Diferentemente de Salgueiro, Santa Maria da Boa Vista, a 640 km do Recife, tem parque para correr. E fica às margens do Rio São Francisco, onde corri, há pouco, meus 8 km diários.


Diferentemente de Salgueiro, Santa Maria da Boa Vista, a 640 km do Recife, tem parque para correr. E fica às margens do Rio São Francisco, onde corri, há pouco, meus 8 km diários.
Após o anúncio da governadora Raquel Lyra sobre a suspensão temporária das inscrições do Concurso Público Unificado, com o objetivo de corrigir o edital e garantir as cotas raciais, o deputado federal Felipe Carreras aproveitou o momento para reforçar que Garanhuns seja incluída entre as cidades de aplicação das provas. “Se é momento de corrigir erros, essa é mais uma correção necessária. Garanhuns é a nona cidade mais populosa de Pernambuco e não pode ficar de fora”, afirmou o parlamentar.
O edital atual prevê que as provas sejam aplicadas em dez cidades: Afogados da Ingazeira, Araripina, Arcoverde, Carpina, Caruaru, Floresta, Palmares, Petrolina, Recife e Salgueiro. Para Carreras, a exclusão de Garanhuns, um dos principais polos do interior, é uma falha que precisa ser revista.
Leia maisFelipe Carreras destacou ainda que o município reúne todos os requisitos que justificam sua inclusão como cidade-sede do certame. “Garanhuns é o principal centro urbano do Agreste Meridional, polo para 26 municípios, com uma população regional que ultrapassa 700 mil habitantes. Conta com infraestrutura adequada em educação, saúde, comércio e serviços, além de rede hoteleira e centros de ensino que atendem uma ampla demanda. Além disso, incluir Garanhuns no edital é uma questão de logística; reduzirá deslocamentos e facilitará o acesso para quem mora na região, garantindo mais comodidade e oportunidades para todos os candidatos.”
Felipe Carreras já havia encaminhado, no dia 12 de agosto, um ofício à governadora solicitando oficialmente a inclusão do município no edital. Agora, com a reabertura do processo, ele volta a defender que o Governo do Estado seja sensível a essa demanda, garantindo mais acesso e oportunidades para todos os pernambucanos.
“Contamos com a sensibilidade do Governo para que o edital seja alterado e garanta mais acesso e oportunidades para todos. Garanhuns não pode pagar o preço por diferenças políticas, e tampouco os concurseiros”, completou Carreras.
Leia menosA ex-vereadora de Ipubi e ex-diretora da União dos Vereadores de Pernambuco (UVB), Ana Abrantes, denunciou, ontem (10), possíveis fraudes no uso das cotas de gênero em candidaturas políticas no Estado. O caso teve início em Ipubi, no Sertão do Araripe, onde uma candidata do Partido Progressistas (PP) teria concorrido ao cargo de vereadora nas eleições de 2024 sem realizar campanha, divulgar propostas ou aparecer em atividades públicas. A suspeita levou à abertura de um processo judicial por abuso de poder econômico e irregularidades na aplicação das cotas femininas.
Segundo Ana, a prática tem se repetido em diversas regiões, distorcendo o propósito da legislação eleitoral que busca garantir a representatividade feminina. “Infelizmente, muitas mulheres são colocadas nas chapas apenas para cumprir a cota. Elas acabam sendo usadas como massa de manobra, sem guia eleitoral, sem propostas e, muitas vezes, sem nem aparecer nas redes sociais”, afirmou. O advogado Geraldo Alencar, que acompanha o caso, destacou que 17 pontos já foram reconhecidos como indícios de fraude e abuso de poder. O julgamento, atualmente em andamento no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE), será retomado na próxima quarta-feira, com cinco votos pendentes.
