Se vivo, Marco Maciel faria hoje 84 anos. Morreu em 2021, aos 80 anos, vítima das consequências provocadas pelo Mal de Alzheimer. Sou autor do livro “O Estilo Marco Maciel”, pela editora CRV, de Curitiba, com prefácio do ex-senador Jorge Bornhausen, também ex-governador de Santa Catarina, um dos seus melhores amigos. A obra já está na sua décima edição.
O sucesso não é do autor. É o despertar do brasileiro para conhecer um homem público acima do seu tempo, sério e honrado. Marco exerceu todos os cargos que um homem público sonha: deputado estadual, deputado federal, governador de Pernambuco, senador da República, ministro da Educação e Casa Civil, vice-presidente da República de FHC por oito anos, presidente-interino da República por 87 vezes.
Leia maisEm 40 anos de vida pública, nunca teve seu nome envolvido em nenhum escândalo. Um político de mãos limpas, Ficha Limpa, para se adequar aos tempos de vergonha da sociedade dos seus representantes. Morreu pobre, sem patrimônio. Um único imóvel de sua propriedade, em Boa Viagem, teve que se desfazer para comprar um lar para morar em Brasília.
Tudo depois de perder a reeleição para o Senado em 2010, a única derrota em quatro décadas enfrentando as urnas. Depois do infortúnio eleitoral, enfrentou o Mal de Alzheimer por dez anos. No meu livro, a viúva Ana Maria Maciel faz um relato exclusivo e emocionante sobre esse período triste da vida do marido afastado do cenário nacional.
Triste doença, meu Deus! Foram dez horas de depoimento que nunca vão apagar da minha memória. Mulher forte, altiva e resistente às intempéries, Ana foi uma super cuidadora do marido. Fez o que estava ao seu alcance, ao lado das filhas Gisela e Cristiana e do filho João Maurício, todos advogados, como o pai.
Discreta, Ana Maria nunca usou sequer carro oficial. Andava de táxi em Brasília como funcionária da Sudene. Os três filhos de Marco Maciel nunca usufruíram do poder do pai para ocupar um cargo público. São todos concursados, uma lição de vida dada pelo pai, criterioso, zeloso com a coisa pública, como deveria ser todo político, todo homem público.
Sou autor de 12 livros, das mais variadas temáticas. A de Maciel, é a única biografia de um político que escrevi, porque já o conhecia desde quando ingressei no jornalismo, em meados dos anos 80. E assim decidi deixar para as próximas gerações as lições de um político incorruptível, de elevado espírito público, que fez muito pelo País, e muito mais pelo seu Pernambuco, sua paixão avassaladora.
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