Coluna da quinta-feira

Série governadores: Marco Antônio de Oliveira Maciel

Capítulo 15

Dos políticos que chegaram a governar Pernambuco sem passar pelo crivo do voto antes do reencontro do Brasil com a democracia, os chamados governadores biônicos, Marco Antônio de Oliveira Maciel, ou simplesmente Marco Maciel, foi o último. Indicado pelo presidente Ernesto Geisel e pelo futuro presidente João Batista Figueiredo, Maciel foi eleito para o cargo pela Assembleia Legislativa do Estado em setembro de 1978. Tomou posse em março do ano seguinte, após concluir seu mandato na Câmara dos Deputados.

Também conhecido como o “Marco de Pernambuco”, já queria ser governador quatro anos antes, em 1974, quando perdeu, numa eleição interna na Assembleia Legislativa, a indicação, também de Geisel, para José Francisco de Moura Cavalcanti, a quem sucedeu em 78. Maciel já era um político nacional. Em novembro de 1976, dois anos antes de chegar ao poder no seu Estado, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados para o biênio 1977-1978 e assumiu o cargo em 28 de fevereiro de 1977.

Em abril daquele ano, o presidente Ernesto Geisel decretou o fechamento provisório do Congresso Nacional, sob o pretexto de implementar a reforma no Poder Judiciário proposta pelo governo, cujo encaminhamento vinha sendo sistematicamente obstruído pela oposição. Impotente diante da decisão do Executivo, Maciel procurou minimizar a importância do fato, declarando tratar-se de mera rearrumação institucional.

O “recesso” do Congresso vigorou por 14 dias e resultou na decretação do chamado “pacote de abril”, conjunto de medidas destinadas a garantir a hegemonia da Arena no cenário político nacional, ameaçada pelos resultados das eleições legislativas de 1974 e municipais de 1976, que revelaram notável crescimento do partido oposicionista, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Com a extinção do bipartidarismo em novembro seguinte e a consequente reformulação partidária, participou da organização do Partido Democrático Social (PDS), agremiação que substituiu a Arena na sustentação ao regime militar.

Entre as principais iniciativas de seu governo em Pernambuco, destacou-se o projeto Asa Branca, que visava ao desenvolvimento econômico da região semiárida por meio de perenização de rios, construção de estradas vicinais e eletrificação rural. Executou também o projeto Viver, programa de apoio às populações da zona canavieira financiado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e pelo Banco Nacional da Habitação (BNH), destinado a minimizar as tensões sociais naquela área com a construção de casas e estradas vicinais. No período do seu governo, o Estado viu avançar obras estruturadoras, como o Complexo Industrial Portuário de Suape.

Em 1982, último ano de sua administração, a Corveta Forte de Coimbra foi o primeiro navio a atracar no porto. Marco Maciel também obteve financiamento para o Metrô do Recife e implantou um programa habitacional com mais de 100 mil casas e criou 167 mil vagas na Educação. Além disso, estendeu a rede de abastecimento de água para dezenas de cidades em Pernambuco e tirou do isolamento das comunicações todas cidades do interior, implantando o posto telefônico da Telpe.

O mote do Governo era Desenvolvimento com Participação – Com o lema “Desenvolvimento com participação”, Marco Maciel levou ações do seu Governo para todos os recantos do Estado, auxiliado por uma equipe de técnicos qualificados, como Aloísio Sotero, escolhido para a Secretaria de Agricultura; Margarida Cantarelli, na Casa Civil; Francisco Bandeira de Mello, na Cultura; Roberto Pereira (Educação), e políticos que mais tarde vieram a se projetar na vida pública, como Gustavo Krause, José Jorge Cavalcanti, Joel de Hollanda, Silvio Amorim, Romero Jucá, e tantos outros. Fez uma gestão marcante no desenvolvimento econômico e social do Estado. Empreendeu o mais arrojado programa habitacional com a construção de 100 mil casas, priorizando a educação, cultura e turismo, a saúde, o saneamento e água para o sertanejo. Deu início concretamente à implantação do Complexo Industrial Portuário de Suape. Implantou o Metrô do Recife e quando vice-presidente da República fez a sua ampliação.

