Morreu, neste domingo (20), aos 88 anos, o provedor do Real Hospital Português de Beneficência em Pernambuco e fundador da construtora Rio Ave, Alberto Ferreira da Costa. A informação foi confirmada pela assessoria do hospital.
O empresário português era casado com Maria do Carmo Ferreira de Castro e Costa e teve três filhos: Álvaro, Cláudia e Alberto Júnior.
O empresário Alberto Ferreira da Costa nasceu em 4 de maio de 1936 em Freguesia de São Simão da Junqueira, concelho de Vila do Conde, em Portugal.
Ainda criança, aos 9 anos, começou a trabalhar na cidade Póvoa de Varzim, em uma carvoaria. Já aos 12 anos, seguiu para a cidade do Porto, como balconista da mercearia Rosa Leite. Na década de 1950, aos 15 anos, mudou-se para o Brasil para tentar uma vida melhor na cidade do Recife.
Após alguns anos no País, em 1958, fundou a Rio Ave, empresa pernambucana que atua no setor da construção civil, locação de imóveis, hotelaria e soluções ambientais. A construtora foi batizada em homenagem a um dos rios mais importantes do seu país de origem.
Em 1971, ergueu seu primeiro empreendimento no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, o Edifício Luzitânia.
A sua história no Real Hospital Português – maior complexo hospitalar do Norte e Nordeste do País – começou em 1971, ano em que tornou-se sócio da instituição. Em 1976, foi eleito mordomo, alcunha dada aos integrantes da Junta Administrativa da Instituição.
Já em 1992, assumiu o cargo de provedor, líder que tem o poder decisório dentro do Hospital e norteia os rumos que a unidade deve tomar. Ele foi reeleito por diversas vezes até a atualidade, ficando fora do cargo apenas entre os anos de 1995 e 2000.
Em 2011, o empresário fundou o Instituto de Ensino e Pesquisa Alberto Ferreira da Costa, que faz parte do Complexo do Hospital. A instituição, entre outras atividades, coordena os Programas de Residências Médica e Multidisciplinar.
Já em 2018, inaugurou a Escola de Saúde do Real Hospital Português, voltada para a capacitação técnica e o aperfeiçoamento profissional.
Homenagens
Durante a sua trajetória, recebeu inúmeros títulos e honrarias em reconhecimento aos serviços prestados à sociedade pernambucana, entre eles os títulos de cidadão pernambucano e do Recife.
Em 2022, a Câmara dos Vereadores do Recife concedeu a Alberto, em sessão solene, a medalha de mérito José Mariano.
Já em 2023, o então corregedor-geral da Justiça de Pernambuco e atual presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Ricardo Paes Barreto, entregou a homenagem pelos 52 anos da Corregedoria ao provedor do Real Hospital Português.
A nova frente de desgastes do ex-presidente Jair Bolsonaro, com a operação da Polícia Federal da sexta-feira e o uso de tornozeleira eletrônica, ampliou seu isolamento, afastou o Centrão e pressionou ainda mais a direita por uma definição de rumos para 2026.
Os últimos dias já haviam sido conturbados após o tarifaço sobre os produtos brasileiros, anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ofereceu um discurso político para o governo Lula e expôs uma disputa entre o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Com o agravamento da situação jurídica, aumentou o movimento para que Bolsonaro desista publicamente de se apresentar como candidato à Presidência em 2026, ainda que inelegível, e declare apoio a um nome como Tarcísio.
Há um sentimento majoritário, entre dirigentes partidários que discutem com Bolsonaro uma candidatura de oposição a Lula, de que o ex-presidente erra ao insistir em se colocar como candidato. Segundo essa interpretação, ele deveria abrir mão da pretensão e se apresentar como fiador de um grupo unificado à direita.
Com o enfraquecimento de sua posição política em decorrência da série de investigações, no entanto, representantes do Centrão se veem com mais capacidade de ditar os rumos do debate, o que pode beneficiar o governador de São Paulo.
Uma avaliação no União Brasil e no PP, além da ala do MDB próxima da direita, é que posturas como a do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) — que tem feito defesa das tarifas anunciadas por Trump — só atrapalham os planos eleitorais da direita.
Governador de SP
É por esse caminho delicado que Tarcísio vem se movimentando. Em um primeiro momento pós-tarifaço, ele atribuiu a culpa a Lula, mas com a ampla rejeição à medida, promoveu um ajuste no discurso e tentou se mobilizar como alguém disposto a resolver. Teve reuniões com empresários e com o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, o que gerou um atrito com Eduardo. Anteontem, num gesto em direção ao bolsonarismo, defendeu o ex-presidente em publicação nas redes sociais.
— A candidatura desse campo vai partir do centro para a direita. Defendemos uma candidatura única, e Bolsonaro é o principal nome deste campo. Mas é claro que colocaremos nomes, debateremos um consenso com o ex-presidente — diz o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, cobrando uma escolha em comum acordo e reforçando o papel dos partidos de centro na decisão.
Antes mesmo da operação, Bolsonaro vinha tentando se descolar do desgaste do tarifaço. Setores próximos ao bolsonarismo, como o agronegócio, fizeram manifestações contra a medida do líder americano, que citou supostas “perseguições jurídicas” ao ex-presidente. Bolsonaro reuniu nesta semana alguns dos seus principais aliados em Brasília, com o desafio de fazer com que as bancadas não o associassem à taxação. O presidente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira (PI), e Rueda, do União Brasil, estiveram com ele a portas fechadas.
Ainda em um esforço para não perder apoio dos partidos de centro e de olho em uma candidatura de centro-direita em 2026, Bolsonaro estendeu as conversas ao presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, a quem pediu para reforçar o discurso de que não é responsável pelas atitudes de Trump durante conversas com aliados. Aos presidentes de partidos, Bolsonaro externou preocupação ao ver parlamentares o associando às falas de Eduardo.
Ciro Nogueira reconhece o cenário ruim hoje, mas diz que, mais que um nome, é preciso garantir que os partidos estejam unidos nas eleições presidenciais do ano que vem.
