Diferentemente do ex-governador Eduardo Campos, que instituiu como prática as indicações técnicas na área da educação, a governadora Raquel Lyra (PSD) vem privilegiando quadros políticos na área. O caso mais recente afetou a Gerência Regional de Educação (GRE) do Alto Pajeú, sediada em Afogados da Ingazeira, que passou para as mãos do grupo liderado por Danilo Simões, candidato derrotado nas eleições para prefeito da cidade em 2024. A indicada para o cargo foi Edjane Gomes.
A nomeação foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial do Estado e ocorre poucos dias após Simões anunciar que entregaria o cargo que tem na Secretaria da Casa Civil, reduto das acomodações de políticos sem mandato no Governo de Pernambuco. O aliado da governadora vinha reclamando de falta de reciprocidade nas relações com o Palácio do Campo das Princesas. Agora, com a GRE nas mãos, passa a exercer influência sobre gestores de dezenas de escolas.
Leia maisEdjane Gomes substitui Israel Silveira, que tinha indicação atribuída à prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT). Ela se afastou de Raquel após a aproximação entre o governo e o deputado Luciano Duque (Solidariedade), desafeto da prefeita. Em contrapartida, se alinhou ao prefeito do Recife, João Campos (PSB), potencial adversário da governadora em 2026.
Nos governos de Eduardo Campos, a educação costumava ser balizada por indicações estritamente técnicas, prática que levou Pernambuco a ocupar o topo de rankings como o do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Ensino Médio. Na época, a ocupação de cargos estratégicos, como o de gerente das GREs, era definida pelo desempenho.
Raquel, por outro lado, vem adotando expediente diferente desde o início de sua gestão, em 2023. Naquele ano, a seleção de gerentes regionais de Educação foi marcada por polêmicas, já que candidatos que ficaram nos primeiros lugares, em alguns casos, acabaram preteridos por pessoas abaixo deles na lista mediante intervenções de padrinhos políticos.
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