Monitoramento do governo era feito em reuniões num ônibus – Nos fins de semana, Marco Maciel montava uma caravana com os seus secretários em viagem pelo interior do estado. O objetivo era verificar obras em andamento ou inaugurá-las, além de ouvir a população. Eram verdadeiras maratonas, geralmente começando às sextas-feiras e só encerrando já tarde da noite dos domingos. Enquanto percorria longos percursos, Maciel aproveitava o tempo para despachar com a equipe, ouvir sugestões e fazer cobranças, uma espécie de monitoramento, como Eduardo Campos fazia em seu governo, só que a portas fechadas, ao longo de um dia inteiro, no Palácio do Campo das Princesas. Em sua gestão, Maciel tirou do papel também a ampliação do Aeroporto dos Guararapes, a duplicação do trecho Prazeres/Cabo, na BR-101, a construção do gasoduto Pilar-Cabo, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Partiu dele o Centro Regional de Ciências Nucleares, pioneiro no Nordeste, o primeiro Centro de Desenvolvimento tecnológico na área de Ciência Nuclear.

Barragens do projeto Asa Branca se derreteram feito Sonrisal – “Louvado seja Deus/Abençoada a canção/Louvado seja o homem/Que dá água para o Sertão”, cantou Luiz Gonzaga, ao celebrar a iniciativa do governador Marco Maciel ao criar o projeto Asa Branca, voltado para perenização dos rios sertanejos. Inspirado numa canção de Gonzagão, que fala do pássaro símbolo do Sertão tangido pela seca, o projeto era ambicioso. A meta hídrica previa a perenização de inúmeros rios, com a utilização de águas acumuladas em reservatórios reguladores, distribuídas em sucessivas barragens, utilizando, inclusive, águas do Rio São Francisco. O projeto envolvia, ainda, a perfuração de milhares de poços para uso humano e animal, impermeabilização de barreiros, construção de adutoras e a recuperação de barragens, entre outras ações. Em geral, as intenções visavam ajustar as metas de vários órgãos do governo a seus objetivos, como no caso da construção de estradas e eletrificação rural. Muitas das obras relacionadas pelo projeto foram concluídas, mas quase metade das barragens sucessivas foram danificadas ou destruídas completamente um ano depois, em 1981, pelas chuvas intensas. Essa fragilidade deveu-se, também, segundo estudo do Condepe, à rapidez da construção das barragens, com obras iniciadas antes mesmo da entrega dos projetos executivos. Resultado: grande parte estourou. Foi embora um sonho. O projeto ganhou a marca do improviso, as barragens ficaram conhecidas como obras com cara de Sonrisal, que logo se dissolve. Mas Luiz Gonzaga ainda fez a música Projeto Asa Branca, contando os feitos de Marco Maciel. “Bendito foi o momento/De divina inspiração/Quando feita a conclusão/De um grande planejamento/Dia onze de dezembro/Do ano setenta e nove/Vem à tona e se promove/Uma ideia rica e franca/ Marco Antônio Maciel/Criou o Projeto Asa Branca”.

Ingresso na vida pública começou pelo movimento estudantil – Marco Antônio de Oliveira Maciel nasceu em Recife no dia 21 de julho de 1940, filho de José do Rego Maciel, deputado federal por Pernambuco de 1955 a 1959, e de Carmem Sílvia Cavalcanti de Oliveira Maciel. Estudou na Faculdade de Direito da Universidade de Pernambuco, concluindo o curso em 1963. Por duas vezes, dirigiu o diretório central dos estudantes da instituição e, em 1963, assumiu a presidência da União dos Estudantes de Pernambuco. Sua atuação na política estudantil caracterizou-se pela oposição à linha ideológica de esquerda então predominante na União Nacional dos Estudantes (UNE), entidade da qual se desligou naquele mesmo ano por intermédio de manifesto publicado na imprensa. Na mesma época, alinhou-se às forças políticas que se opunham ao governo de Miguel Arraes em Pernambuco (1962-1964). Após o movimento político-militar de março de 1964 que depôs o presidente João Goulart e cassou o mandato de Arraes, Marco Maciel foi convidado pelo governador Paulo Guerra (1964-1967) para exercer o cargo de secretário-assistente do governo de Pernambuco. Devido à pouca idade, não pôde aceitar o convite, mas atuou como assessor do governador. No pleito de novembro de 1966 elegeu-se deputado estadual em Pernambuco na legenda da Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de sustentação do regime militar. Empossado em fevereiro do ano seguinte, exerceu a liderança da bancada governista durante toda a administração do governador Nilo Coelho (1967-1971). No pleito de novembro de 1970 elegeu-se deputado federal por Pernambuco, na legenda da Arena, assumindo em fevereiro seguinte sua cadeira na Câmara dos Deputados. Membro efetivo da Comissão de Minas e Energia e suplente das comissões de Economia, de Relações Exteriores e da Bacia do São Francisco, integrou ainda o grupo de trabalho formado para estudar a atualização do regimento interno da Câmara. Em 1972, tornou-se segundo-secretário do diretório nacional da Arena, passando no ano seguinte a primeiro-secretário. Nessa época, o partido era presidido pelo senador Filinto Müller. No pleito de novembro de 1974 reelegeu-se deputado federal por Pernambuco. No ano seguinte seu nome foi cogitado pela corrente liderada pelo ex-governador Nilo Coelho para ser o candidato arenista à sucessão de Eraldo Leite no governo de Pernambuco, ao mesmo tempo que seu pai era indicado para o mesmo cargo pelo também ex-governador Paulo Guerra. O nome escolhido, no entanto, acabou sendo o de José Francisco de Moura Cavalcanti, eleito por via indireta e empossado em março de 1975.

