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O Ceasa Pernambuco completa, hoje, 63 anos de fundação. Mais antiga central de abastecimento do Brasil, a autarquia chega à data com um histórico de relevância para o desenvolvimento econômico e o abastecimento alimentar do estado – e, nos últimos anos, tem consolidado uma nova fase voltada à modernização de processos, ganho de eficiência, segurança, responsabilidade ambiental e fortalecimento da sua atuação social.
Ao longo de 2023 e 2024, a gestão do presidente Bruno Rodrigues promoveu uma série de reestruturações internas e projetos inovadores. A data comemorativa marca também a oportunidade de apresentar um balanço preliminar dessas iniciativas.
Leia maisEntre os principais avanços estruturais está a requalificação da rede elétrica do entreposto, com a instalação de 10 novos geradores de 500 kVA e manutenção preventiva permanente. A medida reduziu drasticamente as quedas de energia, garantindo maior estabilidade à operação diária.
No controle logístico, a antiga balança de pesagem de caminhões foi substituída por um modelo eletrônico homologado pelo INMETRO e IPEM, com capacidade para até 100 toneladas. O sistema deve ser integrado ao Romaneio Express, solução em fase final de desenvolvimento que permitirá a antecipação de pagamentos e acesso automatizado dos veículos de carga, por meio da ferramenta Ceasa Pay.
Além disso, foi entregue um novo estacionamento coberto com 140 vagas, e mais de 5 mil vagas em todo o entreposto foram reorganizadas e demarcadas. A central conta hoje com uma Central de Segurança Integrada, com vigilância 24 horas e monitoramento por câmeras de última geração. Um drone de patrulhamento aéreo foi incorporado à rotina da equipe – recurso inédito entre as Ceasas do país.
A autarquia também passou a abrigar uma base do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, além de alojamentos para efetivo da Polícia Militar, reforçando a segurança interna e do entorno.
Sustentabilidade e redução de impacto ambiental
Reconhecido nacionalmente por sua atuação na área ambiental, o Ceasa-PE mantém o Programa de Compostagem, responsável por evitar, nos últimos cinco anos, a emissão de 8.108 toneladas de CO₂, segundo dados da UFPE.
A autarquia também migrou sua matriz energética para fontes renováveis, medida que rendeu certificação da Kroma Energia, com redução anual estimada em 397,9 toneladas de CO₂ – o equivalente ao plantio de 272 mil árvores.
Inovação e digitalização de serviços
Com a criação do LABITEC – Laboratório de Inovação Tecnológica do Ceasa, em parceria com o Porto Digital e a Secretaria de Desenvolvimento Agrário, a instituição passou a desenvolver soluções próprias para otimização interna e prestação de serviços.
Entre os resultados está a implementação do CeasaMais, primeiro marketplace digital do país criado por uma central de abastecimento, aproximando produtores e comerciantes do ambiente online.
Já o uso do sistema AgriTrace Vegetal, desenvolvido com ADAGRO, APEVISA e Ministério Público de Pernambuco, permite rastrear a origem dos alimentos, fortalecendo a segurança alimentar e combatendo o uso irregular de agrotóxicos.
Avanços em governança e conformidade
O Ceasa-PE concluiu seu processo de adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), revisando fluxos de tratamento de dados e implementando boas práticas de governança.
Internamente, a gestão avançou em frentes como drenagem, pavimentação, reforma de giradouros e modernização dos portões de acesso, com destaque para o Portão 5, já digitalizado, e o Portão 6, em construção.
Responsabilidade social e valorização dos trabalhadores
O programa Sopa Amiga, um dos principais da autarquia, triplicou sua capacidade de produção, saltando de 350 mil para mais de 1,1 milhão de porções anuais, distribuídas a 119 instituições, entre creches, escolas, abrigos e comunidades vulneráveis na RMR e no interior.
No cuidado com as equipes internas, a gestão entregou novos vestiários, copa equipada e áreas de convivência para trabalhadores da manutenção. Também foram realizadas melhorias no setor administrativo, com sanitários requalificados e espaços de pausa reformados.
