A ordem é minimizar, mas, em reservado, aliados de Jair Bolsonaro — de dentro e de fora do Congresso — afirmam que se assustaram com o tamanho das manifestações realizadas em diversas cidades do Brasil contra a PEC da Blindagem e a anistia neste domingo (21). O projeto aprovado na Câmara dificulta a abertura de ações penais contra parlamentares e é um retrocesso de mais de 20 anos na legislação.
O local que mais impressionou os bolsonaristas foi a Avenida Paulista, em São Paulo. A imagem de milhares de manifestantes nas ruas foi apontada como “similar” aos atos realizados pela direita em defesa do ex-presidente e causa preocupação por confrontar o argumento de que a esquerda não teria capacidade de mobilização.
Aliados do capitão reformado apontam que, com a PEC da Blindagem, os parlamentares do PL que votaram em peso pela aprovação da medida “empurram para o colo” da esquerda e do governo Lula a pauta anticorrupção, que acreditavam ter o monopólio.
Os dados do Monitor do Debate Político, da USP, mostra que o ato deste domingo na Avenida Paulista reuniu 42.379 pessoas. Visualmente, a manifestação preencheu ao menos três quarteirões da avenida no meio da tarde. Ao comparar os números de público do mesmo monitor da USP, a presença é semelhante à do último ato realizado por bolsonaristas no local, em 7 de setembro, que levou 42,2 mil pessoas à avenida e foi considerado um sucesso de público pelas lideranças bolsonaristas.
O fato da urgência do projeto de anistia aos golpistas de 8 de janeiro — que também busca beneficiar Bolsonaro — ter sido aprovada na Câmara dos Deputados no dia seguinte à PEC da Blindagem passou a ser criticado pelos aliados do ex-presidente, que veem dificuldades para a pauta avançar, ainda mais diante das mobilizações populares deste domingo (21).
Integrantes do governo Lula celebraram o resultado das manifestações, como o advogado-geral da União, Jorge Messias. “Neste domingo, o Brasil voltou a mostrar ao mundo a força de sua democracia. As ruas de várias grandes cidades se encheram em defesa soberana de nossas conquistas democráticas. O povo expressou sua posição firme pela integridade do nosso Estado Constitucional. Com paz no coração e serenidade, nosso povo desenhou, nas praças e avenidas, o mapa de suas esperanças e as prioridades que espera de seus representantes. Seguiremos juntos, com coragem e, cada vez mais, esperança! A democracia é sempre caminho e nunca ponto de chegada. Temos muito a construir”, escreveu o ministro nas redes sociais.
Com a realização da COP 30, que pretende definir regras mundiais para melhorar o meio ambiente, ainda são muitas as pessoas que não percebem a importância de uma boa qualidade do ar interno e de o quanto prédios e escritórios saudáveis reduzem o nível de doenças, ampliam a imunidade dos trabalhadores e propiciam melhores condições de vida.
“Hoje a qualidade do ar interno é um fator primordial para qualquer empresa, da mesma forma que a eficiência de um equipamento e a eficácia de um projeto”, afirmou a gerente de facilities da Shel Brasil, Ana Cláudia Machado. Da mesma forma pensa a gerente de facilities da Lenovo, Marusia Feitosa.
Ambas já usavam técnicas para tornar os ambientes agradáveis e saudáveis para os trabalhadores, dentro das normas especificadas, mas tiveram de ver tudo mudar depois da pandemia, quando passaram a perceber que os cuidados precisariam ser mais detalhados levando em conta não apenas questões como sustentabilidade como a quantidade de partículas soltas no ar (que podem se infiltrar no pulmão das pessoas) e até mesmo o impacto de produtos químicos numa sala. Desde os que são usados na limpeza do chão e dos móveis a, até mesmo, o tipo de perfume.
Cases de sucesso
Hoje, as duas gestoras possuem trabalhos considerados exitosos na área e mostram como conseguiram melhorar o que já faziam anteriormente com muito cuidado e atenção, mas que precisou ser revisto e ampliado. E trabalham com sistemas de sensoriamento remoto do ar em tempo real, como forma de prevenir qualquer problema que possa prejudicar a saúde.
No caso de Marusia, ela contou que tanto no escritório da Lenovo existente em São Paulo como na fábrica da empresa, localizada em Indaiatuba (SP), era feita análise biológica do ar duas vezes ao ano, assim como limpeza constante dos dutos e toda a parte preventiva do sistema de ar-condicionado como um todo. Também faziam a troca de filtros de alta absorção do tipo Meruv.
