Fastback, versão Impetus: intermediária ou topo de linha?
Dois SUVs Fiat duelam, metro a metro, com as mesmas armas (motor e câmbio), para garantir, somados, mais 5 mil unidades/mês: o Pulse e o Fastback – com o último ficando centímetros atrás no ranking dos mais vendidos. O SUV cupê – que divide plataforma com o Pulse – tem três versões para o consumidor: a Audace, de entrada, a partir dos R$ 140 mil, a Impetus T200, intermediária, que custa R$ 145.490, e a Limited Edition (com associação à marca italiana esportiva Abarth, também do grupo Stellantis, por R$ 158.490). Este colunista avaliou a Impetus, que seria a intermediária – mas, que, por oferecer um bom pacote de equipamentos de conforto e segurança, nem parece estar num meio-termo. Tem, de verdade, itens semelhantes à topo-de-linha Abarth. O que muda? O motor? Esta última é equipada com 1.3 turbo de até 185cv e 27,5kgfm de torque.
E como tem virado moda, com o cliente customizando o máximo possível seu querido bem, a Impetus (via Mopar, também da Stellantis) também permite um monte de opções. Se você escolher uma cor como a cinza Silverstone com teto prpeto vulcano, é necessário desembolsar mais R$ 2 mil. Para bancos em couro, acrescente R$ 1,3 mil. Para um conjunto de liga-leve premium, reserve mais R$ 1 mil. Se quiser incrementar com alguns acessórios, saiba: adesivo de capô preto custa R$ 198,80 e o alarme volumétrico, R$ 774,78. Em suma, o carro nessa configuração chega aos R$ 150 mil. Vale? Pelo conjunto de equipamentos de segurança, o tamanho do porta-malas, a tradição da marca etc, vale, sim.
Leia maisVejam que a versão traz de série, por exemplo, um bom sistema de auxílio ao motorista na condução: frenagem autônoma (com sinalização prévia) de emergência, alerta de mudança involuntária de faixa, troca automática de farol alto/baixo, controle eletrônico de aceleração e controle eletrônico de tração. Ainda na questão de segurança, a lista de série oferta cadeirinhas infantis Isofix, alerta para ‘descuido’ com o cinto de segurança (motorista, passageiro dianteiro e passageiros traseiros) e quatro airbags. Internamente, bons materiais garantem conforto – não luxo, claro. O volante, padrão da Fiat, é multifuncional e a central multimídia elevada é bem caprichada. A conectividade com os sistemas operacionais Android e Apple é sem fio e com GPS nativo. E ainda tem internet integrada.
Na semana emprestado à De bigu com a modernidade, o modelo – versão completíssima da Impetus – rodou em vias urbanas e por uns 300km em estradas, parte delas de chão batido. O motor 1.0 turbo, capaz de gerar até 130 cv e 20,4 kgfm de torque, dá conta da pressão do pedal e do peso de 1,3 mil quilos da versão. Aliás, o conjunto (com câmbio CVT com simulação de sete marchas e possibilidade de trocas manuais via aletas atrás do volante) já é bem conhecido: outros modelos das marcas do grupo Stellantis já o usam, com sucesso. Vale usar/testar o modo Sport, acionado via botão vermelho no volante. Em um segundo ele eleva as RPMs e segura muito bem nas ultrapassagens e retomadas, melhorando a segurança nessas ações. No entanto, é um carro urbano, para o dia a dia, sem exigí-lo demasiadamente. Por exemplo: a relação peso-potência 1.262kg / 130cv) fica em torno dos 9,6kg).
O consumo, segundo medição do Inmetro, e usando-se etanol, chega a 8,1 km/l na cidade e 9,7 km/l na estrada. Com gasolina, faz 11,3 km/l e 13,9 km/l e, respectivamente. A suspensa é rígida (ou dura, se preferirem) – isso é sentido em trechos de terra. Há quem goste, como eu. Outro ponto diferenciado do Fastback é a capacidade do porta-malas: são quase 600 litros disponíveis. E por falar em medidas, vale ressaltar: o carro é grande (4.427 mm de comprimento), mas tem entre-eixos relativamente pequeno (2.533mm)
Jeep apresenta carros-conceito – Um conjunto inteiramente novo de veículos conceituais atraentes – e com muita capacidade off-road – será revelado e testado durante o 57o Easter Jeep Safari, que até 9 de abril em Moab, no estado norte-americano de Utah. Serão sete Jeep únicos para levar o fora-de-estrada para o que a marca diz ser um próximo patamar e para provar a lendária capacidade 4×4 dela. Quatro deles serão conceitos eletrificados, incluindo o Jeep Wrangler Magneto 3.0. A cada ano, mais de 20 mil fãs da Jeep vão até Moab para dirigir nas condições off-road mais extremas. “É o local perfeito para exibir os nossos conceitos”, diz Jim Morrison, vice-presidente Executivo da Jeep na América do Norte. Esses carros-conceito estão equipados com conjuntos de motorização avançados. O Magneto, primeiro conceito elétrico a bateria (BEV) apresentado pela marca, chega ao terceiro modelo da família, o Magneto 3.0.
