Progresso atrasa viagens para o Sertão e irrita passageiros

Patrona de um monopólio perverso e já duradouro nas principais rotas para o Interior do Estado, a empresa de ônibus Progresso continua prestando péssimos serviços aos que dependem dela para chegar ao Sertão. Passageiros que optaram para chegar aos seus destinos nos festejos juninos usando coletivos da Progresso se deram mal.

Houve atrasos exorbitantes em várias linhas de trechos importantes para a população nesta época do ano. No último sábado, por exemplo, um dos ônibus em direção a Arcoverde, a 250 km do Recife, deixou os passageiros com os nervos à flor da pele, tamanho o incômodo do longo atraso.

Estava previsto para sair do Recife às 10h, mas só partiu às 13h40, chegando em Arcoverde por volta das 20h. Um desrespeito ao consumidor. Nunca se viu nada igual!

Abaixo o monopólio da Progresso!

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Em São José do Egito, os últimos acontecimentos indicam uma perspectiva de que a campanha no município seja “estadualizada”. Hoje (30), o prefeito do Recife, João Campos, tido como um potencial candidato ao governo do Estado, gravou um vídeo em apoio à pré-candidatura do odontólogo George Borja pelo PSB, mencionando também o atual prefeito Evandro Valadares.

Paralelamente, o empresário Fredson Brito, pré-candidato ao pleito pelo Republicanos, recebeu ontem (29) a governadora Raquel Lyra em sua casa. Fredson comemorou a visita de Raquel e disse contar com ela neste pleito.

A antecipação do processo ocorrer em outras cidades, a exemplo de Afogados da Ingazeira (Sandrinho x Danilo), Iguaracy (Albérico x Pedro Alves) e Sertânia (Pollyanna x Rita Rodrigues).  

Do Blog do Nill Júnior.

Paulista - Boa praça

Em entrevista à Rádio Surubim FM, o ex-prefeito e pré-candidato do Solidariedade a prefeito de Surubim, Flávio Nóbrega, acusou a prefeita Ana Célia (PSB) de utilizar eventos oficiais para promover a pré-candidata apoiada por ela, Véia de Aprígio (PSB). 

Segundo ele, no último dia 17, durante show da banda Calcinha Preta, Véia foi chamada ao palco e apresentada ao público ao lado da prefeita. “É ilegal, isso é improbidade administrativa, é abuso de poder econômico. É utilizar a máquina descaradamente, através das festas, em palanque eleitoral”, afirmou.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que uma eventual vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA, em novembro de 2024, poderia impulsionar a direita no Brasil, ou, mais especificamente, um possível retorno de Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível, à Presidência da República.

Em entrevista ao UOL, publicada neste domingo (30), Eduardo destacou que “se os Estados Unidos, que são o farol da região, mudarem, vai asfaltar o caminho para muita coisa”. A aproximação de Eduardo com Trump começou em 2018, antes da eleição presidencial de seu pai. Foi a partir daí que, segundo o parlamentar, a direita brasileira se uniu a expoentes da direita global, como o presidente da Hungria, Viktor Orbán. Com informações do Poder 360.

Na avaliação do filho do ex-presidente, o avanço da direita nos EUA e na Europa está vinculado à agenda verde e práticas ESG (Ambiental, Social e Governança), que não atenderiam aos anseios da população. Para Eduardo, no Brasil, além da agenda verde, as pautas de costumes são o elo entre os apoiadores e Jair Bolsonaro. “O meio aglutinador [da direita global] não é o meramente econômico”, afirmou.

Eduardo também mencionou a possibilidade de reversão da inelegibilidade de seu pai com uma eventual mudança no comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Com qualquer outro [ministro], será uma composição muito mais balanceada do que foi Benedito Gonçalves (…). Do que foi Alexandre de Moraes e o pessoal que não deixou meu pai nem fazer live dentro de casa”, declarou.

Ipojuca - Minha rua top

O vice-prefeito de Surubim, Professor Edgar (PL), aderiu, há pouco, à candidatura do deputado Cleber Chaparral (PSDB) a prefeito do município, rompendo com o grupo da prefeita Ana Célia (PSB), que já tinha trazido para o seu palanque a ex-secretária de Infraestrutura da gestão atual, Ana Paula.

Ipojuca - Minha rua top

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai jogar pesado para fortalecer os pré-candidatos que apoiará nas eleições municipais de outubro. A estratégia, que passa pela intensificação de viagens pelos estados, tem dois objetivos: o primeiro é evitar o avanço dos nomes apoiados por Jair Bolsonaro e o segundo é impedir que vençam em centros importantes — que abrem a possibilidade de que a oposição e a extrema direita possam formar palanques fortes, que coloquem em risco a estratégia do petista de buscar a reeleição, em 2026.