Ana também citou supostas irregularidades envolvendo o PP em Petrolina, onde, segundo ela, houve alteração de votações já decididas. A ex-vereadora defende uma fiscalização mais rigorosa por parte da Justiça Eleitoral e do Ministério Público, além de medidas que assegurem uma participação feminina efetiva. “As cotas de gênero são um avanço, mas quando usadas de forma indevida, tornam-se um retrocesso. A política precisa de mulheres atuantes, e não de nomes lançados apenas para preencher números”, concluiu.
Por Letícia Lins
Do portal OxeRecife
Já falei aqui do meu amigo Mucíolo Ferreira, que tem mania de homenagear o santo da folhinha, aquele calendário que era comum nas casas das nossas avós e que assinalavam um santo a cada dia. Pois o jornalista tem uma outra mania, e essa nada tem a ver com o plano celestial. É uma mania bem terráquea, que se refere não a santos, mas a lindas mulheres. Não ao azul do céu, mas ao tapete vermelho das passarelas. Sim, ele sabe tudo que você imaginar sobre os concursos de misses.
Está sempre por dentro de todos os certames que vão acontecer, a história dos concursos, as vencedoras e em que ano, as pernambucanas que fizeram sucesso em passarelas nacionais. As misses de terras tupiniquins que encantaram o mundo. Nesta semana, ele me enviou uma foto da bonita Loraine Lumatelli, gaúcha que é a Miss Brasil Beleza Internacional 2025. E que vai tentar trazer do Japão a tríplice coroa para o Brasil. A moça é estudante de odontologia e empreendedora.
Leia maisNo passado, o concurso no país era um só, o Miss Brasil. E no mundo, havia três: Miss Universo, Miss Mundo e Miss Beleza Internacional. A vencedora no Brasil disputava o Miss Universo. Já a segunda classificada no nosso país podia ser indicada para o Miss Mundo ou o Beleza Internacional. Ele, que já trabalhou em organização desse tipo de concurso, acha que os certames de beleza não só se multiplicaram, como evoluíram assim como as candidatas, que são agora mulheres empoderadas.
Mucíolo trabalhou como colunista social entre as décadas de 1980 e 1990, foi um dos coordenadores de concursos de miss em 1988 e 1989 em Pernambuco. Na época, juntamente com o jornalista Fernando Machado, assinava uma coluna com reportagens só sobre concurso de misses no Jornal do Commercio.
Diz Mucíolo: “Compromisso com a diversidade e a inclusão, ações que influenciem as pessoas a conviver com as diferenças, e beleza com propósito. Esse é o diferencial entre o ontem e o hoje dos concursos de miss em todo o planeta. Se antes as candidatas liam até a exaustão cada capítulo do livro ‘O Pequeno Príncipe’, obra clássica do escritor francês Saint Exupéry, atualmente o cenário mudou: as misses são emancipadas politicamente e independentes financeiramente.
E não são mais obrigadas a passar a imagem de moça recatada, virgem e que dependa de proteção, vivendo sob as asas dos pais no mesmo domicílio. Esse preâmbulo é só para introduzir informações preliminares, anunciando que no Brasil começou a temporada das nossas representantes nos concursos internacionais de misses com resultados positivos. Até porque o ano nem acabou ainda e duas brasileiras já conquistaram a faixa e coroa em dois certames mundiais.
É um fato raro que não acontecia desde 1968 quando em Miami, na Flórida, a baiana Martha Vasconcellos conquistou o Miss Universo, e a carioca Maria da Glória Carvalho venceu o Miss Beleza Internacional ,no Japão. Pois bem, em junho, na Polônia, a capixaba Eduarda Braum foi eleita Miss Supranational Internacional, vencendo 87 candidatas dos cinco continentes.
E nessa última quarta-feira, foi a vez da mineira Isabela Fernandes, ganhar o inédito título de Miss Ásia Pacífico International , nas Filipinas. Isso depois de levar um susto com um forte terremoto que houve região do evento. Esses dois concursos integram o naipe dos sete maiores promovidos no planeta. E antes que 2025 termine, o Brasil pode levantar o troféu em mais quatro competições.
