Por Ricardo Andrade*
Um governo que mal começou e já acha que é o seu próprio satélite, uma espécie de Lua de si mesmo, para “atrair” possíveis correligionários e até mesmo adversários, montando uma base de sustentação na Assembleia Legislativa, capaz de lhe garantir a maioria. Esse é o sentimento que passa o anúncio da formação do governo Raquel Lyra, nesse primeiro momento.
PSDB/Cidadania, mais uns poucos partidos aliados e nomeações de técnicos, quase todos ligados às gestões da governadora nas duas vezes em que esteve à frente da Prefeitura de Caruaru. Isso é muito pouco, para quem chega acenando ao diálogo e à construção da unidade no Estado.
Leia maisAo contrário do perfil da equipe montada pelo presidente Lula, com perfil agregador e um governo de coalizão, o secretariado do Governo de Pernambuco parece refletir uma cópia daquilo que foi as gestões dos Governos de Raquel na capital do Agreste, sobretudo de sua turbulenta relação com o legislativo municipal.
A Assembleia Legislativa conta com deputados experientes e mesmo os novatos, em boa parte, são talhados na gestão pública e/ou na militância política. É provável que Raquel enfrente dificuldades na relação com o poder Legislativo, tendo que costurar alianças dentro do marco das práxis política, do pragmatismo, sem ter que inventar a roda ou fazer algo inédito.
Talvez, possa sentir mais de perto essa realidade no exercício pleno do poder, com o passar dos primeiros meses, para se livrar talvez do que chamamos, por hora, de “síndrome da gravidade”.
*Historiador e cientista político
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