A intensificação dos giros pelo país não é coincidência: a partir de 5 de julho, candidatos às prefeituras não podem mais participar da inauguração de obras públicas, conforme previsto na Lei Eleitoral. Isso explica por que Lula visitou oito cidades nas últimas duas semanas — apenas no Rio de Janeiro esteve duas vezes —, levando aliados aos eventos de que participou e concedendo entrevistas a rádios locais. Para esta semana, outras quatro viagens estão programadas até quarta-feira.

Mas a estratégia de Lula requer alguns cuidados. Já disse que não entrará em “bolas divididas” com as siglas que têm assento no ministério, nas cidades onde petistas disputam com PDT, PSD ou União Brasil. O foco das intervenções do presidente são aqueles que chama de “negacionistas”.

A série de viagens começou em 19 de junho. Lula foi ao Rio de Janeiro para a posse de Magda Chambriard na presidência da Petrobras, mas assinou também uma concessão de crédito da Caixa e do Banco do Brasil à prefeitura carioca. Eduardo Paes (PSD), que busca a reeleição, tem o apoio do presidente, que trabalha contra a candidatura do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), apoiado por Bolsonaro e os filhos.

O presidente retornou ao Rio na sexta-feira e, ao lado de Paes, inaugurou obras na Favela do Aço. Lula, porém, mantém equidistância na formação da chapa na capital fluminense — o PT pleiteia a vaga, mas o prefeito quer o deputado federal Pedro Paulo, também do PSD.

Em 20 de junho, Lula esteve em Fortaleza, onde o PT tem o deputado estadual Evandro Leitão como pré-candidato. Porém, o presidente deve se isentar de conceder apoios — pelo menos explicitamente. Isso porque seu partido é adversário do PDT, que pretende lançar José Sarto, e o União Brasil — que tem ministério na Esplanada — virá com Capitão Wagner (União). Isso, porém, não impedirá que ministros se envolvam na disputa, como o da Educação, Camilo Santana, que deve abraçar a candidatura de Leitão.

No dia 21, Lula foi a Teresina e a São Luís. Na capital piauiense, pela primeira vez, o PT tem um candidato com grandes chances de assumir a prefeitura: Fábio Novo é apoiado pelo governador Rafael Fonteles, também petista. O adversário a ser batido é Silvio Mendes (União Brasil), aliado de Bolsonaro. Em São Luís, o presidente subiu no palanque com o deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA), que competirá com o atual prefeito, Eduardo Braide (PSD).

Na última quinta-feira, Lula iniciou um giro por Minas Gerais para enfraquecer as movimentações do governador Romeu Zema (Novo), seu adversário declarado. Começou a andança por Contagem — onde apoia a reeleição da prefeita Marília Campos — e passou por Belo Horizonte, cuja candidatura ao comando do município deve ser a do deputado federal Rogério Correia (PT-MG). Na sequência, seguiu para Juiz de Fora, a fim de turbinar a reeleição de Margarida Salomão. Nas Alterosas, Lula ainda manifestou apoio ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), “a qualquer coisa que ele queira disputar” em 2026 — como frisou em mais uma entrevista de rádio.

Palanque

Ontem, o presidente participou do lançamento da pedra fundamental do câmpus Zona Leste da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do câmpus Cidade Tiradentes do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). Levou uma parte expressiva do seu ministério — com ele estavam os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação), Jáder Filho (Cidades), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Laercio Portela (Secretaria de Comunicação), além do vice-presidente e ministro da Indústria Geraldo Alckmin — e abriu espaço no palanque para o pré-candidato à prefeitura paulistana, Guilherme Boulos (PSol), e sua vice, Marta Suplicy. São Paulo é de vital importância para os planos de Lula e o jogo será pesado para impedir a reeleição de Ricardo Nunes — apoiado por Bolsonaro. Para o governo federal, o estado e a capital não podem ser bastiões do bolsonarismo e da extrema direita para 2026.

Nesta semana, o presidente retorna ao Nordeste, onde passará pela Bahia e por Pernambuco, mas é em Goiás, na próxima quinta-feira, que está a preocupação. Lula vai confirmar o apoio à delegada Adriana Accorsi (PT) à prefeitura de Goiânia e trabalhar para impedir que o deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL) e algum candidato apoiado pelo governador Ronaldo Caiado (União) avance. 