Interiorização e descentralização do modelo
Em fase de estruturação, o projeto de mini Ceasas busca replicar, em municípios estratégicos de Pernambuco, o modelo organizacional da capital. A proposta visa fortalecer a agricultura local, oferecer suporte técnico e reduzir perdas na comercialização de hortigranjeiros.
Segundo o presidente Bruno Rodrigues, o momento é de reconhecimento dos avanços e de planejamento para novos desafios. “Estamos celebrando uma história que honra o passado e projeta o futuro. Como bem resume nossa campanha de 63 anos: o Ceasa não parou no tempo, ele está à frente dele”, afirmou.
Leia menosPor 19 votos a 11, a base do governo na CPI mista do INSS conseguiu impedir, hoje, a convocação de José Ferreira da Silva, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi). As informações são do portal G1.
O Sindnapi é uma das entidades investigadas pelo esquema de descontos fraudulentos em benefícios previdenciários. A instituição foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na última semana e teve R$ 390 milhões em bens bloqueados por ordem do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Leia maisConhecido como “Frei Chico”, o irmão de Lula não é formalmente investigado pela Polícia Federal. Mesmo com a rejeição desta quinta, os membros da CPI ainda poderão apresentar e votar novos pedidos de convocação.
O dirigente sindical é um dos alvos preferenciais de parlamentares de oposição no colegiado, que tenta atrelar a gestão Lula ao escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
No início dos trabalhos da CPI, congressistas aliados ao governo chegaram a anunciar que haviam construído um acordo para centralizar a investigação em presidentes de entidades investigadas e nos ministros e técnicos ligados à Previdência Social. Pela costura, que foi negada pela oposição e pelo Centrão, “Frei Chico” não se tornaria alvo.
Em depoimento à CPI mista, o presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho, afirmou que, dentro da entidade, “Frei Chico” não tinha funções administrativas. Segundo ele, o irmão de Lula exercia um papel “político de representação sindical”.
“Contrariando o meu advogado, eu quero dizer que ele nunca teve esse papel de administrativo no sindicato, só político, político de representação sindical. Nada mais do que isso. E não precisei, em nenhum momento, solicitar a ele que abrisse qualquer porta do governo”, disse o sindicalista conhecido como Milton Cavalo.
Ao defender a convocação de “Frei Chico”, o deputado Luiz Lima (Novo-RJ) declarou que o depoimento era “justo e honesto”. O parlamentar afirmou que o irmão do presidente Lula precisa esclarecer à CPI qual era o seu papel dentro do Sindnapi e o motivo pelo qual integra a entidade.
Em nome do governo, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) afirmou que não há qualquer indício de que “Frei Chico” participou de atividades investigadas pela CPI.
“Não tem materialidade, não tem fato concreto, então, eles içam alguém para tentar colar a imagem do presidente Lula. [‘Frei Chico’] está há um ano no sindicato. Ele está desde 2024, com uma função simbólica. Não tem uma atividade administrativa, não faz movimentação financeira, não participa de nenhuma atividade que o ligue ao que estamos investigando aqui”, afirmou.
A Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) informou à comissão que, entre 2020 e 2025, o Sindnapi foi o terceiro maior destinatário dos descontos associativos debitados nas folhas de aposentados e pensionistas. Os dados apontam que, no período, a entidade recebeu cerca de R$ 507,5 milhões. A CPI mista do INSS já quebrou os sigilos bancário e fiscal da entidade e do presidente do Sindnapi e de sua esposa.
Leia menosAcompanhe, ao vivo, minha entrevista ao jornalista Zé Silva, no programa Alerta Pernambuco, da TV Ativa do Araripe, sobre o lançamento do meu livro ‘Os Leões do Norte’, logo mais, às 19h, na Câmara dos Vereadores de Araripina.
Por Áureo Cisneiros*
Houve um tempo em que ser de esquerda significava estar do lado do povo. Era estar nas greves, nas ocupações, nas portas das fábricas e nos sindicatos. Era ouvir o trabalhador, a dona de casa, o estudante da escola pública. Era suar junto, comer o mesmo pão e acreditar que dava pra mudar o mundo.