No próximo sábado, dia 18, na Tailândia, a paraibana Kaliana Diniz (empreendedora , proprietária de uma loja de conveniência na cidade do Mexico) disputará o Miss Grand International. No dia 5 de novembro, a paranaense Laila Frizon (dona de uma clínica de estética), disputa o Miss Earth Internationa (Terra), nas Filipinas. Em 21 de novembro, em Bangkok (Tailândia), será a vez do popular e conhecido Miss Universo, que tem na brasileira, Gabriela Lacerda, chances de conquistar a Tríplice Coroa em 2025 para nosso país. Mas, caso isso não aconteça, haverá ainda a última chance, no dia 27 de novembro, no Japão, com o tradicional Miss Beleza Internacional. Nossa representante é a gaúcha Loraine Lumatelli (fotos), eleita terça-feira passada no Rio de Janeiro.
A única vez que uma brasileira levantou a taça em Tóquio foi em 1968, com a carioca Maria da Glória Carvalho. Bem, se com as “chuteiras” o Brasil não anda muito bem nos gramados – a última vez que a seleção de futebol levantou o caneco foi em 2002 – de “salto alto” temos motivos para comemorar e nada a reclamar – vide Eduarda Braum e Isabela Fernandes. Então, segue uma pergunta: será que Brasil ainda pode ser chamado de Pátria das Chuteiras? Ou não será a Pátria do Salto Alto? Até porque há quase três décadas quando o assunto é salto alto surge logo nas nossas mentes o nome e a imagem da Top mundial, a maior de todas: Gisele Bundchen. Já nos gramados as chuteiras do Pelé são as lembranças que permanecem imortalizadas na memória do brasileiro e sem um novo reizinho”.
Leia menosO Prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino, e o deputado Estadual Cayo Albino (ambos do PSB) divulgaram vídeo nas redes sociais para anunciar a data de anúncio da programação do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) 2026, especificamente da Praça Mestre Dominguinhos.
Pai e filho protagonizaram um vídeo que faz alusão a uma “gestação de nove meses” para anunciar que na próxima quinta-feira (16), serão divulgados os nomes dos artistas nacionais que irão compor a grade do palco principal. O anúncio oficial ocorrerá às 10h30min, no Teatro do Sesc Garanhuns. Com informações do blog do Carlos Eugênio.
A 34ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns será realizada de 9 a 26 de julho de 2026.
Uma grande dúvida ronda a saída do (ainda) ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso. Após anunciar na sessão plenária da última quinta-feira (9) a sua decisão de antecipar a aposentadoria, Barroso disse que ainda vai trabalhar nos próximos dias, finalizando votos de casos em que pediu vista.
Um dos casos em que Barroso paralisou a discussão é a ação que discute a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, apresentada pelo PSOL em março de 2017. Até hoje, o plenário do Supremo não concluiu a análise do processo. As informações são do blog da Bela Magale, do Globo.
Leia mais“Eu ainda posso votar [sobre o aborto]. Mas a consideração que estou fazendo é: nós já vivemos um momento com muitos temas delicados acontecendo ao mesmo tempo e os riscos de uma decisão divisiva criar um ambiente ainda mais turbulento no país”, disse Barroso em coletiva de imprensa após anunciar a antecipação da sua aposentadoria. “Portanto, um juiz não faz apenas o que quer ou gostaria de fazer. Tem de ter algumas preocupações institucionais.”
Até agora, apenas foi registrado um voto no caso – o de Rosa Weber, que fez questão de marcar sua posição e depositar o voto no plenário virtual, antes de se aposentar em 2023. Agora, a questão é se Barroso vai seguir o exemplo da colega – e também registrar o seu voto nos seus últimos dias de atuação na Corte.
