Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog
No segundo dia oficial de campanha, neste sábado (17), o prefeito do Recife e candidato à reeleição pelo PSB, João Campos, escondeu a agenda da imprensa e fez ato com apoiadores sem que os jornalistas tivessem o direito de cobrir.
Em nota enviada à imprensa após o evento, o próprio João Campos afirma que “em um grande ato no Clube Internacional reuniu milhares de voluntários para apontar diretrizes e fortalecer a mobilização.” A nota ainda diz que o ato contou com a participação de dirigentes partidários, parlamentares, candidatas e candidatos à Câmara Municipal.
Leia maisJoão Campos fez discurso, levou o candidato a vice, Victor Marques (PCdoB), promoveu adesivaço, distribuiu material de campanha e tudo mais. Só faltou deixar a imprensa cobrir, algo que deveria ser rotina num país livre e democrático.
Vale ressaltar que como prefeito, João já usa esse tipo de tentativa de ações secretas no seu dia a dia. Faz diversas agendas durante sua rotina, vai nas comunidades, inaugura obras e não avisa a ninguém, mesmo sendo um funcionário público pago com dinheiro do povo.
Quando chega à noite, manda release para que a imprensa publique do jeito dele, com o texto da assessoria dele, de goela abaixo.
Sempre achei essa estratégia um absurdo. Mas jamais imaginei que durante a campanha, ela iria se repetir. Se continuar assim, vai gerar antipatia da imprensa. Segundo dia e já escondeu um ato grande? Por qual razão?
Essa postura é, inclusive, incoerente com o discurso de João Campos e do PSB, de respeito à democracia e liberdade de imprensa. Como apoiar a imprensa livre escondendo sua agenda dela? Como prefeito isso é péssimo, para dizer o mínimo. Beira o autoritarismo. Como candidato, parece acreditar que já está com as eleições ganhas. Salto alto nunca foi e nem será bom conselheiro na vida pública.
Tudo tão diferente de Eduardo Campos, que valorizava a opinião dos jornalistas, fazia questão de conversar com eles, ouvi-los, passar offs e on (termos usados no meio para informações de bastidores e abertas). Entrevistei Eduardo algumas vezes e diversos outros políticos e posso afirmar, depois de 20 anos de jornalismo, que é desrespeitoso esse formato de comunicação de João Campos com o jornalismo profissional.
É bom lembrar, ainda, que se João Campos pretende ser uma liderança nacional, como aposta o PSB, já está mais do que na hora de ser melhor preparado por sua equipe e aprender a conversar com os repórteres.
Leia menos



