Apagador de incêndios, fez a articulação do Governo FHC com o Congresso – Marco Maciel exerceu todos os cargos que um político almeja: deputado estadual, deputado federal, governador, senador da República, ministro de Estado, vice-presidente e presidente da República, interinamente, por mais de 80 vezes. Vice de Fernando Henrique Cardoso, tomou posse em 1º de janeiro de 1995. No exercício do cargo, manteve seu prestígio como negociador político, a um só tempo discreto e influente. Com bom trânsito no Congresso Nacional, foi designado por FHC como articulador político do governo, função até então tradicionalmente exercida no país pelo chefe do Gabinete Civil. Dessa forma, coube a Maciel coordenar as negociações em torno da aprovação das reformas constitucionais defendidas pelo novo governo, entre as quais se destacavam as reformas administrativa e fiscal voltadas para o controle do déficit público, a reforma da previdência social, a quebra do monopólio estatal sobre o petróleo e as telecomunicações, o fim da estabilidade para os servidores públicos e a extinção dos obstáculos à atuação de empresas estrangeiras no País. Em janeiro de 1996, criticou publicamente o envolvimento de ministros nas eleições municipais previstas para outubro daquele ano, receando possíveis abalos na base de sustentação do governo federal. Ao mesmo tempo, voltou a criticar a reeleição para a Presidência da República e demais cargos executivos, tese que então ganhava força nos pronunciamentos de destacados líderes governistas. Ainda em junho daquele ano, entrou em atrito com o ministro das Comunicações, Sérgio Mota, um dos mais entusiasmados defensores da aprovação da emenda constitucional que abriria caminho a um possível segundo mandato presidencial consecutivo de Fernando Henrique. Dois meses depois, porém, acompanhando a mudança de posicionamento de seu partido, Maciel aderiu à tese da reeleição, tornando-se um dos principais defensores de sua aprovação no Congresso, afinal efetivada. Maciel teve seu nome confirmado como candidato a vice na chapa de Fernando Henrique Cardoso nas eleições presidenciais de outubro de 1998. A reeleição do presidente foi, então, defendida pelos mesmos partidos que o apoiaram no pleito anterior e teve ainda a adesão do Partido Progressista Brasileiro (PPB), liderado pelo ex-governador paulista Paulo Maluf. Realizado o pleito, a chapa Fernando Henrique/Marco Maciel venceu a disputa novamente no primeiro turno, com 53% dos votos válidos, derrotando, mais uma vez, Luís Inácio Lula da Silva, candidato de uma coligação de esquerda comandada pelo PT.

CURTAS

O FIM DA GUERRA EM EXU – Em 1982, atendendo a uma intervenção que Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, fizera ao vice-presidente Aureliano Chaves, no exercício da Presidência, Maciel acabou com a guerra das famílias Alencar, Peixoto e Sampaio na sangrenta Exu, promovendo uma intervenção administrativa. Nomeou o Coronel Moura como interventor. Deu certo. Exu era uma tristeza só. O derrame de sangue deixou marcas e uma dor que pareciam não sumir nunca das lembranças dos seus moradores. Deixou cerca de 60 mortos apenas no período mais duro – da década de 1940 ao início dos anos 1980.