No caso do aborto, Barroso pediu destaque em setembro de 2023. Mas durante os dois anos em que ocupou a presidência do STF, Barroso não viu condições políticas para retomar a análise do caso, que mobiliza diversos setores da sociedade civil – no STF, há quem tenha dúvidas de que o ministro vá querer mexer nesse vespeiro nos seus últimos dias no cargo.
Uma das ideias avaliadas reservadamente pela equipe de Barroso é devolver o caso ao plenário virtual – o que permitiria o ministro de depositar o seu voto na plataforma, antes de se aposentar. Barroso já avisou que não vai mais participar das sessões presenciais da Corte.
“É um voto muito custoso em razão da profunda divergência moral em torno do tema. Só valeria a pena proferir o voto se houvesse alguma mínima perspectiva de avanço no STF – e não há”, disse um interlocutor do ministro ouvido pelo blog.
Posição de Barroso já é conhecida
Apesar do suspense em torno dos próximos passos de Barroso, a posição do ministro sobre o tema já é conhecida.
Em 2016, num polêmico julgamento da Primeira Turma do STF, ele, Rosa e o atual presidente da Corte, Edson Fachin, se manifestaram pela descriminalização do aborto, na análise de um pedido de habeas corpus para cinco médicos e funcionários de uma clínica clandestina presos em Xerém, na Baixada Fluminense.
Naquele momento, a Primeira Turma entendeu que eles não cometeram crime e deveriam ser soltos, mas o entendimento se restringiu a esse caso. Já ação do PSOL aborda a questão de maneira mais ampla e irrestrita, para toda a população brasileira.
“A criminalização é incompatível com os seguintes direitos fundamentais: os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, que não pode ser obrigada pelo Estado a manter uma gestação indesejada; a autonomia da mulher, que deve conservar o direito de fazer suas escolhas existenciais; a integridade física e psíquica da gestante, que é quem sofre, no seu corpo e no seu psiquismo, os efeitos da gravidez”, disse Barroso naquela ocasião.
Atualmente, a lei garante o direito ao aborto para salvar a vida da grávida, ou quando a gestação é fruto de um estupro. Em 2012, uma decisão do STF garantiu a medida no caso de fetos anencéfalos.
O PSOL quer permitir a interrupção voluntária da gravidez até a 12ª semana de gestação, independentemente da situação da mulher.
Repercussão
Para o advogado Paulo Iotti, Diretor Presidente do Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero, a saída de Barroso do Supremo “é péssima para direitos das mulheres e de minorias em geral e da população LGBTI+ em especial”.
“Dificilmente teremos um ministro tão progressista na defesa de minorias indicado. E a maioria da composição atual tem mostrado não querer enfrentar temas sensíveis sobre direitos trans e o direito ao aborto no primeiro trimestre, por exemplo. Tem ‘decidido não decidir’ por razões processuais que não se aplicam ou incoerentes com sua jurisprudência”, afirmou.
Na avaliação da professora de direitos fundamentais da FGV Direito SP Luciana Ramos, a saída de Barroso traz repercussões para julgamentos do STF.
“Se pensarmos na atuação do ministro Barroso em questões envolvendo igualdade de gênero e racial, e a pessoa escolhida para entrar no lugar dele não tiver as mesmas preocupações, poderemos ter uma perda significativa no que diz respeito às pautas envolvendo grupos historicamente discriminados”, disse.
Leia menosDo Poder360
Sete a cada 10 beneficiados com o projeto do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês estão em cidades que deram vitória a Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno de 2022.
Os dados são de cruzamento feito pelo Poder360 com projeções de beneficiados da empresa DataBrasil, que usou informações da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
A consultoria estima que a isenção beneficiará 17,8 milhões de pessoas. É a única projeção disponível com um detalhamento tão completo por cidades. Leia a íntegra. O governo fala em 11 milhões com IR zerado no total e de 5 milhões a 6 milhões com descontos, mas não detalha como essa conta foi feita. Usa informações de 2023.
