Preço dos carros usados bate recorde
O ticket médio de venda dos carros usados no Brasil atingiu, em setembro, o valor de R$ 83.273, superou o valor registrado em junho (R$ 81.908) e alcançou o recorde no ano. Os dados são do Estudo Megadealer de Performance de Veículos Usados powered by Auto Avaliar (PVU). Apesar do recuo na margem bruta, que voltou a 10,7% após atingir seu melhor resultado em agosto (11,2%), e no retorno sobre o investimento (ROI) médio das concessionárias (72%), o giro de estoque voltou à sua menor média registrada nos últimos anos, 34 dias, o que indica uma procura aquecida por parte dos consumidores. “Observamos um cenário de alta constante do mercado de usados. Quando consideramos o atual momento da economia do país, ainda em recuperação e com previsões de aumento de juros, esses números são bastante representativos”, avalia Fábio Braga, Country Manager da MegaDealer.
De acordo com a Fenabrave, a federação dos distribuidores, em setembro foram comercializados 1,026 milhão de carros e comerciais leves usados, um crescimento de 13,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. Por região do país, destaque para o Norte e Nordeste, que apresentaram giro de estoque mais rápidos, 31 e 28 dias, respectivamente, e maior ROI no caso do Norte (11%, juntamente com a região Sudeste).
Os mais rentáveis – O Toyota Yaris Sedan ocupou o topo do ranking dos carros usados mais rentáveis. No mês de setembro, o modelo permaneceu em média apenas 36 dias no estoque das concessionárias, um pouco acima da média geral, porém foi comercializado por um valor de R$ 90 mil, com ótima margem bruta de 11,4%. Em agosto, o Toyota Yaris Sedan já havia ocupado a terceira opção no ranking. Na segunda posição ficou o Honda City Hatch, com preço médio de R$ 111 mil, margem bruta de 10,3% e giro de estoque médio em 33 dias. Também da Toyota, o Corolla se manteve no Top 3, após ocupar a segunda posição do ranking de rentabilidade de agosto. Desta vez o modelo apresentou margem bruta de 9,6%, preço médio de 134 mil e, isoladamente, o menor giro de estoque do mês: 32 dias. A amostra do estudo engloba 2.788 concessionárias de 23 diferentes marcas conectadas na plataforma Auto Avaliar.
Mercado de caminhões – As vendas do segmento específico de caminhões novos no Brasil apresentou crescimento expressivo em 2024, com um aumento de 15,53% entre janeiro e agosto, segundo a Fenabrave, a federação nacional dos revendedores. Nesse período, foram comercializadas 77.828 unidades, em contraste com 67.368 vendidas em 2023. Somente no mês de agosto deste ano foram vendidos 11.303 caminhões – um salto de 26,38% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse desempenho positivo tem sido impulsionado, em grande parte, pelo agronegócio, que exportou US$ 14,14 bilhões também em agosto, com destaque para o complexo da soja, carnes, e o mercado sucroalcooleiro e da indústria, setores que continuam a se expandir e aumentar a necessidade por veículos de carga. Tais resultados indicam uma tendência de melhoria para o setor agrícola, o que reforça a importância da indústria de caminhões no suporte às cadeias produtivas do país, principalmente para o escoamento eficiente dessas commodities. Atento ao aumento na procura por caminhões, o consórcio de veículos pesados tem ganhado relevância no mercado. Dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) mostram que mais de 38 mil contemplações, exclusivas de caminhões, foram realizadas nos primeiros oito meses de 2024, representando 32,9% das vendas totais de veículos pesados no mercado interno e atingindo 115,98 mil unidades.
Novo 2008 elétrico custa R$ 270 mil – O novo SUV compacto e-2008 da Peugeot acaba de ser lançado oficialmente no Brasil por R$ 269.990. Além do visual reestilizado, vem com mais equipamentos e, principalmente, bateria de maior capacidade de autonomia. O motor elétrico agora é de 158cv, com torque de 26,5kgfm. O modelo acelera de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos, com velocidade máxima limitada eletronicamente a 150 km/h. O conjunto é alimentado por um (também novo) conjunto de baterias de 54 kWh de capacidade. Com isso, segundo dados do Inmetro, a autonomia agora chega a 261km.