(Do Correio Braziliense)

Serra Talhada - Saúde

No último dia 29, a Prefeitura de Afogados da Ingazeira inaugurou um pórtico na entrada do município. A estrutura, que custou R$ 300 mil, foi financiada com recursos próprios, provenientes do empréstimo FINISA/CAIXA. O pórtico conta com 30 pilares de concreto armado, iluminação LED, passeio em concreto, paisagismo, piso em granilite e um letreiro iluminado.

“Agora, quem chega a Afogados será recepcionado com uma obra que reflete o talento dos nossos cidadãos que a idealizaram e construíram,” disse o vice-prefeito Daniel Valadares.

O prefeito Alessandro Palmeira, agradeceu aos trabalhadores envolvidos no projeto e destacou o desenvolvimento estético das entradas da cidade. “Assumimos em 2021. Já no ano seguinte, entregamos a rotatória e o letreiro na entrada do bairro Padre Pedro Pereira e agora estamos concluindo o embelezamento das entradas com este pórtico”, afirmou.

O design do pórtico foi criado pelo Espaço Projeta, dos arquitetos Marília Acioly e Eliseu Lyra, e construído pela Construmix. A pintura e os retoques finais foram realizados pela equipe de Ed-ek Brito.

Vitória Reconstrução da Praça

Prezado Magno Martins,

Em resposta à sua publicação na coluna do Sabadão, mais especificamente com o título “Pegou mal”, gostaríamos de esclarecer alguns pontos que consideramos incorretos sobre o pré-candidato a prefeito de Afogados da Ingazeira, Danilo Simões.

Presença da Governadora Raquel Lyra: Contrariamente ao que foi informado, a governadora Raquel Lyra não esteve presente no evento de lançamento da pré-candidatura de Danilo Simões em Afogados da Ingazeira na sexta-feira (28), pois houve um atraso na sua agenda institucional, que não permitiu a sua chegada a Afogados da Ingazeira, nem para participar da Expoagro, nem ao ato da pré-campanha. Esta informação foi amplamente divulgada e repercutida em diversos blogs.

Pontuação nas Pesquisas: A afirmação de que Danilo Simões “sequer pontua nas pesquisas” está em desacordo com os dados reais. Em uma pesquisa divulgada em dezembro de 2023, Danilo já pontuou na pesquisa realizada pelo Instituto Data Trends, mesmo antes de admitir que seria pré-candidato.

A coordenação da campanha de Danilo Simões reitera seu compromisso com a verdade e a transparência, e agradece a oportunidade de esclarecer esses pontos para seus leitores.

Atenciosamente,

Coordenação da pré-campanha de Danilo Simões

Em entrevista à rádio Pajeú FM, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou um investimento de R$ 15 milhões nos aeroportos de Salgueiro e Arcoverde. Os recursos serão aplicados em melhorias das pistas e modernização dos equipamentos de segurança. Essa iniciativa visa melhorar a infraestrutura e a capacidade operacional dessas regiões, promovendo o desenvolvimento local e facilitando o acesso a novos mercados.

“Tenho trabalhado permanentemente para a gente discutir a situação dos aeroportos de Salgueiro e Arcoverde. São investimentos na ordem de quase R$ 15 milhões, que a gente ajudou a viabilizar para a aviação de Pernambuco. Estamos trabalhando muito ao lado do presidente Lula, que é filho de Pernambuco e tem muito amor pelo nosso estado”, concluiu Silvio Costa Filho.

Para 41% dos brasileiros, a vitória do republicano Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos seria o melhor resultado para o Brasil, segundo pesquisa AtlasIntel, divulgada na edição deste sábado (29) do GPS CNN.

A porcentagem de brasileiros que preferem a reeleição do presidente democrata Joe Biden é de 39%. Pela margem de erro do levantamento, de um ponto percentual para mais ou para menos, há, no limite, empate técnico entre as duas opções.

Para 13,4% dos brasileiros, não faria diferença a vitória do ex-presidente conservador ou do atual mandatário americano. Já 6,6% não sabem como avaliar qual seria o melhor desfecho da eleição americana para o Brasil.

A pesquisa AtlasIntel ouviu 4.885 brasileiros entre 26 e 28 de junho, por meio do método Atlas RDR. O nível de confiança do levantamento é de 95%.

O levantamento foi realizado em meio à expectativa pelo primeiro debate entre Biden e Trump, promovido pela CNN na última quinta-feira (27). A performance do atual presidente foi alvo de contestações em relação à sua saúde.