A isenção do Imposto de Renda foi aprovada na Câmara por unanimidade, com o apoio de todos os deputados presentes, em 1º de outubro. O texto agora aguarda análise do Senado, onde não enfrenta resistências e deve passar com facilidade. O relator na Casa Alta será Renan Calheiros (MDB-AL), aliado do Planalto.
A mudança do IR passa a valer em 2026. É uma das principais apostas do PT para bombar o projeto de reeleição de Lula.
Como já mostrou o Poder360, a isenção beneficiará majoritariamente as regiões Sudeste e Sul – mais críticas à atual administração petista. Os mapas acima mostram graficamente como será esse impacto.
A Receita Federal estima perder R$ 31,3 bilhões com o reajuste da tabela em 2026. Esse dinheiro será o que deixará de ser cobrado dos trabalhadores que ganham até R$ 5.000 ou dos que terão descontos (quem ganha de R$ 5.001 até R$ 7.350). Muitos terão uma economia que representará quase um 14º salário no fim do ano.
O total de pagadores de Imposto de Renda deve cair da casa dos 44 milhões em 2025 para perto de 34 milhões em 2026, segundo estimativas do governo. Outras projeções indicam retração ainda maior nessa base.
O número atualizado de declarantes voltará ao nível de 2020, na pandemia. As pessoas beneficiadas com a nova proposta deixarão de pagar imposto a partir de 1º de janeiro do ano que vem, mas só serão obrigadas a enviar suas declarações em 2027.
A isenção é só um dos vários presentes dados pelo Congresso a Lula que poderão ser usados como vitrine eleitoral para o petista no próximo ano.
Os benefícios sociais, que beneficiam mais o Nordeste e o Norte, serão o contrapeso da isenção do IR. Cerca de 19 milhões de pagamentos são feitos todos os meses no Bolsa Família. Mais 4 milhões de estudantes recebem o Pé-de-Meia. Para 2026, ainda terá o Gás do Povo, novo programa social que dará 1 botijão de gás a cada 2 meses a famílias pobres.
Essas iniciativas injetarão bilhões de reais na economia no ano que vem, evitando uma desaceleração, esperada por conta da alta taxa de juros, atualmente em 15% ao ano.
Uma das principais promessas de Lula, a isenção do IR foi mencionada pelo petista ao menos 20 vezes durante a campanha, depois de ele ser eleito e já no cargo.
Leia menosDo blog do Roberto Almeida
A foto foi publicada no perfil do Instagram Arquivo Político Caruaru. É de 2010, quando Dilma Rousseff disputou sua primeira eleição para presidente da República.
A petista venceu, tendo sido reeleita em 2014, mas foi derrubada por um golpe que teve participação decisiva da Globo e toda grande imprensa, políticos da direita e setores do Judiciário e Ministério Público.
Raquel Lyra, no ano desta foto, foi candidata a deputada estadual pelo PSB e se elegeu.
Hoje, a sobrinha de Fernando Lyra está mais próxima dos bolsonaristas. Talvez ela nem goste desta foto, porque alguns eleitores dela não vão gostar de saber que a ex-prefeita de Caruaru foi do PSB e caminhou pela ruas de sua terra natal ao lado de Dilma.
Por Marcelo Tognozzi
Colunista do Poder360
Minha irmã e eu descíamos a rua Oriente, em Santa Teresa, todo fim de tarde voltando do colégio Cantinho Feliz e entrávamos em casa pela porta da cozinha, o rádio de pilha com capinha de couro da Lurdininha tocando músicas do Evaldo Braga, Agnaldo Rayol, Roberto Carlos e anunciando a Gordura de Coco do Norte, aquela da lata azul feita com babaçu. Quando o relógio marcava 6 horas, entrava o vozeirão do Alziro Zarur rezando a Ave Maria. Tinha uma audiência enorme. Parecia que o Rio de Janeiro parava para rezar com ele naqueles anos do fim da década de 1960.