FAMÍLIA E IMORTAL DA ABL – Com Anna Maria Ferreira Maciel, com quem foi casado por quase meio século, Marco Maciel teve duas filhas – Gisela e Cristiana – e um filho, João Maurício, que lhes deram cinco netos. Em 3 de maio de 2004, foi eleito imortal da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira que pertencia ao jornalista Roberto Marinho, das Organizações Globo. Escreveu, dentre outros livros, “Vocação e Compromisso”, “Educação e Liberalismo”, “Liberalismo e Justiça Social”, “Ideias Liberais e Realidade Brasileira”, “Tempos de Mundialização”, “Reformas e Governabilidade”, “Palavras, ações, obras” e “Política das Ideias”. Também foi autor de mais de uma centena de plaquetes de assuntos de relevância para a sociedade brasileira.

AMANHÃ TEM JOAQUIM FRANCISCO – A série prossegue amanhã trazendo o perfil do governador Joaquim Francisco, eleito em 1990, depois de governar a Cidade do Recife.

Perguntar não ofende: A ministra da Saúde está com os dias contados no Governo?

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Vitória de Pirro 

A princípio, para quem não acompanha de perto o processo político no Estado, a aprovação do projeto versando sobre o fim das faixas salariais pode ter sido uma bela vitória da governadora Raquel Lyra (PSDB). Mas não foi. A votação final por 41 votos se deu com a colaboração dos 16 deputados que se curvaram à realidade depois das emendas ao projeto serem rejeitadas por 26 votos a 16.

Elas mudavam o reescalonamento do fim das faixas previstas em 2026, para os anos de 2024 e 2025. Se o Governo precisava de 25 votos e obteve 26 na derrubada das emendas, na verdade a vitória foi representada por apenas um voto. Traduzindo, Raquel Mandacaru (não dá sombra nem encosto para ninguém) teve uma vitória de Pirro.

Trata-se de uma expressão utilizada para justificar uma batalha ganha a alto custo, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis. Prejuízos, diga-se de passagem, para a gestora e os policiais. Para a governadora, porque, em consequência do projeto aprovado, ganhará a fama de malvada entre os militares.

Pernambuco continuará sendo o Estado a pagar o pior salário ao PM e ao bombeiro no País. E isso é desalentador. Em termos de aumento salarial à categoria, o projeto que passou ontem na Alepe concede 3,5% de reajuste este ano e iguais percentuais nos dois anos seguintes – 25 e 26.

Entre os militares, a correção da inflação fará com que os terceiros-sargentos, que são maioria da tropa de rua, sofram uma defasagem dos seus salários em torno de 6,5%, enquanto o soldado perderá 3,5% e o coronel 5,9%. Com salários tão baixos, a tropa continuará desestimulada para ajudar o Governo em qualquer cruzada pela redução da violência no Estado.

Sendo assim, dificilmente a governadora irá encontrar os meios adequados e satisfatórios para evitar que o Estado volte a repetir o abril mais triste e sangrento da sua história, registrando 324 assassinatos. Esse número choca e preocupa. Representa uma guerra civil não declarada e silenciosa.

Sem maioria – A governadora sai desgastada também por outros motivos. Nunca um projeto enviado à Alepe em caráter de urgência, que pelo regimento só pode durar 45 dias, demorou tanto em tramitar: 63 dias. Entre as quatro comissões técnicas em que passou, foi reprovado em três, inclusive na de Justiça, colégio que a governadora já perdeu a maioria e pode se complicar em outras matérias polêmicas, como projetos que versem sobre aumento para profissionais da área de saúde e professores.

O jogo de João Paulo – Sob a orientação do deputado João Paulo, o mais governista da bancada de Raquel na Alepe, a bancada do PT votou fechada pelo projeto que acaba as faixas salariais entre os policiais militares e bombeiros. O que se ouve nos bastidores da Casa é que João sonha acordado em ser candidato a prefeito do Recife com o apoio de Raquel, mesmo em nível nacional o PSDB, partido da governadora, fazer oposição ao Governo Lula. João também aposta na possibilidade de Daniel Coelho, nome apoiado pela governadora, não decolar. E ele surgir como tábua de salvação para Raquel Mandacaru no enfrentamento a João Campos.