— (Quem vai ser candidato) é uma coisa imprevisível. Posso dizer que vamos trabalhar para unificar o campo do centro e da direita. Essa é a menor das preocupações agora, com essa confusão que está no país — declarou o presidente do PP.
Em sinalizações de desalinho, O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicamos-PB), e líderes da Casa também não se comprometeram a tentar achar uma solução para Eduardo, que está nos Estados Unidos e afirma temer ser preso se voltar ao Brasil, para exercer o mandato de forma remota. A licença dele termina hoje. Após esse período, o filho do ex-presidente começará a tomar faltas não justificadas, caso não volte ao Brasil.
Projeto de anistia
Outra pauta bolsonarista, a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, não tem perspectiva de avançar no Congresso. Mesmo assim, o plano por ora dos partidos de centro e de centro-direita não é lançar um candidato à revelia do ex-presidente. Há um trabalho entre essas legendas de construção para que Bolsonaro apoie o governador de São Paulo, algo que ele ainda não demonstrou fazer, o que pode comprometer seu mandato a partir de agosto — quando as sessões da Casa retornam.
O ex-presidente teve mandados de busca e apreensão expedidos na sede do PL e em sua casa, em Brasília. Por determinação da Suprema Corte, terá que usar tornozeleira eletrônica e se afastar das redes sociais.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) disse que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro vai ser uma espécie de porta-voz do marido.
— Ela é a mulher que vai nos conduzir. Ela é a líder da oposição, a nossa líder. Enquanto ele (Bolsonaro) estiver em silêncio, ela fala — disse.
Morreu na madrugada de sábado para domingo, aos 93 anos, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin. O ex-dirigente estava em casa, na capital paulista, quando passou mal e foi levado ao Hospital Sírio-Libanês. Não resistiu e teve o óbito confirmado às 3h30 da manhã deste domingo.
Marin já estava com a saúde bastante fragilizada. No fim de 2023, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e precisou ser internado. Desde então, seu estado era considerado delicado, e ele vinha recebendo cuidados médicos constantes. Nos últimos anos, vivia de forma reclusa em São Paulo. O velório acontece neste domingo, entre 13h e 16h, na Funeral Home, no bairro da Bela Vista. As informações são do jornal O Globo.
Figura central de uma das fases mais controversas da história recente da CBF, Marin presidiu a entidade entre 2012 e 2015. Coube a ele liderar o futebol brasileiro durante a realização da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014, ambas no Brasil. Foi, portanto, sob sua gestão que a seleção brasileira sofreu a histórica derrota por 7 a 1 para a Alemanha, no Mineirão — um dos maiores traumas esportivos do país.
Sua presidência na CBF foi marcada também por homenagens polêmicas: em julho de 2014, a nova sede da entidade, na Barra da Tijuca, no Rio, foi inaugurada com o nome de “Edifício José Maria Marin”. No entanto, menos de um ano depois, a fachada foi discretamente alterada. O nome foi retirado em maio de 2015, dias após Marin ser preso na Suíça, acusado de envolvimento em um amplo esquema de corrupção no futebol mundial, revelado pelas investigações do FBI no caso conhecido como Fifagate.
Condenado por crimes como lavagem de dinheiro, fraude bancária e conspiração, Marin tornou-se o primeiro dirigente brasileiro de alto escalão a ser preso no escândalo da Fifa. Ele foi extraditado aos Estados Unidos, onde cumpriu pena em Nova York. Em 2020, por motivos de saúde e idade avançada, foi autorizado pela Justiça americana a cumprir o restante da sentença em prisão domiciliar no Brasil.
Antes de se tornar dirigente esportivo, Marin teve carreira política longa e alinhada à ditadura militar. Foi vereador da cidade de São Paulo entre 1963 e 1970, deputado estadual por cinco mandatos, e vice-governador de Paulo Maluf. Em 1982, assumiu o governo paulista interinamente por cerca de dez meses. Filiado à Arena, partido de sustentação do regime, chegou a fazer pronunciamentos elogiosos ao delegado Sérgio Fleury, símbolo da repressão política durante os anos de chumbo.
Sua relação com o futebol, no entanto, não era nova. Marin chegou a jogar profissionalmente como ponta-direita do São Paulo e da Portuguesa, nos anos 1950. Nos bastidores, teve papel importante na Federação Paulista de Futebol, da qual foi presidente entre 1982 e 1988, antes de se tornar vice da CBF na gestão Ricardo Teixeira.
A ascensão à presidência da CBF veio em 2012, após a renúncia de Teixeira. Durante sua gestão, Marin se envolveu em outro episódio que gerou desgaste público: durante a cerimônia de premiação da Copa São Paulo de Futebol Júnior daquele ano, foi flagrado embolsando uma das medalhas. O gesto foi amplamente criticado e virou motivo de chacota nas redes sociais.
Com a morte de Marin, encerra-se uma trajetória marcada por poder, polêmicas e contradições. De político ligado ao regime militar a protagonista de um dos maiores escândalos do futebol mundial, sua figura simboliza um capítulo turbulento da história da política e do esporte brasileiro.
José Maria Marin deixa esposa, um filho e dois netos.
Apesar de ser a parte peticionante em ação judicial contra a suspensão de pagamentos do contrato de publicidade do Governo de Pernambuco, a E3 Comunicação Integrada pode virar alvo de investigação por supostas irregularidades na licitação que a escolheu. Denúncia apresentada ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) no fim de junho indica que houve favorecimento à E3 e a outras três agências selecionadas no certame. O contrato em questão pode chegar a R$ 1,2 bilhão em dez anos.
A denúncia foi formalizada pela agência RXZ Comunicação e Publicidade, que anexou vídeo da sessão pública que julgou as notas dos participantes da licitação. A empresa alega que houve alterações nos cálculos de pontuações que já tinham sido divulgadas e indícios de troca de informações privilegiadas entre membros da comissão julgadora e entes externos. Também foi apontada a falta de apresentação de justificativas das notas por cada membro da subcomissão técnica do processo.
