais.

Veja os dados por ano:

Em 2018

  • Aeronáutica

3 soldados

  • Exército

1 cabo

77 soldados

  • Marinha

1 cabo

3 marinheiros

2 soldados fuzileiros navais

Em 2019

  • Aeronáutica

1 cabo

5 soldados

  • Exército

1 sargento

1 cabo

158 soldados

  • Marinha

1 cabo

8 marinheiros

2 soldados navais

Em 2020

  • Aeronáutica

5 soldados

  • Exército

57 soldados

  • Marinha

3 cabos

4 marinheiros

2 soldados fuzileiros navais

Em 2021

  • Aeronáutica

8 soldados

  • Exército

1 cabo

57 soldados

  • Marinha

3 marinheiro

1 soldado fuzileiro naval

Em 2022

  • Aeronáutica

2 soldados

1 cabo

  • Exército

75 soldados

2 cabos

  • Marinha

5 marinheiros

Em 2023

  • Aeronáutica

2 soldados

  • Exército

66 soldados

  • Marinha

2 marinheiros

  • 2024

1 sargento

2 soldados

  • Exército

55 soldados

  • Marinha

2 marinheiros

Relembre o caso do Sargento FAB:

  • Manoel Silva Rodrigues fazia parte de uma comitiva com 21  militares que acompanhava a viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Tóquio, no Japão, para reunião do G20;
  • Antes de partir da Base Aérea de Brasília, Manoel recebeu a droga em um motel, no Núcleo Bandeirante;
  • Ele foi preso no aeroporto de Sevilla, na Espanha, com 39 kg de cocaína na mala;
  • A droga foi avaliada em 1.306.695 euros, o equivalente a R$ 6.399.083,62 na época;
  • Em 2022, o ex-sargento foi condenado a 14 anos de prisão pela Justiça Militar. O sargento recorreu;
  • Em 2024, o STM não só manteve a condenação como a aumentou para 17 anos.

214 tabletes de cocaína

Também em 2024, o STM manteve a condenação de dois militares do Exército que foram flagrados transportando 230 kg de cocaína em viatura militar. A droga saiu de Corumbá (MS), região oeste do estado, fronteira com a Bolívia, com destino a Campo Grande (MS), capital do estado de Mato Grosso do Sul.

Informações de inteligência indicaram que os dois militares estavam utilizando uma viatura Toyota Hilux 4×4, do quartel, para o transporte de entorpecentes, conforme foi divulgado pelo próprio tribunal.

Feita na rodovia BR-262, próximo à região do Indubrasil, em Campo Grande, por uma equipe do 9º Batalhão de Polícia do Exército (9º BPE), a abordagem possibilitou a descoberta de que a Toyota Hilux tinha como motorista um soldado do efetivo profissional do Exército e como chefe de viatura o sargento indiciado nos autos.

Os militares conduziam 214 tabletes de cocaína acondicionados dentro de três caixas e três sacolas guardadas na carroceria.

Estelionato

O levantamento ainda apontou casos de estelionato, em que de aspirantes a coronel foram penalizados por esse tipo de crime. No recorte pesquisado, dois coronéis do exército foram condenados como estelionatários. Os julgamentos ocorreram em 2018 e 2024.

Do Metrópoles.

Morreu neste domingo, aos 92 anos, Léo Batista, um dos maiores jornalistas da história do Brasil. O âncora e repórter, que esbanjou simpatia ao longo de quase um século de vida, se identificou mais com a imprensa esportiva ao longo da carreira, mas soube marcar espaço em muitas outras coberturas. Além de fazer parte da bancada do Jornal Nacional, passou 40 anos cobrindo o Carnaval do Rio de Janeiro no rádio e na televisão. Ele faleceu no hospital Hospital Rios D’Or, localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, em função de um tumor no pâncreas.

O jornalista deu entrada no hospital no dia 6 de janeiro, em decorrência de um quadro de desidratação e dor abdominal. Exames detectaram o tumor, que exigira internação na UTI da unidade ao longo dos últimos dias, mas ele não resistiu.

