Quem passou nos últimos meses pelas imediações do Cais de Santa Rita, no bairro de São José, Centro do Recife, percebeu a construção do Novotel Recife Marina. O ponto, que chega com a expectativa de movimentar o turismo local, será inaugurado na próxima segunda-feira (1°). As informações são da Folha de Pernambuco.
Para a inauguração, o Novotel convida autoridades e lideranças locais para o espaço, onde vai haver uma celebração com coquetel e queima de fogos, a partir das 16h. Já a operação do local começa a partir do dia 29 de julho.
“Acreditamos que haverá um impacto significativo na economia local, gerando empregos, atraindo investimentos e fomentando o turismo, marcando assim um novo capítulo na história da cidade”, explicou o sócio investidor do Novotel, Romero Maranhão Filho.
O Novotel Recife Marina, operado pela gestora hoteleira ATRIO Hotel Management, terá 300 apartamentos, incluindo 20 suítes, e será classificado como quatro estrelas.
Com inclinação de 59 graus, a estrutura do Novotel deverá conta com esquadrias e revestimentos de vidro importados. O ponto também dispõe de cinco pavimentos ao todo, dos quais quatro são de apartamentos. No comprimento, a edificação vertical corresponde a 48 andares.
Quando estiver em pleno funcionamento, o hotel oferecerá uma gama de serviços com academia, spa, piscina, bar, três restaurantes, além de um rooftop com vista para o Centro da cidade.
A marina tem espaço para até 200 embarcações. O acesso deverá ser facilitado, independente do nível da maré, a partir de uma estrutura formada por píeres flutuantes que utiliza alumínio e madeira sintética.
Até então considerada letra morta, a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro está por um fio para entrar na pauta do Congresso e ser aprovada. Até o presidente Lula (PT) já admitiu que as forças de centro direita não podem ser subestimadas, sob o risco de aprovarem a proposta que perdoaria todos os baderneiros e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O cenário pró anistia mudou de configuração com as articulações promovidas nos últimos dias pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, atualmente filiado ao Republicanos, mas assediado para o PL, com anuência dos seus líderes para entrar na disputa presidencial em 2026.
Até então discreto quanto à corrida presidencial, Tarcísio entrou numa jogada do tudo ou nada para conquistar o apoio do ex-presidente Bolsonaro e dos seus filhos, que andavam arredios com ele. Na liderança do movimento para votar a anistia, Tarcísio restabelece a confiança do clã Bolsonaro.
Aprovada, Bolsonaro restaura seus direitos políticos e pode ser candidato em 2026. Mas Tarcísio aposta que ele não entraria na disputa, por vários motivos, e assumiria com ele o compromisso de apoio velado no enfrentamento à candidatura de Lula, que está disposto a tentar um novo mandato nas eleições do ano que vem.
Apesar de toda movimentação, o avanço da medida é considerado inviável por especialistas pelas resistências no próprio Parlamento e pela chance quase certa de o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubá-la em caso de aprovação.
Tarcísio participou de encontros junto a lideranças partidárias, que buscam um acordo para que o tema seja pautado logo após o julgamento da trama golpista, previsto para terminar na próxima sexta-feira. As articulações no Legislativo foram antecedidas por uma promessa feita pelo governador na semana anterior, quando, em entrevista ao Diário do ABC Paulista, afirmou que, caso seja eleito presidente do Brasil, seu primeiro ato será a concessão de um indulto a Bolsonaro.
Os acenos fazem parte de uma estratégia de mão dupla do governador para se viabilizar enquanto candidato ao Palácio do Planalto. Se ele se apresentar como o grande articulador da anistia, receberá parte do espólio eleitoral do ex-presidente, ou quase a totalidade, por ter sido o salvador de Bolsonaro.
O ELO COM O CENTRÃO – A empreitada do governador paulista tem conquistado o apoio de partidos como o União Brasil e o Progressistas (PP). As duas legendas, que desembarcaram semana passada do governo Lula, também defendem a anistia, articulada internamente pelo senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI). Ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, o parlamentar se apresenta como um dos fiadores da candidatura de Tarcísio, interessado em ocupar a vice numa eventual chapa. Ciro funciona como o elo entre o bolsonarismo e Centrão.
