Aprendiz de feiticeiro

Por Marcelo Tognozzi*

O genial Johan Wolfgang von Goethe tinha 48 anos quando escreveu o poema Aprendiz de Feiticeiro em 1797. Os versos contam a história do mago mestre que sai e deixa seu ateliê nas mãos de um aprendiz encarregado de limpar e organizar o local. O rapaz faz um feitiço, transformando a vassoura num servo, cuja missão é trazer água do rio para a limpeza do ateliê. Mas a magia acaba saindo do controle e a vassoura traz tanta água que acaba provocando uma inundação.

O aprendiz entra em desespero porque não consegue conter a vassoura. Ele resolve quebrá-la, mas cada parte se transforma numa nova vassoura, trazendo cada vez mais água e a situação sai totalmente do controle. A confusão é enorme.

O poema de Goethe pode ser uma referência para o Psol da deputada Erika Hilton (Psol-RJ) na sua defesa pela redução da jornada de trabalho de 6 dias por 1 de descanso ou 44 horas semanais, conforme prescreve a Constituição. Isso pode parecer bom, mas no fundo não passa de pura demagogia. Depois de perder a eleição em São Paulo com Guilherme Boulos, o partido arrumou um feitiço para ocupar espaço na mídia e faz marola nas redes sociais ocupando um lugar que sempre foi do PT.

Enquanto os petistas estão mergulhados na discussão do corte de gastos, o Psol quer cortar dias de trabalho. Não foi por acaso que o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) resolveu pegar carona na proposta de Erika Hilton, ressuscitando uma proposta semelhante que foi encaminhada por ele e que há anos dormitava solenemente na Câmara.

O Brasil é um país que costuma punir seus empreendedores com regras infernais. Aqui, o empresário paga imposto para dar emprego e quando o Congresso promove a desoneração da folha de pagamento, barateando as contratações, o governo reclama. O empregado custa para o empregador praticamente o dobro do seu salário em impostos. Querer reduzir dias trabalhados mantendo o valor dos salários, mas sem cuidar da produtividade e dos impostos sobre a folha, vai acabar numa confusão parecida com a do poema de Goethe.

A CNC (Confederação Nacional do Comércio) luta há décadas pela abertura do comércio aos domingos, mas até agora nada. Tem sido travada pela demagogia. Se a PEC do 6 X 1 tramitar, terá novo obstáculo pela frente, porque sábado não será mais dia de trabalho.

O que tem sido difícil de entender, especialmente pela esquerda, é que o welfare state existe em países desenvolvidos porque muitos trabalharam antes para garantir produtividade. Foi um processo lento, de séculos. Não se consegue manter salário com menos horas trabalhadas sem investimento pesado em produtividade e isso não passa apenas pela formação e reciclagem dos trabalhadores, mas também pela infraestrutura, como maior disponibilidade de energia, transportes mais baratos e seguros e melhores condições de abastecimento.

Num momento em que o Brasil deveria estar pensando em trabalhar mais e melhor, deputados com jornada de trabalho de 3 dias por semana acreditam que vão consertar o país reduzindo a carga horária dos trabalhadores com carteira assinada. Já temos mais de 20 milhões de famílias vivendo de bolsas. Boa parte dos chefes destas famílias não sente necessidade de trabalhar, vivendo exclusivamente dos impostos pagos por aqueles que trabalham duro 150 dias por ano apenas para pagar tributos.

O Psol transformou esta PEC do 6 X 1 numa bandeira de luta. É preciso reconhecer que, do ponto de vista político, foi uma jogada inteligente, porque o partido passou a pautar o debate no parlamento, mídia e redes sociais, convocando protestos e envolvendo parte da sociedade num assunto que mexe com muita gente. Além da esquerda, sindicatos, centrais sindicais e quem tem carteira assinada.