Análise de impactos
Mas depois da pandemia, eles resolveram aumentar o nível dos filtros usados nos aparelhos de ar-condicionado. Até que, recentemente, a Lenovo contratou um sensoriamento de qualidade do ar interior. “Passamos a monitorar internamente alguns fatores como o nível do CO2 que temos na empresa. Porque a falta de CO2 leva as pessoas a terem menor concentração e até mesmo a passar mal”, explicou.
Marusia relatou que o sensoriamento também atua em relação aos produtos químicos, para saber se o material de limpeza não está interferindo na qualidade do ar das pessoas, assim como o perfume usado no ambiente ou vernizes e tintas usados no mobiliário e nas paredes. “Há também a questão do monitoramento do material particulado, como o pó, que fica suspenso no ar e pode ser inalado pelas pessoas, indo parar no seu pulmão”, acrescentou.
Ações constantes
Segundo a gerente, “o que melhora a qualidade do ar são as ações constantes. O monitoramento é um termômetro, pois temos de ter uma limpeza eficiente dos carpetes, cadeiras, persianas”, destacou. “Hoje só limpamos carpetes, por exemplo, com análise microbiológica. Além disso, passamos a contar com um novo parceiro que reduz a quantidade de água em 96% nesse tipo de limpeza e a emissão de CO2 em 99%. Isso impacta muito na qualidade do ar. E leva a prédios saudáveis”, contou.
Instalações aptas para trabalhadores
Experiência igualmente bem-sucedida é relatada pela gestora de Facilities da Shel Brasil, Ana Cláudia Machado da Shell. Ela informou que, após a pandemia, começou a pensar mais em termos de monitoramento de sistemas e de sustentabilidade, para que os espaços funcionem de maneira adequada e para que os trabalhadores tenham instalações aptas para o desenvolvimento de suas atividades.
Foi a partir da pandemia que Ana Cláudia começou a verificar a questão do sensoriamento para monitorar a qualidade do ar. “Fui entender quais eram os parâmetros e comecei a perceber a importância de termos uma informação em tempo real sobre o ar dos escritórios, de modo a não ficarmos restritos apenas a uma medição feita por todo o prédio”, relatou.
De acordo com Ana Cláudia, a Shell Brasil passou a olhar o próprio pessoal da equipe de manutenção, verificar se os equipamentos usados por essa equipe estavam sendo usados de forma adequada, se não precisavam ser trocados e toda uma mudança foi feita. Como resultado, hoje a qualidade do ar de todos os escritórios da Shell Brasil é monitorada 100% em tempo real.
“Eu consigo intervir antes de vir a reclamação do usuário. Consigo fazer com que o ar que ele respire seja melhor do que o ar que respira em sua casa e na rua”, informou a gestora, em tom satisfeito.
Atuação da Abrava para reduzir problema
Para os representantes da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), principal entidade representativa do setor no Brasil, a preocupação com a qualidade do ar tem de ser enfrentada pelas empresas e pela população como um todo. A entidade divulgou entrevista recente do empresário Bill Gates, segundo a qual o clima excessivamente quente causa atualmente cerca de 500 mil mortes por ano no mundo, enquanto o frio excessivo mata quase 10 vezes mais pessoas e que ambos os números têm diminuído à medida que mais pessoas ganham acesso a aquecimento e ar-condicionado.
Recentemente, a Abrava divulgou um documento manifestando sua posição e apoio institucional total à COP 30. E apresentou sugestões de contribuições do setor produtivo à consolidação da chamada Agenda de Ação da Conferência, com base em ações concretas para reduzir o aquecimento do planeta.
Com papel ativo em discussões sobre eficiência energética, qualidade do ar de interiores e regulamentações do setor, a entidade afirma, no documento, que reconhece o Protocolo de Montreal como “o tratado ambiental multilateral mais eficaz já firmado, cujos avanços na proteção da camada de ozônio e redução de gases de efeito estufa seguem, também, relevantes para as metas do Acordo de Paris”.
Plano nacional
Dentre as propostas apresentadas como contribuições do setor para a agenda climática, a Abrava destaca a elaboração e implementação de um Plano Nacional de Resfriamento do planeta e o fortalecimento dos códigos nacionais de energia (uma vez que a climatização responde por grande parte do consumo energético em edificações).