Motta, a pedra no meio do caminho – Apesar disso, a oposição enfrenta resistência do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Na última terça-feira, após uma reunião com lideranças, ele admitiu que o número de interlocutores que pedem a anistia havia aumentado. Dois dias depois, evitou falar em prazos e ajustou o discurso ao dizer que ouviria grupos interessados e contrários à pauta. Além disso, é colocada na mesa a possibilidade de elaboração de um texto alternativo, que pode deixar Bolsonaro de fora do perdão.
Exclusão de Bolsonaro – A proposta de anistia, em fase de elaboração pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UniãoAP), poderá diferenciar as penas de acordo com o grau de participação no 8/1. A solução, no entanto, não será aceita pelo núcleo mais próximo do ex-presidente. “A anistia será ampla e irrestrita ou não contará com o apoio da direita e não terá efeito de diminuir as sanções internacionais”, escreveu em suas redes o deputado Eduardo Bolsonaro, que articula nos EUA a aplicação de punições a autoridades brasileiras que atuam no julgamento de seu pai.
Muita promessa, pouca ação – Ao observar as movimentações dos últimos dias da governadora Raquel Lyra (PSD) pelo interior, um prefeito sertanejo confessou à coluna que seu propósito é se manter aliado com a gestora ao seu projeto de reeleição, mas advertiu: “Tudo que ela me prometeu, entretanto, continua no papel. Estou só esperando, no meu canto. Meu prazo é abril. Se até lá ela não cumprir, ficarei livre para tomar outro rumo. Sou um político de palavra. Na eleição passada apoiei Miguel. Quando Paulo Câmara tentou mudar meu voto para Danilo, fui muito franco: não posso, já me comprometi com Miguel”, contou. Em tempo: o gabinete deste prefeito fica na beira no Rio São Francisco.
Nem passagem sabe emitir – Do deputado Waldemar Borges ao comentar as queixas da governadora em direção a oposição: “Era o que faltava a governadora dizer que o governo não funciona porque não deixam ela trabalhar. Um governo que não sabe emitir sequer uma passagem para alunos disputarem uma olimpíada; que perde prazo de carência de empréstimo; que durante dois anos peleja pra fazer rodar velhos programas como o Ganhe o Mundo; que precisa refazer inúmeras vezes uma licitação para corrigir erros formais; que passa quase três anos para elaborar um projeto dando finalidade ao Americano Batista”.
CURTAS
Equipe fraca – Para Waldemar Borges, os atropelos da gestão Raquel são resultados do seu próprio atropelo e da sua equipe, no seu entender, despreparada e incompetente. “Não há um só secretário que se destaque, um horror”, afirmou.
Agenda do livro – Dou uma paradinha esta semana na agenda de lançamentos do meu livro “Os Leões do Norte” e retomo na semana que vem por Sertânia, Tabira, Cabo e Paulista.
Podcast – O entrevistado do meu podcast Direto de Brasília de amanhã, uma parceria com a Folha de Pernambuco, será o jurista Walber Agra, professor da Faculdade de Direito do Recife, autor do projeto que deixou Bolsonaro inelegível. Na pauta, o julgamento do ex-presidente pela Primeira Turma do STF.
Perguntar não ofende: Como será o voto do ministro Luiz Fux no julgamento de Bolsonaro?
A manhã deste domingo (7) foi marcada pelas comemorações alusivas aos 203 anos da Independência do Brasil em Goiana, na Mata Norte de Pernambuco. As atividades começaram às 8h, com o hasteamento dos pavilhões nacional, estadual e municipal em frente à Câmara de Vereadores e ao Paço das Heroínas de Tejucupapo, ao som das centenárias Bandas Curica e Saboeira, que também executaram os hinos.
O tradicional desfile cívico na Rua Direita reuniu cerca de 32 apresentações, entre creches, escolas municipais e estaduais, bandas marciais, escoteiros e secretarias municipais. Neste ano, a Secretaria de Educação e Inovação trouxe como tema “Competências socioemocionais: conquistas e desafios”, ressaltando a importância do desenvolvimento de habilidades que vão além do conteúdo técnico e cognitivo, como reconhecer emoções, lidar com conflitos e fortalecer a convivência em sociedade. As apresentações também destacaram a cultura local, com referências às Heroínas de Tejucupapo, marisqueiras, pescadores, ribeirinhos e caboclinhos.
