MONTANHAS DA JAQUEIRA – Nos tempos inocentes dormir era “cair nos braços de Morfeu”, o Deus do sono da mitologia grega. Nesta era de pecados cibernéticos, Morfeu mordeu o fruto proibido do silício, conectou-se com os descendentes de Caim e os senhores da guerra e transformou-se em Matrix, a divindade cibernética cujos raios cósmicos magnetizam os delírios da humanidade adâmica. Matrix é um dragão habitante do lado escuro da lua.
Os fluidos de Matriz influenciam doidos mansos e doidos de hospício. Dois mansos são filhos de lua. Doidos de hospício são doentes da alma e merecem compaixão. Os fanáticos religiosos revivem os Torquemadas dos tempos da Inquisição. Os inquisidores queimaram viva a camponesa Joana dos Arcos porque disseram que ela era impura. Impuros são mercadores dos templos que ainda hoje operam no mercado dos dízimos em nome da fé.
Fanáticos políticos e religiosos são Avis Rara em termos percentuais na sociedade, por se tratar de uma enfermidade mental. Na maioria dos casos são vivaldinos e oportunistas com pele de Barrabás.
Noutros tempos os comunistas, emissários das trevas, exportavam revoluções, para a África e América Latina. Aprenderam com Gramsci a exportar ideias deletérias. “Não ocupem quartéis, ocupem escolas”, eis o lema gramsciano. O Império da China Comunista importa commodities, soja, ferro, proteínas. Exporta vírus, morcegos e mangaios para o Brazil e para o globo terrestre. Pior, exporta o micróbio deletério da ditadura comunista com economia capitalista, chamado de “Um País, dois sistemas”.
A feira de Wuhan é uma feira de mangaios comunistas. Se os magistrais Onildo Almeida e Sivuca visitassem a China escreveriam a música “A feira de mangaios de Wuhan”, na voz de Clara Nunes: “Fumo de rolo, arreio de cangalha.. morcego, galinha assada, de tudo que há no mundo… faz gosto a gente ver … boneco de Vitalino que são conhecidos inté no sul .. /pra bicada com morcego assado … / menino comunista sai daqui me deixa trabalhar”.
Se tivessem nascido na China, Sivuca e Onildo seriam mandarins da música oriental, Chu-EnLai Sivuca e Ching Ling Onildo.
Hasta la vista, leitores Magnaneanos, monarquistas, republicanos, paraibanos, gregos e troianos!
O ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, condenado na Operação Lava-Jato, também vai escapar, como já se livraram do processo e andam leves e fagueiros mais de 60 envolvidos num dos maiores assaltos aos cofres públicos da União. Ontem, o ministro Dias Toffoli, do STF, decidiu acompanhar o voto do ministro Gilmar Mendes, que apontou a nulidade de todos os atos praticados pelo ex-juiz Sergio Moro e procuradores da força-tarefa de Curitiba contra o ex-executivo.
Antes de Renato o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, já havia sido inocentado. Desde a primeira fase, deflagrada há dez anos, ao menos 61 réus conseguiram reverter sua situação jurídica a partir de anulações e absolvições nas instâncias recursais ou ao serem alcançados por indulto presidencial.
Os dados foram obtidos mediante consultas públicas em 138 processos cujos desfechos nas instâncias superiores vieram acompanhados de decisões que beneficiaram de políticos a empresários que foram alvos da operação. No caso do ex-diretor da Petrobras, os demais ministros da Segunda Turma ainda não incluíram seus votos no sistema do plenário virtual. A votação vai até o dia 10 de novembro.
Duque está preso desde agosto de 2024, cumprindo pena em regime fechado. Ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em quatro processos, somando mais de 39 anos de prisão.
Em seu voto, Gilmar Mendes afirmou que a defesa” trouxe aos autos inúmeros elementos indicativos da existência de uma relação espúria e de um conluio acusatório entre o então juiz Sérgio Moro e os membros do Ministério Público Federal no Estado do Paraná, no que se refere aos processos e às ações penais instauradas”.