Além disso, a entidade pretende trabalhar para redução de emissões de gases de efeito estufa em 68% até 2050, aumento da eficiência de novos equipamentos em 50% até 2030, no fortalecimento das políticas e orientações de compras públicas, para que sejam feitas de forma mais sustentável, e ampliação de investimentos e parcerias para pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias de climatização, dentre outras questões.
Em comemoração aos 80 anos de fundação do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), a instituição promoveu, ontem, o primeiro “Happy Hour Beneficente HCP 80 anos”, no Instituto Ricardo Brennand, na Várzea, Zona Oeste do Recife. No evento, foi lançado o livro “HCP 80 anos”, escrito pelo jornalista pernambucano Ennio Benning, que resgata a história e projeta o futuro da entidade.
“A gente buscou contar a história de personagens que ajudaram a construir essa história de oito décadas do Hospital de Câncer de Pernambuco. O livro também encerra fazendo uma simulação dos próximos 20 anos, o que é que vai ser o HCP em 2045, quando completará 100 anos”, revelou o autor.
O Hospital de Câncer de Pernambuco foi criado em 1945 pela Sociedade Pernambucana de Combate ao Câncer (SPCC), sendo um dos quatro hospitais no Brasil com atendimento 100% SUS e exclusivamente oncológico.
A instituição privada e sem fins lucrativos é responsável por 56% dos pacientes oncológicos do SUS em Pernambuco, realizando diariamente mais de dois mil atendimentos.
Reconhecido como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), o hospital oferece um leque completo de serviços, como quimioterapia, radioterapia, cirurgias, 15 clínicas médicas e acompanhamento multidisciplinar, garantindo qualidade de vida aos pacientes.
O HCP responde por 50% das cirurgias oncológicas, 47% das radioterapias, 33% das quimioterapias e 25% das internações clínicas em oncologia entre os 13 hospitais habilitados em Pernambuco.
“O HCP é um patrimônio do povo de Pernambuco. Há 80 anos nós prestamos assistência oncológica. Hoje mais de 50% dos pacientes oncológicos do SUS são atendidos por nós. É importante dizer que somente quatro hospitais no Brasil tem o nosso perfil de ser 100% oncológico e 100% SUS. Celebrar esses 80 anos é uma alegria muito grande porque hoje o hospital também é uma escola de saúde”, começou presidente do conselho de administração do SPCC, Ricardo de Almeida.
“Hoje é a celebração de um legado que começou há 80 anos com 13 senhoras que resolveram transformar compaixão em ação. E esse é o resultado do trabalho que elas começaram lá atrás”, relembrou.
Quem quiser fazer doações ao HCP pode entrar em contato pela Central de Doações, no telefone (81) 3217-8090, pelo site www.hcp.org.br/doacoes ou via pix, com a chave soudoador@hcp.org.br.
“É conhecido por todos o subfinanciamento da saúde pública no Brasil. Por isso é muito importante a contribuição que nós temos da sociedade diretamente, a doação de empresas, de pessoas físicas e também dos nossos parlamentares, seja a bancada estadual ou federal de Pernambuco”, disse Ricardo Almeida.
Discursos
O evento contou com a presença de diversos nomes importantes da política e sociedade pernambucana. Governadora do Estado de Pernambuco, Raquel Lyra, lançou luz no importante trabalho que é produzido no hospital.
“Quem nunca acompanhou a história de alguém que teve câncer? Mas o quanto importante é você ter cuidado para ser enxergado, não como alguém sem perspectiva de ter muito tempo pela frente, mas como uma pessoa que precisa ter todo tipo de apoio”, disse.
Prefeito da cidade do Recife, João Campos, ressaltou a importância que tem o HCP para toda sociedade pernambucano e fez seus votos que a instituição siga cumprindo suas atividades.
“O Hospital de Câncer é um patrimônio de Pernambuco. É maior do que qualquer partido político, do que qualquer mandato eletivo, porque é uma instituição que faz muito bem a quem mais precisa nos momentos mais difíceis da vida. Então, que a sociedade pernambucana possa garantir a perenidade, a permanência, a longevidade dessa instituição”, desejou o prefeito.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem dito a assessores que se esgotou a paciência dele com o fato de o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, não ter dado sinais, desde que assumiu o cargo, de “uma mudança de rumo” na taxa juros.