As autoridades destacaram a importância do momento cívico e da participação popular. O prefeito Marcílio Régio ressaltou a união da gestão e a alegria em ver a população reunida: “A festa foi muito bonita aqui em Goiana e reuniu muita gente para celebrar a Independência do nosso Brasil”. Já o secretário de Educação, Carlos Viégas Júnior, parabenizou alunos, profissionais e famílias, reforçando o compromisso com a educação de qualidade, enquanto o secretário de Turismo, Ítalo Coco, destacou a valorização das tradições culturais de Goiana durante o desfile.
O desfile contou ainda com a participação da Polícia Militar de Pernambuco, do Corpo de Bombeiros, do Samu Goiana e da Guarda Municipal, que além de integrarem a programação, garantiram suporte e segurança durante toda a solenidade. A Prefeitura de Goiana informou ainda que, amanhã (8), não haverá aulas na rede municipal de ensino.
A rotina de tranquilidade do condomínio de luxo Solar de Brasília, no Jardim Botânico (DF), foi interrompida desde que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a cumprir prisão domiciliar em 4 de agosto de 2025. Porém, o incômodo gerado por apoiadores e críticos vem se agravando.
Desde o início do julgamento do ex-mandatário no STF (Supremo Tribunal Federal), na última terça-feira (2), brigas, protestos, buzinaços e congestionamentos passaram a fazer parte da rotina dos portões do Solar.
Na segunda-feira (1º), os filhos e apoiadores do ex-presidente organizaram uma vigília em frente ao condomínio. Já no dia seguinte (2), no primeiro dia de julgamento, um boneco de Bolsonaro, com mais de 3 metros de altura, vestido de presidiário foi inflado por integrantes do MTST que também carregavam uma faixa com a frase “Bolsonaro na cadeia”.
O boneco causou irritação nos moradores. Um deles, trajado com uma camiseta do Fluminense, saiu enfurecido de sua casa e tentou rasgar a faixa. Logo depois, uma briga generalizada se instalou na portaria do condomínio. A polícia interveio. Ninguém se feriu.
Veja momento da briga:
O ato religioso voltou a se repetir. Em 2 de setembro, apoiadores do ex-presidente fizeram vigília – com direito a trio elétrico – em frente ao condomínio. Participaram Zé Trovão (PL-SC), Gustavo Gayer (PL-GO), André Fernandes (PL-CE), Gilvan da Federal (PL-SC) e mais de 50 apoiadores.
Lili Carabina, a pastora de 62 anos, que é presença frequente e autodenominada “atriz principal” dos atos de Bolsonaro, diz que as vigílias no condomínio acontecerão em todos os dias de julgamento do núcleo 1. “A gente está todo dia. Revezamos às 11h e 20h. Tem oração porque com Bolsonaro não tem canseira”, disse.
Cartas também serão enviadas ao ex-presidente. A rádio bolsonarista Auriverde criou campanha para que apoiadores mandem missivas a Jair Bolsonaro. As mensagens serão enviadas para a sede do PL, em Brasília. O Poder360 perguntou à rádio como e quando as cartas chegarão ao ex-presidente, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.
Leia o comunicado:
O fluxo constante de manifestantes tem sido uma das principais fontes de transtorno para os vizinhos.
Veja vídeo de moradora sobre o condomínio:
A situação levou a administração do condomínio a emitir comunicados para tentar restabelecer a ordem. Em 12 de agosto, uma nota foi divulgada para “disciplinar” o uso de drones, destacando que o sobrevoo não autorizado pode ser considerado invasão de privacidade.
A equipe de segurança foi orientada a identificar os operadores dos drones para registrar ocorrência. Procurado pelo Poder360, o síndico do Solar de Brasília, Marcelo Feijó, preferiu não se manifestar.
Almeri, morador do Solar de Brasília, diz que a administração nunca informou sobre mudanças no cotidiano por causa das decisões do ministro Moraes. Afirma também que a administração não comunicou medidas para mitigar os impactos na vizinhança.
Outro ponto de atrito foi a criação de um grupo de WhatsApp com os moradores contrários à permanência de Bolsonaro no condomínio. Os moradores tentaram encontrar condições para expulsar o ex-presidente do Solar de Brasília, na esperança de retomar a tranquilidade no residencial.