Nos anos 90, quando eu participava do movimento estudantil, a gente era desconfiado do sistema – criticava o Congresso, o STF e até o voto eletrônico. Éramos rebeldes por convicção. Mas parece que, quando a esquerda chegou ao poder, algo se perdeu pelo caminho. A utopia virou planilha, a rebeldia virou burocracia, e a crítica virou defesa cega do mesmo sistema que antes combatíamos.
Leia maisE é curioso lembrar: a própria esquerda defendia o povo armado. Não no sentido da violência gratuita, mas da autodefesa popular, do direito do cidadão se proteger de um Estado autoritário. Falava-se em autonomia das comunidades, em poder popular real, em resistência.
Hoje, esse discurso foi sequestrado pela extrema direita, enquanto a esquerda passou a pregar o desarmamento total e a confiança irrestrita no mesmo Estado que antes criticava. É uma inversão simbólica profunda – o sinal de que a rebeldia deu lugar à submissão institucional.
Hoje, vejo uma esquerda que fala bonito, mas fala sozinha. Que escreve muito, mas ouve pouco. Enquanto isso, o povo das periferias — aquele povo que sempre foi o alicerce da transformação — foi se afastando.
A esquerda se fortaleceu nos bairros nobres, nos debates acadêmicos, nos palcos culturais. Mas o povão, o trabalhador, o fiel da igreja, o cara da moto, a mulher que pega dois ônibus por dia — esses foram ficando de fora.
Talvez a esquerda tenha se apaixonado mais por suas teses do que pelo seu povo. Passamos a disputar quem tem o discurso mais correto, e esquecemos que a política é, antes de tudo, encontro e escuta. É preciso coragem para reconhecer isso — porque sem humildade, não há recomeço.
Parte da esquerda se perdeu no caminho do individualismo, falando mais de identidades do que de gente. Cada grupo passou a defender apenas a sua dor, e a política virou um espelho. Mas o povo quer mais do que reconhecimento: ele quer viver melhor, quer ver o filho comendo, quer segurança e respeito. Quando a esquerda esquece de falar disso, o povo escuta quem fala — mesmo que seja a extrema direita.
Enquanto os progressistas têm medo do sistema e se esforçam para preservá-lo, os conservadores de hoje se colocam como desafiantes do sistema — falam a língua do povo, desafiam instituições e conquistam corações que a esquerda abandonou.
E é isso que está acontecendo.Enquanto a esquerda debate termos e purezas ideológicas, a direita fala simples: “Deus, pátria e família”. Pode ser um discurso raso, mas é direto, é emocional, e, acima de tudo, fala a língua do povo. E o povo não segue quem tem mais razão — segue quem o entende.
O povo não quer ser estudado, quer ser compreendido. Quer ser ouvido, respeitado e valorizado. Quando alguém chega de coração aberto, o povo sente. É por isso que tantos seguem quem os acolhe, mesmo que não concordem com tudo. A esquerda precisa voltar a abraçar o povo — e não apenas discursar sobre ele.
A esquerda também perdeu a esperança. Antes, a gente sonhava com um país justo, com igualdade, com transformação. Hoje, o discurso virou técnico: fala-se em “gestão”, “responsabilidade fiscal”, “governabilidade”. Mas o povo quer sonho.
Quando a política para de sonhar, o povo vai buscar esperança onde encontra: na fé. E foi aí que as igrejas e o populismo conservador ocuparam o espaço que a esquerda abandonou.
E há outro problema: a esquerda ainda fala como se o mundo do trabalho fosse o das fábricas e dos metalúrgicos. Mas o Brasil mudou. Hoje o trabalhador é o entregador de aplicativo, o motorista, a diarista, o autônomo.
Gente sem sindicato, sem direitos, sem tempo — mas com a mesma vontade de viver com dignidade. Essa nova classe trabalhadora não se vê representada, e por isso se cala, se desilude ou muda de lado.