“Não se deve ignorar que todo esse contexto de abusos e fraudes processuais que foram demonstrados sob uma dupla perspectiva, de modo amplo e específico, em relação à situação de R.S.D, também aponta para o preenchimento de outro requisito estabelecido pela jurisprudência desta Corte, qual seja a eleição do recorrente como alvo político por parte da força tarefa da Lava Jato de Curitiba e do Juízo da 13ª Vara Federal”, pontuou Gilmar.
Após a apresentação do voto de Gilmar, Toffoli reviu sua posição. Em setembro do ano passado, ele havia negado o pedido da defesa, mas agora afirmou ter “reajustado o voto” para reconhecer a nulidade das decisões da Lava Jato.
“Reajusto o voto por mim proferido a fim de reconhecer a extensão dos efeitos das decisões proferidas a partir da Rcl nº 43.007/DF, de modo a declarar nulidade de todos os atos praticados pelo ex-juiz Sérgio Moro e pelos integrantes do MPF/PR em desfavor de R.S.D no âmbito da operação Lava Jato, seja na fase pré-processual ou no curso das ações penais que tramitaram no âmbito da 13ª Vara Federal de Curitiba. Por conseguinte, determino a revogação imediata da decisão de prisão proferida pela 12ª Vara Federal de Curitiba”, escreveu Toffoli.
Lula, o primeiro a escapar – Após ficar 580 dias preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, em razão do envolvimento na operação Lava-Jato, os advogados do presidente Lula (PT) conseguiram anular as condenações nos casos do sítio de Atibaia e do tríplex do Guarujá, além dos dois processos envolvendo o Instituto Lula, que não chegaram a virar sentenças. A avaliação da Corte foi de que os processos deveriam ser recomeçados nas justiças federais de São Paulo e do Distrito Federal. Na ação referente ao tríplex, Moro foi considerado suspeito.
Zé Dirceu de volta – Tal qual seu líder Lula, que saiu de um período de 580 dias na cadeia em Curitiba para conquistar seu terceiro mandato presidencial, o ex-deputado José Dirceu sonha com uma reviravolta política. Livre de todos os processos, já anunciou sua candidatura a deputado federal por São Paulo. Dirceu não esteve envolvido apenas na Lava-Jato. Foi o principal mentor do mensalão, um esquema de propina que funcionou no primeiro mandato de Lula envolvendo uma penca de lideranças políticas e deputados federais.
Mais adutores – O presidente do Sindifisco, Francelino Valença, comemorou a nomeação de 50 aprovados no Concurso Público para o cargo de Auditor Fiscal do Tesouro Estadual (AFTE), da Secretaria da Fazenda de Pernambuco. “A nomeação é uma vitória da categoria e demonstra que o diálogo sério e qualificado dá resultado. Lutamos por isso com argumentos técnicos, disposição para construir consensos e, sobretudo, com o compromisso de defender um Fisco a serviço da sociedade pernambucana”, afirmou Valença.
No tom jurídico – De passagem ontem pelo Recife, onde participou de um evento, o presidente do STF, Édson Fachin, evitou qualquer declaração com tom político. “Tenho dito e repito: ao direito o que é do direito, à política o que é da política. Nós magistrados e magistradas nos ocupamos da resposta que o direito dá, que a lei oferece e que a Constituição permite traduzir para os casos concretos. Nem mais, e nem menos. E, portanto, agimos com liberdade naquilo que a lei permite, mas sempre com responsabilidade”, declarou, ao ser abordado sobre os acontecimentos no Rio de Janeiro.
Sem terceira via – Em entrevista, ontem, à Rádio Folha, a deputada Dani Portela (PSOL), uma das principais lideranças da oposição na Alepe, disse não acreditar na possibilidade de uma terceira via na disputa para o Governo do Estado em 2026. “Em outros momentos eu já coloquei meu nome para essa candidatura olímpica, para demarcar espaço, para levantar nossas bandeiras e não abaixar os nossos programas. Acredito que que vá haver uma terceira via. Os partidos vão colocar candidaturas para além de João e Raquel, mas acho que a gente vai estar num cenário político muito estreito”, afirmou.