Vivemos uma era na qual as relações de trabalho sofrem muitas transformações todos os dias. Novas profissões surgem toda hora com a internet. Nem todos os jovens querem ter carteira assinada. Muitos preferem trabalhar por contra própria, seja como motoristas de aplicativo, prestando serviços ou empreendendo. O apelo maior se dará entre o funcionalismo público e em setores com baixa inovação ou com necessidade de mão-de-obra intensiva, como na construção civil. No comércio, onde a maior parte dos ganhos costuma vir das comissões sobre vendas, será difícil reduzir a jornada sem impactar no ganho final dos trabalhadores.

É muito difícil que esta PEC seja aprovada sem muita, muita, negociação num Congresso conservador. Mesmo tendo as assinaturas necessárias para tramitar em comissão especial pelo prazo de 40 sessões, precisa de 308 votos na Câmara e outros 49 no Senado. Nas 2 casas a proposta precisa ser aprovada em 2 turnos de votação nominal. Somente depois de todo o trâmite, se aprovada vira norma constitucional. Concluir este processo este ano nem pensar.

O Psol está na mesma situação do aprendiz de feiticeiro do poema de Goethe. Se seu feitiço der certo, as consequências podem não ser as melhores, criando uma confusão daquelas. O mais provável é que a vida imite a arte e o mago mestre chegue para acabar com a bagunça de uma vez por todas dizendo: “volte tudo ao que era”. No fim, o Psol terá marcado posição e levantado uma bandeira para eleger seus deputados em 2026, que está logo ali.

*Jornalista

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O pacote de medidas de contenção de gastos, elaborado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda), deve ter um impacto de cerca de R$ 70 bilhões nas contas públicas nos primeiros dois anos.

A economia é estimada por integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões em 2025. Já em 2026, o alívio é calculado em R$ 40 bilhões. O anúncio das ações que compõem o pacote ocorrerá após a Cúpula do G20, que acontece no Rio de Janeiro na segunda (18) e na terça-feira (19).

Os valores foram divulgados primeiro pela revista Veja e confirmados pela Folha. Na última quarta-feira, Haddad disse que o impacto do pacote seria “expressivo”, mas não citou valores. Uma das principais medidas deve ser a limitação do ganho real do salário mínimo, com o objetivo de alinhar a política de valorização às regras do arcabouço fiscal —cujo limite de despesas tem expansão real de 0,6% a 2,5% ao ano.

Pela regra atual, o salário mínimo teria ganho real de 2,9% em 2025, conforme o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes. Em 2026, a alta seria acima de 3%, considerando as projeções para o crescimento neste ano.

Em ambos os casos, a valorização supera o ritmo de expansão do arcabouço, o que por si só poderia criar uma pressão por dentro da regra, levando ao achatamento de outras despesas.

Como antecipou a Folha, limitar os ganhos reais do salário mínimo pode render uma economia de R$ 11 bilhões até 2026. A conta considera um aumento de 2,5% acima da inflação no ano que vem, no limite permitido pela regra fiscal, e de 2% em 2026, em linha com a expansão prevista para o teto de despesas naquele ano.

Em um horizonte mais longo, de quatro anos, a economia com a medida pode chegar a R$ 22 bilhões, segundo cálculos internos do governo.

Parte dos aliados de Lula já vinha alertando que, sem mexer na política do salário mínimo, o pacote de contenção de despesas teria alcance limitado. Cerca de 27% do total de despesas primárias do governo federal são indexadas pelo piso, incluindo benefícios previdenciários, assistenciais, abono salarial e seguro-desemprego.

Na quarta, o ministro da Fazenda afirmou que o princípio por trás das medidas é que as despesas sigam a mesma regra do arcabouço “ou alguma coisa parecida com isso, mas que atenda ao mesmo objetivo”.

O pacote também deve incluir outras ações. O governo pretende fortalecer as ferramentas antifraude nos benefícios sociais, com foco na Previdência Social e no BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

Já a desvinculação de benefícios sociais em relação ao salário mínimo, defendida por economistas e pelo mercado pelo impacto potente que produziria nas contas, está descartada. Segundo um integrante da equipe econômica, a desvinculação das aposentadorias nunca esteve na mesa, e a do BPC foi citada, mas rejeitada.