Seu Léo, como sempre foi carinhosamente chamado, dedicou cerca de 77 anos ao jornalismo, tendo sido 54 deles só na TV Globo, tornando-se inspiração para várias gerações de profissionais que aprenderam com ele, tendo contato direto, ou apenas sendo espectador de sua “voz marcante”.

Coringa do interior

O começo da carreira foi na adolescência, aos 15 anos, trabalhando no serviço de alto falantes de Cordeirópolis, cidade do interior de São Paulo na qual João Baptista Bellinaso Neto nasceu, em 22 de julho de 1932. Nela, o filho de italianos foi descoberto e não parou mais de conquistar espaços.

Em 1952, após rodar em veículos de várias cidades do estado, chegou ao Rio de Janeiro para ser locutor no programa “O Globo no Ar”, da Rádio Globo, local onde começou a ser chamado de Léo Batista. O pseudônimo vem do nome da irmã, Leonilda, que gostava de ser chamada só de Nilda. Em 1955, migrou para a televisão, apresentando durante 13 anos o Telejornal Pirelli, da extinta TV Rio.

Apesar de ser um especialista em esporte, sempre foi considerado um “coringa” desde que chegou à Globo, que o convidou em 1970. Inicialmente, apenas para trabalhar na Copa do Mundo do México, mas, depois que substituiu Cid Moreira em uma edição do JN, nunca mais saiu. Na base do “chama o Léo”, tornou-se o primeiro apresentador tanto do Jornal Hoje, em 1971, quanto do Esporte Espetacular, em 1973, e também do Globo Esporte, em 1978. Até então, era o apresentador mais antigo da maior emissora do país. Tudo sempre com seu bom humor.

— Guardadas as devidas proporções, acho que tentei ser pioneiro numa época em que isso não era comum. Cheguei a levar algumas broncas. Não só aprovo, como gosto muito desse estilo. Mas sem exageros, claro — disse Léo em entrevista ao GLOBO, em 2021.

Seu grande leque de atuação o colocou no centro de grandes episódios da História, como, por exemplo, ao ser o primeiro locutor que noticiou a morte do presidente Getúlio Vargas, em 1954, ou ser um dos jornalistas que transmitiram o primeiro jogo da carreira de Mané Garrincha, maior ídolo do Botafogo, em 1953.

Torcedor do Botafogo, o lendário jornalista recebeu uma justa homenagem do clube do coração ainda em vida, quando o alvinegro deu seu nome a uma das cabines de imprensa do estádio Nilton Santos.

Praticamente em voo solo, foi o primeiro narrador de uma transmissão de surfe e de Fórmula 1 na televisão do país, além de marcar época com os gols do Fantástico, que mudaram a forma com que se consumia o futebol nas décadas de 1970 e 1980, acompanhado da famosa “Zebrinha”.

Aliás, a estreia como locutor esportivo havia sido na década de 1950, em um jogo entre São Cristóvão e Bonsucesso, no Maracanã. Desde a edição da Copa do Mundo no Brasil, ele trabalhou em todos os Mundiais, in loco ou à distância.

Humildade

Ainda assim, no final da vida, o homem se mostrava ao reconhecer sua importância, por conta de tamanha humildade e simplicidade. Pioneiro em várias empreitadas, porém, Seu Léo se diferenciou pela versatilidade e a capacidade de ser uma “fênix” na mídia, passando por rádio, televisão e internet, transição que sempre foi muito natural para ele. Sobretudo, por ter reconhecido os novos caminhos quando eles precisavam ser trilhados.

— A vida é dinâmica. É preciso evoluir, se adaptar, acompanhar as mudanças na sociedade. Isso vale para tudo — disse ao GLOBO.

Atravessando diferentes épocas, praticamente ostentando um prazo interminável, ainda estava a todo vapor e sem hora exata de parar na comunicação, fazendo, por exemplo, quadros ao seu modo no Globo Esporte. A aposentadoria era algo que lhe atemorizava, assim como o período da pandemia do Covid-19, que o obrigou a ficar em casa.

— Alguma contribuição eu deixei pelo caminho. Uma vez, ouvi de uma menina de rua uma frase marcante: ‘Só morre de verdade quem nunca mais é lembrado’. Fico orgulhoso e contente pela sementinha plantada — falou Léo ao UOL, em 2020.

