Por José Adalbertovsky Ribeiro*
MONTANHAS DA JAQUEIRA – A palavra Uber, no idioma alemão, significa super top. O aplicativo Uber de transporte alternativo move exércitos de 4 a 5 milhões de soldados no Brazil. São batalhões de artilharia, infantaria e cavalaria. Cada soldado pode ser multiplicado por três a quatro famílias. Eles transportam passageiros e também transportam uma bombinha atômica no peito.
Todos nós Sapiens somos portadores de bombinhas atômicas, de nêutrons, elétrons, prótons, hidrogênios e de oxigênios no cérebro e no coração “Meu coração tem catedrais imensas”, dizia o poeta Dos Anjos, Augusto. As bombas atômicas de nossos corações possuem milhões de megatons e são mais potentes que as ogivas nucleares dos senhores das guerras.
Leia maisCorações são cavernas atômicas e vulcões onde acontecem terremotos, tsunamis, tempestades. Há dois anos, um raio da silibrina de 7.0 graus na escala Richter abalou as placas tectônicas do meu coração. Cardiologistas, anestesistas, bombeiros, rezadeiras e eletricistas foram acionados no RealCor do Hospital Português. Você foi acometido pela Takotsubo, a síndrome do coração partido, disseram. Aplicaram um raio laser no meu tutano, a benzedeira fez uma reza, os doutores apascentaram as placas tectônicas do meu coração. Pronto. Você agora será um novo Novinho de Pernambuco e da Paraíba, disseram as vozes abençoadas. Eu dei um pinote da cama e gritei: “Aleluia! Deus lhe pague!” Amém! E Amem!
Assim feito o Kaiser Vladimir Putin ao invadir o coração da Ucrânia, um imperador das tribos de pele vermelha imaginou decretar guerra contra os exércitos do Uber, a pretexto de modernização das leis trabalhistas. A Ucrânia é aqui, disse o bicho. O comissário de pele vermelha afirmou para o motorista do aplicativo: Eu quero que você seja feliz com todos os direitos trabalhistas pagos pelo Uber, férias, 13o, FGTS, INSS, Pis-Pasep, horas extras, vale-transporte, vale-tudo. Paga, não paga! Quero, não quero. Os motoristas de Uber são guerrilheiros do asfalto, são uns Zelensky na batalha contra o desemprego nestes tempos pós-modernos.
Eles não querem ser empregados do aplicativo, e vice-versa. Os guerrilheiros disseram para o governo: a gente não queremos ser empregados do Uber. O comissário de pele vermelha contou uma anedota muito engraçada. Disse que se o Uber for expulso ou fugir do Brazil, o governo vai convocar os Correios para funcionarem como aplicativo de transporte alternativo. Kkkkkrsrsrsrsrs.
Surreal é imaginar que os Correios assinariam a carteira de trabalho de 4 milhões de motoristas de aplicativos. Nesse caso eu tenho uma ideia mais genial: ressuscitar a frota de ônibus elétricos da CTU, ou os antigos bondes da Tramways em todo o Brazil.
Lutar contra o aplicativo Uber é a luta mais vã. Num cenário de milhões de desempregados e subempregados, esses guerrilheiros do asfalto mitigam o problema do desemprego e funcionam como exército da salvação nacional.
O governo está mais preocupado em defender o indefensável, tipo o financiamento do BNDES para o gasoduto da Vaca Morta na Argentina, com calote garantido de 680 milhões de dólares. Doações em favor de ditaduras comunistas falidas é uma das cláusulas pétreas do Foro de São Paulo, patrocinador dos regimes vermelhos na América Latina. O guru vermelho age de caso pensado, e essa mundiça da seita vermelha nunca me enganou.
Arriba, passageiros e motoristas de do Uber e demais aplicativos! Vrum-Vrum!
*Periodista e escritor
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