Galípolo foi puxado para a equipe de campanha e de transição do governo pelo próprio presidente da República. Ele havia construído uma relação de dez anos com o PT na elaboração de planos de governo. Mas não era considerado um petista, o que tornava mais fácil sua aceitação pelo mercado.
Como economista, era – e ainda é – tido como um heterodoxo moderado. Fama que se consolidou como secretário-executivo do ministro Fernando Haddad.
Já quando o nomearam para diretor do Banco Central, em julho de 2023, Lula e Haddad tinham em mente torná-lo presidente da instituição ao fim do mandato de Roberto Campos Neto, o que se efetivou em janeiro de 2025.
A expectativa de Lula e do ministro da Fazenda era de que, quando assumisse o comando do banco, Galípolo começaria a dar sinais de que as taxas de juros baixariam.
Essa expectativa foi alimentada desde que ele entrou no banco como diretor. Sua estreia no Comitê de Política Monetária (Copom) coincidiu com a primeira queda da Selic desde que o ciclo de alta da taxa básica fora iniciado, em março de 2021.
Galípolo até protagonizou um dos momentos mais tensos do Copom. Foi numa votação dividida pela redução da taxa básica de juros, a taxa Selic. Os diretores indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) votaram pela redução em 0,25 ponto percentual (de 10,75% para 10,50%). Venceram, enquanto Galípolo, derrotado, havia puxado, com os diretores nomeados por Lula, um corte mais forte, de 0,50%.
Mas, desde que assumiu a chefia do banco, o “menino de ouro” do presidente parece ter seguido em direção contrária. Sob seu comando, a Selic atingiu a taxa de 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. Na reunião da última quarta-feira (05), o Planalto esperava um sinal de que haveria mudança de rumos. Nada disso.
Os diretores do BC não só mantiveram pela terceira vez seguida a taxa em 15%, como deram sinais de que qualquer mudança só deverá ocorrer em 2026. E não se sabe se a tempo de causar impacto nas eleições de outubro.
Até o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), conhecido por sua moderação, já começa a reclamar. Nesta quinta-feira (6) ele afirmou com todas as letras que o governo espera uma redução na taxa Selic a partir da próxima reunião do Copom.
“O grande problema é a taxa de juros muito elevada. Esperamos que na próxima reunião do Copom ela já comece a curva de redução. Ela retrai a atividade econômica, especialmente em bens duráveis e custo mais alto”, declarou.
Gleisi Hoffmann, a ministra das Relações Institucionais que funciona como uma porta-voz de Lula para a articulação política, postou nas redes sociais:
“A decisão do Copom de manter pela terceira de vez a taxa Selic em 15% é prejudicial aos investimentos produtivos, ao acesso ao crédito, à geração de empregos e ao equilíbrio das contas públicas. É prejudicial ao Brasil. Nenhuma economia do mundo pode conviver com juros de 10%. Nada justifica uma decisão tão descasada da realidade, dos indicadores econômicos, das necessidades do país.”
São, na verdade, recados do presidente para Galípolo. No Planalto, diz-se que Lula está disposto até a encontrá-lo pessoalmente assim que voltar da COP30.
Falta saber se Galípolo está preparado para ouvir uma bronca. Afinal, já não é mais menino. Muito menos de ouro.
O noticiário de ontem deu conta de que Paulo Frateschi, ex-deputado e dirigente histórico do PT de São Paulo, morreu aos 75 anos, após ser esfaqueado em sua própria residência, no bairro da Lapa, zona Oeste da capital paulista.
Mas Frateschi era – foi – e será muito mais do que a linha quebrada que registra a frase fria de uma nota de redação, do que esse “aconteceu” que o jornal imprime.
Há coisas que a gente encara neste mundo como quem encara o clarão de um raio no meio da madrugada: o clarão se acende, rasga a escuridão feito um corte de peixeira, e antes que o olho entenda, já acabou. Fica só o estampido, a noite mais negra que antes, e uma pergunta sem chão – como é que se explica o que não tem explicação?
A tragédia familiar que alcançou Paulo Frateschi é dessas que não obedecem à ordem do razoável, nem à gramática humana da justiça. O homem passou pelo porão da ditadura, pela máquina de tortura do Estado – e sobreviveu.
Saiu dos subterrâneos da História e foi despejado por militares, ainda jovem, no saguão do prédio da Folha de São Paulo. A vida o tinha poupado.