Em janeiro de 2022, ele havia perdido a esposa, Leyla Chavantes Belinaso, falecida aos 84 anos após um infarto. O casal teve duas filhas, Cláudia e Mônica.

Do jornal O Globo.

“Sufocante” foi a palavra escolhida por Álvaro Caldas, repórter torturado no mesmo quartel onde Rubens Paiva morreu, para descrever o seu retorno ao local.

Aos 85 anos, ele comemora o sucesso do filme Ainda Estou Aqui e sente que o país está esquecendo, pouco a pouco, o que foi a ditadura militar. Sua principal contribuição para registrar as suas memórias como vítima do regime é o livro “Tirando o Capuz”, publicado em 1981. Na obra, Caldas relata os horrores que viveu enquanto preso político.

Álvaro já foi duas vezes ao cinema assistir ao filme estrelado por Fernanda Torres. “Levei uma porrada. O filme é muito bom”, diz. Ele vê com bons olhos o sucesso nas bilheterias e destaca que a obra reforça a lembrança da ditadura militar brasileira. “Feito que nós nunca conseguimos. Nós, que fomos presos, que fizemos parte dessa história, nunca conseguimos alcançar esse público.”

“É um filme que traz um episódio marcante na época da ditadura, que sequestrou Rubens Paiva em casa, mostrando também parte da tortura e o desaparecimento dele. E fez isso focado na mulher, na Eunice, a grande personagem do filme. Isso fez com que tivesse uma dimensão dramática imensa e alcançasse um público extraordinário”

‘Iam me matar’

Caldas se viu no personagem em vários momentos do filme: quando a família, transportada com uma sacola na cabeça para impedir que soubessem para onde iam, foi presa em celas, mas sobretudo quando Rubens Paiva sumiu, deixando uma esposa desesperada. O futuro foi diferente para os dois: após mais de dois meses no quartel do Exército, Álvaro Caldas foi solto.

“O que aconteceu comigo foi semelhante ao Rubens Paiva. Vieram aqui na minha casa, me levaram e desapareceram comigo. Eu não estava preso. Minha mulher, Sueli, meus pais, amigos, jornalistas, todos procuraram e nenhum lugar reconhecia que eu estava preso. Era um sinal evidente que iam me matar”

Nunca esquecer

Mesmo que o jornalista tentasse esquecer o que viveu naquela cela, não conseguiria. O seu corpo ainda tem marcas da ditadura: após agressões, a visão do olho esquerdo ficou danificada. O terror psicológico fez com que ele tenha crises toda vez que o elevador chega ao seu andar. “Sinto que alguém está vindo me buscar”, afirma.

“Todo mundo ficou com sequela, porque é uma coisa inimaginável. A minha segunda prisão foi em casa. Aqui, de onde estou falando com você. Se é que podemos chamar de prisão —na verdade foi um sequestro, muito similar ao que aconteceu com o Rubens Paiva. Eu me lembro do barulho que o elevador fez quando eles estavam chegando. [Desde então] toda vez que o elevador chega no meu andar, eu costumo lembrar; são coisas que ficam guardadas no fundo.”

“Outras pessoas tiveram traumas muito mais violentos, sequelas físicas. Não conseguem andar direito. Muitos se tornaram alcoolistas após esses traumas.”

“É um momento de muita dor, de muita humilhação. O primeiro passo da tortura você sabe qual é? A nudez, você entra na sala, eles mandam você se despir. Nu, você fica muito mais fragilizado diante deles, que são cinco ou seis.”

“A cineasta Lucia Murat relembrou como ela foi torturada: nua, deram choques em sua vagina. Colocaram bichos, baratas, em cima do seu corpo nu. Foi assim com várias moças; com as mulheres a tortura era ainda pior.”

Ele quer que quartel vire um museu

Caldas pede que o quartel se torne um local de memória tão valorizado quanto outros museus do Rio de Janeiro. “Nós fizemos um ato, sábado agora, lá na porta do quartel do Exército. Eu estava lá e contei o que vivi”, diz o repórter. Uma das suas queixas é que o local continue funcionando normalmente. “O quartel está lá, visível. Todo mundo passa na pracinha em frente sem ter a menor noção do que aconteceu lá dentro. Isso é uma coisa que me repugna.”