Processo complexo
Apesar da negativa da administração, a possibilidade de expulsão de um condômino por comportamento antissocial existe, mas depende de um rito complexo, como explica o síndico profissional Giovanni Gallo. Segundo ele, a iniciativa deve partir dos próprios moradores. “Com ¼ dos moradores, eles conseguem convocar a Assembleia, caso o síndico não convoque”, esclarece.
A decisão, no entanto, exige um quórum elevado. “Para poder decidir pela expulsão, por votar pelo condômino antissocial, aí sim são necessários ¾”, detalha Gallo. Em um condomínio com 40 casas, por exemplo, seriam necessários 30 votos favoráveis.
Mesmo com a aprovação em assembleia, a expulsão não é automática. “Após essa assembleia, essa decisão de 3 quartos de condomínio antissocial, o condomínio vai até o judiciário, onde vai ser decidido pela decisão favorável ou não a expulsão do condômino, mesmo que ele seja proprietário. Ele pode continuar proprietário sem ter o direito de morar”, declara o síndico profissional.
Enquanto isso, a rotina no Solar de Brasília piora a cada visita ao ex-presidente. Carros precisam ser revistados pela polícia, assim como quem entra e quem sai da casa de Bolsonaro. A tendência, com a retomada do julgamento na terça-feira (10), é que mais apoiadores e manifestantes contrários a Bolsonaro tornem ainda mais conturbada a vida dos moradores do residencial.
Um famoso espaço cultural em Belém, capital do Pará, está preparando uma festa para a próxima sexta-feira (12), dia da conclusão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete acusados de integrar o ‘núcleo crucial’ da trama golpista que resultou nos atos de vandalismo do 8 de janeiro de 2023.
Desde aquele ano, o ‘Café com Arte’ prometeu que serviria 13 barris de chope de graça no dia em que Bolsonaro fosse condenado. O dia do julgamento chegou e, caso seja confirmada a condenação, o restaurante está pronto para cumprir a promessa. O empresário Roberto Figueiredo, 50 anos, afirma que esse tipo de “promoção de 13 barris de chopp” também aconteceu em 2022, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse eleito. A postagem atraiu tanto entusiastas do mesmo espectro político, quanto opositores que vieram críticar a posição do bar. As informações são do Estado de Minas.
Desde o dia 2 de setembro, o Café com Arte instalou um telão para os clientes acompanharem o julgamento, com entrada gratuita. Mas, para quem quiser lugar no dia do julgamento, recomenda-se adquirir um ingresso. O valor? Apenas R$ 13,13. Havendo condenação, os 13 barris de chope serão abertos ali mesmo para os presentes, como anunciado no perfil do espaço:
O terceiro dia do Polo Nacional da 235ª Festa de Nossa Senhora da Penha, em Serra Talhada, foi marcado por recorde de público e muita animação. Mais de 40 mil pessoas lotaram o espaço para prestigiar as apresentações de Kennedy Brasil, Raíssa Arrodada, Simone Mendes e PV Calado.
Além da música, a festa também movimenta a economia local, com o aquecimento do comércio, bares, restaurantes e setor hoteleiro. “Essa é uma das maiores festas do interior do Nordeste, que reúne fé, cultura e entretenimento em um só lugar. É gratificante ver o sorriso no rosto do nosso povo e dos turistas que nos visitam neste momento tão especial”, destacou a prefeita Márcia Conrado.
A programação do Polo Nacional segue até este domingo (7), com os shows de Pabllo, Henry Freitas, da banda Seu Desejo, e de Lila.
A manifestação deste 7 de Setembro na Avenida Paulista, em São Paulo, reuniu 42,2 mil pessoas pedindo apoio ao a Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado. A estimativa de comparecimento é do projeto “Monitor do debate político”, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) — coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP) —, em parceria com a ONG More in Common.
A margem de erro do levantamento, feito com base em imagens aéreas e auxílio de inteligência artificial, é de 5,1 mil pessoas para mais ou para menos. Como o levantamento tem margem de erro de 12%, no momento de pico, havia entre 37,1 mil e 47,3 mil participantes no ato.
A contagem foi feita a partir de fotos aéreas analisadas com software de inteligência artificial. Foram tiradas 15 fotos em quatro horários diferentes, e as imagens foram divididas em oito pedaços para cobrir toda a extensão da multidão. No cálculo, foi usado o método Point to Point Network (P2PNet), em que um drone tira fotos aéreas e o software analisa as imagens para identificar e marcar automaticamente as cabeças das pessoas, um processo que possui precisão de 72,9% e uma acurácia de 69,5% na identificação de cada indivíduo.