Alziro fundou a LBV (Legião da Boa Vontade) em 1º de janeiro de 1950. Morreria 29 anos depois, em 21 de outubro de 1979. Dali em diante, sua obra foi tocada por José de Paiva Netto, então com 38 anos, forjado por Alziro Zarur para ser seu substituto numa organização transformada em máquina de fazer o bem. Quando tinha 15 anos, Paiva Netto decidiu se unir ao homem que orava todos os dias pelo rádio, levando sua mensagem “aos homens de boa-vontade”.
Leia maisPaiva Netto estudou no Colégio Pedro 2º, um dos mais tradicionais do Rio, ganhou o título de aluno iminente, honraria concedida aos que tinham performance bem acima da média. Filho do seu Bruno e da dona Idalina, José Simões de Paiva Netto desembarcou no planeta Terra em 2 de março de 1941, no bairro do Riachuelo, no Rio. Era um mundo em plena 2ª Guerra Mundial, o nazismo tomando a Europa e Vargas se equilibrando entre a Alemanha e os Estados Unidos.
Veio ao mundo com uma missão: ajudar as pessoas. Na terça-feira (7), Paiva Netto nos deixou depois de 7 décadas dedicadas à causa social da LBV. Ele era pouco mais que uma criança, quando uma senhora negra lhe entregou um panfleto com a mensagem de Alziro Zarur sobre Jesus Cristo.
Aos 84 anos, Paiva saiu da vida e entrou para o seleto grupo dos brasileiros que se dedicaram a fazer deste país um lugar melhor para todos. Partiu num outubro, igual seu mestre.
Ele verdadeiramente amava as pessoas. Ainda adolescente já trabalhava na Ronda da Sopa, campanha lançada por Zarur para combater a fome entre a população de rua do Rio. A Ronda da Sopa ganhou versões em outros países e chegou até Nova Iorque.
O corpo de Paiva viajou do Rio para o cemitério Memorial Jaraguá, no pé do Pico do Jaraguá, ponto mais alto de São Paulo. Lembrei da minha avó Maria e do Sermão da Montanha que ela leu para mim algumas vezes. Neste sermão, Jesus ensinou o Pai Nosso, que na manhã de quarta-feira (8) foi cantado por um coral de vozes emocionadas, enquanto Paiva era velado por uma multidão de amigos e admiradores. Fui levar meu abraço ao seu filho Alziro, meu amigo de fé, inteligência rara, herdeiro do talento e do entusiasmo do pai fazedor.
A LBV foi a 1ª ONG brasileira. Nasceu da enorme capacidade de comunicação de Alziro Zarur. Paiva Netto, assim como seu mestre, foi um comunicador de mão cheia. Tinha linha direta com o divino e o profano, era liberto de preconceitos e a maior prova disso foi o templo ecumênico por ele erguido em Brasília, frequentado por todos a qualquer hora. Fui lá muitas vezes rezar debaixo do imenso cristal fixado no teto, andei na roda do infinito e sempre saí com as baterias recarregadas. Um lugar de paz.
A marca da LBV sempre foi a comunicação. E por causa dela Paiva Netto sofreu grande ataque do Grupo Globo no início dos anos 2000, acusado de usar dinheiro das doações da LBV para enriquecimento pessoal. Foi absolvido. Seu advogado Márcio Pollet mostrou terem as denúncias surgido depois de a LBV receber a concessão da geradora de TV de São José dos Campos, também cobiçada pela Globo.
Paiva Netto sempre foi um homem de bem, uma pessoa honesta. Não é possível igualá-lo aos pastores malandros que brotam Brasil afora como cogumelos no esterco. Nunca profetizou a fé por dinheiro, mas por amor ao próximo.
Sua obra foi reconhecida pela ONU e vingou nos Estados Unidos, em Portugal, na Argentina, na Bolívia, no Paraguai e no Uruguai. Em 2024, atendeu a 6,6 milhões de pessoas em todo o Brasil, das quais 14.000 alunos em escolas espalhadas pelas 5 regiões do país. Não foram poucas as vezes em que reuniu 100/150 mil pessoas e rezou com elas. No seu coração cabiam multidões.