Mini Cooper S de 4 portas – A montadora britânica Mini lançou no Brasil o novo Cooper S com carroceria 4 portas. São duas versões: a Exclusive (R$ 250 mil) e a Top (R$ 280 mil). O modelo mudou tanto por fora quanto por dentro, mas resgata alguns detalhes da versão original dos anos 60. Tem entre-eixos 7,2cm maior e 16cm a mais no comprimento em relação ao de duas portas, com o porta-malas também ficando mais espaçoso. Por dentro, destaque para a nova central multimídia de 9,44″ (claro que com formato redondo, garantindo o característico layout dos antigos Mini). As duas versões têm motor 2.0 turbo de 204cv e 30,0kgfm. O câmbio é automatizado de dupla embreagem e 7 marchas. O Mini Cooper S vai de 0 a 100 km/h em 6,6 segundos e chega aos 240 km/h de velocidade máxima.
GM lança serviço por assinatura – A General Motors também entrou, com a Fleet, no mercado de carros por assinatura. Praticamente todos os modelos Chevrolet estão disponíveis, do compacto Onix aos novos elétricos Blazer e Equinox, com planos de 12, 24 ou 36 meses e 1.000 a 3.000 quilômetros por mês. Os assinantes também não se preocupam com despesas com documentação, IPVA, seguro, manutenção programada, carro reserva e assistência 24 horas. Preços? No caso dos elétricos, por exemplo, variam de R$ 13.299 mensais para a Blazer a R$ 11.649 para a Equinox. Um Onix hatch LT 1.0, com transmissão manual e plano de 36 meses, com franquia mensal de 1.000km, custa R$ 1.877/mês
Nova picape Hunter – A JAC Motors acaba de anunciar o lançamento da picape Hunter para o consumidor brasileiro. Ele vem em versão única (HD 4×4 AT), como motor turbodiesel, tração nas 4 rodas e transmissão automática de oito marchas. Mede 5.330m de comprimento, 1.965m de largura e 1.920m de altura, com entre-eixos de 3.110m. A capacidade de carga útil é invejável: são 1.400kg. Como tem sido frequente no segmento automotivo, o lançamento vem com ‘preço promocional’: a picape custa R$ 260 mil, mas os primeiros compradores pagarão R$ 240 mil, com condições ‘mais especiais’ ainda a venda direta ao produtor rural. Agora, a JAC inventou um negócio interessante: levar o modelo até a casa do cliente, para que ele possa conhecê-lo. É uma espécie de test drive delivery. Isso vale para pelo menos 100 cidades. Ela usa um 2.0 turbodiesel capaz de entregar 191cv de potência e 46,9kgfm de torque. A tração tem opções 4×2 (traseira), 4×4 High (integral) e 4×4 Low (reduzida), com quatro modos de condução: normal, sport, econômico e lama.
Toro: 550 mil unidades – E por falar em picape, vale lembrar que a Toro, da Fiat, chegou ao mercado brasileiro em fevereiro de 2016 e, desde então, se destacou, liderou e criou até concorrentes – e que, este mês, alcançou a produção de 550 mil. Toda montagem é concentrada na fábrica de Goiana (PE) ao lado dos modelos da Jeep (Renegade, Compass e Commander) e da prima RAM Rampage. A picape tem como bom diferencial a capacidade para levar até 937 litros e carregar até 1 tonelada (carga total, incluindo passageiros).
Motorista ou cobrador? – Um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados proíbe o acúmulo de cargos de motorista de ônibus e de cobrador. A proposta estabelece pena de detenção de seis meses e multa para os proprietários de empresa que exigirem ou permitirem esta prática. A iniciativa é da suplente de deputada Loreny (Solidariedade-SP) – atualmente fora do exercício do mandato – apoiada pelos deputados Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) e Luiz Carlos Motta (PL-SP). Loreny afirma que o acúmulo das funções de motorista e de cobrador nos transportes coletivos coloca em risco a segurança de passageiros, motoristas e pedestres, além de submeter os trabalhadores a condições degradantes. “A principal função do motorista é conduzir o veículo com total atenção e responsabilidade”, diz a autora. “Ao acumular funções, o motorista se vê obrigado a desviar a atenção da direção, e a distração aumenta significativamente o risco de acidentes”, acrescenta.