A esquerda precisa reencontrar o chão da vida real. Precisa voltar a ouvir, a sentir, a caminhar com o povo. Não é negando as causas identitárias, mas recolocando-as dentro de um projeto maior, que fale de coletividade e solidariedade. O povo quer dignidade, fé e oportunidade. E quer que alguém fale com ele — não sobre ele.
A esquerda precisa reaprender a sonhar junto, não sozinha. E sonhar junto significa olhar pro lado, segurar a mão do trabalhador, da mãe solo, do jovem negro, do pequeno comerciante e dizer: “vamos mudar isso juntos”. Porque ninguém muda o Brasil sozinho — é o povo que faz a história andar.
Ainda há tempo.
O Brasil continua sendo um país generoso, cheio de gente boa e trabalhadora. O que falta é uma esquerda que volte a sonhar grande e a caminhar de cabeça erguida ao lado do povo. Uma esquerda menos narcisista e mais humana, menos acadêmica e mais popular. O Brasil não precisa de novos messias — precisa de uma nova esperança. E essa esperança só vai nascer quando a esquerda voltar a olhar o povo nos olhos e a falar com o coração.
*Presidente do SINPOL-PE e defensor da segurança pública como direito fundamental
Leia menosO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua as consultas para fechar a indicação dele para a vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF), aberta com a aposentadoria antecipada de Luiz Roberto Barroso. As informações são d portal G1.
Depois de ouvir ao longo dessa semana ministros do STF, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e integrantes do PT, Lula vai conversar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A reunião com Alcolumbre deve ocorrer até a manhã desta sexta-feira (17).
Leia maisO presidente do Senado trabalha para emplacar o nome do senador Rodrigo Pacheco, do PSD, na vaga de Barroso. Pacheco é um forte aliado de Davi Alcolumbre e, segundo parlamentares que acompanham as articulações, é o único que tem garantia de aprovação no plenário da casa.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, nome de confiança de Lula, também é cotado para a vaga. Conta a seu favor o fato de ser evangélico, o que poderia dar força para o governo nesse segmento da população, que tende mais à ala conservadora da política.
Leia menosPernambuco, terra de grandes líderes e celeiro político, assiste a um movimento que, de tão genuíno e promissor, merece ser dissecado com a lupa que usamos aqui no Blog para medir o pulso do eleitor. Falo do pré-candidato a deputado estadual Marconi Santana e de seu projeto que, em poucas semanas, se transformou no mais expressivo termômetro do sentimento popular no nosso Estado: o “Conversando com o povo, ouvindo Pernambuco”.
Marconi, com a coragem e a sensibilidade de quem entende que o mandato só faz sentido se for forjado na base, na lida diária e no olho no olho, ressuscita uma máxima que muitos políticos de gabinete insistem em ignorar: a verdadeira política se faz na rua, debaixo do sol inclemente ou da chuva mansa do nosso Nordeste.
Leia maisO projeto é simples na concepção, mas gigante na execução e no impacto: ir às cidades, não para fazer o comício vazio ou o discurso ensaiado, mas para reunir líderes, políticos locais e, principalmente, as organizações comunitárias, a verdadeira espinha dorsal da nossa sociedade. É sentar-se na mesa, tomar um café coado e debater, sem filtros ou meias-palavras, o futuro que Pernambuco tanto almeja e merece.
Ora, que contraste gritante com o modus operandi de grande parte da nossa classe política, habituada aos confortos da capital e à frieza dos números de pesquisas telefônicas! Marconi Santana, ao fazer essa romaria municipal, demonstra um compromisso ético com a representatividade. Ele não almeja apenas votos, ele quer legitimidade.
O “Conversando com o Povo” já se tornou a pauta. Enquanto muitos ainda discutem a velha política, Marconi está discutindo saneamento, segurança e emprego com quem mais sente a ausência do poder público: o cidadão comum. Ele está mapeando os gargalos do Estado com a precisão de um cirurgião e a escuta de um bom repórter.