CURTAS
CPMI DO INSS – O deputado Alfredo Gaspar (UB-AL), relator da CPMI do INSS, é o entrevistado de hoje do meu podcast ‘Direto de Brasília’, em parceria com a Folha de Pernambuco. Na pauta, os desdobramentos da investigação de um dos maiores escândalos dos últimos anos. Ele vai falar também sobre as próximas convocações para depoimentos. O programa vai ao ar das 18h às 19h, com transmissão pelo YouTube da Folha e deste blog, e também em cerca de 165 emissoras de rádio no Nordeste.
LEÕES DO NORTE – Na próxima semana, retomo minha agenda de lançamentos do livro ‘Os Leões do Norte’, obra que reúne 22 minibiografias de ex-governadores de Pernambuco (1930–2023), fruto de ampla pesquisa jornalística e historiográfica. Desta vez, faço a peregrinação pelo Agreste Setentrional. Estão confirmadas as cidades de Surubim, Casinhas, João Alfredo, Limoeiro e Orobó.
CARNAVAL – O cantor Lenine, o bloco Madeira do Rosarinho e a chef de cozinha Carmen Virgínia serão os homenageados do carnaval do Recife em 2026. O anúncio dos nomes foi feito na noite de ontem, pelo prefeito João Campos (PSB). Na ocasião, o gestor afirmou que decidiu priorizar personalidades e grupos que, “ao contrário da percepção popular”, ainda não tinham sido agraciados antes.
Perguntar não ofende: Pela visão da justiça, os pecadores viraram santos na Lava-Jato?
A governadora Raquel Lyra (PSD) perdeu, na noite de hoje, a oportunidade de colocar em prática o próprio discurso sobre empoderamento feminino. Com a caneta na mão e os nomes de duas mulheres e um homem sobre a mesa, poderia ter escolhido uma desembargadora a partir da lista tríplice indicada à tarde pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Apesar da chance histórica, acabou optando pelo advogado Carlos Gil.
Também estavam no páreo as advogadas Diana Câmara e Adriana Caribé. Diana, aliás, estava empatada no topo da lista com Gil, com 44 votos. Ou seja, embora os chefes do Poder Executivo tenham o hábito de escolher o nome mais votado de uma lista tríplice – uma tradição, mas não uma obrigatoriedade –, nem mesmo esse argumento pode ser usado neste caso, já que uma mulher também aparecia em primeiro lugar na preferência dos desembargadores.
Gil, Câmara e Caribé foram selecionados de uma lista sêxtupla eleita em novembro de 2024 pela Seccional Pernambuco da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O desfecho do pleito levou um ano para ocorrer devido a uma sequência de judicializações, inclusive no Supremo Tribunal Federal (STF). Após decisão recente do ministro Alexandre de Moraes, o TJPE teve segurança jurídica para avaliar os seis nomes iniciais, escolher três entre eles e encaminhá-los à governadora na tarde de hoje.
Raquel já havia sofrido críticas em outra seleção semelhante por preterir mulheres que poderiam alcançar posições de destaque. Também em novembro do ano passado, optou por nomear como desembargador o procurador-geral de Justiça, Marcos Carvalho, mesmo com duas promotoras de Justiça na lista tríplice do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Carvalho, porém, estava na liderança isolada após o escrutínio do TJPE, o que pode ter deixado a governadora mais à vontade para endossar seu nome, caso diferente do de hoje.
Com um empate entre Diana Câmara e Carlos Gil no topo da lista, a governadora só não nomeou uma mulher porque não quis. Com isso, mostrou que só recorre ao discurso de empoderamento feminino e de combate ao cerceamento da participação de mulheres em espaços de poder quando quer encantar desavisados em suas redes sociais. Dentro do Palácio, entre quatro paredes, é onde está a verdadeira Raquel, reincidente em rifar mulheres em posição de destaque para dar vez a homens.
Desde que deixou o Palácio do Campo das Princesas, em janeiro de 2023, o ex-governador Paulo Câmara, que foi nomeado para o Banco do Nordeste sem o apoio do seu partido, o PSB, se encontrou, neste final de semana, pela primeira vez depois do afastamento das lideranças da legenda, com o prefeito do Recife, João Campos (PSB). Na ocasião, foi registrado que os dois tiveram uma longa conversa, o que foi considerado um momento político relevante.
