Com Raquel, a saúde nada mudou
O drama dos hospitais públicos não é exclusividade de Pernambuco. É do País e vem de longe. Depender deles, para quem não pode pagar um plano de saúde, é botar o pé na cova. Mas a governadora Raquel Lyra (PSD) prometeu um Estado de mudanças, aliás mote da sua gastança em publicidade, principalmente na saúde. Fechando seu terceiro ano de gestão, os hospitais em Pernambuco continuam sendo matadouros. Ao invés da cura dos pacientes, matam sem piedade.
Símbolo da mudança tão propalada, o Hospital da Restauração, uma das maiores emergências do Nordeste, obra da era Paulo Guerra, continua sangrando, literalmente. É objeto de uma reforma que anda a passos de tartaruga, travada, como travado é o Governo Raquel. No último fim de semana, postei vídeos de mães aflitas na pediatria do HR, algumas implorando por atendimento, outras por falta de segurança nos médicos, incapazes de dar um diagnóstico.
Leia maisO caos não é exclusividade do HR. Há 20 dias, o teto de um hospital, recentemente “reformado”, veio abaixo, uma semana após o jornal da Globo mostrar, em rede nacional, pacientes em outro hospital de emergência no Recife travando uma guerra contra a invasão das muriçocas, usando raquetes eletrônicas.
Os hospitais regionais também agonizam. Vivi uma experiência dramática no de Afogados da Ingazeira com minha sogra Ivete Lira. Ela deu entrada na emergência com uma crise de pancreatite. Foi tratada pessimamente, como um bicho. A saída foi removê-la para um hospital em Arcoverde. Se dependesse do “matadouro” de Afogados teria morrido, como morrem tantos pacientes indefesos.
Raquel é culpada pelo caos na saúde em Pernambuco? Sim, porque nada fez para mudar este cenário de horror. Gerou uma grande expectativa. Na gestão dela, nem o Sassepe funciona, porque os hospitais credenciados não estão recebendo os repasses do Estado. Raquel prometeu cuidar da saúde e não cuida.
Cuidar da sua saúde é um ato de amor próprio. A saúde é a base para uma vida boa e cheia de energia. Pequenas mudanças num governo podem ter grande impacto. Saúde pública de qualidade não é caridade. É um direito fundamental.
Mulheres também esquecidas – As promessas de Raquel viraram letra morta para todos os segmentos sociais. Até hoje, as mulheres esperam os mirabolantes anúncios que ela fez após a manifestação do Dia da Mulher, em 8 de março, no Centro do Recife. Ela desceu de seu gabinete no Palácio do Campo das Princesas para encontrar as integrantes dos movimentos feministas e fez uma promessa. Acompanhada da vice-governadora e das mulheres que integram o primeiro escalão do governo, Raquel ouviu o manifesto elaborado pelas organizações sociais e, em discurso que durou aproximadamente cinco minutos, se comprometeu em reunir algumas representantes dos movimentos para criar um Grupo de Trabalho para debater e elaborar políticas públicas voltadas para as mulheres. Até hoje, nada!

Não à reeleição – As mudanças na gestão Raquel, como se vê na propaganda paga na mídia pernambucana, não convencem quem vive o dia a dia no Estado, sobretudo na Região Metropolitana, onde se concentram quase metade do eleitorado. Essa voz rouca das ruas não quer a reeleição dela. Segundo pesquisa da Quaest, 54% dizem que ela não merece continuar, contra 43% que acreditam que sim. A eleição se aproxima. A governadora tem apenas dez meses para reverter esse sentimento dos pernambucanos.
O grito da polícia – A Polícia também agoniza. O Sindicato dos Policiais Civis (SINPOL), em nota recente, voltou a cobrar o cumprimento de promessas de valorização e melhorias na infraestrutura das delegacias, alegando que os policiais continuam pagando para trabalhar. A contratação de concursados para a segurança pública ocorreu apenas próximo às eleições de 2022. A governadora prometeu uma revolução em Pernambuco, mas as mudanças apresentadas até agora não foram percebidas como reais pela oposição.
Garanhuns sem esperança – Nem em Garanhuns, terra do coração de Priscila Krause, Raquel consegue cumprir promessas. O hospital Dominguinhos até hoje é ficção. Há pouco, houve uma republicação do edital para e até uma suspensão por parte do TCE que viu sobrepreço na licitação. Não há absolutamente nada concreto da maternidade e até o IML também não há garantia de ser entregue até o próximo ano. “Se Raquel quiser ver como se faz, pode visitar as obras do Hospital de Amor, parceria com o Governo Federal”, ironiza o suplente de deputado Cayo Albino (PSB), filho do prefeito Sivaldo Albino (PSB), tratado a pão e água pela governadora.

Zé Martins é só felicidade! – Ao contrário da maioria dos prefeitos, que estão perdendo a paciência com Raquel por acertos não concretizados, Zé Martins, de João Alfredo, que fez a travessia do PSB para o PSD, é só elogios à governadora. “Comigo, tudo que ela prometeu, cumpre. Não tenho do que me queixar”, disse, em conversa com este colunista, sexta-feira passada, em meio ao lançamento de “Os Leões do Norte”, evento super prestigiado, no auditório da Faculdade Vale do Pajeú, com a presença de Painha, diretor da instituição. Ele anunciou mais dois cursos e afirmou que Medicina, tão sonhado e aguardado, pode sair no próximo ano.
CURTAS
EM PEDRA – Dando sequência à agenda de palestras e lançamentos de “Os Leões do Norte” pelo Agreste estarei hoje, a partir das 13 horas, em Pedra, a 232 km do Recife, região intermediária entre o Sertão e o Agreste. O evento, com apoio do prefeito Júnior Vaz (PV), está marcado para o espaço Dona Vilma, voltado exclusivamente para estudantes.
BOM JARDIM – Já amanhã será a vez de Bom Jardim, com apoio e participação do prefeito Janjão (UB) e toda sua equipe. Será bem cedinho, por volta das 8 horas, na quadra esportiva Dr. Oswaldo Lima Filho, anexa à Escola Municipal 19 de Julho, no bairro Noelândia, com a presença de estudantes da rede municipal de ensino.
ITAÍBA – Também amanhã, a partir das 19 horas, dou prosseguimento a maratona em Itaíba, no Agreste. A palestra sobre “Os Leões do Norte”, seguida de uma sessão de autógrafos, está marcada para o plenário da Câmara de Vereadores, com apoio e a presença do prefeito Pedro Pilota (Republicanos) e da ex-prefeita Regina da Saúde.
Perguntar não ofende: Quando a saúde de Pernambuco vai sair da UTI?
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