A licitação, que foi iniciada em julho de 2024 pela Secretaria Estadual de Comunicação, só foi concluída em abril deste ano após diversos questionamentos, inclusive do Sindicato das Agências de Propaganda de Pernambuco (Sinapro-PE). A RXZ pede ao TCE a apuração de responsabilidades e a suspensão do julgamento técnico ou do processo licitatório por inteiro, o que afetaria em cheio a E3 e as outras três agências selecionadas – Nova S.A., BTS Comunicação e BCA Propaganda.
A denúncia ainda não foi alvo de manifestação do TCE porque a corte já havia definido, em decisão proferida pelo conselheiro Eduardo Porto em 19 de junho, abrir uma auditoria especial para averiguar possíveis vícios na licitação. Os acréscimos apresentados pela RXZ, porém, podem ser acostados às apurações, que têm prazo de 60 dias para conclusão. Até lá, Porto determinou a suspensão de pagamentos às agências, decisão mantida por unanimidade pelo pleno do TCE em 1º de julho.
Há quem diga — entre um suspiro, um gole de uísque e uma frustração mal curada — que o mundo ficou chato. Cinza, repetitivo, desinteressante como uma conversa de elevador. Pode ser. Ou talvez o mundo só tenha perdido a elegância do improviso. Aquela beleza que só existe quando ninguém está tentando aparecer.
Mas reconhecer que há outros pontos de vista — ah, isso é o primeiro passo rumo à sabedoria. Ou, como diria Freud, é quando o ego aprende a tirar férias do próprio espelho.
Me deparei com essa foto dos anos 80 como quem encontra uma carta de amor esquecida num livro de filosofia: um soco de ternura. Ali estavam quatro personagens que jamais caberiam num feed: Zózimo, Roberto D’Avila, Anna Maria Tornaghi e Ricardo Boechat. Quatro capítulos vivos de um Rio que sabia conversar, rir, provocar e brindar — tudo na mesma noite.
A mesa parece mais um palco iluminado pela inteligência. Zózimo, com sua verve carioca que misturava veneno e poesia em doses perfeitas. Roberto, mestre das entrevistas e das entrelinhas. Anna Maria, musa cultíssima, com olhos de quem já tinha lido a vida. E Boechat, afiado como navalha, sempre com um comentário que vinha de canto, como quem não quer nada — e derrubava tudo.
É nostalgia servida com uma rodela de melancolia — do tipo fina, cortada à francesa. Um vazio bonito (e meio covarde) do que não vivi. Queria ter estado ali, nem que fosse para pedir gelo. De leve.
A cena é um brinde à inteligência boêmia, ao charme que não se fotografa e à era em que as conversas terminavam com riso, cinzeiro cheio e um pacto de silêncio não escrito.
Très charmant, como um bolero bem tocado numa vitrola antiga. E com aquele toque sutil de saudade, servido on the rocks.
Risadas, veneno elegante, charme natural. E sim, claro… essa noite terminou no Hippopotamus.
A ameaça feita pelo presidente americano Donald Trump de sobretaxar as exportações brasileiras em 50% a partir de 1º de agosto colocou o agronegócio brasileiro em um impasse, dividido entre o pragmatismo que o assunto requer e a disputa política que tem contaminado o debate.
A possibilidade de aplicação da Lei da Reciprocidade contra os Estados Unidos é hoje uma das principais evidências desse movimento. Em abril, um dia antes de o presidente dos Estados Unidos anunciar seu tarifaço global, a bancada ruralista do Congresso se uniu ao governo Luiz Inácio Lula da Silva em um esforço inédito e aprovou, de forma unânime, a nova lei.
Numa aprovação relâmpago, os parlamentares adaptaram o texto original que tratava apenas de questões ambientais em relação à União Europeia, para incluir o mesmo tipo de reciprocidade nas decisões comerciais.
“Esse episódio entre os EUA e o Brasil deve nos ensinar definitivamente que nas horas mais importantes não existe Brasil de esquerda com Brasil de direita. Que pensemos diferente sim, mas não quando o povo está ameaçado”, disse o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante a votação na casa.
Ao incluir o Judiciário brasileiro e Jair Bolsonaro em suas alegações para, agora, impor uma tarifa de 50% contra o Brasil, Donald Trump colocou o agro numa encruzilhada. A possibilidade de usar a Lei de Reciprocidade, até então celebrada, passou a ser tratada pelo próprio agro como sinônimo de radicalismo e incapacidade de negociação pelo governo.
Principal voz dos produtores rurais entre os bolsonaristas, Nabhan Garcia, que preside a União Democrática Ruralista (UDR Nacional), chega a defender o direito de Donald Trump impor a tarifa ao Brasil e nega que se trate de chantagem.
“A tarifa é uma decisão soberana dos Estados Unidos. É claro que tem uma questão geopolítica por trás. Tudo isso está acontecendo por causa dessa postura que o governo brasileiro vem assumindo com outros países ditadores. O produtor pecuarista não aceita essa acusação de que o Bolsonaro é culpado disso. Ao mesmo tempo, entendemos que é preciso ter cautela, não adianta querer enfrentar na mesma moeda”, diz.
Relatora do texto da lei no Senado, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) declarou, quando da aprovação da reciprocidade em abril, que, caso os produtos brasileiros sejam alvo de ações abusivas, o Brasil passaria a ter meios de reagir e adotar medidas equivalentes.
“Em um cenário global onde as nações estão cada vez mais adotando posturas protecionistas, a Lei da Reciprocidade oferece ao Brasil um instrumento essencial para se proteger em caso de medidas desproporcionais, sempre priorizando o diálogo e a diplomacia”, disse na ocasião a ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro.
O senador Zequinha Marinho (Podemos‑PA), autor do projeto original da reciprocidade, subiu o tom sobre o assunto, em abril. “Podem botar quente lá que nós estamos fervendo aqui”, disse.
Na Câmara, o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania‑SP), relator do texto da reciprocidade, disse que o projeto era “medida essencial para mostrar que o Brasil não abrirá mão de resguardar sua soberania econômica frente a práticas discriminatórias realizadas por outros países no âmbito do comércio exterior”.
A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) avaliou, em abril, que a Lei da Reciprocidade “é essencial diante da crescente adoção de medidas unilaterais e discriminatórias por países ou blocos econômicos, que prejudicam a competitividade e o acesso dos produtos brasileiros ao mercado internacional.”