Não pagou nem a metade – João Paulo, o roxo governista, já vinha votando favorável ao Governo em comissões estratégicas e no plenário, contrariando a orientação do seu partido. Virou assíduo frequentador do Palácio das Princesas e diz que o cafezinho que se serve por lá é uma maravilha. A surpresa ficou por conta da radical Rosa Amorim, que, recentemente, saiu do Palácio elogiando a Raquel Mandacaru depois de ser recebida com um grupo do MST. Rosa está bem afinada com o vice-líder do Governo na Alepe, Joãozinho Tenório (PRD). Os tempos mudam. Quem era o PT, hein?

Cronograma até 2026 – Pelo texto original do governo aprovado, ontem, o cronograma para a extinção das faixas salariais será o seguinte: 1º de junho de 2024: todos os ocupantes da faixa A passam a se enquadrar na faixa B do seu respectivo posto ou graduação; 1º de junho de 2025: os ocupantes da faixa B passam para a faixa C; 1º de junho de 2026: os policiais que se encontram nas faixas C e D serão enquadrados na faixa E, que passará a ser a faixa única de soldo.

Governo lento e desastroso – Dois anos após a tragédia que matou mais de 130 pessoas em Pernambuco, em decorrência das chuvas, a governadora Mandacaru sequer finalizou a licitação que deve recuperar o local mais afetado pelo desastre natural em 2022, que é o bairro de Jardim Monte Verde, limite entre o Recife e Jaboatão dos Guararapes. Integrantes do governo se reuniram, ontem, com representantes de 44 municípios para tratar da Operação Inverno, que reúne ações de prevenção e redução de riscos causados pela chuva.

CURTAS

RESGATADA – A deputada federal gaúcha Franciane Bayer, do Republicanos, e familiares dela foram resgatados de barco na casa da parlamentar, na última segunda-feira, em Porto Alegre. Moradora de Canoas, na Região Metropolitana da capital gaúcha, Franciane havia se refugiado na casa da mãe depois de ter deixado a sua na sexta-feira passada quando a Defesa Civil emitiu um alerta de risco de inundação.

IMPEDIDO – O ministro Cristiano Zanin, do STF, declarou, ontem, seu impedimento para julgar o recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro contra sua inelegibilidade, declarada pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2023. A decisão de Zanin atende a um pedido da defesa de Bolsonaro.

TRAPALHÃO – Sem votos sequer para se eleger vereador em Ingazeira, sua terra natal, Mário Viana Filho ganhou uma boquinha do Governo Raquel e se apresenta na região do Pajeú como gerente de articulação do Governo. E foi, ontem, para a rádio Pajeú xingar o pré-candidato a prefeito de Afogados da Ingazeira apoiado pela governadora, Danilo Simões, herdeiro político da ex-prefeita Giza Simões.

Perguntar não ofende: Por que João Paulo não assume logo a liderança do Governo Mandacaru na Alepe?

Paulista - No ZAP

Os primeiros outdoors da mídia dos 18 anos do blog, estes em parceria com a Bandeirantes Outdoor, já estão espalhados em várias áreas estratégicas e de grande visibilidade do Recife e Região Metropolitana. Nos próximos dias, também serão fixados nos principais corredores de BRs do Estado, como a 232 e a 101.

Petrolina - Melhor cidade para viver 2024
Ipojuca - Minha rua top

Por Iuri Pitta*

Surgem sinais no horizonte do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que a queda na aprovação do presidente, registrada nos primeiros meses de 2024, começou a refluir em abril e maio.

Uma série de pesquisas de opinião pública publicadas nesta semana captou, cada uma com metodologias e timings próprios, a reversão de tendência. A dúvida é a intensidade e a duração dessa retomada de fôlego na imagem do presidente.

O mais recente levantamento foi feito pela Atlas e divulgado na tarde de hoje, horas depois de pesquisa CNT/MDA ter sido publicada. Um dia antes, a Febraban/Ipespe também trouxe dados sobre a percepção dos brasileiros sobre o governo Lula.

Como analisar e interpretar corretamente tantos dados disponíveis?

O sociólogo e cientista político Antonio Lavareda recomenda olhar para a questão primeira que os institutos fazem aos entrevistados: você aprova ou desaprova o governo? É uma pergunta dicotômica, que permite extrair um saldo, positivo ou negativo, quando se subtrai do percentual que aprova os que desaprovam.

