Integrantes do comando da campanha eleitoral ficaram de fora do primeiro escalão anunciado na quinta-feira (29) pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
A começar pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), e pelo trio encarregado da área de comunicação, ocupantes de funções estratégicas do comitê eleitoral não foram incorporados no time A do governo.
Coordenadora da campanha e do gabinete da transição, Gleisi chegou a ser cotada para a Secretaria-Geral da Presidência. Mas, a pedido de Lula, permanecerá no comando partidário, vendo frustrada neste momento a pretensão de ocupar novamente uma cadeira na Esplanada dos Ministérios. As informações são da Folha de S.Paulo.
Leia maisEssa resignação garantiu voz a Gleisi na montagem de governo. Segundo petistas, ela trabalhou pela nomeação de Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral).
Segundo petistas, a influência de Gleisi acabou por afastar da Esplanada nomes que não compõem sua aliança dentro do PT, como é o caso do ex-presidente do partido Rui Falcão e do ex-tesoureiro nacional Emídio de Souza.
Embora sondado, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), rejeitou a proposta para assumir a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social). A estrutura será comandada pelo deputado federal Paulo Pimenta (RS).
Um dos coordenadores da comunicação na campanha, Edinho defendia que a pasta fosse fundida ao Ministério das Comunicações, o que justificaria sua saída da prefeitura.
Mas o Ministério das Comunicações acabou reservado à União Brasil, em uma articulação que busca fortalecer a base governista no Congresso Nacional.
O publicitário Sidônio Palmeira também foi sondado para a Secom, mas recusou a ideia antes que as conversas prosperassem.
Um dos mais ativos articuladores da campanha de Lula, o advogado Marco Aurélio Carvalho teve o nome cotado para a Secretaria-Geral da Presidência, mas Macêdo foi anunciado para o cargo.
Coordenador do grupo jurídico Prerrogativas, recheado de petistas e de apoiadores de Lula, ele deverá assumir função no conselho que reunirá representantes de diversos segmentos da sociedade, do empresariado a movimentos sociais.
Um dos articuladores da bem-sucedida campanha do PT no Ceará e integrante do comitê eleitoral de Lula, o deputado federal José Guimarães chegou a ser cotado para o Ministério das Relações Institucionais. A pasta será comandada por Alexandre Padilha (PT-SP), e Guimarães acabou escolhido como líder do governo na Câmara.
O líder da bancada do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), tinha expectativa de ocupar o Ministério da Educação, que será chefiado pelo ex-governador Camilo Santana (CE). Reginaldo abriu mão de concorrer ao governo e ao Senado em Minas em prol de uma aliança que garantiu no estado o apoio do PSD a Lula.
Ativo na campanha, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também ficou de fora do ministério (em que pese ter sido escolhido como líder do governo no Congresso), bem como o senador Neri Geller (PP-MT), um dos canais da campanha com o agronegócio.
No dia seguinte à eleição de Lula, o ex-ministro da Pesca Altemir Gregolin foi ao hotel onde o presidente eleito costuma se hospedar em São Paulo para se colocar à disposição.
Gregolin chegou a integrar o grupo de transição do novo governo. Mas o Ministério da Pesca será comandado pelo deputado federal André de Paula (PE), que é do PSD.
O deputado federal André Janones (Avante-MG), importante nome da campanha na trincheira das redes sociais, também acabou sem ministério, mas, segundo o próprio, foi por escolha própria.
Apesar dos nomes deixados de fora da Esplanada, algumas peças-chave da campanha conseguiram ser alçados a ministros.
Márcio Macêdo, o novo Secretário-Geral da Presidência, atuou como tesoureiro do comitê eleitoral de Lula.
Já Wellington Dias foi um dos coordenadores da campanha. O próprio vice eleito, Geraldo Alckmin (PSB), que será ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, também teve papel de destaque na campanha.
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