Agora, porém, o discurso dos ruralistas passou a focar as negociações e não usar a lei. “Minha posição, desde que relatei o PL da reciprocidade, é que a lei só deveria ser usada em último caso. Vejo como uma carta na manga, uma ferramenta na prateleira. Defendo que os instrumentos de retaliação previstos na lei só devem ser acionados depois de esgotados todos os canais diplomáticos”, disse Tereza Cristina.
“Continuo com esse entendimento agora nessa crise com os Estados Unidos. Temos de ter essa lei, mas preferencialmente para não usar. Não temos como ‘ir de peito aberto’ enfrentar os EUA, que perdem com essa guerra, mas acho que o Brasil perde mais.”
Já a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), que reúne a bancada ruralista, cobrou “uma resposta firme e estratégica” do governo, mas não mencionou a eventual aplicação da lei reciprocidade. “É momento de cautela, diplomacia afiada e presença ativa do Brasil na mesa de negociações. A FPA reitera a importância de fortalecer as tratativas bilaterais, sem isolar o Brasil perante as negociações. A diplomacia é o caminho mais estratégico para a retomada das tratativas”.
A CNA declarou que, “enquanto o Brasil real tenta recuperar sua economia, atrair investimentos, abrir mercados e gerar empregos, a política nacional insiste em girar em torno de uma pauta estéril, paralisante, marcada por radicalismos ideológicos e antinacionais”.
Numa crítica generalizada a todos, a CNA disse que “a economia não pode continuar sendo refém de narrativas políticas que alimentam extremos e paralisam decisões”. Segundo a confederação, o Brasil “precisa voltar a olhar para frente e isso exige maturidade, de todos os lados”.
Ao dizer que “o governo atual é muito culpado também”, a CNA diz que a gestão Lula deixou de assumir a liderança de uma “agenda pragmática e pacificadora”, para “reabrir feridas políticas, reforçando antagonismos e muitas vezes tratando adversários como inimigos”.
Após encontros realizados nos últimos dias entre representantes do governo, do agro e da indústria, chegou-se a um novo consenso: pedir aos EUA um adiamento de 90 dias da entrada em vigor das tarifas, previstas para 1º de agosto. O objetivo seria ganhar tempo para negociar uma solução definitiva.
Mesmo com tamanhos avanços, especialmente na área industrial e no agronegócio, o Nordeste ainda não conseguiu se livrar de ataques xenofóbicos. O mais recente veio de uma bailarina paulista, que classificou como lavagem a comida de um restaurante em Floresta, no Sertão de Itaparica. Felizmente, pagou o preço, sendo afastada do grupo musical.
Em 1993, quando lancei “O Nordeste que deu certo”, meu primeiro livro, com prefácio do então governador do Ceará, Ciro Gomes, tentei ir ao programa do Jô Soares. A obra revela um perfil inovador e desconhecido pela maioria dos brasileiros: na época, uma região que havia crescido mais do que o Japão, com taxas também acima de regiões ricas no País, como o Sul e Sudeste.
A pauta foi rejeitada. Tudo bem! Tudo bem, não fosse um gesto de preconceito estarrecedor 15 dias após o não da Globo a esse novo Nordeste: no meu lugar, aparece Jô Soares entrevistando o campeão do ranking entre os comedores de banana de um festival folclórico na Zona da Mata pernambucana. Traduzindo: para a Globo, só existe esse Nordeste, do folclore, dos desdentados e da seca.
Aliás, a seca nunca deixou de ser tema preponderante na pauta global, enquanto vamos virando a página, mostrando o Nordeste maior exportador de fruticultura do País, impulsionado por investimentos em energias renováveis, tecnologia e programas sociais, que se destaca no desenvolvimento de tecnologias para otimizar a produção das novas energias não poluentes. Em 2024, a taxa de crescimento econômico do Nordeste foi de 4,0%, superando a média nacional de 3,8%, de acordo com o Boletim Macro Regional da FGV IBRE.
Além disso, a região apresentou um crescimento de 26,7% na renda média entre 2012 e 2024, segundo a FGV Ibre. O Nordeste tem visto um crescimento notável em startups, especialmente no setor de tecnologia, impulsionado por programas de aceleração como o InovAtiva Brasil. O investimento em programas sociais, como o Luz para Todos e o Água para Todos, também tem transformado a realidade de milhões de nordestinos, combatendo a exclusão social e garantindo acesso a serviços básicos.
No último Sextou, programa musical que apresento às sextas pela Rede Nordeste de Rádio, o cantor, sanfoneiro e compositor Dudu do Acordeon disse que compôs a canção “Não fico calado não” em resposta a um ataque xenófobo ao Nordeste. Xenofobia é uma forma de discriminação que se manifesta por meio de atitudes hostis, violência, discriminação e políticas que visam excluir ou marginalizar. O termo vem do grego “xenos” (estranho) e “phobos” (medo).
Prêmio Nobel da Paz pela sua luta contra o racismo, Nelson Mandela disse que ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. “Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”, eis sua grande lição.
Racismo, preconceito e discriminação em geral é uma burrice coletiva que tem explicação: a má índole associada a falta de educação. Em 2 de outubro de 2022, Bolsonaro votou no Rio de Janeiro com o que parecia ser um coleta à prova de balas sob a camiseta. Após a apuração, culpou os nordestinos pela sua derrota e os chamou de analfabetos.
Quando um chefe de Nação faz uma menção buscando desdenhar e desrespeita de maneira preconceituosa o povo nordestino, reforça também uma perspectiva preconceituosa de parte de seu eleitorado e até mesmo dá razão a uma estratégia de manter o discurso contra os nordestinos. De alguma forma, ele retroalimenta uma forma de representação política baseada no preconceito e valida esse discurso praticamente xenófobo na sociedade brasileira.
O estereótipo do semiárido como uma região de seca – logo inóspita, geradora de miséria, de migração e de assistencialismo social – é um dos elementos presentes nas manifestações de xenofobia. A origem remete ao Brasil Império e a forte estiagem na região em 1877. Esta culminou em políticas que tratavam a seca não como um elemento natural de um bioma, mas como um mal a ser combatido.