Esse cálculo perde precisão quando se olha a avaliação por uma escala de ótimo/bom a ruim/péssimo. Com essas três pesquisas, a compilação feita por Lavareda chega a 43 levantamentos feitos desde o início do mandato de Lula.

Dessas, apenas uma registrou saldo numericamente negativo (Paraná Pesquisas, de 18 a 22 de março). Pelo menos outras sete apontaram empate técnico: isto é, embora o percentual de aprovação fosse maior que a desaprovação, estavam dentro da margem de erro e, portanto, não se pode afirmar estatisticamente que uma é maior que a outra.

Restam, assim, mais de 30 levantamentos em que o saldo é significativamente positivo para o governo. Em outras palavras, são retratos de momentos em que os institutos identificaram, com significância estatística, que há mais brasileiros que aprovam o trabalho de Lula do que desaprovam.

Lula 3, o filme

Nesse caso, vale recuperar o clichê de que pesquisa é retrato de momento, e é preciso sempre olhar o filme quando se trata de opinião pública. Por isso a metodologia sugerida por Lavareda, para se olhar a trajetória dos saldos ao longo do tempo, pelos mais variados institutos, torna-se mais eficaz.

Isso porque, quando há um intervalo de tempo maior entre dois levantamentos de um mesmo instituto, como o CNT/MDA, que foi a campo em janeiro e em maio, pode faltar um retrato da sequência, que foi justamente março, mês em que Genial/Quaest, Atlas, IPEC, Paraná e PoderData detectaram uma sequência de saldos inferiores ao que o governo registrava ao longo de 2023.

No caso da Atlas, com levantamentos em janeiro, março e maio, fica visível a queda nos primeiros meses do ano e a retomada de abril para cá: o saldo cai de 9 pontos para 1 e, agora, está em 6.

Ao se olhar todo o compilado de dados de Lavareda, surgem três informações que ajudam a compreender melhor as variações das curvas e vislumbrar para onde sopram os ventos da opinião pública:

  1. O ritmo de alta da desaprovação foi maior do que o da queda da aprovação entre janeiro de 2023 e maio de 2024;
  2. A desaprovação se consolidou acima dos 40% ainda em meados de 2023;
  3. Desde o início de 2024 a aprovação de Lula tende a ficar em torno dos 50%.

Para reforçar essa percepção, vamos aos saldos das três pesquisas divulgadas nesta semana:

  • Febraban/Ipespe: + 6 pontos (49% aprovam e 43% desaprovam);
  • CNT/MDA: + 7 pontos (50,3% aprovam e 43,7% desaprovam);
  • Atlas: + 6 pontos (51% aprovam e 45% desaprovam).

Parece haver uma tendência de recuperação da imagem perdida. O que as próximas pesquisas podem ajudar a compreender é a intensidade e a duração dessa retomada de espaço.

É baixa a probabilidade de que Lula volte a registram saldos muito acima dos dois dígitos, como chegou a se observar no primeiro semestre de 2023. E parece de fato que o momento mais difícil coincidiu com uma percepção maior de preços altos – em especial a inflação dos alimentos, de componente sazonal.

Não por acaso, ao falar das diversas ações necessárias para ajudar o Rio Grande do Sul após a histórica enchente deste ano, Lula também olhou para o preço do arroz e do feijão em todo o Brasil e colocou à mesa a hipótese de importação desses produtos.

Mesmo com polarização em alta e convicções que parecem cada vez mais cristalizadas, os rumos da economia ainda fazem diferença.

A exemplo do cidadão que quer terminar o mês antes do saldo positivo da conta corrente, no Brasil atual, percorrer quatro anos de mandato com aprovação maior do que a desaprovação, acima da margem de erro dos institutos, não é tão pouco quanto parece. Para Lula, o desafio é sustentar esse saldo até 2026.

* Jornalista, mestre em administração pública e governo e professor universitário

Caruaru - Geracao de emprego
Camaragibe Agora é Led

Em vídeo divulgado há pouco, o deputado estadual Alberto Feitosa (PL) fez um desabafo sobre como ficará a situação dos policiais e bombeiros militares do Estado, que terão que ir às ruas, a partir de amanhã, com o peso de terem o menor salário da categoria em todo o Brasil. O relato do parlamentar acontece após a vitória do Governo, no plenário da Assembleia Legislativa, na votação do projeto de lei que acaba com as faixas salariais dos militares. Confira!