Mas há tragédias que não vêm do aparelho repressivo nem do inimigo político: vêm de dentro de casa, sem explicação, como vendaval que atravessa a janela sem anúncio. E essa é a mais cruel das ironias – às vezes o que a História não pega, o destino pega pelo avesso.
A morte, quando assim se dá – imprevista, abrupta, insensata – não mata só um corpo. Estilhaça também a alma. Rompe o cordão dos que ficam. A casa fica partida; os móveis permanecem inteiros, mas o mundo se quebra.
João Cabral diria que certas mortes não sangram vermelho: sangram areia seca – áspera, calada, poeira no meio da sala, poeira que ninguém varre, poeira que pesa no ar e entorta as vigas.
E Ariano lembraria que a gente é povo de fio, de reza, de promessa, que tenta, com palavra, amarrar o imenso. Porque há desgraças que só se sustentam no verbo – não para explicar, que explicação não há – mas para que a comunidade não se destrua sozinha diante do absurdo.
Quem já enterrou alguém a quem se ama sabe: há dor que não é espada – é faca cega. Não corta – rói.
Por isso, diante da morte de Paulo – tão impensável, tão absurda – ao invés de buscar lógica, talvez caiba só silêncio.
Deus escreve, sim, em linha torta; mas há coisas de Deus que doem infinito. Não tempera o choro, salga o pranto.
Há de se ter resiliência e esperança para que os que ficam possam, um dia, voltar a respirar sem culpa. Porque certas mortes – estas, sobretudo – não ferem só quem vai.
O delegado-geral da Polícia Civil de Pernambuco, Renato Márcio Rocha Leite, deixou o cargo que ocupava desde janeiro do ano passado. A exoneração foi oficializada hoje e aconteceu a pedido.
À época da chegada à PCPE, a governadora Raquel Lyra (PSD) enfrentou críticas da opinião pública, já que a troca de comando nas polícias Civil e Militar aconteceu 15 dias antes do Carnaval, mas a festa aconteceu sem intercorrências relacionadas à mudança.
A saída de Rocha precede uma iminente crise na Polícia Civil de Pernambuco, já nesta semana, o Sinpol anunciou para dezembro o início da Operação Padrão, sem descartar a possibilidade de greve entre janeiro e fevereiro de 2026. Além da falta de valorização salarial e estrutura, os policiais reclamam da falta dos tokens que impede o registro de crimes, interferindo diretamente nos dados de Segurança Publica em Pernambuco.
“As promessas de valorização e do ‘maior investimento da história’ se transformaram em silêncio, propaganda enganosa e maquiagem de números. Em três anos de gestão, a Raquel Lyra não cumpriu nenhum dos compromissos assumidos com os policiais civis. Enquanto o governo foge do diálogo, os policiais seguem pagando para trabalhar, sem estrutura, recebendo o pior salário do Brasil, sem efetivo e a população sofrendo com o avanço do crime organizado e todo tipo de violência”, afirmou em nota o sindicato que representa a categoria.
Quem assume a chefia da Polícia Civil de Pernambuco agora é o delegado Felipe Monteiro Costa, que atuava como gerente-geral do Centro Integrado de Inteligência. Ele já passa a exercer as atividades a partir de hoje.
A missão de Baleia Rossi: “agradar a dois senhores” para organizar o MDB de Pernambuco
Por Larissa Rodrigues – repórter do Blog
O presidente nacional do MDB, o deputado federal Baleia Rossi (SP), tem pela frente uma difícil missão: organizar a legenda em Pernambuco sem desagradar os dois grupos internos que se tornaram adversários, após vários desgastes públicos.
Não por coincidência, os dois lados do MDB no Estado também estão alinhados com dois palanques opostos que disputarão a cadeira de chefe do Poder Executivo, em 2026. O senador Fernando Dueire e o deputado estadual Jarbas Filho estão com a governadora Raquel Lyra (PSD), que buscará à reeleição.
Já o secretário de Relações Institucionais do Recife, Raul Henry, está com o prefeito da capital, João Campos (PSB), que vai tentar derrotar Raquel. Na noite da última quarta-feira (5), Baleia Rossi esteve reunido com um dos grupos. Recebeu Dueire e Jarbinhas, como são conhecidos.
O objetivo do encontro foi tratar da nomeação de uma executiva estadual provisória que teria como líder Fernando Dueire e a participação de Jarbinhas, após a decisão judicial que anulou a eleição do diretório do partido em Pernambuco, por falta de participação dos diretórios municipais no processo.