O governo também deve mexer no abono salarial, espécie de 14º salário pago a trabalhadores com carteira assinada e que ganham até dois salários mínimos (hoje, equivalente a R$ 2.824).

O diagnóstico é que o benefício, que custará R$ 30,7 bilhões em 2025, pode ser mais focado nos mais pobres. Sob as regras atuais, a própria política de valorização do salário mínimo tem contribuído para que um número cada vez maior de pessoas tenha direito ao repasse. Reduzir o critério de concessão é “um desenho possível”, segundo um dos participantes das conversas.

Qualquer alteração no abono, porém, não surtirá efeitos em 2025 e 2026, pois o benefício é pago dois anos após a aquisição do direito. Isso significa que os trabalhadores que preencherem as regras vigentes em 2024, antes da mudança, só receberão o benefício em 2026.

Técnicos do governo consideram que esse é um direito adquirido, que não será subtraído pelas propostas. Por isso, as alterações no abono só devem ter impacto a partir de 2027. Ainda assim, anunciá-las e implementá-las agora daria previsibilidade sobre a trajetória dessa despesa.

O governo também pode incluir mudanças nas regras do seguro-desemprego, como a equiparação dos prazos para concessão do benefício. Hoje, o período de carência (tempo mínimo de trabalho para ter direito ao seguro) cai à medida que o trabalhador reincide na solicitação.

O diagnóstico da equipe econômica é que não faz sentido cobrar mais tempo de trabalho de quem nunca precisou da proteção e menos daqueles que fazem uso mais recorrente da política. Seria recomendável igualar os prazos, pelo menos, ou torná-los progressivos.

Nos últimos dias, a equipe da Fazenda também discutiu com o Ministério da Defesa a possibilidade de incluir ações que alcancem os militares das Forças Armadas. Uma das alterações em análise envolve as pensões para familiares dos “mortos fictícios”, como são chamados os militares expulsos da força por condenação no Judiciário.

A equipe de Haddad também planeja incluir no pacote a regulamentação do teto remuneratório do funcionalismo, para barrar os supersalários na administração pública.

Se aprovadas, as mudanças envolvendo o funcionalismo e os militares não surtiriam grande impacto na redução das despesas obrigatórias, mas teriam um efeito simbólico.

Outra medida que pode entrar no pacote é a taxação dos super-ricos, vista como uma espécie de contrapartida às iniciativas que atingem benefícios sociais. Colaboradores de Lula têm insistido para que também haja ações que alcancem o chamado “andar de cima” da pirâmide de renda no Brasil.

Na quarta-feira, porém, Haddad disse que o cardápio de medidas deve se concentrar nos gastos, deixando iniciativas focadas nas receitas para um segundo momento. Ele tem resistido à inclusão da taxação dos super-ricos no pacote.

O anúncio das ações de contenção de despesas já foi adiado diversas vezes, o que contribuiu para ampliar as expectativas e a ansiedade do mercado em torno do tema.

A própria equipe econômica tem alimentado parte das expectativas ao sinalizar que a conclusão das negociações está próxima. No dia 6 de novembro, por exemplo, o próprio ministro da Fazenda afirmou que esperava ter uma decisão final de Lula após um encontro previsto para o dia seguinte. Na ocasião, Haddad disse que restavam apenas “dois detalhes” para a conclusão do pacote, até agora não anunciado.

Da Folha de S. Paulo

Petrolina - Testemunhal

O senador Cid Ferreira Gomes (PSB) deixou a base aliada do Governo do Ceará, liderada pelo governador Elmano de Freitas (PT).

Cid e Elmano conversaram nesta sexta-feira (15). Segundo apurou a coluna de Erivaldo Carvalho, do Poder News, o senador comunicou ao governador que estava fora do projeto.

A conversa foi presencial. A Coluna não conseguiu confirmar se o assunto foi tratado no Palácio da Abolição, sede do governo estadual. O senador Camilo Santana (PT), tido como o maior líder político do Ceará em atuação, foi inteirado dos fatos. O PSB de Cid é presidido, no Ceará, pelo pai de Camilo, Eudoro Santana.