Belo Jardim - Vivenciando Histórias

O prefeito do Paulista, Yves Ribeiro, participou, hoje, em Brasília, de uma reunião com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o senador pernambucano Humberto Costa (PT). No encontro, o gestor municipal discutiu acerca de projetos para o município e emendas parlamentares, sobretudo para a área da saúde.

Recursos na ordem de R$ 2,5 milhões, fruto de uma emenda do senador, devem viabilizar incrementos nas ações da Prefeitura. Yves irá aproveitar a presença no Distrito Federal para viabilizar outras agendas com Gleisi Hoffmann, ministros e parlamentares. Participaram também da reunião o procurador geral e o controlador geral da Prefeitura, Geraldo Lima e Gustavo Albuquerque, respectivamente, e o secretário executivo do município e membro do PT, Aluizio Camilo.

Vitória Reconstrução da Praça

O Governo do Estado venceu, no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco, e teve aprovado o projeto de lei original que acaba com as faixas salariais dos policiais e bombeiros militares até 2026. A segunda discussão repetiu os 41 votos a favor, um contra e zero abstenção da primeira chamada. O projeto agora seguirá para a sanção da governadora Raquel Lyra (PSDB).

Após sancionado, a mudança acontecerá de forma escalonada. A Faixa A, que beneficiará primordialmente os aposentados, acaba ainda em 2024. As faixas B e C encerram em 2025 e a D, em 2026.

A deputada Gleide Ângelo (PSB) – que apresentou um substitutivo para adiantar toda a extinção para 2025, que foi rejeitado – comentou a derrota da oposição. “A gente apresentou emendas e substitutivos, a gente lutou até o final. Até no plenário, a gente tentou trazer para 2025, o governo tinha como fazer isso porque tem orçamento, mas infelizmente fomos derrotados no plenário. E não tivemos alternativa, a não ser votar pelo projeto original, que só extingue em 2026. Porque o que sobrou para a gente era isso ou nada. Então, a gente tem que pensar nos policiais. É melhor extinguir em 2026 do que nunca”, lamentou a parlamentar.

Já o deputado Joel da Harpa (PL) avaliou que o que fica é um sentimento de que o Governo poderia ter feito um sinal mais justo para essa categoria, que clama pela extinção dessas faixas salariais desde 2017. “Apesar de a governadora estar acabando com as faixas salariais, esse projeto até 2026 não atende à esperança da categoria. A nossa luta continua, mas a gente esperava que houvesse o entendimento do plenário, que tem a soberania, porque nossos substitutivos foram aprovados nas comissões, mas infelizmente no plenário o governo teve votos a mais. Isso só mostra a falta de sensibilidade do poder executivo em, sobretudo, discutir com as categorias. Faltou diálogo no decorrer das negociações”, disse.

O Blog acionou a assessoria de imprensa do Governo do Estado ontem e hoje, para obter um posicionamento sobre o desapontamento dos militares com o projeto original, mas até esta publicação não teve resposta.

Por Edward Pena – repórter do blog

Com 41 votos a favor, um contra e zero abstenção, o projeto de lei que acaba com as faixas salariais de policiais e bombeiros militares de Pernambuco foi aprovado em primeira discussão na Assembleia Legislativa. O PL passará por uma segunda votação ainda hoje. A proposta do Governo do Estado prevê a mudança no modelo em 2026, o que desaponta a categoria.

A discussão segue e o deputado Joel da Harpa (PL) apresentou uma emenda para que a extinção ocorra antes, em 2025. O regimento da Casa permite que essa emenda seja apreciada no intervalo entre a primeira e segunda votação.

Por Edward Pena – repórter do Blog

Ao defender um repasse extra de R$ 17 milhões para um hospital privado de Garanhuns, que tem convênio com o SUS e pertence à família do marido da vice-governadora Priscila Krause (Cidadania), o deputado Izaías Régis (PSDB) alegou que o Hospital Regional Dom Moura, unidade pública, não teria condições de oferecer os serviços de nefrologia/hemodiálise, oncologia e UTI por falta de espaço.

A fala foi registrada ontem no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco e recebida com estranheza pela oposição. Na mesma sessão, o líder do PSB na Casa, o deputado Sileno Guedes, rebateu a declaração. De acordo com o parlamentar, a unidade pública de Garanhuns tem “espaço de sobra”, mas sofre por falta de investimentos.