Existem lições inesquecíveis dadas por Alziro e Paiva. A primeira e principal delas: quando você dá o melhor, recebe o melhor de volta. Se você dá uma escola boa, você recebe bons cidadãos; se você dá acolhimento e amor, recebe uma sociedade sem violência. Neste país polarizado entre o “nós e eles”, pregar tolerância e solidariedade até soa como heresia.
Este era o eixo do pensamento de Paiva Netto. Nesta quadra da nossa história, em que a vagabundagem, a esperteza e a mentira contaminaram a política, a fraude virou cotidiana – seja no INSS, no combustível ou na bebida –, nada como celebrar o homem que pregava honestidade e compaixão, valorizou a paz e depreciou a violência.
No templo da Boa Vontade em Brasília, está exposto o velho microfone usado por Alziro Zarur nas suas pregações pelo rádio, as mesmas que ecoavam pela cozinha da nossa casa na hora do Angelus. A LBV de Paiva Netto fincou raízes profundas na sociedade, especialmente entre homens e mulheres que puderam transformar seus destinos pela educação, pelo acolhimento e pelo alimento. Paiva seguiu para a eternidade sem escalas, deixou essa obra imensa toda ela construída em nome do amor.
Leia menosO ex-candidato a prefeito de Santa Luzia, Netto Lima (MDB), anunciou ontem (10) apoio ao projeto de candidatura do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), ao governo da Paraíba. O encontro ocorreu durante agenda de Cícero no Sertão, onde ele tem dialogado com lideranças políticas e comunitárias sobre o futuro do estado.
Netto Lima, que ficou em segundo lugar na disputa pela Prefeitura de Santa Luzia em 2024, com 4.345 votos — o equivalente a 43% do eleitorado — destacou a importância de construir uma frente ampla em torno de Cícero. O nome de Netto, inclusive, tem ganhado força no Vale do Sabugi como possível pré-candidato a deputado federal.
Cícero Lucena agradeceu o gesto e ressaltou que seu projeto de candidatura ao Governo do Estado nasce do diálogo com as diversas regiões e de um sentimento coletivo de continuidade do desenvolvimento. “Recebo com alegria o apoio de Netto Lima, uma liderança importante e respeitada em Santa Luzia. Estamos construindo um projeto que não é apenas político, mas de compromisso com as pessoas, com o interior e com o futuro da Paraíba”, destacou Cícero.
Por Blog da Folha
A construção de creches virou alvo de debate no cenário político. Ontem (10), a governadora Raquel Lyra (PSD) declarou que a Prefeitura do Recife solicitou ao governo de Pernambuco a instalação de dez creches no município, mas não indicou os terrenos para a instalação.
Durante a semana, a oposição cobrou o governo pela entrega das unidades de educação infantil, questionando o ritmo das obras.
Leia mais“Às vezes o terreno não existia, não tinha do estado, não tinha do município. Eu fui desapropriar o terreno, negociar com o dono, mas a gente não deixou de fazer em lugar nenhum. No Recife, por exemplo, pediram 10 creches e não indicaram o terreno. Eu fui lá, desapropriei, busquei terreno do estado e nós estamos construindo, iniciando a construção dessas creches. Esse é o desafio, mas vou entregar”, disse Raquel Lyra, em entrevista à Rádio Naza FM.
Após as declarações, a Prefeitura do Recife, se manifestou por meio de nota negando que os terrenos não tenham sido indicados pela gestão. De acordo com documento apresentado pela assessoria do governo recifense, a administração do município indicou dez áreas de propriedade do estado ainda em agosto de 2023, que poderiam servir para a instalação dos equipamentos.