“Já estive nesse quartel quatro vezes. Sou um recordista nisso. Foram duas vezes como prisioneiro. Entrei encapuzado, por uma porta lateral que dava direto no prédio onde eram realizadas as sessões de tortura.”

“O quartel é imenso, ocupa quase um quarteirão. Dentro do quartel há prédios onde aconteciam as torturas, várias salas, e as celas onde ficávamos confinados… As outras duas vezes em que entrei no quartel foi como membro da Comissão Estadual da Verdade [do Rio de Janeiro], da qual eu fiz parte.”

“Da primeira vez [que ele foi como sobrevivente], não conseguimos entrar. Ficamos ali, na antessala. Fomos impedidos pelo comandante e por Bolsonaro, que estava lá. Ele ainda era deputado. Ele ficou na porta tentando tumultuar a entrada. Ele [Bolsonaro] defende a tortura, dizendo que devia ter matado todo mundo. Ele foi para lá para tumultuar mesmo. Nesse dia nós não conseguimos entrar.”

“Na segunda [quarta] vez, eu fui com parlamentares, tinha pessoal da Comissão da Verdade. Eu era o único preso que lá tinha estado. Então, guiei a visita das outras pessoas pelos locais de tortura. Imagine como foi forte para mim: mostrar para as pessoas a cela em que eu estava, mostrar o local onde eu levei choque elétrico. A sala onde fui colocado no pau de arara. E nessa sala também, que era a mesma das torturas, muitos tinham morrido. Nessa mesma sala foi assassinado o Mário Alves, em janeiro de 1970, e, em 71, lá esteve o Rubens Paiva, que foi assassinado lá e desapareceu.”

“O local da tortura era um prédio de dois andares, o nome desse prédio é PIC (Pelotão de Investigações Criminais). Ele foi completamente moldado para ser esse local da tortura. Tinha um corredor na entrada e umas três salas. Uma dessas salas era preparada para essas torturas. Tinha lá cavaletes para fazer o pau de arara, e também haviam máquinas de dar choque.”

Esperança de que investigações avancem

Pela primeira vez, Caldas viu um general ser preso por atentar contra a democracia. O repórter afirma que a postura que os brasileiros têm assumido contra a impunidade de quem age contra o Estado o enche de esperança. “Não podemos repetir o passado”, afirma.

“Bolsonaro esteve quase a ponto de se eleger num cenário que é como uma continuidade da ditadura. Ele é um amigo, um participante daquela ditadura, um defensor dela. Um admirador do Ustra, um dos maiores torturadores. Nós precisamos ter muito cuidado, temos que zelar pela nossa democracia.”

“Que essas pessoas sejam punidas, porque antes eles foram anistiados. Por causa da lei que os anistiou, até hoje nenhum deles foi punido. O ministro Dino agora está abrindo uma perspectiva nova: de considerar desaparecimento um crime imprescritível. Ou seja, os familiares de mais de 100 desaparecidos políticos podem pedir a reabertura das investigações.”

Do UOL.

A Prefeitura de Rio Formoso, sob a gestão do prefeito Berg de Hacker, garantiu o pagamento de um bônus para todos os profissionais da rede municipal de educação. O benefício, referente ao exercício de 2024, é uma forma de reconhecer o esforço, o tempo de trabalho e a dedicação de quem contribui para transformar a educação no município.

O prefeito destacou que a iniciativa reforça o compromisso da administração com os educadores e valoriza os resultados obtidos nos últimos anos. “Estamos honrando o trabalho de cada profissional que, com dedicação e empenho, alcançou resultados significativos para a nossa educação. Essa conquista é fruto de uma parceria sólida entre a gestão municipal e a categoria educacional”, afirmou Berg de Hacker.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) acionou a Polícia Federal (PF) neste domingo após receber ameaças de morte em suas redes sociais. As mensagens foram recebidas como reação a um vídeo divulgado pela parlamentar ontem, no qual ela defende o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a medida, já revogada, que buscava ampliar a fiscalização de transações bancárias e do Pix. No vídeo, ela rebate informações veiculadas por representantes da direita, em especial o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

Segundo a assessoria da deputada, ela começou a receber mensagens e comentários dizendo que ela deveria “ser fuzilada” ou que pistoleiros deveriam ser “contratados para ficar em sua cola”, e que o “Projeto Ronnie Lessa 2.0 teria que entrar em ação”. Os advogados dela juntaram prints das mensagens e comentários recebidos, e protocolaram um pedido de abertura de inquérito na PF para identificar os autores das publicações. A PF ainda não se manifestou.

