A Polícia Federal concluiu a investigação sobre o episódio de violência ocorrido durante a campanha eleitoral de 2024, no distrito de Laje Grande, em Catende, na Mata Sul do Estado, envolvendo o então candidato a prefeito Caio Márcio de Almeida Souza.
Com base em vídeos, depoimentos, laudo pericial e análise de mídia, a PF confirmou que a vítima foi agredida, teve sua bolsa arrancada à força e foi cercada por militantes, após ser falsamente acusada de compra de votos, informação desmentida pela própria Polícia Militar presente no local.
Leia maisSegundo o relatório, o delegado concluiu que Caio praticou os crimes de lesão corporal, constrangimento ilegal, incitação ao crime e calúnia eleitoral ao imputar falsamente à vítima a prática de compra de votos durante um ato político.
Após o depoimento da vítima, a PF também analisou nova denúncia envolvendo o advogado Dalmir Cleiton Correia Cavalcante e a militante Joselma Maria da Silva (Nenenzinha). Segundo o relatório, ambos tentaram atrair Eliciane para um encontro, alegando tratar-se de “um assunto de seu interesse”.
A Polícia Federal registrou que:
- Dalmir, advogado ligado ao investigado, manteve conversa telefônica com Caio atualizando-o sobre a resistência da vítima em comparecer ao encontro, e aparece em vídeo articulando versão para beneficiar o candidato.
- Joselma aparece em vídeo afirmando que “queria pegar ela de surpresa e ninguém ia ficar sabendo”, ainda na fase de tentativa de convencimento da vítima.
Embora esses atos não tenham configurado crimes como coação no curso do processo, corrupção de testemunha ou obstrução de justiça, por ausência de requisitos legais, a PF entendeu que houve tentativa preocupante de aproximação indevida com a vítima.
Pedido de Medidas Cautelares
Diante desses elementos, o delegado representou ao Juízo pelas seguintes medidas cautelares contra Caio Márcio, Dalmir e Joselma, com base no art. 319 do Código de Processo Penal:
- Proibição de acesso ao local onde a vítima trabalha.
- Proibição de manter contato com a vítima, devendo manter distância mínima de 100 metros de onde quer que ela esteja.
Essas medidas têm como objetivo proteger a integridade física e emocional da vítima e evitar novas tentativas de interferência. Com o encerramento do inquérito, o caso segue agora para análise do Ministério Público Eleitoral e da Justiça Eleitoral, que avaliarão eventuais denúncias e desdobramentos judiciais.
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