Depois da conversa com o governador e o senador, Cid alinhou a posição dele com vários deputados do PDT – federais e estaduais. Aos parlamentares, Gomes teria colocado seus argumentos para não mais fazer parte da base aliada palaciana.

O PSB de Cid elegeu a maior quantidade de prefeitos no Ceará nas eleições de 2024: 65 das 184 prefeituras do estado.

Em seguida vêm PT e PSD como os maiores vencedores nas disputas pelo executivo municipal.

Hegemonismo do PT

Segundo interlocutores, o ponto de cisão é o movimento do PT em ocupar a maioria dos espaços relevantes do Estado. Na lista estão a presidência da Assembleia Legislativa e a indicação para o Tribunal de Contas do Estado (TCE).

O PT já controla o governo do Estado e, a partir de janeiro de 2025, também a Prefeitura de Fortaleza, com o prefeito eleito da Capital, Evandro Leitão (PT).

“Ele (Cid) comunicou ao Camilo e ao Elmano que está fora do projeto”, disse, à Coluna, a deputada Lia Gomes (PDT), irmã do senador. A parlamentar detalhou a conversa de Cid com os dois principais líderes petistas do Estado – Elmano e Camilo.

A deputada confirmou trechos dos fatos e das conversas que consolidaram a posição do irmão. Segundo o que a deputada relatou à Coluna, ela vinha de Sobral – seu principal colégio eleitoral -, para Fortaleza, quando fez contato com Cid.

Ao parar em um posto de combustível para abastecer o veículo, Lia conversou com o irmão.

Em chamada de vídeo, ele estaria em contato com alguns deputados. Lia relata que Cid já tinha alinhado a posição política dele com uma série de parlamentares.

No posto, onde conseguiu sinal de celular, segundo Lia, o senador do PSB estava relatando a situação aos deputados Antônio Granja e Eduardo Bismarck. A Coluna apurou que Cid teria conversado, na média, com entre 12 e 15 deputados.

“Eles (PT) não estão respeitando o Cid; a história que Cid tem dentro desse grupo”, disse Lia à Coluna. A deputada estadual diz apoiar a posição do irmão.

“Concordo com a decisão dele (Cid). Isso não é saudável para a democracia. Ele acertou na decisão”, opinou Lia Gomes.

A Coluna não conseguiu completar tentativas de entrevista com o senador Cid. Foram deixadas perguntas no WhatsApp dele.

O Palácio da Abolição também foi procurado.

Do Poder News

Conheça Petrolina

O empresário dono do X (antigo Twitter) Elon Musk respondeu neste sábado (16) ao ataque da primeira-dama brasileira, Janja, com uma provocação política. “Eles vão perder a próxima eleição”, escreveu no X, com emojis de risada. 

A declaração foi feita em resposta à publicação de um vídeo legendado em inglês da fala de Janja. Mais cedo, a primeira-dama disse não ter medo de Musk, e utilizou uma expressão em inglês para atacá-lo.

“Fuck you, Elon Musk”, disse Janja, com termos equivalentes a “vá se foder”, para se referir ao empresário que assumirá um cargo no governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Musk é próximo ao bolsonarismo no Brasil e tem um histórico de enfrentamento com o STF (Supremo Tribunal Federal), com xingamentos ao ministro Alexandre de Moraes. A plataforma chegou a ser suspensa diante do descumprimento de decisões judiciais.

A declaração foi dada durante o Cria G20, painel do G20 Social, organizado pelo governo Lula (PT) para fazer uma ponte entre temas tratados pelo grupo e a sociedade civil.

O painel em que a primeira-dama deu a declaração tinha a presença do influenciador Felipe Neto. Em seu discurso, que foi de improviso (ela estava na plateia), Janja disse que o painel era um dos mais relevantes do encontro internacional.