(Da CNN)

Por Roberto Pereira – para o Jornal do Commercio

A Missa do Vaqueiro, assim batizada desde o seu nascimento, em 1970, é um ato da liturgia católica, que se realiza anualmente, sempre com orações e muita fé, em sufrágio da alma de Raimundo Jacó e que costuma contar com os vaqueiros da região, reunidos a céu aberto, no sítio Lages, zona rural de Serrita, sertão pernambucano onde o sol escaldante faz o calor aquecer os corações sofridos pelo choro da ausência do vaqueiro Jacó.

A origem desta celebração decorre da comoção causada pela barbárie impune em decorrência do assassinato do vaqueiro Raimundo Jacó, encontrado morto em 1954, em pleno mês de julho, no sítio Lages onde hoje se encontra o Parque Nacional do Vaqueiro.

Nos primeiros anos, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, participou, até o seu desenlace, cantando e encantando com a magia da sua voz, louvando o seu primo Jacó, a quem ele, reverenciando o seu espírito, elevava, com os seus aboios, a figura emblemática do sertão, o vaqueiro, em especial a Raimundo Jacó.

Destaque para os shows de grandes cantores contratados para a parte profana da liturgia, e que promovem o cometimento espiritual para os que encontram, na música, os seus encantos.

Como compreender, minha gente, que, agora, 54 anos depois, possam políticos desprevenidos e desavisados, tentar mudar o nome do evento, numa agressão de lesa-cultura aos que lutam pela preservação dos nomes que dão relevo aos eventos, às ruas, às avenidas, aos monumentos, às instituições, etc.

A Missa do Vaqueiro, que é de autoria do padre João Câncio, patrono da Fundação que leva o seu nome e tem como acervo principal a Missa do Vaqueiro, é Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco, num reconhecimento do Estado à grandeza do evento, numa incorporação à argamassa da cultura do nosso povo, além de ser com este nome batismal um produto turístico de Pernambuco para o mundo.

Por que mudar o nome da missa para a Festa de Jacó? Compreende-se que a liturgia em questão, quanto mais se chamar por seu nome de origem, a Missa do Vaqueiro, quanto mais será a Festa de Jacó, porque sendo do vaqueiro, é também de Jacó, e quanto mais missa, mais festa.

Gonzaga tinha em Raimundo Jacó o grande vaqueiro, o grande aboiador, capaz de conduzir o gado na paisagem entre matos e matas. A sua canção, A Morte do Vaqueiro, é um grito de saudade, homenageando o primo Jacó.

Assim canta, no início da sua composição, o inesquecível Rei do Baião:

Numa tarde bem tristonha

Gado muge sem parar

Lamentando seu vaqueiro

Que não vem mais aboiar

Não vem mais aboiar

Tão dolente a cantar.

Que a Missa do Vaqueiro conserve o seu nome de origem, mantendo em nós o encanto de uma liturgia que reza preces em defesa de um espírito tão do Sertão e tão do nosso coração!

Roberto Pereira é ex-secretário de Educação e Cultura de Pernambuco e membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo

Na Expoagro, ontem, em Afogados da Ingazeira, ao lado da minha Nayla Valença, tive o prazer de ser recebido no camarote oficial pelo prefeito Sandrinho Palmeira (PSB) e sua Lelis. Também por lá, o ex-prefeito Totonho Valadares com sua Ana e seu filho e herdeiro político Daniel, vice-prefeito do município. A principal atração de ontem foi o cantor e compositor Oswaldo Montenegro, que fez um maravilhoso show. 

A festa prossegue hoje com muita música sertaneja e brega. Entre as atrações estão Raphaela Santos, Caninana e João Bosco e Vinícius, além do forrozeiro Leandro Cavalcante, da região. A Expoagro é uma das maiores exposições agropecuárias do Nordeste, com destaque para caprinos e ovinos. Atrai criadores de toda região e até de outros Estados, como Bahia, Alagoas e Paraíba.

Acontece paralelamente às comemorações do aniversário de emancipação política de Afogados da Ingazeira, que amanhã completa 115 anos com uma extensa agenda de eventos e entregas de obras pelo prefeito.

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pode dar um segundo mandato inédito ao atual presidente nacional, Beto Simonetti, um precedente que tem apoio de parte significativa da entidade, mas também sofre resistência de importantes quadros da categoria.

Não há impedimento à reeleição de um presidente da OAB, mas tradicionalmente há um revezamento no posto. Entre aliados de Simonetti, já é certa a sua reeleição, que é discutida com a maioria das seccionais nos estados. No entanto, uma oposição tenta se viabilizar para fazer frente a uma possível candidatura.

