Almocei, hoje, em Brasília, com o jornalista Renato Ferraz, colunista de automóveis deste blog. Ele me levou para conhecer o restaurante Tia Zélia, na Vila Planalto, local onde se abrigaram as primeiras levas de trabalhadores que construíram, sob lama e poeira, dependendo da época do ano, a capital da República.
O lugar, a pouco menos de 1 km em linha reta do Palácio do Planalto e da Esplanada dos Ministérios, é gerenciado por tia Zélia, a cozinheira preferida do presidente Luís Inácio Lula da Silva, cujas fotos enfeitam as paredes do lugar.
Leia mais“Nesse governo, ele ainda não veio. Mas eu entendo as razões”, disse ela a este blogueiro, enquanto dava ordens aos garçons e demais funcionários do restaurante, batizado com o seu nome.
Além de imagens de Lula, como se fosse um oratório antigo de casas da zona rural dos sertões, o lugar é cheio de fotos de políticos, principalmente de petistas, homenagens e recortes de reportagens jornalísticas.
Na parte interna, apenas seis mesas – uma delas para 10 lugares – e a cozinha, aberta ao público; fora, um gigantesco toldo de lona branca e dezenas de mesas espalhadas pela grama de área pública do outro lado da rua.
Essas ‘invasões’, que expõem funcionários e clientes a riscos de atropelamentos e intempéries climáticas, são bem típicas da cidade que Juscelino Kubitscheck inventou de criar.
A baiana Tia Zélia, que na verdade se chama Maria de Jesus Oliveira da Costa, diz conhecer Lula desde 2008, quando lhe serviu uma buchada de bode.
Lula gostou, voltou e sempre que quis mandou seguranças e auxiliares buscá-la. Aliás, a iguaria é um dos carros-chefes do cardápio, que tem geralmente três opções variadas diárias. É buchada de bode, carne-de-sol e rabada – outro prato preferido de Lula. Tem também macarrão simples, feijão tropeiro ou no caldo, salada tradicional e, claro, cervejas geladas e pingas de todos os estados.
O preço é, além do sabor, convidativo: R$ 45 em média para uma pessoa, com variação diária de pelo menos uma opção. Mas, apesar da lona branca aconchegante, os melhores lugares ficam sob as figueiras ainda não centenárias, mas que oferecem tudo o que às vezes desejamos na secura de Brasília- apenas sombra.
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