“A gente falou da regulamentação das redes sociais, das plataformas. Sempre tenho falado que não é uma questão local, se a gente não fizer essa discussão de uma forma global, a gente não vai conseguir vencer. Não adianta ter leis no Brasil —e está difícil de acontecer, a gente sabe todos os empecilhos—, se a gente não discutir essa questão de forma global”, disse.

“Discute nas Nações Unidas, mas a gente sabe que a nova governança global também precisa olhar para isso. Porque não adianta nada fazer isso, e os Estados Unidos chegarem e [dizerem] ‘não vamos fazer’. (…) Não é mais possível a gente viver nesse mundo digital de desinformação”, afirmou.

Os Estados Unidos, agora sob o comando de Trump, terão Musk no cargo de chefe do novo Departamento de Eficiência Governamental, junto com Vivek Ramaswamy, ex-adversário de Trump nas primárias do Partido Republicano. O anúncio foi feito na última terça-feira (12).

O Departamento de Eficiência Governamental é um órgão que será criado por Trump e terá a sigla DOGE, em provável referência à criptomoeda Dogecoin, apoiada por Musk em diversas ocasiões.

Não está claro qual será o papel do novo departamento dentro do governo americano —se ele terá poder de fato, ou se existirá apenas para analisar e propor a outros departamentos os cortes anunciados por Trump. No comunicado, o presidente eleito sugeriu que o departamento funcionará “do lado de fora do governo”, mas não entrou em detalhes.

Da Folha de S. Paulo

O governo argentino anunciou nesta sexta-feira (15) o superávit primário de 746,921 bilhões de pesos argentinos (US$ 753,7 milhões) em outubro, alcançando, assim, o décimo resultado positivo mensal consecutivo. Segundo o jornal “Clarín”, um dos principais do país, o superávit fiscal do governo (setor público), dentro do valor total, foi de 523,398 bilhões de pesos, acumulando 2,965 trilhões de pesos nos primeiros dez meses de 2024, equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Isso representa uma melhoria que a publicação define como “significativa” em relação ao déficit financeiro de 454 milhões de pesos no mesmo mês do ano passado.

Segundo a publicação, o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, atribuiu esse resultado ao ajuste fiscal de 5 pontos do PIB e ao fim da emissão monetária do Banco Central para financiar o Tesouro Nacional. Além disso, o governo de Javier Milei reduziu os gastos em prestações sociais, como aposentadorias e pensões, que caíram 11,3% em setembro.

“Esses números demonstram o esforço do governo para equilibrar as contas públicas e controlar a inflação. No entanto, é importante notar que a redução dos gastos em prestações sociais pode ter um impacto nos mais vulneráveis”, descreveu o Clarín ao noticiar o superávit.

O governo de Javier Milei anunciou na quinta-feira (14) que irá cancelar a aposentadoria da ex-presidente e a pensão de viúva recebidas por Cristina Kirchner. O anúncio foi feito um dia após a Justiça argentina ratificar, em segunda instância, a sentença de 6 anos de prisão da líder peronista por corrupção.

Do O Tempo

A primeira-dama Janja Lula da Silva disse neste sábado (16) que não tem medo do dono do X (ex-Twitter), o bilionário sul-africano Elon Musk, e mandou ele “se foder”, em inglês. A fala se deu durante evento do G20 Social, que é realizado no Rio de Janeiro.

“Eu não tenho medo de você. Inclusive, fuck you, Elon Musk”, declarou. Na sequência, Janja é aplaudida e pode-se ouvir gritos na plateia. Ela falava sobre regulamentação de redes sociais e combate à desinformação.

Confira o vídeo:

A fala da primeira-dama foi improvisada. Ela estava na plateia enquanto painelistas, dentre eles o influenciador Felipe Neto, discutiam o tema. Segundo ela, esse era uma dos painéis mais importantes do evento. Janja também defendeu a regulamentação das redes sociais.

“Se não fizermos essa discussão de forma global, nós não vamos conseguir vencer. Não adianta a gente ter leis no Brasil –e que tá difícil de acontecer, a gente sabe dos empecilhos –se a gente não discutir essa questão de forma global. […] Não adianta nada fazer isso e os EUA chegar e ‘não vamos fazer’”, afirmou.

