A polícia do PT também mata. E muito!
O presidente Lula (PT) classificou de ação desastrosa e de uma matança a operação policial no Rio de Janeiro, conduzida pelo governador Cláudio Castro (PL) para conter o avanço do crime organizado em comunidades já dominadas há muito tempo, como o Morro do Alemão. Disse que a polícia de Castro fez a maior matança no País. No dia seguinte à ação, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que Lula ficou “estarrecido” com as mortes na capital.
A operação Contenção deixou 121 mortes e é considerada a mais letal da história do País. Mas a polícia do PT também mata muito e Lula não dá um pio. Segundo levantamento do site Poder360, a Bahia, governada pelo petista Jerônimo Rodrigues, já registrou 1.252 mortes por policiais de janeiro a setembro deste ano. Os dados são do Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Leia maisOs números da são mais que o dobro do Rio de Janeiro (520) de Cláudio Castro (PL). Em números absolutos, a Bahia lidera o ranking de mortes por policiais. Na taxa por 100 mil habitantes, perde só do Amapá: 11,2 contra 20,3. A média nacional é de 2,9. No total, 4.620 pessoas morreram depois de intervenções policiais até setembro deste ano.
Na quinta-feira passada, Lula pediu empenho aos ministros ex-governadores para aprovar no Congresso a PEC da Segurança Pública e o PL Antifacção. Segundo a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o petista quis ouvir as experiências que alguns tiveram no período em que foram governadores. Lula está apostando tudo nessa PEC. Acha que por meio de uma lei vai resolver a criminalidade no País.
A PEC da Segurança Pública foi entregue por Lula e Lewandowski aos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), respectivamente, em 23 de abril. A proposta busca atualizar o capítulo da Constituição que trata da segurança pública, estabelecendo novas diretrizes para o Susp (Sistema Único de Segurança Pública) e para a cooperação entre União, Estados e municípios.
O texto já causou divergências entre o governo e a oposição. Enquanto o Planalto visa a ampliar o papel do Executivo sobre as políticas de segurança, alguns políticos defendem que os Estados devem se manter autônomos nesse sentido. Apesar das críticas, a proposta continua sendo uma das principais apostas do governo Lula em relação à segurança pública.
Atritos com relator – A PEC tramita em paralelo ao PL Antifacção, que foi enviado pelo governo ao Congresso no dia 31 de outubro. O projeto tem causado atritos entre o relator, Guilherme Derrite (PP-SP), e o governo devido às alterações no projeto original. No dia 13 de novembro, depois de reunião com Lula, a ministra das Relações Institucionais mencionou que o texto do deputado traz 4 alterações que “descaracterizam” o PL. Entre elas, citou a tipificação penal, a alteração no tipo penal proposto por Derrite, a retirada do perdimento extraordinário e a descapitalização da PF (Polícia Federal). Depois das críticas, o relator apresentou a quarta versão do projeto, ainda não consensual.

Derrite provoca ira – Deputados da base do governo têm usado as redes sociais para manifestar insatisfação e pressionar contra a articulação de Guilherme Derrite (PP-SP) no PL Antifacção. Alguns deles pedem que Derrite deixe a relatoria do projeto. No X, o deputado Rogério Correia (PT-MG) disse que Derrite “derreteu” o PL Antifacção. Glauber Braga (PSOL-RJ) chegou a pedir que ele deixe a relatoria da proposta. Afastado da Secretaria de Segurança Pública para assumir a função de relator, Derrite apresentou duas versões do texto em menos de uma semana, alterando pontos centrais sobre o papel da Polícia Federal e a cooperação entre os estados e a União.
Tentativa de blindagem – Para os deputados petistas, o texto de Derrite é mais uma tentativa da oposição de blindar políticos de investigações. Os deputados alegam que isso ficou mais evidente depois da foto em que o relator aparece jantando com os ex-presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e Eduardo Cunha. “Virou símbolo de um projeto desmascarado”, disse Glauber Braga. “Eu acho que Derrite perdeu a condição de ser relator. O fato de ele fazer uma reunião secreta com Eduardo Cunha e Arthur Lira para discutir, com certeza, blindagem de políticos que sustentam o crime organizado, fez com que ele perdesse qualquer condição de apresentar um texto que não cause desconfiança”, afirmou, por sua vez, Rogério Correia (PT-MG).
Motta perde confiança – A escalação do secretário de Segurança Pública licenciado do governo Tarcísio de Freitas, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), para relatar o projeto de lei Antifacção, uma das principais apostas do governo Lula para enfrentar a crise na área, provocou, de acordo com aliados, um abalo na confiança do Palácio do Planalto no presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O episódio se soma à derrubada, em junho, do decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em conversas internas, o presidente Lula tem demonstrado contrariedade com Motta. Também afirmou que a autoria do projeto foi roubada do Executivo por causa das alterações no texto feitas pelo relator, um dos políticos de maior destaque da direita na área de segurança pública.

Mais grave do que relatei – Médicos e diretores de hospitais me relataram ontem que a crise na saúde em Pernambuco é muito mais grave do que abordei ontem nesta coluna. “Faltam nas urgências pediátricas até as bombinhas de spray para crises asmáticas”, disse um deles. Outro informou que os hospitais estão muito mais desaparelhados e que a gestão, extremamente centralizadora, deixa faltar o básico nas grandes emergências e nos hospitais regionais. “A saúde no Estado sempre foi ruim, mas piorou muito. Estamos vivendo tempos de horrores”, relatou um diretor.
CURTAS
BOM JARDIM – Depois do sucesso de mais um lançamento de ‘Os Leões do Norte’, ontem, em Pedra, começo o dia, hoje, em Bom Jardim. O prefeito Janjão escolheu para o local do evento a quadra esportiva Dr. Oswaldo Lima Filho, anexa à Escola Municipal 19 de Julho, no bairro Noelândia. Começa daqui a pouco, às oito da matina.
ITAÍBA – Amanhã, a partir das 19 horas, dou prosseguimento a maratona em Itaíba, no Agreste. A palestra sobre “Os Leões do Norte”, seguida de uma sessão de autógrafos, está marcada para o plenário da Câmara de Vereadores, com apoio e a presença do prefeito Pedro Pilota (Republicanos) e da ex-prefeita Regina da Saúde.
PODCAST – Meu convidado de hoje para o podcast Direto de Brasília, parceria com a Folha de Pernambuco, é o deputado Coronel Meira (PL-PE), integrante da Comissão Especial da Segurança Pública. Na pauta, os recentes episódios no Rio e a polêmica dos outdoors que espalhou no Estado sugerindo que “bandido bom é bandido morto”.
Perguntar não ofende: A saúde em Pernambuco piorou, conforme relatam os médicos?
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