Num Dia da Independência que caiu no meio do julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF), a presença de manifestantes pedindo sua liberdade foi 12% maior em relação ao último protesto bolsonarista realizado na cidade, no mês passado.
O ato deste domingo superou em muito o público da manifestação convocada pela esquerda, contra a proposta de anistia ao ex-presidente, que juntou 8,8 mil pessoas na Praça da República, no Centro de São Paulo.
Em comparação a outras manifestações bolsonaristas, o protesto de hoje foi o quarto maior dos oito promovidos na Paulista por apoiadores do ex-presidente desde que ele começou a questionar a confiabilidade das urnas e atacar mais o STF, quando era candidato em 2022.
O protesto com maior presença de lá até aqui foi o de fevereiro de 2024, que reuniu cerca de 185 mil pessoas poucas semanas depois de Bolsonaro passar a ser alvo da Polícia Federal, investigado por participar da tentativa de golpe de Estado.
A menor concentração de uma manifestação bolsonarista ali foi em junho deste mês, quando o ex-presidente já estava sendo interrogado pelo tribunal sobre a tentativa de golpe. Na ocasião, os bolsonaristas reunidos na Paulista fora cerca de 12,4 mil pessoas.
Sob o mote de anistia ampla e irrestrita para os réus e condenados pela trama golpista e pelos atos de 8 de janeiro de 2023, a manifestação na Avenida Paulista deste domingo foi marcada por discursos críticos ao Supremo Tribunal Federal (STF), em especial ao ministro Alexandre de Moraes, e por cobranças direcionadas ao Congresso Nacional para aprovar o projeto de lei (PL) da anistia.
Em seu discurso mais forte contra o tribunal, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) falou em “tirania” de Moraes e pediu que o ex-presidente, inelegível, possa se candidatar em 2026. Já a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) fez um discurso com tom religioso e disse, chorando, que o seus direitos têm sido violados e que o marido está “amordaçado em casa”. O pastor Silas Malafaia, responsável por convocar a manifestação, criticou as movimentações para escolha de um candidato para a eleição federal de 2026 que não seja Bolsonaro.
Morreu ontem (6), aos 106 anos de idade, Rosa Tarlovsky de Roisinblit, histórica vice-presidente das Avós da Praça de Maio, movimento criado durante a última ditadura militar argentina (1976-83) para procurar filhos e netos desaparecidos durante o regime.
O falecimento foi comunicado pela organização por meio de uma carta de despedida a Rosita, como era carinhosamente chamada pelas novas gerações de avós. Ela deixou a vice-presidência do grupo em 2021, devido à idade.
“Para mim, você é eterna”, escreveu sua neta Mariana em suas redes sociais como despedida, junto com uma foto que mostra as duas olhando nos olhos uma da outra e rindo.
De acordo com a organização Avós da Praça de Maio, ainda faltam encontrar cerca de 300 netos nascidos em cativeiro ou sequestrados junto com seus pais. No ano passado, Mirta Baravalle, fundadora das Avós da Praça de Maio, morreu aos 99 anos.
Sob o comando do prefeito Lula Cabral, o município do Cabo de Santo Agostinho viveu um final de de semana de muito patriotismo e alegria. Milhares de pessoas participaram dos desfiles cívicos no ontem (6), no distrito de Ponte dos Carvalhos, onde 26 apresentações de escolas, bandas marciais e outras instituições encantaram o público. Hoje, dia da Independência do Brasil, o Centro do Cabo parou para ver os desfiles de 48 grupos, reunindo cerca de 10 mil pessoas, entre desfilantes e espectadores.
“Celebrar a Semana da Pátria é reafirmar o nosso compromisso com a cidadania, com a história e com os valores que unem o nosso povo. Vivenciamos uma série de apresentações lindas. Todos estão de parabéns pela dedicação, em especial nossos estudantes”, enfatizou.