“O que estamos falando é que uma unidade privada que já recebeu R$ 43 milhões, agora recebeu mais R$ 17 milhões, enquanto a unidade pública (Dom Moura) recebe R$ 6 milhões ao ano. Em visita da comissão de saúde ao Dom Moura foi constatado o abandono da saúde pública de Pernambuco. Isso se repete no Dom Moura, na Restauração, no Agamenon, no Barão de Lucena. A comissão não citou família de ninguém, mas constatou que um hospital privado recebe quase dez vezes mais do que um hospital público”, argumentou Guedes, no plenário.

Por Edward Pena – repórter do Blog

A sessão destinada à votação do Projeto de Lei que extingue as faixas salariais de policiais e bombeiros militares de Pernambuco teve início na Assembleia Legislativa. Os trabalhos acontecem sob o olhar apreensivo da categoria, que lotou as galerias do plenário da Casa, com capacidade para 300 pessoas. A classe espera que as faixas sejam extintas em breve, o que destoa do PL de autoria do Governo do Estado, com previsão de extinção para 2026.

A medida é um clamor da categoria há anos. Segundo a classe, as subdivisões nas remunerações dentro de uma mesma patente ferem legislação federal, o que as torna ilegais. O fim desse modelo foi uma promessa de campanha da governadora Raquel Lyra (PSDB), mas os militares se queixam que à época Raquel teria prometido a mudança para 2023.

A votação do PL 1671/2024 deve se estender até o fim do dia. Nos bastidores, há a informação de que o Governo agiu para garantir a aprovação nos moldes que agradem a governadora.

Jornal do Commercio

Pernambuco fechou o mês de abril com 324 mortes violentas intencionais. Houve aumento de 2,2% em relação ao mesmo período de 2023, quando 317 pessoas foram assassinadas. Segundo a estatística da Secretaria de Defesa Social (SDS), divulgada ontem, esse foi o pior mês de abril deste 2018, quando 355 mortes foram somadas pela polícia.

Novamente, a Região Metropolitana do Recife (RMR) e o Agreste concentram a maior quantidade de assassinatos, isoladamente, e contribuem para a elevação dos números gerais da violência em Pernambuco. Na RMR, 177 pessoas foram mortas no mês de abril. No mesmo período do ano passado, foram 160.

Um dos casos de repercussão foi a morte do vigilante aposentado Antônio Lima do Nascimento, de 76 anos, vítima de bala perdida no bairro de Jardim Jordão, em Jaboatão dos Guararapes. O crime aconteceu na noite do dia 22, após a vítima sair de um culto evangélico.

Uma câmera de segurança filmou o momento em que o idoso foi assassinado. Antônio andava pela Rua Nossa Senhora do Desterro, quando dois homens passaram correndo perto dele. O homem de camisa escura atira contra o outro que está sem camisa, mas o tiro atinge o aposentado, que cai no chão e morre. Antônio deixou cinco filhos e nove netos. O caso segue sob investigação na Polícia Civil.

OUTRAS REGIÕES

No Agreste, o número de assassinatos saltou de 66, em 2023, para 69 neste ano. Já região do Sertão manteve o mesmo número registrado no ano passado: 45 assassinatos. A Zona da Mata, assim como ocorreu no mês passado, contabilizou uma redução dos crimes. Caiu de 46 mortes, em 2023, para 33. 

No acumulado do ano, de janeiro a abril, 1.312 mortes violentas intencionais foram somadas em Pernambuco. No mesmo período de 2023, foram 1.223. O aumento foi de 7,27%.

Nas estatísticas de mortes violentas intencionais estão incluídos os homicídios, feminicídios, lesões corporais seguidas de morte e óbitos por intervenção policial.

O Juntos pela Segurança tem como meta a redução de 30% nas mortes violentas intencionais, crimes violentos contra o patrimônio, roubo e furto de veículos e violência contra a mulher até o ano de 2026, tendo como base os números de 2022.

AUMENTO DOS CASOS DE FEMINICÍDIO

Os casos de feminicídio também cresceram em Pernambuco. No último mês de abril, segundo a SDS, sete mulheres foram vítimas desse tipo de crime. No mesmo período do ano passado, foram duas.

No acumulado do ano, a polícia já somou 24 vítimas de feminicídio. Além disso, 18.254 queixas de violência doméstica/familiar sobre registradas nos quatro primeiros meses de 2024.