Em nota, a parlamentar afirmou que parte da extrema-direita “não se conforma com a propagação da verdade” e apela para intimidações. “Não recuarei. Estou, junto de meus advogados e equipe de segurança, tomando as medidas cabíveis pra responsabilizar quem comete crimes, mas acima de tudo, não podemos perder o foco, que é espalhar a verdade sobre os fatos, combater a desinformação daqueles que querem sequestrar, fazer refém e destruir a democracia, o livre debate público, a divergência de ideias, que é completamente diferente da mentira, do ódio, das ameaças”, destacou.

O vídeo publicado neste sábado tem cerca de quatro minutos de duração e uma estética semelhante a da publicação feita por Nikolas na última terça-feira (14), na qual ele criticou a medida do governo Lula e semeou uma dúvida: ele reconhece que a medida não infere em taxação, mas dá a entender que as pessoas podem vir a ser tributadas eventualmente. O post viralizou, com mais de 800 mil visualizações, e fez com que o deputado ultrapassasse o presidente em número de seguidores. No dia seguinte, o governo federal recuou e revogou a norma da Receita Federal sobre movimentações financeiras.

Hilton fez um vídeo parecido com o do colega da Câmara dos Deputados, também em um fundo neutro, mas dizendo que Lula “nunca defendeu a taxação do Pix” e que a população “está sendo enganada” pela extrema-direita, sem citar nominalmente o deputado.

— Muito pelo contrário, quem sempre defendeu a taxação do Pix foi o ex-ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes. Lula propôs algo que já existe. Hoje já se passa a receita federal a informação de movimentações a partir de R$ 2 mil, o governo queria era aumentar para R$ 5 mil na tentativa de constranger e coibir criminosos — diz Erika Hilton na publicação.

Do jornal O Globo.

Natural de Sertânia-PE, Vitor Vinícius Patriota dos Santos, de 22 anos, está realizando um sonho que alimentou por anos: viajar por todas as cidades de Pernambuco, utilizando apenas sua bicicleta. Formado em Agropecuária pela Escola Técnica Estadual em Pernambuco, Vitor iniciou a primeira etapa de sua jornada no sertão do Pajeú.

“Essa viagem é a primeira etapa de um projeto que eu tenho há muito tempo. Quero explorar cada canto do nosso estado”, explica Vitor. Ele começou no dia 13 de janeiro a aventura por Sertânia e já passou por Iguaracy, Ingazeira, atualmente se encontra em Tuparetama. O jovem ciclista planeja completar essa fase da viagem em 10 dias, visitando pontos turísticos e conhecendo a cultura local.

A rota inicial inclui quase todas as cidades do sertão do Pajeú, com exceção de quatro que ficarão para uma próxima etapa: Calumbi, Triunfo, Santa Cruz da Baixa Verde e Serra Talhada. “Meu estilo de viagem é lento; eu acampo, preparo minha própria comida, mas estou aberto a aceitar hospitalidade de pessoas dispostas a ajudar”, diz ele.

As próximas paradas na jornada de Vitor incluem São José do Egito, Itapetim, Brejinho, Santa Terezinha, Tabira, Solidão, Afogados da Ingazeira, Carnaíba e Quixaba. Ele também planeja passar por Custódia, uma cidade fora da região do Pajeú.

Vitor ressalta que, embora uma boa bicicleta seja fundamental para o cicloturismo, é o cicloturista quem realmente vive a experiência da viagem. “O importante é aproveitar cada momento e cada cidade que visito”, destacou. Segue ele! Aqui está o Instagram: @vitor_patriota_

Do blog TV Web Sertão.