Em um cenário onde a descrença na política atinge picos preocupantes, a atitude de Marconi Santana de ir à base, de prestar contas antes de ser eleito e de transformar o debate em uma plataforma participativa, funciona como um bálsamo. Ele está construindo uma pré-candidatura de dentro para fora, pavimentando o caminho para a Assembleia não com promessas aéreas, mas com a materialidade das demandas colhidas diretamente na fonte. É a inteligência política no seu estado mais puro.
O projeto “Conversando com o povo, ouvindo Pernambuco” é a novidade de expressão que a política pernambucana precisava. Ele está ensinando à velha guarda que, no final das contas, o microfone mais importante é aquele que fica nas mãos do povo. E, quem ouve o povo, dificilmente erra o caminho da vitória.
Leia menosPor Romualda Mirdes de Figueiroa Vieira*
Escrevo estas linhas com o coração apertado, mas cheio de consciência sobre o valor do que fazemos. Sou professora e, todos os anos, no dia 15 de outubro, recebo mensagens, homenagens e frases bonitas exaltando nossa profissão. Fico feliz, é claro – afinal, ser lembrada é sempre bom. Mas, ao mesmo tempo, penso em quantos de nós, professores, seguimos lutando silenciosamente, mesmo quando as palavras de reconhecimento se perdem no barulho do descaso.
A verdade é que o dia a dia na escola tem sido cada vez mais difícil. A indisciplina, a violência e a falta de respeito têm se tornado rotina nas salas de aula. Ensinar exige muito mais do que conhecimento – exige equilíbrio emocional, paciência e, muitas vezes, uma força que nem sempre temos. O cansaço, a ansiedade, a insônia e outras doenças emocionais e físicas são sintomas de uma categoria que tem sido testada ao limite.
Leia maisTem sido desafiador ensinar a quem não valoriza o aprendizado. E mais difícil ainda trabalhar sob gestões e governos que não reconhecem a importância do professor. Se pudessem, muitos diminuiriam ainda mais os nossos salários – e, infelizmente, alguns tentam até descumprir o piso que garante o mínimo de dignidade à profissão.
Por isso, mais do que nunca, é preciso lembrar: professor, cuide de você. Cuide da sua saúde, do seu tempo, do seu bem-estar. Sem isso, é impossível seguir firme na missão de educar. A paixão pelo ensino é nobre, mas nenhuma vocação sobrevive sem equilíbrio.
Neste Dia do Professor, não quero apenas homenagens. Quero respeito, valorização e condições dignas de trabalho. Porque ensinar é muito mais do que transmitir conhecimento – é formar pessoas, transformar realidades e, acima de tudo, resistir, todos os dias, acreditando que o futuro pode ser melhor.
*Professora em Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe
Leia menosA Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) deu mais um passo decisivo para a contratação do Programa +Água Pernambuco, durante reunião institucional, realizada na tarde de ontem (15), com representantes da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), em sua sede administrativa, no Recife.
O programa prevê um investimento de R$ 1,2 bilhão nos próximos cinco anos para modernizar, ampliar e tornar mais eficiente o sistema de captação e tratamento de água em várias regiões do estado. A agenda foi comandada pelo presidente da Compesa, Douglas Nóbrega, e pelo diretor regional da AFD no Brasil, Dominique Hautbergue.
Leia maisDiferentemente de outros modelos de financiamento internacional, será firmado um acordo diretamente entre a Compesa e a AFD. Esse formato é resultado direto da gestão financeira eficiente e responsável da Compesa, que vem otimizando seus recursos, equilibrando contas e mantendo elevado padrão técnico-operacional. A previsão é de que o contrato com a agência francesa seja formalizado até dezembro de 2025.
Para o presidente da Compesa, Douglas Nóbrega, a iniciativa reafirma o compromisso da empresa com o futuro sustentável de Pernambuco. “Esse programa é estratégico para a segurança hídrica do estado. Estamos falando de uma parceria internacional firmada com base na credibilidade da Compesa, o que demonstra o reconhecimento da nossa capacidade de gestão. Investir agora, com responsabilidade, é assegurar a continuidade do abastecimento para os próximos anos, mesmo diante dos desafios climáticos e do crescimento populacional”, afirmou.