Esse imaginário do Nordeste como região de seca, fome, retirantes, coronelismo e messianismo foi amplamente difundido pela imprensa do Sul. Esses elementos estão vivos até hoje e por isso mesmo ainda estamos vulneráveis. Quem nos ataca, ataca a si mesmo como ser humano. Não temos culpa de o Nordeste continuar estampando imorais taxas de desigualdades sociais. Se há alguém culpado, que se jogue pedras nos políticos desavergonhados.
O Nordeste é uma região de força, cultura e sabedoria. Entre o seu sol forte e o Sertão, seu maior símbolo, há um Nordeste de história e resistência. Cada pedacinho de terra carrega a história de um povo que não se entrega. Como diz Patativa do Assaré, não negamos nosso sangue nem nosso nome. Somos da luta, nunca da espera. Mais do que isso, somos a mistura perfeita da beleza, da cultura e da resistência.
Aos que não têm sensibilidade e nos atacam: aqui no Nordeste, até o vento canta. Como disse o imortal Ariano Suassuna, não troco o meu “oxente” pelo “ok” de ninguém. Quanto mais sou nordestino, mais tenho orgulho de ser. Aqui, a fé e a esperança brotam mais fortes que o mandacaru
A Mobiauto analisou os índices de valorização e desvalorização das picapes médias e grandes vendidas no Brasil no último ano e constatou que a Nissan Frontier apresentou a maior valorização média (3,31%) entre maio de 2024 e maio de 2025. Na segunda posição da pesquisa, a Ford Ranger cabine dupla apontou valorização média de 3,09% no período analisado.
A Mitsubishi L200 Triton Outdoor, na terceira posição, atingiu alta de 2,57%, em média. Na quarta colocação, a Toyota Hilux Cabine Dupla valorizou 0,42%. Modelos grandes, como a Ford F-150 (-1,85%) e a Chevrolet Silverado (-2,41%), apresentaram a menor desvalorização no período estudado. O estudo se baseou em dados de veículos novos e usados anunciados na plataforma por concessionários, lojistas e vendedores particulares.
No lado oposto do levantamento, a Toyota Hilux cabine simples aparece como a picape média que mais perdeu valor no período (-21,14%), seguida pela Mitsubishi L200 Triton Sport (-17,22%) e a Chevrolet S10 Cabine Simples (-11,05%). A pesquisa verificou a variação de preços entre maio de 2024 e maio de 2025. O preço médio na Tabela Fipe, o histórico e os dados de vendas do modelo no mercado, a quilometragem e a condição geral do veículo anunciado na Mobiauto também foram levados em consideração no estudo.
As campeãs de vendas no 1º semestre – Fiat Toro e Toyota Hilux mantiveram uma acirrada disputa pelo mercado de picapes médias no primeiro semestre de 2025. A primeira se mantém na liderança, com 23.332 mil unidades emplacadas – e participação no mercado de 18,48%; a segunda, a Toyota Hilux, teve 23.151 unidades vendidas — garantindo fatia de 18,35%. É, praticamente, um empate. No geral, o comércio de picapes médias e grandes cresceu 3,5%, registrando 126,2 mil unidades comercializadas, segundo dados da Fenabrave, a federação dos revendedores de veículos no Brasil.
Uma análise feita pelo AutoIndústria mostra que a Chevrolet Montana, que era terceira colocada em 2024, caiu para a sexta posição. A Ford Ranger subiu do quarto para o terceiro lugar. A Ram Rampage pulou do sexto para o quinto. Renault Oroch e Mitisubishi L200 ficaram na sétima e oitava colocações, respectivamente. Já entre a nona e décima-primeira posições, mudança total: a Nissan Frontier desceu um degrau, para o décimo lugar, sendo substituída pela Fiat Titano. O ranking da Fenabrave dos 11 modelos mais vendidos é complementado em 2025 pela Mitsubishi Triton, sendo que a VW Amarok e Ford Maverick não aparecem mais nessa lista.
Considerando as picapes pequenas, médias e grandes, as vendas no semestre somaram 218.026 unidades, com expansão de 7,4% sobre as 202.974 do mesmo período de 2024. O segmento das pequenas saltou de 81.073 para 91.846 unidades, com a Fiat Strada na liderança e fatia de 68%. Enquanto o segmento de picapes pequenas segue sem novidades, com apenas os modelos Fiat Strada e VW Saveiro.
Mais um chinês de luxo por aqui – A Zeekr, marca de veículos premium pertencente ao grupo Geely, também dono de ícones como Volvo, Lotus e Lynk & Co (que deve vir em 2026 com carros híbridos), acaba de anunciar o 7x. O modelo é sofisticado, seguro e recheado de tecnologia. Por exemplo: o 100% elétrico está equipado com baterias de alta densidade energética de 100kWh — e de rigorosos padrões de segurança.
São seis camadas de proteção que incluem prevenção e controle em tempo real, alerta precoce, resfriamento ativo, isolamento térmico passivo, exaustão rápida e desligamento inteligente. Esse modelo tem 646cv de potência, acelera de 0 a 100km/h em apenas 3,8s e oferece um alcance de 543 km global (423km pelo Inmetro). A pré-venda do Zeekr 7X começa neste mês de julho por meio do site oficial da marca www.zeekr.com.br/models/7x. Preço? R$ 338 mil, em promoção. Os outros dois modelos da marca vendidos por aqui custam entre R$ 298 mil e R$ 338 mil (caso do X) e R$ 495 mil e R$ 542 mil (o Zeekr 01).
O SUV foi desenvolvido em Gotemburgo, na Suécia, e tem como ponto forte altos padrões de segurança global (5 estrelas). Vem com sete airbags – com destaque para a proteção lateral que se estende até o pilar A, eliminando pontos cegos de segurança. O sistema mantém a pressão do airbag por até seis segundos após uma colisão, reduzindo danos em impactos secundários ou capotamentos.