Logo depois dessa fala, houve um ruído no som e Janja brincou com o nome do empresário. “É o Elon Musk”, disse, e continuou dizendo que não tinha medo dele.

O bilionário foi escolhido recentemente para compor o governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano). Ele irá chefiar o novo “Departamento de Eficiência do Governo”, conhecido pela sigla “DOG”. Musk trabalhará ao lado do empresário Vivek Ramaswamy. O departamento deve funcionar até 4 de julho de 2026, de acordo com o presidente eleito.

Segundo Trump, eles “abrirão o caminho” para que seu governo “desmantele a burocracia do governo, reduza os excessos de regulamentação, corte gastos desnecessários e reestruture as agências federais”.

Em sua fala, a primeira-dama também elogiou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, a quem Janja chamou de “grande parceiro na questão das fake news”.

O magistrado, há poucos meses, protagonizou um embate com o dono do X, o que levou ao bloqueio da plataforma no país. A rede social ficou fora do ar por quase 40 dias.

Do Poder360

Um dos maiores navios de cruzeiro do mundo, com capacidade para transportar cerca de 3.800 passageiros em 1.504 cabines, o Costa Pacífica, chega ao Porto do Recife neste domingo (17), com mais de 2.600 turistas.

O navio é o segundo da Temporada de Cruzeiros 2024/2025 e vem da Ilha Tenerife, a maior da região das Canárias espanholas, próximo à Costa da África Ocidental. 

Dos passageiros, 485 vão desembarcar e permanecer em Pernambuco e os demais irão realizar passeios pela capital até o final da tarde. O navio cruzeiro deve partir da cidade às 18h, com mais 581 pessoas que vão embarcar no Recife. 

Para receber os visitantes, está sendo realizado um trabalho conjunto do Porto do Recife com a Secretaria de Turismo e Lazer do Estado (Setur-PE), Secretaria de Defesa Social, Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), Secretaria de Turismo da Prefeitura do Recife, Companhia Independente de Apoio ao Turista (CIATur), Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) e Guarda Municipal. 

Da Folha de Pernambuco

A candidata à presidência da OAB/PE, Ingrid Zanella anunciou neste sábado (15) duas propostas que terão  grande impacto na advocacia do Estado: “Vamos conceder 40% de desconto na anuidade dos advogados autônomos”, destaca Zanella. Ela adianta que também  implementará  o “Programa Anuidade Solidária”, no qual os grandes e consolidados escritórios ficarão responsabilizados pelo pagamento da anuidade dos associados e colaboradores.

“São duas propostas incríveis, possíveis, nas quais trabalhamos muito para viabilizar. Juntas com a anuidade zerada por cinco anos para a jovem advocacia e o endereço fiscal gratuito, a nossa chapa, sem dúvida, tem o melhor conjunto de propostas já oferecidas pela história da OAB em Pernambuco, em toda sua trajetória de 93 anos,” afirma a candidata.

“Com o desconto de 40% que será implantado pela minha gestão (se eleita), a partir de janeiro de 2025, os advogados autônomos pagarão apenas R$ 480, tomando como base os valores atuais. É sem dúvida uma mudança que muito ajudará a tantos e principalmente aos que estão começando na profissão”, reforça Zanella.

Para a candidata, o Programa Anuidade Solidária “vai garantir grandes avanços e economia no bolso de advogadas e advogados, permitindo que os colaboradores e associados sejam beneficiados com a redução dos gastos”.

“Essas propostas foram pensadas, discutidas, analisadas com muito empenho e muita responsabilidade. Não fazemos como muitos que andam ‘vendendo terreno na lua’. Apresentamos sempre propostas viáveis de serem executadas e  proporcionar melhores condições de trabalho para  nossa advocacia. Neste caso, desonerando os custos para o exercício da profissão”, pontua Zanella.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste sábado (16), que o G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias globais) precisa “discutir uma série de medidas para reduzir o custo de vida e promover jornadas de trabalho mais equilibradas”.