Em favor de Fernando Dueire, de acordo com fontes ouvidas por este blog, estão vários senadores do MDB, sobretudo o líder da sigla na Casa Alta, o senador Eduardo Braga (AM), que estaria pressionando Baleia Rossi por essa decisão. Fontes ligadas a Jarbinhas e Dueire afirmam que os outros 11 senadores do partido (são 12 com Dueire), apoiam que Dueire assuma a liderança da legenda em Pernambuco.
Mas fontes ligadas ao grupo de Raul Henry divergem dessa informação e contam com uma carta na manga que ajudaria a manter o secretário à frente do MDB estadual: a participação do prefeito João Campos na negociação. João, disseram em reserva pessoas ligadas a Raul, já teria acionado o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), para que esse conversasse com Baleia Rossi, em favor de Raul.
Resultado: se Baleia Rossi nomear uma executiva provisória com a liderança de Fernando Dueire, desagradará o vice-presidente da República e comprometendo acordos nacionais entre PSB e MDB. Por outro lado, se não nomear e deixar o futuro do partido em Pernambuco por conta da Justiça, vai desagradar boa parte dos senadores da sigla, incluindo o líder do MDB no Senado.
Cangote disputado – Uma fonte “Dueirista” afirmou, ontem (6), a este blog, que “Baleia Rossi tem os 11 senadores do MDB no cangote dele pressionando por uma decisão”. Já uma fonte “Raulzista” disparou: “não acredito que Baleia vá fazer isso (nomear uma executiva estadual sob comando de Dueire). Seria desrespeitar a maioria da atual executiva estadual, que elegeu Raul por meio do voto”.
Defesa na Justiça – Em conversa com este blog, Raul Henry comentou que vai se defender na instância judicial e que não tem previsão de novo encontro com Baleia Rossi. Ressaltou que “tem muita confiança na coerência do presidente Baleia Rossi”. “Nós realizamos uma convenção limpa, transparente e democrática, com a coordenação da executiva nacional por um pedido das duas chapas. A convenção teve um resultado. Cinco meses depois, as pessoas procuraram pretexto para judicializar. Vamos nos defender na Justiça”, declarou Henry.
Adiou – O União Brasil decidiu adiar a reunião do Conselho de Ética que vai avaliar a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, do partido, que seria na próxima segunda-feira (10). O encontro foi reagendado para 24 de novembro, às 15h, de forma virtual, segundo a assessoria da legenda. A defesa do ministro pediu a alteração porque a data coincidia com a abertura oficial da COP-30, em Belém (PA). O evento é a principal bandeira e uma vitrine política para o ministro, deputado federal eleito pelo Estado. A escolha do momento foi vista como uma provocação. As informações são do portal Estadão.
Homenagem a José Múcio – A Universidade de Pernambuco (UPE), por decisão do Conselho Universitário, concederá o título de Doutor Honoris Causa, ao Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho. A solenidade está marcada para o dia 19 de novembro de 2025, às 19h30, no Auditório da Escola Politécnica de Pernambuco, no Recife. O reconhecimento é uma homenagem à sua contribuição para a vida pública brasileira, para a educação e os debates políticos, além da sua atuação como deputado federal, Ministro do Executivo e Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Debate importante – O deputado Eriberto Medeiros (PSB-PE), vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados, presidiu a audiência pública que debateu, na última quarta-feira (5), a interdição abusiva de pessoas idosas: quando familiares ou terceiros tentam, de forma indevida, declarar judicialmente a incapacidade de idosos para controlar seus bens e decisões pessoais. “Casos vêm à tona em que pais e mães lúcidos e ativos são interditados apenas porque filhos, parentes ou terceiros desejam controlar seus bens e silenciar suas opiniões. É uma forma de violência, e o Parlamento precisa reagir a isso com firmeza, pensando alternativas, como aumento de penas e uma fiscalização mais rígida”, afirmou o deputado pernambucano.
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ATUALIZAÇÃO EM SERRA – A Prefeitura de Serra Talhada deu mais um passo importante na atualização da política urbanística do município. Em reunião realizada nesta quarta-feira (5), foi apresentada a minuta do Projeto de Lei que institui o Novo Código de Obras Municipal, substituindo a legislação em vigor desde 1996 (Lei nº 891/1996).