A reunião ainda contou com as presenças da diretora de Gestão Corporativa da Compesa, Rosane Patarra, do diretor de Produção e Planejamento Operacional, Flávio Coutinho, do gerente de Captações, Lauro Pellizzari, além de Rogério Barbosa, gerente de Projetos Sênior da AFD.
+ÁGUA PERNAMBUCO
O Programa +Água Pernambuco está estruturado em três grandes eixos de atuação. O primeiro é a mobilização de recursos hídricos adicionais, que contempla a implantação de poços na Região Metropolitana do Recife, a duplicação da Adutora do Pajeú e a construção do Sistema Produtor do Litoral Sul. O segundo eixo é a reabilitação dos sistemas de produção de água, com destaque para a modernização dos Sistemas Produtores de Tapacurá, Botafogo, Timbaúba, Jucazinho, Siriji e outras unidades operacionais localizadas no Agreste e nas Matas, além da implantação de 11 novas Estações de Tratamento de Efluentes (ETEFs) em diferentes regiões. Já o terceiro eixo do programa trata do reforço operacional, com ações voltadas à hidrometração na produção, automação e telemetria dos sistemas, aumento da eficiência energética e adaptações para enfrentar os impactos das mudanças climáticas.
Leia menosO presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), pediu ao governo Lula para agilizar a liberação de emendas parlamentares deste ano a fim de melhorar o clima na base aliada. Segundo ele, há um represamento na liberação de emendas, o que está gerando insatisfação entre deputados, contribuindo para derrotas do Palácio do Planalto no Legislativo.
Segundo Hugo Motta disse a interlocutores, antes mesmo de começar a redistribuição de cargos retirados do Centrão e do PL para parlamentares fiéis a Lula, o governo deveria acelerar o pagamento das emendas parlamentares deste ano, que já está perto do fim. As informações são do blog do Valdo Cruz.
Leia maisEm ano de véspera de eleições, os parlamentares querem garantir o pagamento dos seus recursos para que eles cheguem rapidamente às suas bases eleitorais, visando ter munição para suas campanhas no próximo ano. A reclamação dos deputados é que estaria havendo um represamento no empenho das emendas parlamentares deste ano.
O governo alega que precisa cumprir as novas regras estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que impõem uma série de requisitos para o pagamento destes recursos. Se essas regras não forem seguidas, o STF pode acabar bloqueando as verbas.
Enquanto isso, o governo segue na sua faxina de cargos ocupados por afilhados do Centrão. Em uma segunda etapa, em negociação com o presidente Hugo Motta, o governo vai redistribuir esses cargos para deputados que têm votado a favor dos projetos de interesse do Palácio do Planalto. Um assessor presidencial avalia da seguinte forma esse processo: “Demitir é fácil, difícil é depois fazer as negociações para redistribuir esses cargos”.
Leia menosMesmo tendo permanecido apenas 11 meses à frente do Governo de Pernambuco, entre maio de 1982 e março de 1983, José Muniz Ramos deixou marcas profundas na história política do Estado, especialmente em sua terra natal, Araripina. Hoje, ele será o grande homenageado durante o lançamento do livro ‘Os Leões do Norte’.
O que seria um simples mandato-tampão, herdado com a renúncia do ex-governador Marco Maciel, transformou-se num período de realizações. Durante o breve período em que governou Pernambuco, José Ramos destacou-se pela austeridade administrativa e pelo zelo com as finanças públicas. Sua simplicidade e humildade contagiaram aliados e adversários, e seu estilo de liderança consolidou sua reputação como um dos políticos mais respeitados do grupo liderado por Marco Maciel.
Leia maisMas foi no Sertão que seu legado se fez mais presente. Em Araripina, José Ramos é lembrado como um verdadeiro benfeitor. Sob sua gestão, o município ganhou um aeroporto, uma perimetral urbana, a Gerência Regional de Educação do Araripe (Gere) e diversas escolas. Também investiu em programas de assistência rural, incentivou a piscicultura e fortaleceu o polo gesseiro, motor econômico da região. As iniciativas mudaram o perfil da cidade, que passou a ter duas fases distintas: antes e depois do governador José Ramos.