A reconstrução da unidade das lideranças internas do PSB vem sendo trabalhada, há algum tempo, por alguns socialistas. Este grupo considera que a coesão interna do partido é indispensável para trilha de João Campos rumo ao Governo de Pernambuco em 2026, reeditando a estratégia de Eduardo Campos que, antes de iniciar a campanha vitoriosa de 2006, tratou de reconstruir o partido rachado após a derrota de Miguel Arraes, em 1998. O passo seguinte é a reedição da Frente Popular.
Seis vereadores de São José da Coroa Grande, incluindo o presidente da Câmara, Nabuco Lopes, declararam apoio à pré-candidatura de Juliana de Chaparral, primeira-dama de Surubim, à Câmara Federal nas eleições de 2026. Dilson Lins, Vanderson Melo, Beto do Abreu, Cristiano Lemos, Marcondes Enfermeiro e Zé Ramos, anunciara a adesão ao grupo político da pré-candidata no Litoral Sul de Pernambuco.
Além dos parlamentares, importantes lideranças políticas do município também manifestaram apoio ao projeto de Juliana, entre elas Zanza, Goni Barbosa e Dú do Abreu. O grupo conta ainda com os apoiadores Dra. Eduarda Lins, Amigo Nage e João do Cachorro-Quente, que se somam ao movimento de expansão do nome da pré-candidata na região.
Entre os advogados escolhidos e indicados à governadora Raquel Lyra, a gestora escolheu como novo desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) o advogado Carlos Gil Rodrigues. Gil disputou a indicação de Raquel com as advogadas Diana Câmara e Adriana Caribé.
O presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Ricardo Paes Barreto, está, neste momento, em reunião com a governadora Raquel Lyra (PSD), no Palácio do Campo das Princesas, para entregar a lista tríplice dos advogados que concorrem à vaga do Quinto Constitucional, destinada à representação da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE). A lista é composta pelos advogados Carlos Gil Rodrigues, Diana Câmara e Adriana Caribé. A governadora deve anunciar ainda hoje o nome escolhido.
O Sebrae/PE avança, na próxima quinta-feira, mais um passo no fortalecimento econômico e sustentável da Zona da Mata Sul do estado com a realização do quarto fórum do Programa LIDER na região. O encontro marca a conclusão da iniciativa que estruturou o plano estratégico e colaborativo elaborado para fomentar o crescimento do território nos próximos cinco anos. A atividade acontece das 9h às 18h, na Usina de Arte, em Água Preta, município a cerca de 120 quilômetros do Recife.
O evento reunirá as 49 lideranças dos dez municípios participantes da mobilização: Água Preta, Amaraji, Catende, Cortês, Escada, Gameleira, Palmares, Primavera, Ribeirão e Xexéu. Os representantes incluem gestores públicos, empresários e integrantes do terceiro setor e da sociedade civil organizada, entre outros.
A programação do Fórum conta com oficinas e a demonstração das metas alcançadas e dos impactos de outras ações definidas na Agenda de Desenvolvimento Regional – Mata Sul. Também serão apresentadas a agenda de compromissos futuros para o grupo, especialmente a proposta de governança, e as metas dos eixos estratégicos para 2026. Cada um desses segmentos conta com atividades específicas para o fortalecimento da economia e a atração de investimentos na região.
O quarto Fórum LIDER marca a consolidação de um importante ciclo de articulação e construção coletiva na Mata Sul. “Esta etapa reafirma o compromisso do Sebrae com o fortalecimento da governança e desenvolvimento sustentável do território”, destaca Jefferson Santos, gestor de Projetos de Desenvolvimento Territorial do Sebrae/PE.
Segundo o especialista, mais do que resultados, o Programa LIDER deixará um legado de união e visão compartilhada entre as lideranças. “Elas agora assumirão o protagonismo na execução das estratégias já traçadas até 2026. Estamos diante de uma nova fase, em que a governança local avança com autonomia, planejamento e foco em resultados que promovam um futuro mais próspero, inovador e sustentável para toda a região”, completa.