CURSOS EM IPOJUCA – O recém-lançado programa Formação para Todos, da Alepe, chega, na próxima segunda-feira (10), em Ipojuca (RMR), com cursos profissionalizantes gratuitos nas áreas de beleza e gastronomia. Serão oferecidas quatro formações nas duas especialidades, seguindo o mesmo padrão do que foi realizado na campanha ‘Juntos Nos Cuidamos – Outubro Rosa, Novembro Azul’, ocasião em que o programa foi lançado.
CORRIDA DA OAB – Neste domingo (9), acontecerá no Recife mais uma edição da Corrida da OAB Pernambuco, que deve reunir centenas de participantes entre advogados, advogadas e o público geral. A largada acontece às 6h, no Shopping Recife, com percursos de 5 km e 10 km pela Via Mangue.
Perguntar não ofende: Baleia Rossi vai preferir desagradar qual dos senhores, na crise interna do MDB de Pernambuco?
O Prêmio Pernambuco de Ouro, idealizado por Cristiano Carrilho, presidente da Academia Brasileira de Ciências Criminais, será realizado no próximo dia 20 de novembro, às 19h, na tradicional Academia Pernambucana de Letras, no Recife.
A solenidade tem como propósito reconhecer e valorizar profissionais de diferentes segmentos que se destacaram por sua atuação, compromisso ético e contribuição para o desenvolvimento do Estado.
O evento será apresentado pela jornalista Eliana Victório, que também será homenageada. O Prêmio Pernambuco de Ouro é conferido através de pesquisa de opinião entre os peritos e auditores da ABCCRIM e reúne autoridades, personalidades e profissionais que se destacam em diversas áreas de atuação.
A Festa Literária Internacional de Pernambuco – Fliporto 2025 – celebra duas décadas de existência com uma programação especial que homenageia a língua portuguesa, o diálogo entre as artes e a sustentabilidade. O evento acontecerá de 13 a 16 de novembro, no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, Recife, com atividades distribuídas entre o Teatro Luiz Mendonça e o Espaço Janete Costa.
A Fliporto Arte abre na quinta-feira (13), às 13h, no Espaço Janete Costa, no Parque Dona Lindu, com uma Feira de Artes Plásticas, cuja abertura oficial ocorre às 19h, da quinta-feira.
O Espaço Janete Costa recebe a Fliporto Arte, que reúne exposições, palestras e experiências gastronômicas assinadas pelo chef César Santos. A mostra inclui uma homenagem ao centenário de Reynaldo Fonseca e uma exposição fotográfica de Gabriel Wickbold. Espaço de galeristas, de artistas e de coletivos estarão presentes sendo uma mostra significativa da arte contemporânea brasileira.
A Fliporto Literária tem início na sexta-feira (14), às 15h, com uma performance da Literatrupe, exibição de um vídeo comemorativo dos 20 anos da Fliporto Brasil — que será um evento Carbon Free — e uma palestra do jornalista e escritor Mário Hélio sobre Carlos Pena Filho, que será às 17:00 horas, dando largada as mesas literárias.
Os homenageados desta edição são os poetas Carlos Pena Filho e Miró da Muribeca, duas vozes que marcaram gerações e cantaram o Recife em sua poesia. Curiosamente, no ano da morte de Carlos Pena, nascia Miró — um dos elos simbólicos entre dois grandes nomes da literatura brasileira.
O União Brasil decidiu adiar a reunião do Conselho de Ética que vai avaliar a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, do partido. O encontro estava previsto para a próxima segunda-feira (10), mas foi reagendado para o dia 24 de novembro. Ele ocorrerá às 15h, de forma virtual, segundo a assessoria da legenda.
A defesa do ministro pediu a alteração porque a data coincidia com a abertura oficial da COP-30, em Belém (PA). O evento é a principal bandeira e uma vitrine política para o ministro, que é deputado federal eleito pelo Estado. A escolha do momento foi vista como uma provocação. As informações são do portal Estadão.
Sabino enfrenta um processo por infidelidade partidária. Ele decidiu continuar à frente da pasta no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) depois que a sigla anunciou seu desembarque e pediu que integrantes devolvessem seus cargos.
O ministro chegou a entregar uma carta de demissão a Lula, mas desistiu da saída após receber o apoio de 46 dos 59 deputados do União. Os parlamentares assinaram uma carta em defesa da permanência de Sabino no comando da pasta e não querem perder o acesso que têm ao Ministério do Turismo.