Ford lança a Transit automática – A Ford já começou a vender a Transit automática, a primeira van com esse tipo de câmbio do Brasil. No futuro, virão a Transit Chassi e a E-Transit 100% elétrica. A nova transmissão é de dez marchas com conversor de torque – que, segundo a marca, diminui o custo total de operação: por não requerer a troca do kit de embreagem, ela exige menos paradas de serviço e contribui para reduzir em cerca de 70% o custo de manutenção do sistema de transmissão. São duas versões: minibus e furgão. Os preços vão de R$ 298.200 para a versão minibus vidrada a R$ 274.500 para o furgão.
Gasolina chega a R$ 6,66 – O último Índice de Preços Ticket Log (IPTL), referente ao período de 1º a 29 de março, mostra que o preço médio dos combustíveis segue tendência de alta. A gasolina foi vendida, por exemplo, a R$ 5,88, com aumento de 8,92% quando comparado a fevereiro. O litro mais caro para o combustível custou R$ 6,65 em Roraima; o mais barato, R$ 5,42 na Paraíba – uma diferença de 23% entre ambos. Já o etanol fechou o período a R$ 4,60, com acréscimo de 3,7% ante o mês anterior. A média mais alta para o etanol foi de R$ 5,33 no Pará; a mais baixa, a R$ 3,82 no Mato Grosso, numa variação de 28%. No período, nenhum estado apresentou redução para a gasolina, e o aumento mais expressivo, de 16,5%, foi identificado no Amazonas, onde o combustível passou de R$ 5,63 para R$ 6,54. No recorte por região, nenhuma delas registrou redução, tanto para a gasolina quanto para o etanol. Os aumentos chegaram a 10,01% para a gasolina, como é o caso do litro comercializado no Norte; e de 5,06% para o etanol vendido na mesma região. Além dos acréscimos mais expressivos, o Norte também liderou o ranking do maior preço médio entre as regiões, para os dois combustíveis, com a gasolina a R$ 6,24 e o etanol a R$ 5,00.
GSX-S 1000 renovada – A Suzuki do Brasil começou a vender a esportiva sem carenagem GSX-S 1000. O preço? No mínimo, R$ 79.600 (sem frete). Ela ganhou acelerador com comando eletrônico, embreagem deslizante assistida, controle de tração dinâmico, quick shifter bidirecional, iluminação em LED, painel de instrumentos digital com tela LCD e três modos de condução selecionáveis. O conjunto de propulsão é um quatro cilindros com 999cm3, com um comando duplo no cabeçote para acionar as 16 válvulas. Entrega, assim, 150cv de potência e 10,8 kgfm de torque. O câmbio é mecânico de 6 velocidades.
Nissan: viagem de polo a polo – Em meio às paisagens cobertas de neve na região ártica, os aventureiros Chris e Julie Ramsey iniciaram a aguardada expedição Pole to Pole. Em sua jornada a bordo do 100% elétrico Nissan Ariya, o casal britânico vai dirigir por mais de 27 mil km passando pelas américas do Norte, Central e do Sul, em direção ao ponto mais remoto da Terra, o Polo Sul, na região Antártica – onde pretendem chegar em dezembro deste ano. Além do pioneirismo de percorrer essa jornada entre os dois extremos do planeta a bordo de um automóvel, a equipe Pole to Pole está enfrentando ainda um desafio a mais: realizá-la em um veículo 100% elétrico. O casal Chris e Julie embarcou nesta jornada esperando contribuir para acelerar a adoção da mobilidade elétrica em uma ação positiva contra a crise climática.
O Nissan Ariya que está participando da expedição passou por modificações mínimas para melhor enfrentar os terrenos extremos que a equipe deve encontrar pelo caminho. Entre elas, destaque para a suspensão, que foi elevada e recebeu caixas de roda maiores para acomodar os enormes pneus de 39 polegadas, que ajudarão o carro a “flutuar” na neve espessa e nos bancos de gelo do Ártico. Entretanto, não foram feitas modificações na bateria e nem no motor elétrico, que continuam sendo os mesmos de fábrica. O mesmo vale para a tecnologia avançada do sistema e-4orce de controle de tração integral elétrica da Nissan, presente também em outros veículos eletrificados da marca.
