Contrariando o discurso de renovação e compromisso técnico que marcou sua campanha, o prefeito Diego Cabral prepara uma mudança polêmica em seu secretariado: vai exonerar os atuais responsáveis pelas pastas de Esportes e Assistência Social — duas das mais bem avaliadas pela população — para abrir espaço a vereadores aliados. A decisão, que já circula nos bastidores políticos como “moeda de troca”, tem como objetivo consolidar apoio para seus candidatos a deputado em 2026.
As movimentações miram o reforço às pré-candidaturas de João de Nadeji (deputado estadual e filho da ex-prefeita Nadeji) e Carlos Costa (deputado federal), este último irmão do ministro Sílvio Costa Filho. Em troca do apoio parlamentar local, Cabral estaria cedendo os cargos a figuras com histórico político controverso — e sem qualquer vínculo técnico com as áreas que irão comandar.
Leia maisUm dos nomes que deve assumir é a vereadora Daiana. A Secretaria de Esportes também sofrerá mudança, apesar de elogios constantes da população e de atletas locais pela gestão atual. O responsável pela substituição seria outro vereador da base aliada, cuja principal credencial seria a fidelidade política — não a experiência na área.
A decisão já provoca reações negativas em setores da sociedade civil, que enxergam nas trocas um desrespeito às promessas feitas por Cabral em 2024, quando afirmou que não lotearia cargos e manteria um secretariado técnico. Agora, a prática parece seguir a velha cartilha da política tradicional: priorizar acordos eleitorais em detrimento da eficiência administrativa.
Com a aproximação do calendário eleitoral, cresce a preocupação de que a máquina pública passe a operar em função de interesses de campanha, enquanto áreas essenciais, como esportes e assistência social, correm o risco de retroceder. Para muitos moradores, o prefeito Diego Cabral começa a se afastar, cada vez mais, da imagem de gestor técnico e independente — e se aproxima da política de favores que prometeu combater.
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