A realização do último Fórum envolve ainda uma série de atividades no formato online, programadas para o período de 3 a 5 de novembro, sempre das 19h às 20h. A cada dia, serão discutidos temas ligados aos três eixos estratégicos do Programa LIDER. A abordagem sobre Agronegócios e Turismo acontece na segunda-feira (03). Em seguida é a vez da discussão sobre Indústria, Comércio e Serviços e, por último, o eixo Educação, Ciência, Inovação e Tecnologia.
O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) convoca a população e os trabalhadores do metrô a participarem do ato político que será realizado amanhã, a partir das 13h, em frente ao Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6), localizado no Cais do Apolo, área central do Recife. A mobilização faz parte da greve por tempo indeterminado da categoria e reforça a luta em defesa de um metrô público, seguro e de qualidade.
A caminhada, que seria realizada hoje, precisou ser cancelada após o presidente do Sindmetro-PE e da Fenametro, Luiz Soares, ter sido preso de forma arbitrária pela Polícia Militar. O dirigente ficou detido dentro de uma viatura por cerca de 30 minutos, na manhã de hoje, em frente ao Centro de Manutenção de Cavaleiro, em Jaboatão dos Guararapes.
“O que houve foi uma arbitrariedade da parte da PM. A gente estava fazendo uma greve tranquila, dialogando com os trabalhadores, quando os policiais chegaram dizendo que, se a gente continuasse ali, seríamos presos. Fomos levados para a viatura e liberados depois de cerca de 30 minutos, porque não havia denúncia formal”, relatou Luiz Soares.
A prisão ocorreu em meio a greve por tempo indeterminado, iniciada pela categoria nesta segunda-feira, que cobra investimentos imediatos no Metrô do Recife, principalmente após o episódio do último dia 25 de outubro, quando um trem da Linha Centro pegou fogo entre as estações Curado e Alto do Céu.
O sindicato alerta que o sistema corre sérios riscos de novos acidentes, caso não haja intervenção urgente do governo federal. “Imagina se essa composição pegasse fogo no horário de pico, transportando oitocentas ou mil pessoas? Poderíamos ter vítimas fatais. Precisamos de recursos urgentes para recuperar o sistema e garantir a integridade de quem trabalha e utiliza o metrô”, reforça o presidente do Sindmetro-PE.
O descaso e a falta de investimento no Metrô do Recife vêm desde os governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, e agora se estendem nos três anos do governo Lula. O sindicato critica também a governadora Raquel Lyra, que tem defendido a privatização do sistema, em vez de exigir mais recursos federais para sua recuperação.
“O que queremos é um metrô público, seguro e com tarifa zero. Esse deve ser o compromisso do presidente Lula – não a privatização do sistema, como vem sendo discutido. A governadora Raquel Lyra deveria cuidar da educação, da saúde e do transporte rodoviário, que vivem crises graves, mas escolheu atacar o metrô e os trabalhadores”, conclui Luiz Soares.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Subseccional São José do Egito realizou, hoje, uma visita institucional à sede da entidade com a presença do coordenador da Polícia Penal responsável pela Região do Pajeú, Luciano Soares de Lima, e do presidente da Comissão de Direito Penal da OAB/SJE, Rodrigo Piancó.
O encontro teve como pauta principal a situação das cadeias públicas dos municípios de Itapetim, Tuparetama e São José do Egito, que integram a jurisdição da Subseccional. Após a reunião na sede da OAB, a comitiva – composta também pela presidente da Subseccional, Hérica Nunes Brito, – realizou inspeções presenciais nas unidades prisionais locais, a fim de diagnosticar as principais necessidades estruturais e operacionais de cada uma delas.
“Nosso propósito é institucional, ético e humanitário. Precisamos unir esforços entre as gestões municipais, a OAB, a Defensoria e o Estado, para garantir não apenas o cumprimento da lei, mas o respeito à dignidade humana e às prerrogativas da advocacia”, destacou a presidente Hérica Nunes Brito. A partir desse diagnóstico, a OAB São José do Egito elaborou o Ofício Conjunto nº 083/2025, que será apresentado ainda nesta semana aos Poderes Executivos de Itapetim, Tuparetama e São José do Egito, propondo uma parceria formal para reativação, adequação e melhoria das cadeias públicas municipais.