Simonetti, que é do Amazonas, foi eleito em chapa única pelo Conselho Federal da Ordem para um mandato que se iniciou em 2022 e que vai até o início do ano que vem. Ele faz parte de um grupo que comanda a OAB desde 2013, quando houve a eleição do ex-presidente Marcus Vinicius Furtado Coêlho.

Quando Simonetti foi escolhido, a intenção era diminuir a inclinação da Ordem para questões políticas e focar mais na defesa de pautas classistas. Isso porque os dois presidentes que antecederam Simonetti ficaram conhecidos pela oposição que fizeram ao governo federal. Em 2016, Claudio Lamachia apoiou o pedido de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).

O sucessor de Lamachia, Felipe Santa Cruz, foi um assíduo opositor de Jair Bolsonaro (PL), de quem também defendeu a cassação.

Ao contrário do que acontece nos estados, na OAB nacional a votação é indireta, feita pelos 81 conselheiros federais eleitos nos estados e no Distrito Federal.

O Conselho Federal é eleito nos estados e no DF, em votação direta, em conjunto com as escolhas das chefias das unidades locais. A ideia é dar peso igualitário, como no Senado, para estados que têm menos e mais representantes da advocacia.

O sistema de votação também é uma questão controversa histórica dentro da categoria, que divide os que apoiam a eleição direta dos que preferem a continuidade do atual modelo.

Simonetti desde o início adotou uma postura de discrição e distância das brigas políticas. Gosta de dizer que mobilizou a Ordem tanto em defesa de Cristiano Zanin (que antes de ser ministro do Supremo Tribunal Federal era advogado do presidente Lula) como de Frederick Wassef (que advoga para Bolsonaro).

Nos últimos meses, se notabilizou por fazer críticas a medidas adotadas pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo contra advogados, mas, fora alguns episódios em que levantou o tom, não costuma bater de frente com os ministros do tribunal.

Desde 2023, o seu grupo no Conselho Federal tem discutido a possibilidade de Simonetti ocupar mais um mandato na chefia da Ordem. A possibilidade aumentou porque o advogado que era tido como o seu sucessor não deve mais concorrer à presidência por questões pessoais.

Pessoas próximas a Simonetti tem afirmado que não trabalha pela reeleição e que sua prioridade é a atuação como presidente da Ordem. No entanto, não rechaça a possibilidade de estar à frente dela por mais um mandato.

Críticos à possibilidade dizem que a OAB domina os menores estados, que ficam dependentes da diretoria nacional, e que por isso não há alternância de poder.

Já seus aliados afirmam que existe preconceito e elitismo contra advogados de regiões menos populosas do país. Atualmente, as maiores resistências à Simonetti vêm de representantes da Ordem de Minas Gerais e de São Paulo, que tentam viabilizar a candidatura de oposição.

Reservadamente, representantes da OAB de outros estados também dizem se incomodar com a reeleição, mas mesmo assim devem apoiar Simonetti.

O presidente da Ordem foi procurado para comentar a possibilidade de se reeleger. Em nota, a entidade respondeu que “a eleição para presidente nacional da OAB é tema a ser tratado após as seccionais da OAB nos estados fazerem suas eleições, previstas para novembro”.

Um dos ex-presidentes da OAB e influente membro da advocacia criminal paulista, José Roberto Batochio tem sido um dos críticos à possibilidade de reeleição.

“Na OAB (refiro-me ao seu Conselho Federal) jamais se admitiu reeleição à presidência. A consciência democrática e altamente politizada de suas lideranças maiores sempre soube afastar esse inconveniente, a despeito de não haver proibição legal expressa”, diz.

Batochio afirma que nenhum presidente “ousou trair, até aqui, essa prática, conscientes todos eles de que a OAB é a caixa de ressonância dos anseios da sociedade civil e tem o dever pedagógico da exemplaridade. Quem prega democracia há de praticá-la internamente, necessariamente e sempre.”

Já Felipe Santa Cruz, que é oriundo da OAB do Rio de Janeiro, defende que Simonetti seja reeleito e tem feito publicações em suas redes sociais a favor de quem o sucedeu na presidência.

Na avaliação dele, a maior parte da advocacia é favorável a um novo mandato. “[A reeleição] é uma questão de liderança, não tem uma liderança madura para ocupar o lugar do Beto”, diz .

O ex-presidente também defende o modelo de eleição da direção nacional da Ordem, que chama de “um grande órgão de compensação” da federação, já que faz o Amapá ter a mesma importância do Rio de Janeiro na escolha do presidente.

(Da Folha de São Paulo)