O tema trabalhado para a Semana da Pátria foi o mesmo do ano letivo 2025, “Saúde mental: práticas educativas e atenção psicossocial”, onde cada escola trouxe trabalhos relacionados para o desfile retratando a importância da temática. Pela primeira vez, a Semana da Pátria também contou com uma área de acessibilidade, onde pessoas com deficiência puderam ter mais conforto e visão privilegiada dos cortejos. Luciana Alves, moradora de Ponte dos Carvalhos, aprovou a iniciativa. “Foi a primeira vez que assisti um desfile e gostei muito desse espaço, confortável e livre de sol e chuva. Que o próximo ano tenha de novo”, comentou.
Ao todo, 34 escolas municipais ao todo vão participar da Semana da Pátria deste ano, que encerrará no próximo domingo (14), no distrito de Juçaral. “Todos os desfilantes estão de parabéns pelas belíssimas apresentações, fruto de muita dedicação e zelo das escolas”, destacou o secretário municipal de Educação, Isaltino Nascimento.
O ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse em nota à imprensa neste domingo (7), feriado que celebra o Dia da Independência do Brasil, que não existem “dois lados” quando se trata da defesa da democracia e da soberania. O senador acrescentou que a data ocorre em contraste com os “movimentos caducos e delirantes que se prestam apenas a subjugar” o país.
“O 7 de Setembro enseja a união dos brasileiros em torno de temas essenciais, em contraponto a movimentos caducos e delirantes que se prestam apenas a subjugar o Brasil. Não há dois lados quando nos deparamos com tentativas de garrotear a nossa liberdade, o estado democrático e a vida plena em sociedade”, escreveu o político mineiro. Não há dois lados quando se trata da defesa da democracia e da soberania, causas sob as quais tenho a honra de servir, sem hesitação, sem temor”, pontuou.
Pacheco é apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para concorrer ao governo de Minas Gerais em 2026. Em entrevista à Itatiaia, o chefe do Executivo afirmou que uma chapa com Pacheco e a atual prefeita de Contagem (na Grande BH), Marília Campos (PT), seria “imbatível”.
A vida, em sua superfície de aparências e compromissos, parece seguir um rumo tão absurdamente organizado que beira a mentira. As manhãs nascem como se estivessem certas do que virá, os homens se vestem como quem veste um papel, e os dias passam numa sequência de gestos programados, sem espanto, sem pausa, sem verdade. Mas por baixo dessa engrenagem domesticada, há um subterrâneo em constante combustão, um lugar onde a pele do mundo não é suficiente para conter o que pulsa. Ali, ali vivem os que não conseguiram se adaptar ao silêncio das multidões: os solitários, os poetas e os loucos. Não como categorias distintas, mas como matizes do mesmo desespero.
São aqueles que, mesmo sorrindo, sabem que há um cansaço de alma que não repousa. Sentem o mundo como quem anda com o coração do lado de fora do corpo, exposto aos ventos, às farpas, aos olhares que não veem. Eles não se encaixam no relógio social que transforma o tempo em mercadoria. Para eles, o tempo não passa, dilacera. E cada dia é um campo minado de sensações, onde qualquer cheiro, palavra ou ausência pode ser o estopim de uma lembrança que ninguém entenderia. Porque a vida para esses seres não é um caminho, mas um labirinto. E não é o fim que os assusta, mas a repetição infinita das paredes.
Eles não têm medo de amar, mas amam como quem segura uma faca pelo fio. São os que olham para o outro com um tipo de fome que não se sacia com presença, mas com alma. Por isso sofrem tanto. Porque sentem em excesso. E num mundo que adestra os sentimentos até que fiquem inofensivos, quem sente muito é tratado como ameaça. É por isso que vivem nas bordas, como se fossem erro de tipografia na página da existência. A sociedade os olha com curiosidade ou piedade, mas nunca com real compreensão, porque compreender implicaria admitir que há algo profundamente errado com o centro.
Esses seres não pedem respostas. Suportam o peso das perguntas como quem carrega uma criança ferida nos braços. Sabem que a lucidez é um risco, e que muitas vezes a loucura é apenas a forma mais corajosa de continuar vivo. São eles que ainda escrevem cartas sem destinatário, que ainda choram diante de uma música antiga, que ainda se deixam abalar por um pôr do sol que parece ter sido pintado só para doer mais um pouco. São eles que sustentam, sem saber, a parte mais humana do mundo. E, no entanto, são também os mais impiedosamente tristes.