Zé Ramos trazia no sangue a vocação política herdada da família. Seu pai, Manuel Ramos de Barros, foi prefeito por dois mandatos, e seus tios, Sebastião Muniz Falcão e Djalma Falcão, também ocuparam cargos de destaque em Alagoas. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal de Alagoas, José Ramos iniciou sua trajetória pública como deputado estadual em 1970, reelegendo-se sucessivamente até conquistar a presidência da Assembleia Legislativa. Foi desse posto que assumiu o Governo do Estado, após a desincompatibilização de Marco Maciel e Roberto Magalhães.
Depois de deixar o Governo, José Ramos ainda presidiu o Banco de Desenvolvimento de Pernambuco (Bandepe), foi vice na chapa de José Múcio Monteiro ao governo estadual em 1986 e ocupou cargos de destaque no serviço público, como conselheiro da Chesf e superintendente do INSS em Pernambuco. Continuou filiado ao Democratas (DEM), mantendo-se próximo à vida política sem perder o vínculo com o Sertão e com suas raízes.
Descrito pelo colunista João Alberto como um gentleman da política, José Ramos é lembrado não apenas por suas realizações, mas por sua postura ética, seu trato afável e sua capacidade de unir respeito, firmeza e humanidade. Em 2019, aos 80 anos, foi homenageado na Assembleia Legislativa pela deputada Roberta Arraes.
José Ramos ocupa um lugar singular na história de Pernambuco. Governou por pouco tempo, mas deixou um legado que atravessou décadas, o de um sertanejo que nunca se distanciou de suas origens e que, mesmo no poder, preferiu calçar as sandálias da humildade.
Na homenagem de hoje, vão estar presentes familiares do ex-governador, o prefeito de Araripina, Evilásio Mateus (PDT), o vice-prefeito Bringel Filho (PSDB), a deputada estadual Roberta Arraes (PP), o ex-prefeito Alexandre Arraes, e o presidente da Câmara dos Vereadores, Francisco Edivaldo (PP).
‘Os Leões do Norte’ é resultado de uma extensa pesquisa jornalística e historiográfica, envolvendo 22 minibiografias de ex-governadores de Pernambuco, que exerceram mandatos entre 1930 e 2022. Trata-se de uma contribuição essencial para a preservação da memória política e institucional do Estado, destacando o papel de Pernambuco como berço de lideranças que marcaram a história nacional.
O livro ainda conta com design gráfico, capa e caricaturas de Samuca Andrade, além de ilustrações de Greg. ‘Os Leões do Norte’ homenageia os líderes que ocuparam o Palácio do Campo das Princesas e também promove o debate sobre seus legados, suas contradições e o impacto de suas gestões.
Leia menosCorri, há pouco, meus 8 km diários na principal avenida de Araripina, a 682 km do Recife, onde faço uma noite de autógrafos de ‘Os Leões do Norte’, às 19 horas, na Câmara de Vereadores. A corrida findou em frente a Paróquia de Nossa Senhora Imaculada Conceição, a belíssima igreja matriz da cidade.
A noite de hoje vai se transformar numa grande homenagem ao ex-governador José Ramos, filho da terra.
Por Antonio Magalhães*
O Prêmio Nobel da Paz tem passado longe do Brasil. Foram indicados e não ganharam nada o agrônomo Alysson Paolinelli, que transformou o Brasil no celeiro mundial de alimentos, e Dom Hélder Câmara, concorrente à honraria por sua mobilização, nos anos 1970, em favor dos direitos humanos durante o regime militar. Segundo aliados do religioso, o Nobel foi barrado pelos militares diante das atividades do religioso. O ganhador de 1971, foi o alemão Willy Brandt por sua OstPolitik que concorria com o então arcebispo de Olinda e Recife.