Em entrevista, ele admitiu que a posição ficou mais vantajosa com a retomada da popularidade do presidente. “O governo Lula, hoje, é a noiva bonita e todo mundo quer estar ao lado dela”, disse. Sabino afirma que não dá sua expulsão da legenda como certa, mas disse já ter sido sondado por vários partidos, “quase todos, para não dizer todos”.
“Não é coerente que, para uma pessoa que nunca infringiu nenhuma norma do partido, seja aplicada a pena mais gravosa na sua primeira suposta infração. Sou um dos fundadores do União Brasil. Criei o partido no Pará, meu Estado”, declarou.
A Prefeitura de Goiana abriu, hoje, as inscrições para o processo seletivo do programa Jovem Aprendiz Goiana, que oferece 180 vagas. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Educação e a Secretaria de Políticas Sociais, em conjunto com as empresas JSP e Cactos, prestadoras de serviço à gestão municipal.
O programa é voltado para jovens de 14 a 21 anos que residam em Goiana, tenham concluído ou estejam cursando a educação básica em escolas das redes municipal ou estadual, ou sejam bolsistas integrais da rede privada. Para participar, é necessário não possuir vínculo empregatício no momento da inscrição. Jovens com deficiência terão prioridade no processo seletivo.
As inscrições acontecem até o dia 12 de novembro e podem ser realizadas on-line, por meio do formulário disponível no site oficial da prefeitura (www.goiana.pe.gov.br), ou presencialmente, na Secretaria de Políticas Sociais, localizada na Rua 15 de Novembro, 216, no centro de Goiana, onde o candidato também poderá retirar o formulário físico.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou, hoje, a morte de Paulo Frateschi, ex-deputado estadual e fundador do Partido dos Trabalhadores, que foi esfaqueado pelo filho em São Paulo. Em uma rede social, o petista disse ter ficado com o “coração partido” com o ocorrido e afirmou que o correligionário “fará muita falta”.
“A morte de meu querido amigo Paulo Frateschi, nesta quinta-feira, me deixa com o coração partido. Perco um grande e leal companheiro, com quem compartilhei décadas de lutas por um Brasil mais justo”, afirmou Lula.
Na postagem que fez em homenagem ao correligionário, Lula disse que “os exemplos de dedicação e compromisso com a construção de um país melhor” do ex-deputado estadual “sempre iluminarão mentes e corações”. “Paulo fará muita falta a todos nós que tivemos o privilégio de andar lado a lado com ele […]. À Yolanda, sua esposa, e a todos seus amigos e familiares, eu e Janja deixamos um abraço carinhoso e solidário nesse momento tão doloroso”, concluiu o presidente.
A imersão na Ilha da Madeira realizada pela artista brasiliense Isadora Maia, em fevereiro deste ano, é o tema central de sua nova exposição, intitulada ‘Travessias – Onde o Atlântico Inspira o Movimento’. A mostra reúne telas e tecidos autorais, a partir da interpretação da artista sobre as vivências em Portugal, traduzidas nas cores e na fluidez das obras. A curadoria do trabalho que poderá ser visto pelo público é da artista Valéria Pena-Costa.
Das pinturas manuais feitas por Isadora Maia nasceram estampas que refletem a força do mar e a ideia de travessia como transformação. De acordo com a artista, sua criação surge da vivência entre Brasília, Lisboa e a Ilha da Madeira, onde o Atlântico inspira movimento, cor e fluidez. “Revela-se aqui o contraste entre a geometria modernista e o movimento das estampas: o concreto encontra a fluidez, a permanência dialoga com o instante. Nesse encontro, Travessias propõe um diálogo entre estrutura e leveza, permanência e deslocamento”, conta ela.
MEU KIMÔ – As estampas autorais de Isadora Maia serão apresentadas também por meio de quimonos, que é a primeira modelagem da história das roupas: atemporal e feita para vestir todos os corpos. “Ele é Obra de Arte vestível, onde a tradição e a contemporaneidade se apresentam no mesmo gesto. Cada quimono, lenço ou calça é uma obra de arte que carrega fragmentos da pesquisa e convida quem veste a atravessar sua própria jornada”, acrescenta Isadora Maia. A exposição será aberta na próxima terça-feira, dia 11/11, das 16h às 21h, na Hill House (shopping Casapark), com visitação gratuita. A mostra ficará em cartaz por dez dias, com visitação de segunda a sábado, das 10h às 20h.