O desembargador Francisco Bandeira de Mello foi eleito por aclamação para assumir a presidência do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) no biênio 2025-2027. A decisão foi tomada hoje, oficializando a sucessão da atual gestão comandada pelo desembargador Ricardo Paes Barreto.
A nova Mesa Diretora será composta também por Alberto Virgínio, como primeiro vice-presidente; Fausto Campos, na segunda vice-presidência; e Alexandre Assunção, que ocupará a Corregedoria Geral de Justiça.
O Pleno do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) definiu, hoje, a lista tríplice de advogados que concorrem à vaga do Quinto Constitucional, destinada à representação da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE). As informações são do blog do Mário Flávio.
Os mais votados foram Carlos Gil Rodrigues e Diana Câmara, ambos com 44 votos, e Adriana Caribé, que recebeu 30 votos dos desembargadores. A escolha ocorreu durante sessão plenária do Tribunal, no Recife, e encerrou a etapa de votação interna do processo.
O presidente do TJPE, desembargador Ricardo Paes Barreto, levará, ainda hoje, a lista ao Palácio do Campo das Princesas, onde será entregue à governadora Raquel Lyra (PSD). A chefe do Executivo estadual será responsável por escolher, entre os três nomes, o novo integrante do Judiciário pernambucano que ocupará a vaga da OAB no Tribunal.
O Quinto Constitucional é um dispositivo previsto na Constituição Federal que garante à advocacia e ao Ministério Público participação na composição dos tribunais, fortalecendo a pluralidade e o equilíbrio nas decisões do Poder Judiciário.
Morreu, na noite deste domingo, aos 73 anos, o cantor e compositor Lô Borges, um dos fundadores do histórico movimento Clube da Esquina e referência da MPB. Ele estava internado no Hospital Unimed, em Belo Horizonte, desde 18 de outubro, para tratar um quadro de intoxicação medicamentosa. Depois de passar por traqueostomia, Lô vinha respirando com auxílio de ventilação mecânica. Ainda não há informações sobre velório.
Ícone de um movimento
Garoto da rua, da bola de gude, Lô Borges seguiu menino a vida inteira. A esquina, o clube, tudo passa por ele. Nascido em Belo Horizonte no dia 10 de janeiro de 1952, Salomão Borges Filho, construiu uma das trajetórias mais marcantes da nossa música. Ao lado de Milton Nascimento, Beto Guedes, Fernando Brant e do irmão, Márcio Borges, entre outros nomes, foi peça fundamental no movimento que revolucionou a música brasileira nos anos 1970, unindo sonoridades latino-americanas ao rock, ao jazz e à música folclórica.
Era Lô quem organizava, nos idos dos anos 1960, o encontro da molecada no cruzamento das ruas Divinópolis e Paraisópolis, no pacato bairro de Santa Tereza, região leste de BH. Aquela turma, que inicialmente se reunia para papear, jogar bola e tocar violão, inspirou a canção “Clube da Esquina”, presente no quarto álbum de Milton Nascimento, “Milton” (1970), e que acabou batizando também um discos mais celebrados no Brasil: “Clube da Esquina”, de Milton Nascimento e Lô Borges, de 1972.
A música virou disco e o disco virou movimento. Mais do que um jeito de se fazer canção, virou um estado de espírito — não há nada parecido com o Clube da Esquina e todas as suas camadas, viagens de ventania. Algumas referências vieram de fora pra dentro, como os Beatles, pilar fundamental da estética inaugurada por aquela safra de músicos e letristas mineiros. Mas vieram, principalmente, dali mesmo, de Minas Gerais e de sua geografia montanhosa, das janelas laterais, das vielas, das ladeiras íngremes, e de toda sua cultura própria, da qual Lô e companhia sempre cantavam orgulhosos. “Sou do mundo, eu sou Minas Gerais”, disseram na canção-carta “Para Lennon e McCartney”, parceria dele com Fernando Brant e Márcio Borges, famosa na voz de Milton.