Geely EX5 a partir de R$ 195.800 – E falar em chineses, outro produto Geely, desta vez em parceria com a Renault, também mostrou o EX5, SUV elétrico de porte médio de 4,62m e 2,75m de entre-eixos. Na pré-venda, até 30 de julho, custará (versão Pro) R$ 195.800 (após, R$ 205.800) e (versão Max) R$ 215.800 (após, R$ 225.800). Compradores de agora ganharão um carregador de 7,4 kW ou um ano de recarga gratuita via aplicativo Mobilize Charge Pass.
A lista de equipamentos de segurança é bem completa: seis airbags (frontais e de cortina), controle de tração, controle eletrônico de estabilidade, freios a disco nas quatro rodas com ABS, EBD e assistência de frenagem, assistente de descida, sistema anticapotamento e por aí vai. A direção é elétrica, os freios têm regeneração com quatro níveis e a suspensão é independente. A Max traz um pacote mais completo, com tecnologias de condução semiautônoma: piloto automático adaptativo, piloto automático inteligente, reconhecimento de placas, assistente de permanência e mudança de faixa, assistente de emergência de faixa, detector de ponto cego e alerta de frenagem para tráfego cruzado traseiro.
GWM cresce 20% no semestre – A GWM Brasil fechou o primeiro semestre de 2025 com com crescimento nas vendas muito acima da média do setor automotivo nacional. No período, registrou 15.261 veículos emplacados, um aumento de 19,9% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram vendidas 12.730 unidades. O desempenho é ainda mais relevante considerando que o mercado de veículos leves cresceu 3% (de 1,081 milhão de unidades em 2024 para 1,108 milhão neste ano).
O grande destaque do semestre foi o Haval H6, que se consolidou como o SUV híbrido mais vendido do Brasil no acumulado do ano. Foram 12.675 unidades comercializadas, com 2.497 somente em maio. Outro ponto relevante foi o desempenho do Tank 300, primeiro modelo da marca no segmento off-road. Mesmo com as entregas iniciadas apenas em meados de abril, o modelo já contabiliza 1.218 unidades vendidas no semestre.
O segundo semestre de 2025 será marcado pela inauguração da fábrica em Iracemápolis (SP) e início da produção nacional. O primeiro modelo a ser fabricado será o Haval H6, nas quatro versões já oferecidas no mercado brasileiro — o híbrido HEV2 e os híbridos plug-in PHEV19, PHEV34 e GT. A equipe de engenharia da GWM no Brasil também já está trabalhando no desenvolvimento de uma versão flex do H6, prevista para ser lançada em 2026.
GM começa a produzir o novo Tracker e promete mais novidades – O Chevrolet Tracker renovado estreia nas próximas semanas na rede Chevrolet. A marca garante evoluções relevantes em acabamento, conforto dinâmico e conectividade. Por fora, destaque para o design dianteiro todo renovado, enquanto o interior ganha painel com cockpit virtual e OnStar com novos serviços, como o Acompanhamento Seguro. O novo Tracker é fabricado em São Caetano do Sul, no interior de São Paulo, cuja fábrica (a mais longeva em atividade no Brasil) passou por uma transformação significativa, com foco em qualidade, produtividade e ergonomia. O SUV estreia com algumas evoluções.
A nova identidade frontal, segundo a GM, aprimora o efeito aerodinâmico e ressalta a presença do veículo com assinatura luminosa em dois níveis e grade, para-choque, rodas e lanternas reestilizadas. O acabamento interno está mais sofisticado, incluindo bancos com espuma de diferentes densidades e superfície acolchoada. O painel foi modernizado e agora é caracterizado por grandes telas de alta definição e as demais superfícies numa seleção de materiais bastante agradável ao toque.
Entre os equipamentos avançados estão aqueles que unem conectividade, proteção e comodidade, a exemplo do acompanhamento seguro e o myChevrolet app com funcionalidades extras, todos novos recursos do OnStar. Na prática, a Chevrolet inicia a segunda metade de 2025 com uma forte ofensiva. Em um momento histórico em que celebra seus 100 anos de atuação no Brasil, a marca apresenta simultaneamente cinco importantes lançamentos: os Onix, Onix Plus, Tracker e os inéditos Spark EUV e Captiva EV. Com isso, renova todo o seu catálogo por aqui, país onde já produziu quase 20 milhões de veículos desde sua chegada.
Toyota: o que vem por aí – A marca japonesa confirmou um dos principais lançamentos do ano: o Yaris Cross. Ele deverá chegar em outubro e, logo a seguir, na Argentina. A marca também trará o Corolla híbrido na versão GLi, a de entrada desta gama específica. O Yaris Cross, por sua vez, produzido em Sorocaba (SP), é o primeiro do ciclo de investimento de R$ 11,5 bilhões anunciado há um ano. Ele virá para substituir os modelos hatch e sedã, cuja produção foi encerrada no ano passado.
Mustang Dark Horse no Brasil – A versão de série mais potente já produzida do “muscle car” Mustang será lançada este ano no Brasil, Argentina, Chile, Peru e Colômbia. O Mustang Dark Horse é a versão de linha homologada para as ruas mais próxima de um modelo de competição. Tem motor Coyote 5.0 V8 aspirado mais potente da história (exceto a linha Shelby) e é equipado com câmbio automático de dez marchas e vários componentes desenvolvidos para as pistas.
O design é marcado por elementos escurecidos nos faróis e na grade, pelas entradas de ar no capô, aerofólio traseiro e detalhes aerodinâmicos aprimorados em túnel de vento. Ele ostenta também o primeiro logo do Mustang em que o cavalo é visto de frente, com as narinas abertas como um alazão de corrida, replicando as duas entradas de ar no capô. Desde o seu lançamento oficial em 2018, o Mustang já vendeu mais de 4.000 unidades, consagrando-se como o veículo em versão única mais vendido entre os superesportivos. Preço deve ficar próximo dos R$ 700 mil.
Carro elétrico: vale a pena para quem é motorista de aplicativo? – A transição para carros elétricos tem ganhado força como uma alternativa mais sustentável e econômica de transporte. Isso não se limita apenas aos motoristas particulares, mas também está sendo cada vez mais considerado por motoristas de aplicativos como o Uber e 99. No entanto, será que o carro elétrico vale a pena para quem trabalha como motorista de aplicativos? Quais os prós e contras de adotar um veículo elétrico para quem depende deste trabalho específico como fonte de renda? A YellotMob, startup de mobilidade elétrica com soluções para infraestrutura e recarga de veículos elétricos, nos ajuda a responder.