Não porque desejem essa tristeza, mas porque ela é o preço de ver demais, de amar demais, de lembrar demais. Eles vivem como quem caminha num campo de espelhos partidos, tentando recolher os cacos sem ferir os pés. Sabem que a existência não é uma estrada, mas uma espiral. E que cada retorno é mais profundo, mais escuro, mais verdadeiro. Por isso, escrevem. Por isso, se calam. Por isso, dançam quando ninguém vê. Não para fugir, mas para permanecer.
No fundo, são eles que carregam o mundo. Não o mundo das manchetes, dos números, das celebrações públicas. Mas o mundo que chora em silêncio, o mundo que se esconde atrás de portas fechadas, o mundo que ainda sonha mesmo quando tudo parece desabar. E talvez, só talvez, a salvação venha justamente desse lugar onde habita a tristeza sem nome — essa tristeza que não destrói, mas transforma. Porque só quem sofreu demais é capaz de amar com verdade. E só quem se perdeu muitas vezes sabe encontrar beleza naquilo que já não brilha para os outros.
*Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann, chamou ministros do governo para discutir a pauta do governo em tramitação no Congresso Nacional. A reunião está prevista para amanhã (8). O objetivo é ouvir os auxiliares do presidente que têm mandato ou que atuam diretamente na articulação política.
Entre os convidados estão: Alexandre Padilha (Saúde), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Marina Silva (Meio Ambiente) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), que são deputados federais; e Renan Filho (Transportes), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Carlos Fávaro (Agricultura) e Camilo Santana (Educação), que têm assento no Senado. As informações são da CNN Brasil.
A CNN apurou que entre os itens a serem tratados está o projeto que anistia os envolvidos nos atos criminosos do 8 de janeiro. A ideia ganhou fôlego nos últimos dias, sobretudo depois de o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ter entrado nas articulações.
Também devem participar os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, o interino Rogério Carvalho (PT-SE); e do Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).
Neste momento, os debates se concentram na abrangência do texto. As propostas são as mais diversas e incluem, por exemplo, um texto que abrange todos os implicados desde o inquérito das fake news até a reversão da inelegibilidade de Bolsonaro. Outra versão, chamada de “light”, incluiria apenas as pessoas que depredaram a Praça dos Três Poderes.
Reforma do IR
Além de articular como barrar qualquer proposta de anistia, o governo tenta avançar com a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. O projeto teve o requerimento de urgência aprovado na Câmara e está pronto para ser votado em plenário.
A proposta tem relatoria do ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL), e é vista como um ativo eleitoral para o projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governo tem pressa porque o texto ainda precisa ser aprovado no Senado este ano.
Outro tema que deve ser discutido na reunião é o Orçamento de 2026. O governo quer aprovar sua agenda prioritária logo, pois entende que o clima de eleição já contamina o Congresso, o que pode dificultar a aprovação de propostas.
Ao participar de ato da direita na Avenida Paulista neste domingo (7), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cobrou anistia ampla para os envolvidos no 8 de Janeiro e cobrou fim do “abuso” sobre o processo.
“Não vamos aceitar a ditadura de um poder sobre o outro. É isso que precisamos fazer, defender. Chega do abuso”, disse o governador durante manifestação pelo 7 de Setembro. As informações são da CNN Brasil.
O governador afirmou ainda que “novos tempos virão” com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estando solto. Tarcísio frisou que o ex-presidente deve participar das eleições e apontou fragilidades no processo contra Bolsonaro.
Em recado direcionado para o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), o governador de São Paulo cobrou: “Hugo, paute a anistia. Deixe a Casa decidir. Tenho certeza que ele vai fazer isso”.
Tarcísio fez um paralelo com o perdão concedido a políticos de esquerda durante a Ditadura Militar, em 1979. Segundo o chefe do executivo paulista, sem a medida, o Partido dos Trabalhadores (PT) não existiria.
“A gente está pedindo uma anistia porque sabe que esse processo está maculado, viciado. A anistia, como em 1979, tem que ser ampla, geral e irrestrita”, disse.
Como noticiado pela CNN, a proposta de anistia ampla aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro já conta com o apoio da federação União Brasil/PP, além de Republicanos e PL. No entanto, enfrenta resistência no PSD e provoca divisão interna no MDB.
As manifestações deste domingo ocorrem em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que será retomado nesta segunda-feira (8) e deve durar até a sexta-feira (12).