“Todas as propostas apresentadas pela Prefeitura, conforme atesta a Nota Técnica nº 107/2024, foram relacionadas a dez terrenos já pertencentes ao governo de Pernambuco, localizados em áreas ociosas e contíguas a escolas estaduais, com a finalidade de facilitar a disponibilização dessas áreas pelo estado”, diz um trecho da nota. A reportagem procurou o governo do estado para repercutir a divulgação do documento, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.
Leia menosNo sabadão, a corridinha diária de 8 km foi nas areias da praia de Boa Viagem, contemplando o mar revolto, que não ouvia o barulho das suas ondas tem um bom tempo. Gosto do mar, porque acalma, inspira e nos lembra que a vida é movimento.
O azul das águas parece sempre cheio de segredos e, muitas vezes, quando olhamos o reflexo do mar, somos levados a pensar sobre o mundo, os outros e nós mesmos. Foi Fernando Pessoa que definiu o mar como a religião da natureza.
Da Gazeta Pernambucana
Se Dias Gomes ainda estivesse entre nós, talvez trocasse a fictícia Sucupira por Belo Jardim, no agreste de Pernambuco. Lá, o prefeito Gilvandro Estrela, do União Brasil, decidiu eternizar seu nome de um modo inusitado: inaugurando o próprio túmulo com direito a sanfoneiro, poeta, discursos e a trilha sonora de Ave Maria Sertaneja, de Luiz Gonzaga.
O evento aconteceu no Cemitério Municipal São João Batista, com a presença de amigos, políticos e curiosos. Durante a cerimônia, o prefeito descreveu o gesto como um ato simbólico de respeito e reconhecimento ao ciclo da vida. Enquanto uns inauguram escolas, praças ou hospitais, ele preferiu garantir logo o endereço final, cercado de aplausos e emoção.
Leia maisA cena parecia saída de uma novela brasileira. Um político, diante de sua morada eterna, embalado por música sacra e discursos poéticos. Faltava apenas Odorico Paraguaçu, de microfone em punho, discursando sobre a moralidade necrológica e o civismo tumular daquele grande feito administrativo.
A verdade é que Belo Jardim não está só. O vídeo que circula nas redes sociais, reunindo cenas políticas de todo o país, mostra que o Brasil vive uma era de espetáculos públicos dignos de realismo mágico. É o país onde prefeitos posam sobre asfalto ainda quente, parlamentares se engalfinham em plenário e obras inacabadas são entregues com fita e discurso.
A política nacional parece ter incorporado a estética da comédia popular. O improviso virou método, o palco virou palanque e o riso, uma forma de resistência diante do absurdo. Há quem inaugure pontes que desabam antes da foto oficial e agora, coroando o surrealismo, quem inaugure o próprio túmulo em vida.
Se O Bem-Amado nasceu como sátira, o Brasil transformou o enredo em documentário. Cada município tem o seu Odorico, o seu Zeca Diabo e a sua plateia fiel. O cemitério virou palco, o microfone virou cetro e o aplauso, bênção.
A prefeitura garante que o evento não utilizou recursos públicos, o que já é, de certo modo, um consolo. Mas o gesto revela uma tendência curiosa: a de transformar a política em espetáculo e o espetáculo em política.
Enquanto o sanfoneiro tocava Ave Maria Sertaneja, o prefeito afirmava sentir “os amigos e seresteiros que já partiram ali presentes”. Talvez estivessem mesmo, porque a cena parecia uma reunião de vivos e mortos em perfeita harmonia estética.
O teatro político brasileiro, que já teve seus atos no Congresso, agora se reinventa nos cemitérios. Em Belo Jardim, a morte virou solenidade e o túmulo, tribuna.
Como diria Odorico Paraguaçu, se pudesse comentar: “Nunca antes na história deste país se viu tamanha antecipação cívico-funerária”. Um gestor que, de corpo presente e alma vivíssima, resolveu garantir sua eternidade com solenidade e sanfona.
E o Brasil, entre o riso e o espanto, segue aplaudindo o espetáculo da política, essa arte tão nossa de fazer rir para não chorar.
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