Custo de combustível – Um dos maiores atrativos de um carro elétrico é a economia com combustíveis. Os carros elétricos são muito mais eficientes em termos de energia, e o custo por quilômetro rodado é significativamente mais baixo do que os carros movidos a gasolina ou etanol. O gasto com eletricidade para carregar um carro elétrico pode ser até 70% mais barato do que abastecer um carro tradicional. Em entrevista, por exemplo, um motorista de carro elétrico conseguiu economizar R$ 9 mil durante 3 meses utilizando um V.E.
Menor manutenção – Carros elétricos possuem menos partes móveis do que os veículos a combustão, o que significa menor necessidade de manutenção. Não há troca de óleo, os sistemas de transmissão são mais simples e o desgaste de peças como freios e motor tende a ser menor. Isso pode significar menos visitas à oficina e, consequentemente, menos gastos com manutenção.
Isenção de impostos e benefícios governamentais – Em muitos estados, motoristas de carros elétricos podem se beneficiar de isenções fiscais, como redução de IPVA ou descontos em pedágios. Esses benefícios podem representar uma economia considerável no custo anual do veículo. Além disso, em algumas cidades, há incentivos para o uso de carros elétricos, como a isenção de taxas de estacionamento ou a permissão para usar faixas exclusivas para veículos de alta ocupação ou faixas de ônibus, o que pode otimizar a rotina de um motorista de aplicativo.
Menor impacto ambiental – O carro elétrico é uma escolha mais ecológica. Ele não emite poluentes diretamente, o que contribui para a redução da emissão de gases de efeito estufa e melhora a qualidade do ar, especialmente em áreas urbanas, onde a poluição veicular é uma das principais fontes de contaminação.
Incentivos das plataformas – A Uber tem incentivado o uso de carros elétricos oferecendo benefícios específicos para motoristas que escolhem essa opção, como tarifas preferenciais ou bônus adicionais. Em algumas cidades, a empresa até oferece parcerias com empresas de aluguel de veículos elétricos, facilitando o acesso a essa tecnologia. A Z-EV é um aplicativo de mobilidade com atendimento personalizado e suporte premium para passageiros e motoristas, se destacando por oferecer uma frota exclusiva. Além disso, contém parcerias estratégicas e benefícios especiais, desde condições diferenciadas em postos de recarga e manutenção até promoções exclusivas para usuários e tecnologia de ponta.
Principais desafios
Custo inicial mais alto – Um dos principais desafios de adotar um carro elétrico para trabalhar é o preço de compra. Há carros elétricos com preços mais acessíveis, porém seu valor continua mais alto do que os convencionais. Isso pode representar um investimento inicial significativo, o que pode ser um obstáculo para motoristas que não possuem uma grande reserva de capital ou um bom crédito.
Tempo de recarga – Ao contrário de abastecer um carro a gasolina, o processo de carregar um veículo elétrico pode levar algumas horas, dependendo do tipo de carregador utilizado. Em situações de alta demanda, como durante períodos de pico, é necessário planejamento prévio para manter o carro elétrico sempre carregado.
Limitações no mercado – Em algumas regiões, a oferta de carros elétricos acessíveis ainda é limitada, e a variedade de modelos pode ser mais restrita do que no mercado de carros a combustão. Dependendo da cidade ou país, pode não haver muitas opções de veículos elétricos no mercado de usados, o que pode dificultar a compra de um modelo adequado e mais barato.
Conclusão – Afinal, vale a pena ter um carro elétrico para trabalhar como motorista de aplicativo? Vale. Se o motorista tiver acesso a incentivos financeiros e uma infraestrutura de carregamento adequada, o carro elétrico pode representar uma excelente opção para reduzir custos operacionais e melhorar a sustentabilidade do trabalho. economia com combustível e manutenção pode ser significativa no longo prazo, mas o investimento inicial e as questões relacionadas à autonomia e tempo de recarga ainda representam desafios.
Motoristas que trabalham em grandes cidades com boa infraestrutura de recarga e que fazem corridas de longa distância podem achar que o carro elétrico é uma escolha rentável. Por outro lado, motoristas em áreas com menos estações de carregamento ou que dependem de veículos para fazer muitas corridas por dia precisam ter um planejamento para realizar o carregamento em casa durante a noite, por exemplo. No final, a decisão de adotar um carro elétrico para trabalhar como motorista de aplicativo envolve uma análise cuidadosa das condições locais, do modelo de veículo escolhido e das necessidades pessoais do motorista. Se os benefícios superarem os custos e desafios, o carro elétrico pode ser uma excelente alternativa para o trabalho, tanto em termos de economia quanto de sustentabilidade.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
Um barco com turistas virou durante uma tempestade no Vietnã neste sábado (19). Segundo a BBC, 38 pessoas morreram e outras 14 estão desaparecidas.
O acidente ocorreu durante visita à região turística de Ha Long Bay, no norte do país. A bordo do The Wonder Sea estavam 48 passageiros e cinco tripulantes, segundo a agência AP.
A maioria dos turistas são de Hanói, capital do Vietnã. Entre eles, 20 crianças, segundo a AP. De acordo com autoridades locais, o barco virou devido a fortes ventos que atingiram a região repentinamente.
Dentre os sobreviventes está um adolescente de 14 anos. Ele foi resgatado após ficar quatro horas preso ao casco do barco. As buscas seguem na região.
Nas estradas do interior pernambucano desde a última quinta-feira (17), o prefeito do Recife e potencial candidato ao governo do estado em 2026, João Campos, recebeu neste sábado (19) o Título de Cidadão de Petrolândia, no Sertão de Itaparica.
Homenagem semelhante será feita em breve por Câmaras de Vereadores de outras cidades. A proposta já foi aprovada em, pelo menos, quatro municípios: Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes e Olinda, na Região Metropolitana, e Garanhuns, no Agreste. Há também proposições sendo discutida em Afogados da Ingazeira, no Sertão, e em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata.