Enquanto viaja pelas remotas regiões polares, o casal vai transportar uma inovadora unidade geradora de energia renovável, incluindo uma turbina eólica e painéis solares dobráveis. O protótipo vai aproveitar a grande incidência de vento prevista durante o percurso e as longas horas de sol para utilizar a energia natural para recarregar a bateria do Ariya enquanto o casal Chris e Julie descansa. A equipe espera que o inovador sistema de recarga de baterias deixe um legado positivo, inspirando a transição para os veículos elétricos em futuras explorações polares.
Elétricos: pontos de recarga crescem 300% – O mercado de carros elétricos no Brasil está, de fato, em constante crescimento. Recentemente, o setor atingiu um marco histórico com a venda de mais de 10 mil carros elétricos no país, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Outro número impressionante que chama a atenção para esse mercado é a quantidade de postos de recarga disponíveis em todo o país. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), em agosto de 2022 já existiam 1,2 mil pontos de recarga em operação no território nacional. Esse número representa um aumento de mais de 300% em relação a 2018, quando o país contava com apenas 300 pontos de recarga.
“À medida que a tecnologia continua a evoluir, podemos esperar ter carregadores mais eficientes, mais rápidos e mais inteligentes. E a recarga está se tornando cada vez mais fácil e conveniente”, explica o CEO da Rinno Energy, Fabrizio Romanzini. Ele diz que o Brasil tem se destacado também no mercado de ônibus elétricos. E que os carregadores ultra-rápidos, por exemplo, são capazes de fornecer até 350 kW de energia para as baterias dos elétricos, permitindo que os motoristas recarreguem seus veículos em apenas alguns minutos. “Tanta evolução impacta também no crescimento da demanda por veículos elétricos como ônibus, por exemplo. Já percebemos dezenas de transportadoras optando por caminhões elétricos para a entrega, chamados de last mile. Que também precisam de uma carga rápida pois rodam muito. O que é um primeiro passo para o uso em caminhões de grande porte e jornada mais longa”, diz ele.
Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) indicam que, em 2021, foram produzidos mais de 1,3 mil ônibus elétricos no país, um aumento de mais de 50% em relação ao ano anterior. Esses números mostram que o Brasil está cada vez mais comprometido em tornar a mobilidade elétrica uma realidade no país.
“As empresas estão desenvolvendo novas tecnologias para tornar os carregadores mais eficientes e mais rápidos. Isso reduz o tempo de carga e estimula as pessoas e empresas a migrar a matriz energética dos seus veículos e meios de transporte. Na Europa já se discute muito sobre o uso da tecnologia DC e como preservar e prolongar a vida útil da bateria”, diz Fabrizio Romanzini.
As primeiras tentativas de carregamento para veículos elétricos eram feitas com a utilização de tomadas domésticas. Embora fosse uma opção prática e barata, a recarga lenta e a falta de segurança desses sistemas tornaram-se um obstáculo para a popularização dos carros elétricos. A demanda por carregadores mais eficientes e seguros levou à criação de sistemas de carga mais sofisticados, como os carregadores de parede e estações de recarga públicas.
Inicialmente, esses sistemas ainda utilizavam corrente alternada (AC) para carregar as baterias dos carros elétricos. Porém, sabe-se hoje que a carga AC é uma forma mais prática e barata para quem utiliza veículos elétricos na cidade e busca o melhor custo-benefício ao ter um carro elétrico. A carga DC é a melhor alternativa para quem procura por uma recarga rápida, necessidade para motoristas que percorrem longos trechos diários, e necessitam carregar seus veículos em pouco tempo.
“No hemisfério norte tem se optado muito pela carga AC em residências e empresas com motoristas que percorrem trechos curtos. Para quem precisa percorrer longas distâncias ou não precisa estar sempre rodando, a solução para esses problemas foi a utilização de carga de corrente contínua (DC). A carga DC é capaz de fornecer mais energia para as baterias dos veículos elétricos em menos tempo, permitindo que os motoristas recarreguem seus veículos em minutos, em vez de horas”, explica o CEO da Rinno Energy.
Outra tendência importante no mercado de carregadores para carros elétricos é a integração de soluções inteligentes, como a comunicação sem fio e a automação. Os carregadores inteligentes podem se comunicar com a rede elétrica e com os carros elétricos para determinar a melhor hora para recarregar os veículos. Isso pode ajudar a equilibrar a demanda de energia da rede elétrica e evitar sobrecargas durante os horários de pico.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
Leia menos