Do G1
Após a divulgação de um vídeo que mostra a presença de Gonçalves Dias, agora ex-ministro do Chefe de Segurança Institucional (GSI), no Palácio do Planalto, no dia dos atos golpistas, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), mudou o discurso sobre a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) e disse que, se for criada, a base irá “ajudar”.
Segundo Guimarães, partidos governistas serão “os primeiros” a indicar integrantes da comissão, caso ela seja instalada. “Se o Congresso quiser instalar a CPMI, estamos prontos para ajudar, inclusive para investigar”, disse. “Vamos colaborar, vamos para dentro e vamos querer que a CPMI apure tudo para que a verdade seja cada vez mais explicitada para o país”.
Leia maisAté o momento, o governo mantinha um discurso contrário à abertura de uma CPMI, alegando que parlamentares da oposição – que encabeçam o pedido – queriam mudar a versão sobre os ataques. Ainda se valiam da máxima que paira em Brasília, de que se sabe como começa uma CPI, mas não como ela termina. Por isso, a comissão poderia acabar sendo prejudicial ao governo.
Desde que a oposição começou a coleta de assinaturas, a base tenta sem sucesso retirá-las, para impedir a instalação. O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já prometeu que irá ler o requerimento de instalação da CPMI na próxima terça (25), se houver apoio suficiente – são necessárias 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado. Até agora, segundo o líder da Oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), há 194 assinaturas de deputados e 37 de senadores.
Questionado sobre o que fez o governo mudar de opinião, Zé Guimarães confirmou que foi em razão da divulgação do vídeo sobre Gonçalves Dias no Planalto nesta quarta pela CNN. “O vídeo que foi divulgado hoje não encobre nada daquilo que já está na consciência democrática do Brasil, que são os atos patrocinados por eles. Em função disso, nós queremos uma apuração ampla, geral e irrestrita, doa a quem doer. Ninguém brinca com a democracia”, afirmou.
O deputado, contudo, não quis se comprometer sobre um apoio formal à abertura da CPMI – isto é, não afirmou que os parlamentares da base irão efetivamente assinar o requerimento de abertura.
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