“Nunca vi ninguém ganhar eleição porque recebeu título de cidadão em algum lugar. Isso é mais troca de confete. Na realidade, entendo que para você receber um título de cidadão de qualquer lugar, você tem que ter identificação com o local. Tem pessoas que recebem título de cidadão de uma cidade, sem nunca ter estado lá. Então, tem critério. Quais critérios são adotados? Existe uma banalização no critério de cidadão”, considera o professor e cientista político Hely Ferreira.
Religação
Não é o caso do prefeito João Campos. Nenhuma das cidades lhe é estranha. Embora administre o Recife desde 2021, João Campos participou ativamente das últimas campanhas eleitorais em Olinda e Jaboatão, por exemplo, ou tem fortes aliados nas regiões, como em Garanhuns e Afogados.
Além disso, o prefeito do Recife exerceu dois anos de mandato como deputado federal. Eleito em 2018, com 460.387 votos (10,63% dos votos válidos proporcionais), teve a maior votação para o cargo na história de Pernambuco. Deixou a Câmara para disputar a eleição majoritária. Receber homenagens será uma oportunidade de visitar a cidade, reatando os laços com territórios já conhecidos.
Compromissos
O professor Hely Ferreira não acredita que a reverência aumente a responsabilidade com os eleitores e lembra que o compromisso político deve se sobrepor a qualquer honraria.
“O homem público deve pautar sua conduta em compromissos, independentemente do reconhecimento ou da honra que possa receber em determinado lugar. Sua atuação exige uma visão ampla e abrangente, que transcende o título de cidadão”, constata, sem descartar a importância. “Embora possua relevância para a trajetória individual, o homem público deve orientar suas ações considerando o contexto geral, sem se ater à obtenção de condecorações ou títulos”, enfatiza.
Petrolândia
A proposta de Título de Cidadão Petrolandense para João Campos foi apresentada em 12 de março pelo Corpo Deliberativo da Câmara local, presidida pelo vereador Erinaldo Alencar Fernandes, conhecido como Dedé de França (PSD). Dez dos 13 parlamentares votaram a favor da proposta, no dia 23 de abril.
A cerimônia ocorreu na manhã de hoje, no Projeto Apolônio Sales, na zona rural de Petrolândia. O projeto foi criado para reassentar famílias impactadas pela construção da Barragem de Itaparica, entre os anos de 1981 e 1988. Elas vivem da agricultura irrigada e moram nos próprios lotes. Após a solenidade, o novo cidadão petrolandense almoça com o prefeito Fabiano Marques (Republicanos) e líderes locais.
As obras de reconstrução da ponte sobre o Rio Paripe, na Ilha de Itamaracá, começam nesta segunda-feira (21), segundo anúncio do deputado estadual Antônio Moraes. A estrutura de madeira, que fazia parte da histórica Trilha dos Holandeses e ligava o povoado de Vila Velha ao Forte Orange, havia desmoronado por falta de manutenção. Após entraves com o Iphan, o projeto finalmente foi liberado, com investimento de R$ 1,3 milhão do Governo de Pernambuco. “Conseguimos a liberação junto à Superintendência do Iphan em Pernambuco”, afirmou Moraes, agradecendo à governadora Raquel Lyra e destacando o impacto positivo na mobilidade e no turismo local.
Além da ponte, o deputado também mencionou outras obras em curso na ilha, como a recuperação das rodovias PE 001 e PE 035, dentro do programa PE na Estrada, com investimentos que somam R$ 35 milhões. Moraes ressaltou que essas iniciativas visam impulsionar o desenvolvimento econômico e turístico de Itamaracá. Tombada pelo Governo do Estado, a área de Vila Velha, que integra diversos povoados e sítios arqueológicos, é protegida por legislação específica e está inserida na Área de Proteção Ambiental de Santa Cruz.
Na quinta-feira (17), o vereador Wallace Mariano (Republicanos) protocolou uma denúncia no Ministério Público de Pernambuco contra a Prefeitura de Betânia. A representação apontava o uso irregular de uma caçamba pertencente ao patrimônio público, que estaria sendo utilizada por uma empresa privada para fins particulares, sem autorização ou contrapartida legal.
Segundo Wallace (atualmente o único vereador de oposição), o caso representa desvio de finalidade e configura prejuízo ao erário. A denúncia pedia providências para garantir que os bens públicos fossem usados exclusivamente em benefício da população. A resposta foi rápida: já na tarde de ontem, o veículo reapareceu na garagem da Prefeitura.
A aprovação do projeto de lei que desmonta o licenciamento ambiental no Brasil (PL 2.159/2021) criou uma armadilha para o governo Lula: se vetar apenas parcialmente, como cogitado nos bastidores, o presidente corre o risco de mostrar ao país (e ao mundo) uma postura dúbia na defesa do meio ambiente, ao contrário do que prometera antes de retornar ao Palácio do Planalto.
O “PL da Devastação” fragiliza enormemente a proteção ambiental ao autorizar a concessão de licenças por simples autodeclaração, retirando poderes do Ibama, da Funai e do ICMBio, para que o processo de licenciamento se sujeite a critérios fixados por entes federativos com histórico de conivência com a destruição.
A proposição transfere o ônus ambiental ao Estado e o lucro ao empreendedor – e ainda exclui a mineração do crivo do Conama, como se as tragédias de Mariana e Brumadinho fossem irrelevantes.
A comunidade científica, os povos indígenas e as organizações ambientais foram unânimes em alertar para os riscos do texto. A ministra Marina Silva classificou a votação como um “dia de luto”.
Lula foi eleito sob a promessa de reverter o desmonte ambiental deixado por Bolsonaro. Se titubear na hora de usar a caneta, estará sugerindo que a preservação pode ser sacrificada em nome de acomodações políticas.
Neste momento, portanto, o que se espera de Lula é clareza: ou se opõe frontalmente ao retrocesso ou se torna partícipe dele. De que forma o presidente vai se portar no melhor momento de sua terceira gestão à frente do Executivo? A questão paira no ar em Brasília.