“O G20 precisa discutir uma série de medidas para reduzir o custo de vida e promover jornadas de trabalho mais equilibradas”, cobrou o presidente durante fala no encerramento do G20 Social, evento que antecede a 19ª cúpula do G20, prevista para esta segunda-feira (18) e terça-feira (19), no Rio de Janeiro.

A declaração de Lula ocorre em meio à discussão sobre o fim da jornada de trabalho 6×1. O debate ganhou força após a deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz essa escala de trabalho. A matéria já tem o número de assinaturas necessárias para poder tramitar na Câmara dos Deputados.

“Escutar a juventude”

No G20 Social, Lula disse, ainda, que “para chegar ao coração dos cidadãos comuns, os governos precisam romper com a dissonância cada vez maior entre a voz dos mercados e a voz das ruas”. Para o presidente, “o neoliberalismo agravou a desigualdade econômica e política que hoje assola as democracias”.

Segundo Lula, o G20 “precisa ouvir a juventude que enfrentará as consequências das tarefas que deixarmos inacabadas”. O chefe do Planalto também afirmou ser necessário preservar o espaço público para que “o extremismo não gere retrocessos nem ameace direitos”.

Ainda durante a Cúpula Social, o presidente recebeu um documento com uma série de demandas da sociedade civil. A Declaração Final do Encontro do G20 Social será analisada pelos líderes das maiores economias do mundo.

Mais cedo, Lula se encontrou com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres. Esta foi a primeira reunião bilateral do petista durante a cúpula. Eles falaram sobre o G20 e as negociações da COP29, em Baku, Azerbaijão.

Do Metrópoles

A atriz Fernanda Montenegro, 95, entrou para o Guinness Book, o Livro dos Recordes, após ter batido o recorde de maior público em uma leitura filosófica no mundo. O certificado foi concedido pela leitura de “A Cerimônia do Adeus”, de Simone de Beauvoir, para uma plateia de mais de 15 mil pessoas no Parque Ibirapuera em agosto.

Ao aceitar o prêmio, a atriz se emocionou e agradeceu ao público: “Divido em agradecimento, este prêmio, com todo o público que esteve presente neste grande encontro entre arte e educação”, escreveu ela na legenda.

“Na minha vida, esse momento não vai se repetir. Então, por mais que eu agradeça, existe, sem dúvida nenhuma, a pontuação realizada de uma vocação“, complementou a atriz.

Confira o vídeo:

Da CNN

O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Pernambuco (OAB-PE), Júlio Oliveira, declarou seu apoio a Ingrid Zanella, na disputa pela presidência da OAB-PE. Ele destacou a ousadia e o protagonismo feminino na advocacia. Além disso, ele convoca todas as advogadas e advogados pernambucanos a se unirem nesse momento histórico.

Confira o vídeo:

O resultado das Eleições Municipais de 2024 apresenta um rejuvenescimento e mais diversidade das pessoas escolhidas para ocupar as funções de prefeito, vice-prefeito e vereador. Segundo informações obtidas no Portal de Dados Abertos do Tribunal Superior Eleitoral (PDA/TSE), a faixa etária abaixo dos 39 anos foi a que mais cresceu entre os eleitos. O número de mulheres que venceram também aumentou em todos os cargos em disputa se comparado ao último pleito municipal, realizado em 2020. 

Alterações por faixa etária 

Observa-se uma diversificação etária entre os eleitos:  

  • No cargo de prefeito, o grupo até 29 anos mais que triplicou — de 36 eleitos nessa faixa etária em 2020 para 119 no pleito deste ano.  
  • As prefeituras registraram quedas significativas entre as faixas mais avançadas. Neste ano, foram 851 eleitos entre 60 e 69 anos (-29%) e 249 eleitos acima dos 70 (-38%). 
  • Para vice-prefeito, o cenário é semelhante, com um número três vezes maior entre os mais jovens com até 29 anos e quedas substanciais nas faixas de 50 a 59 e acima dos 70 anos.  
  • Mesmo movimento dos eleitos para vereança, onde candidatos mais jovens — com até 39 anos — conquistaram mais espaço. As faixas de 60 a 69 e de 70 a 79 anos tiveram diminuições acentuadas. 

