“Descaso com a saúde bucal dos pernambucanos e desrespeito à categoria profissional dos cirurgiões-dentistas são as marcas do governo Raque Lyra”. A afirmação foi feita neste domingo (2) pela presidente do Sindicato dos Odontologistas no Estado de Pernambuco (SOEPE), Amitis Vieira, ao conclamar a sociedade a exigir do governo uma mudança dessa realidade, “pelo bem da saúde da população”.
Amitis Vieira denunciou que desde que tomou posse, em 1 janeiro de 2023, este governo só destinou pouco mais de R$ 1.500,00 ao Programa “Pernambuco Sorrindo”, como se pode ver no portal da transparência. “Como se trata de uma política criada pela própria governadora, não é preciso ser matemático para saber que este investimento é irrisório diante das demandas da população”, afirmou a dirigente sindical.
Leia maisOutro fato que demonstra descaso com a assistência nessa política de saúde, segundo a presidente do sindicato, é a falta de insumos, pois não há anestésico para atendimento no Hospital Geral de Areias (HGA), unidade de referência para a saúde bucal. Os profissionais estão sendo obrigados a recorrer a empréstimos e doações para não interromper o atendimento. A situação ocorre porque, até o momento, não foi aberta licitação para a compra de insumos.
“O governo parece ter predileção pelas compras por dispensa de licitação, com o argumento do desabastecimento e da urgência de reposição dos estoques, como se esta situação não fosse causada pela falta de planejamento e de decisão politica do governo”, critica a dirigente.
Ela acrescentou que os pacientes com necessidades especiais atendidos no HGA vivem em um quadro de total abandono. “Três consultórios estão interditados há mais de dois anos, prejudicando o serviço, pois é impossível tratar pacientes com necessidades especiais onde não há sala de recuperação anestésica. Isso tem demandado muitas explicações e respostas a notificações do MPPE”, disse.
A presidente do sindicato destacou ainda que os profissionais trabalham expostos ao constrangimento e aos riscos de operar com equipamentos sucateados, em ambulatórios insalubres e sem os insumos básicos. “Para se ter uma ideia da importância deste serviço para a população, cerca de 1.300 pacientes/mês são atendidos entre urgência e ambulatórios dessa unidade de saúde”, afirmou, acrescentando que “a precariedade da assistência odontológica oferecida pelo estado não é um problema menor, cuja solução possa ser protelada indefinidamente”.
Outro fator que evidencia o descaso com a categoria é a inobservância da lei do piso salarial (Lei 3.999/61), que estabelece um salário de R$ 3.636,00 para o cirurgião-dentista, cumprido em outros estados, como a Paraíba, e em municípios pequenos de Pernambuco, como Jatobá, Santa Cruz da Baixa Verde e Brejo da Madre de Deus. No estado, a governadora ignora a lei, resultando na desvalorização dos profissionais, que chegam a receber R$ 1.700,00 brutos para trabalhar em unidades prisionais e hospitais como o HGA.
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