Prefeito aprovado, prefeito reeleito
As pesquisas de intenção de voto do Instituto Opinião, de Campina Grande (PB), em parceria com este blog, têm, em alguns casos, confirmado o que estamos caducos de saber: prefeito com altos índices de aprovação pavimentam sem dificuldades a reeleição. É o caso de Vinícius Labanca (PSB), de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife.
Segundo o levantamento do Opinião, postado ontem neste blog, Vinicius atinge a impressionante marca de 79,5% da preferência do eleitorado, enquanto seu adversário, o ex-prefeito Jairo Pereira (PSDB), pontua apenas 7,3%, uma diferença de 72,2 pontos. Se esses números forem confirmados nas urnas, o prefeito de São Lourenço dará a maior surra eleitoral no velho rival da família, também derrotado lá atrás por Ettore Labanca, pai de Vinícius.
Leia maisAs chances de Vinicius também ser confirmado campeão de votos no Estado são amplas. Disputa com o prefeito do Recife, João Campos, também do PSB, que tem 80% dos votos válidos segundo pesquisa do Datafolha. Vinicius e João não são os únicos que vêm pintando bons votos. Em Vitória de Santo Antão, a 49 km do Recife, o prefeito Paulo Roberto (MDB) tem quase 70% das intenções de voto, exatos 68,8%.
Seu principal adversário, o deputado Victor Aglailson (PSB), aparece bem distante, com 14,8%, uma diferença de 54 pontos. Em João Alfredo, o prefeito Zé Martins (PSB) aparece, igualmente, numa posição bastante confortável. Segundo levantamento do Opinião, 66,9% dos eleitores do município querem a sua reeleição, uma diferença de 46 pontos para Vânia de Oim (Podemos), que aparece com apenas 20,3%.
Márcia Conrado (PT), prefeita de Serra Talhada, também está na lista dos gestores que disputam à reeleição com votações expressivas. A petista aparece com 59,5% das intenções de voto na pesquisa Opinião, enquanto Miguel Duque (Podemos), seu principal adversário, tem apenas 22,8%, uma frente de 37 pontos. A terra de Lampião, segundo maior colégio eleitoral do Sertão, era apontada como uma eleição bastante disputada, cenário não confirmado no levantamento postado sexta-feira passada.
Por fim, em Ibimirim, no Sertão do Moxotó, a 340 km do Recife, o prefeito Welliton Siqueira (PSDB) revela outro fenômeno. Segundo pesquisa do Opinião no início de agosto, o tucano lidera com 72,7%, uma frente de 50 pontos em Charles do Paulistão (UB), que aparece com 17,5%.
Nordeste tem a maioria – Nas capitais, além de João Campos, no Recife, exemplos de que boa gestão garante reeleição se explicam no Rio de Janeiro, com Eduardo Paes (PSD), em Salvador, com Bruno Reis (UB), e em Maceió, com João Henrique Caldas, o JHC (PL), e em João Pessoa, com Cícero Lucena. Ainda no Nordeste, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), aparece com 55% das intenções de voto. No Norte, o prefeito de Macapá, Furlan (MDB), também deve ser reeleito no primeiro turno.
Limoeiro no caminho certo – Prefeito igualmente em sintonia com a população do seu município é Orlando Jorge (Podemos), de Limoeiro, mas sem pesquisa ainda de intenção de voto. Pelo levantamento de gestão, fechando seu terceiro ano, em dezembro passado, aparecia com mais de 80% de aprovação. Deve ter, igualmente, uma reeleição em céu de brigadeiro. Jorge é ligado ao grupo do ex-deputado Ricardo Teobaldo, considerado um dos melhores prefeitos da terra do Coronel Chico Heráclio, mas hoje dedicado apenas às suas empresas.
União contra Motta – Os deputados Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antônio Brito (PSD-BA) conversaram, ontem, por telefone, sobre a aliança partidária feita na disputa para a presidência da Câmara em 2025. O entendimento dos líderes é de que “sobreviveram” nesta semana à jogada de Marcos Pereira, presidente do Republicanos, de sair do embate para alavancar a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB), e agora precisam elaborar os cenários a partir da conjuntura dos próximos dias. Esperam que uma ala do governo recue em relação ao aval sobre o líder do Republicanos por causa da aproximação do deputado com Eduardo Cunha.
Terceira candidatura – Em caso de estagnação no cenário, PSD e União Brasil buscam formas de trazer o MDB para o mesmo barco, ainda que o partido já tenha sinalizado que pende para a construção da candidatura de Hugo Motta. Para isso, não é descartada a possibilidade de o líder da sigla na Câmara, Isnaldo Bulhões Jr (MDB-AL), encabeçar a ofensiva e lançar candidatura. Este cenário é o pior para Lira, que vetou o nome de Isnaldo por serem de grupos políticos rivais em Alagoas.
Lula respalda Xandão – O ministro Alexandre de Moraes, o mais polêmico do STF, relator de todos os processos do 8 de janeiro, foi o convidado especial do presidente Lula no desfile cívico em Brasília, sábado passado. Outros ministros da corte também estavam presentes, entre eles Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin e Gilmar Mendes. A presença deles no evento, especialmente de Xandão, foi interpretada como uma forma de o governo dar respaldo institucional e político ao ministro quando a oposição endurece os movimentos para tirá-lo do cargo.
CURTAS
CASQUINHA – Quem foi tirar uma casquinha no ato da Paulista foi o ex-coach Pablo Marçal. Chegou de viagem, tentou pular no palanque de Jair Bolsonaro com o ato já encerrado e foi impedido pelo organizador do evento, pastor Silas Malafaia, indignado. Mas o prefeito Ricardo Nunes, embolado com Marçal no segundo lugar nas pesquisas para a Prefeitura, marcou presença.
VISITA ESTRANHA – Em Brasília, duas ausências deram o que falar no desfile cívico. A principal foi a da primeira-dama Janja, que, em vez de desfilar no Rolls Royce com o presidente, viajou, a convite, para o Catar, uma monarquia absoluta onde as mulheres são obrigadas a fazer sexo com seus “guardiões” (maridos) e não podem dar um passo sem autorização deles.
CHURRASCO – Segundo a colunista Roseann Kennedy, do Estadão, a manifestação bolsonarista em São Paulo virou tema de piadas no churrasco que Lula ofereceu aos ministros do STF após o desfile cívico. “Alexandre, já, já, começam as suas homenagens”, ironizou um ministro de Estado, arrancando risos dos presentes. Moraes estava de bom humor e, segundo relatos, em nenhum momento demonstrou preocupação com o ato que pedia seu impeachment.
Perguntar não ofende: Lula virou o maior aliado de Xandão ameaçado de impeachment?
Leia menos