Em 2024, a idade mediana dos eleitos (prefeito, vice e vereador) está em 46 anos. Há mais de uma década, em 2012, o “ponto do meio” foi de 56 anos. A mediana (ou ponto do meio) é utilizada para separar o conjunto de idades sem refletir valores muito pequenos ou muito grandes que podem estar nas pontas. 

A presença feminina cresceu em todos os cargos analisados:  

  • Para o cargo de prefeito, houve um aumento de 7% no número de mulheres eleitas em relação a 2020, totalizando 728 eleitas.  
  • No cargo de vice-prefeito, o crescimento foi ainda mais expressivo, de 15% — 1.066 vices eleitas.  
  • Para as vereadoras, o crescimento foi de 12% (10.537), embora o número de homens eleitos continue superior (47.189). 

Diversidade étnica 

A representatividade por cor e raça autodeclaradas segue um padrão de ligeira diminuição para candidatos brancos em todos os cargos: 

  • Entre os prefeitos eleitos, houve uma queda de 3% (3.634) entre os autodeclarados brancos, enquanto o número de indígenas cresceu levemente, 12% (9), e os pretos aumentaram 14% (128).  
  • Entre os vice-prefeitos, os eleitos de cor preta também apresentaram um crescimento expressivo de 38% (250), o maior aumento em comparação a outros grupos étnicos.  
  • Entre vereadores, eleitos de cor preta e indígenas registraram os maiores crescimentos, com 11% (3.984) e 31% (240), respectivamente. 

Grau de instrução 

Em relação ao nível educacional, a maioria eleita em 2024 tem ensino superior completo para os cargos de prefeito (59%) e vice-prefeito (47%), isto é, 3.285 e 2.617, respectivamente. Para vereadores, o ensino médio completo é o nível predominante, com 21.952 (38%) eleitos, seguido pelo superior completo.  

Eleitorado jovem aumentou 

O número de jovens de 16 e 17 anos aptos a votar em outubro alcançou 1.836.081. Na comparação com o pleito de 2020, o aumento nessa faixa etária atingiu 78%.  

Na outra ponta, o eleitorado acima de 70 anos também cresceu: subiu 12%, de 13.508.088, em 2020, para 15.208.667, em 2024. O número corresponde a 9% das pessoas que estavam aptas a votar no dia 6 de outubro. Nessa parcela do eleitorado, estão 4.826.663 eleitoras e eleitores com mais de 79 anos. 

Consulta pública 

O perfil das eleitas e dos eleitos pode ser consultado na página de estatísticas eleitorais do TSE. Basta filtrar as informações por unidade da Federação e município. Os registros são do cadastro eleitoral e do banco de dados centralizado das eleições, com atualização constante. 

O Instituto Mãos que Fazem, em parceria com a Associação ComunicArte, a Produções RSA encerraram na última quarta-feira, dia 13 de novembro, o curso de Doces em Compota. A ação aconteceu com o apoio do Senar e da Casa Santa Dulce dos Pobres e beneficiou mulheres de baixa renda. O curso faz parte do Projeto Entre Fios, Arte e Afetos, desenvolvido com o objetivo de promover a qualificação profissional de mulheres para que elas conquistem a própria independência financeira. As alunas aprenderam a produzir compotas, doce pastoso, frutas cristalizadas e geleias, com os mais variados tipos de frutas.

“Esse projeto nasceu em 2023, e de lá pra cá já beneficiou muitas mulheres que aprenderam na produção artesanal de doces, bolos, tortas, alimentos, artesanato, formas de empreender e de ter independência financeira. E temos depoimentos muito fortes das mudanças na vida das pessoas depois desses cursos”, destacou Amannda Oliveira, vice-presidente do instituto.