Foi revelado pela esquerda, posteriormente, que houve um movimento forte contra o religioso, a partir da embaixada brasileira em Oslo, Noruega. Um jornal norueguês chegou a indagar ao comitê por que iria premiar um ex-fascista? Informava que o então padre Hélder nos anos 1930 fez parte da Ação Integralista Brasileira, a sucursal verde e amarela do fascismo de Mussolini. O jornal mostrava como o religioso passara da direita para a esquerda. Quando, na verdade, o que incomodava mesmo os milicos eram as denúncias que Hélder fazia no Exterior contra a ditadura nacional.
Leia maisNão se sabe até que ponto o comitê da Fundação Nobel acatou a suposta pressão brasileira na época, uma vez que é uma organização com histórico de aparelhamento esquerdista. Tanto que não se intimidou em 1980 para conceder o prêmio ao argentino Adolfo Perez Esquivel, militante da esquerda católica durante uma violenta ditadura militar, que matou milhares de militantes. Perez Esquivel recebeu o Nobel da Paz – o segundo da Argentina – sem que fosse denunciada qualquer pressão dos militares portenhos contra a fundação que concede a honraria.
Por isso, causou revolta na esquerda a concessão do Prêmio Nobel da Paz de 2025 a oposicionista e tida como política de direita Maria Corina Machado, da Venezuela, anunciado na semana passada. Foi um aviso ameaçador para os ditadores e autoritários do continente latino-americano. Segundo o comitê norueguês, que concedeu a honraria a esta brava mulher que enfrenta a ditadura do esquerdista Nicolás Maduro, parceiro de …você sabe quem, “ela mantém acesa a chama da democracia, em meio a uma escuridão crescente”.
E ainda para o terror da tropa autoritária latino-americana, Maria Corina Machado dedicou seu prêmio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no momento em que ele pressiona pela saída de Maduro com um cerco militar à Venezuela. “Estamos no limiar da vitória, e hoje, mais do que nunca, contamos com o presidente Trump, o povo dos EUA, os povos da América Latina e as nações democráticas do mundo como nossos principais aliados para alcançar a liberdade e a democracia”, escreveu ela no X (ex-Twitter).
Para informação de quem só ver a história com olhos de militante de determinada ideologia, a possibilidade de Donald Trump receber um Nobel da Paz foi bem real, principalmente depois da sua atuação no Oriente Médio e em outras partes do mundo apaziguando conflitos. Os antiamericanos precisam saber que quatro presidentes dos Estados Unidos já receberam o prêmio da paz em épocas diferentes, Theodore Roosevelt, Woodrow Wilson, Jimmy Carter e Barack Obama, este último nos primeiros dias do mandato em 2009 sem ter mostrado qualquer razão para receber a honraria.
A América Latina tem também seus ganhadores do Nobel da Paz. Foram honradas figuras proeminentes que saíram em defesa dos direitos humanos na Colômbia, Costa Rica, Argentina, Guatemala, México e agora na Venezuela. Até a ilha do Timor Leste, país de língua portuguesa na Ásia, teve seus líderes da independência entre os premiados. Até 2025, o Nobel da Paz foi concedido a 112 indivíduos e 28 organizações. Vinte mulheres ganharam o Prêmio Nobel da Paz, mais do que qualquer outro Nobel.
Contudo, o Brasil não precisa de Nobel da Paz para exercer a defesa dos direitos humanos. A Constituição Federal de 1988, considerada a “Constituição Cidadã” por sua forte ênfase nos direitos humanos, deveria assegurar isso, de forma explícita e implícita. O artigo 5º diz muito do que pode ser feito: garante a igualdade perante a lei, a liberdade religiosa e a liberdade de expressão. Protege contra prisões ilegais e garante um julgamento justo. Assegura o direito à propriedade, com a devida função social. E oferece mecanismos de proteção, como o Habeas Corpus, Habeas Data, Mandado de Segurança e Mandado de Injunção.
Será que os brasileiros têm acesso hoje aos benefícios constitucionais de cidadania? Têm a garantia dos seus direitos? Quem quiser responder, o faça. Correndo riscos, claro. É isso
*Jornalista
Leia menos