O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou em seu perfil no Twitter neste sábado, 22, um pedido de desculpas à população com deficiência após fazer afirmações capacitistas durante evento do governo na última terça-feira, 28, para anunciar ações de combate à violência nas escolas.
Em discurso de improviso, Lula havia dito que “a Organização Mundial da Saúde sempre afirmou que a humanidade deve ter mais ou menos 15% de pessoas com problema de deficiência mental. Se esse número for verdadeiro, existem quase 30 milhões de pessoas com problema de desequilíbrio de parafuso no Brasil. Pode uma hora acontecer uma desgraça”. As informações são do Estadão.
Leia mais“Gostaria de pedir desculpas sobre uma fala que fiz na semana passada, durante reunião sobre violência nas escolas. Conversei e ouvi muitas pessoas nos últimos dias e não tenho vergonha de assumir que sigo aprendendo e buscando evoluir. É por isso que quero me retratar com toda a comunidade de pessoas com deficiência intelectual, com pessoas com questões relacionadas à saúde mental e com todos que foram atingidos de alguma maneira por minha fala. Não devemos relacionar qualquer tipo de violência a pessoas com deficiência ou pessoas que tenham questões de saúde mental. Não vamos mais reproduzir esse estereótipo. Tanto eu quanto nosso governo estamos abertos ao diálogo. Como presidente de um país com uma grande parcela da população de PCDs, estou disposto a aprender e fazer o possível para que todos se sintam incluídos e respeitados. É assim que avançamos enquanto pessoas, país e sociedade”, escreveu o presidente.
A retratação de Lula ocorreu depois que o apresentador Marcos Mion, que é pai de Romeo (diagnosticado no Transtorno do Espectro Autista), classificar em suas redes sociais a fala de Lula como “capacitista”. Ele ainda criticou Lula e afirmou que a fala reforça preconceitos.
“Sobre o pronunciamento do @lulaoficial a respeito dos deficientes intelectuais”, escreveu o apresentador na legenda do vídeo em que ele explica a sua indignação com o episódio. “Venho aqui mais uma vez porque a comunidade autista segue sem um minuto de tranquilidade. Na real, desta vez, afetou não só a comunidade autista, mas também todas as pessoas com deficiência intelectual”, explicou.
“O Lula mandou uma fala esses dias que chocou todo mundo. Durante uma reunião com ministros para falar sobre esses casos absurdos, violentos que estão acontecendo nas escolas. Essa fala foi considerada capacitista (o que é um crime) por especialistas e por pessoas da comunidade atingida”, defendeu.
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