Preço dos combustíveis no NE cai – Análise mais recente do índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), levantamento que consolida o comportamento de preços das transações nos postos de abastecimento, revela que o preço médio do litro da gasolina foi comercializado a R$ 6,35 no Nordeste na primeira quinzena de outubro. Isso significa uma redução de 0,31% ante ao consolidado de setembro. Os preços médios do etanol e do diesel S-10 também caíram nos postos de abastecimento nordestinos, sendo encontrados a R$ 4,73 (-1,46%) e R$ 6,19 (-0,16%). Em contrapartida, o diesel comum, vendido, em média a R$ 6,17, apresentou acréscimo de 0,49%. Com exceção do diesel comum, o preço dos combustíveis repassado aos motoristas da região diminuiu. O recuo de 1,46% no valor do litro do etanol foi o maior em todo o país e Pernambuco ficou entre os estados brasileiros com a maior queda no preço do biocombustível, de 4,62%. Outros estados também apresentaram baixas significativas, como Sergipe, com a maior queda no preço do diesel comum, de 2%, e o Piauí, que apresentou a maior redução no preço da gasolina de 1,87%. “Diante desse cenário, mesmo com recuo importante, o etanol só foi considerado financeiramente mais interessante na Bahia e na Paraíba”, comenta Douglas Pina, Diretor-Geral de Mobilidade da Edenred Brasil.
Cabos de ignição: quando substituir – Esses componentes são essenciais para conectar a bobina às velas de ignição, conduzindo através da alta tensão que pode chegar próximo dos 45 mil volts, a corrente elétrica necessária para o funcionamento do motor. Quando apresentam defeitos, podem comprometer essa condução e causar problemas no motor e aumento de consumo de combustível. Para ajudar motoristas a identificar o momento de trocar os cabos de ignição, a NGK, marca da Niterra especializada em componentes para sistemas de ignição, lista cinco sinais de desgaste:
1 – Dificuldade na partida: se o veículo apresenta problemas ao ligar, isso pode indicar falhas nos cabos de ignição, que não estão conduzindo a corrente elétrica de forma eficiente.
2 – Marcha lenta irregular: pode refletir diretamente na eficiência do motor, sugerindo possíveis falhas nos cabos e sistema de ignição.
3 – Falhas na aceleração e retomada de velocidade: cabos danificados podem causar falhas durante a aceleração e na retomada de velocidade, afetando a performance do veículo.
4 – Aumento do consumo de combustível: problemas na condução da corrente elétrica podem levar a uma combustão ineficiente, resultando em maior consumo de combustível.
5 – Aumento nas emissões de gases poluentes: cabos de ignição defeituosos podem prejudicar a queima do combustível, elevando as emissões de gases poluentes e impactando o meio ambiente.
Testes e inspeções – Além dos sinais mencionados, inspeções regulares podem auxiliar na manutenção preventiva. Uma análise visual dos cabos é um bom ponto de partida. O mecânico deve verificar sinais de oxidação, fuga de corrente elétrica, ressecamento ou danos causados por agentes químicos. A medição da resistência elétrica com um multímetro é útil para identificar problemas nos cabos. Outros testes, como a avaliação da isolação elétrica e a medição da tensão do secundário do sistema de ignição, requerem equipamentos específicos. “Os cabos de ignição têm uma vida útil estimada de três anos ou 70.000 km, o que ocorrer primeiro. Portanto, é essencial realizar a manutenção preventiva regular do sistema de ignição”, afirma Hiromori Mori, consultor de assistência técnica da Niterra. “Cada motor possui uma ordem de ignição específica, que não deve ser alterada. Por isso, a substituição dos cabos deve ser feita por um mecânico de confiança, para garantir que a ordem de ignição e o funcionamento do motor sejam mantidos corretamente.”
Prevenção de desgastes – Para prevenir o desgaste dos cabos de ignição, a NGK recomenda testes de isolação elétrica para identificar possíveis comprometimentos, medição da resistência elétrica dos cabos, já que uma alta resistência dificulta a passagem da corrente, e verificação de sinais de flash-over, que são marcas visíveis e indicam passagem indesejada de corrente elétrica entre os cabos e as velas. Também é importante avaliar a integridade da borracha dos terminais, pois ressecamento ou flacidez comprometem a isolação, enquanto fios rígidos indicam deterioração dos cabos.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico
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