Lô era um dos 11 filhos do jornalista Salomão Borges e da professora Maria Fragoso Borges, a Dona Maricota, que moravam na Divinópolis, numa casa que está de pé até hoje e que ainda pertence à família. Como um personagem vivo, a tal casa foi fundamental não só para o movimento que se estabeleceria mais tarde, servindo de abrigo para diversos encontros da turma que orbitava os Borges, entre eles Toninho Horta, Wagner Tiso, Tavito, Flávio Venturini e Beto Guedes.
O encontro com Milton
Por um problema na fundação, a residência dos Borges em Santa Tereza entrou em obra. Salomão, Dona Maricota e a prole, então, se mudaram para o Edifício Levy, no Centro de BH. Por acaso, na escada do Edifício Levy, Lô conheceu uma voz incomum. O encontro mudaria de vez a música popular brasileira.
— Uma semana depois que chegamos no Levy, minha mãe pediu que eu fosse comprar café, leite e pão. Como todo garoto, preferia escada ao elevador —contou Lô Borges ao GLOBO em entrevista publicada em 2022. — Morávamos no décimo sétimo andar. Descendo os degraus, de repente me deparo com um som divino, que ficava mais alto conforme eu descia. Eram uns falsetes de voz acompanhados de violão. Quando cheguei no quarto andar, estava lá o Bituca. Eu era uma criança de 10 anos e o Milton um cara de 20, mas não fez a menor diferença, rolou uma empatia forte. Fiquei totalmente seduzido, abduzido pela voz e pelo violão dele.
Milton logo virou praticamente o 12º filho de Salomão e Dona Maricota. Com Márcio Borges, um dos irmãos mais velhos de Lô, ele compôs suas primeiras canções. A dupla assistiu a três sessões seguidas do filme “Jules et Jim”, de François Truffaut, no Cine Tupi, e saiu inspirada. No 17º andar do Levy, na mesma noite, fizeram “Paz do amor que vem” (que depois virou “Novena”), “Crença” e “Gira girou”. Asduas últimas entraram para o álbum de estreia de Milton, “Travessia”, de 1966.
A consolidação do movimento no Rio de Janeiro
Se o Clube da Esquina, enquanto pura agitação juvenil, nasceu nas ladeiras do bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, sua consolidação como movimento musical singular se deu no Rio de Janeiro, como explicou o próprio Lô Borges em depoimento ao GLOBO em 2022.
— A esquina mesmo da Divinópolis com Paraisópolis era a realidade da família Borges. Ali era eu, meus irmãos e Beto Guedes. Flavio Venturini, Toninho Horta, Nelson Ângelo, Tavito, Wagner Tiso, cada um frequentava os lugares onde eles moravam em Belo Horizonte. Essa esquina não era muito frequentada, a não ser pelo pessoal do meu bairro, que era o bairro de Santa Tereza. Então o chamado movimento Clube da Esquina se deu na cidade do Rio de Janeiro, quando todos esses mineiros foram se encontrar no estúdio da Odeon para gravar “Clube da Esquina”, que o Bituca tinha me convidado para dividir e fazer a metade das músicas — relembrou Lô.
Lô Borges, Milton Nascimento e Beto Guedes moraram por cerca de dez meses em Niterói, entre 1970 e 1971, na então Praia de Mar Azul, hoje conhecida como Prainha de Piratininga. Foi lá que eles compuseram quase todo o álbum “Clube da Esquina”, lançado em 1972.
Antes disso, os amigos passaram meses pulando de apartamento em apartamento na Zona Sul do Rio. Em entrevista publicada pelo GLOBO em 2022, Lô Borges contou que eles não conseguiam parar muito tempo num mesmo imóvel — em plena ditadura militar no Brasil, três jovens músicos cabeludos eram constantemente amedrontados por vizinhos e policiais truculentos.
— Foi aí que um empresário do Milton teve uma luz e conseguiu uma casa num lugar paradisíaco, e nós nos mudamos — explicou Lô sobre a ida para Piratininga.