Muitos amigos próximos me alertam sobre o meu ritmo de vida. Acham que não dou sossego ao meu corpo, à minha alma. Mas quando o trabalho é um prazer, a vida se torna cada dia mais bela. Quando, entretanto, tudo nos é imposto, a vida vira uma escravatura.
Minha filosofia de vida tem sido assim: fazer que cada hora vivida seja bela. A beleza da vida se multiplica na dependência do seu estado de espírito. Sigo Marcus Aurelius, imperador romano: “Medite sobre a beleza da vida. Olhe para as estrelas e olhe para si mesmo correndo com elas”.
Leia maisNos pequenos detalhes, seja no alvorecer, no cantar dos pássaros, numa noite enluarada, nos deparamos com as coisas mais belas da vida. Sou o último dos românticos, daqueles que ainda mandam flores. Minha Nayla, a quem entreguei meu coração e depositei os segredos da minha alma, é prova disso!
Com Chaplin aprendi igualmente que a vida é maravilhosa quando não se tem medo dela. Algum dia se cai e chora, mas grande parte da jornada as batalhas são vencidas porque elas estão dentro de nós. As grandes jornadas, não se engane, são as que fazem a felicidade.
Medite, raciocine comigo: um guerreiro não desiste do que ele ama. Ele encontra amor no que faz. Ser guerreiro não exige perfeição. Ou vitória. Ou invulnerabilidade. Ele é a vulnerabilidade absoluta. Essa é a única coragem verdadeira. Muitas vezes, já li em algum lugar, precisamos enlouquecer para recuperar a sanidade.
Leio muito Machado de Assis. Aliás, meu pai Gastão Cerquinha, no sertão de vidas secas, onde a luz nos fugia do convívio diário às 22 horas, nos forçava a ler as lições machadianas à luz de candeeiro.
Aprendi com ele que “a vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal” e que é muito melhor contentar-se com a realidade.
Se essa realidade não é tão brilhante como os sonhos, tem pelo menos a vantagem de existir. Suas obras, como “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Dom Casmurro”, exploram a complexidade das emoções, a força dos costumes e a dualidade da existência.
As nossas paixões, aprendi também com Machado, não aceleram nem moderam o passar do tempo. Grandes escritores oferecem perspectivas diversas sobre a vida, como Vinicius de Moraes, que define a vida como a “arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”, ou Carlos Drummond de Andrade ao afirmar “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada”.
Franz Kafka falou sobre a humanidade e seus sonhos. Para ele, os sonhos nos mantêm aquecidos, enquanto o mundo dorme. Já William Shakespeare nos ensinou que a vida é uma peça de teatro que não nos permite ensaios. Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer forma, pregou Martin Luther King.
Tudo vale na vida quando a alma não é pequena, disse o poeta Fernando Pessoa, o maior de todos. Ou como disse Oscar Wilde: “A vida é muito importante para ser levada a sério”, para completar: “Viver é a coisa mais rara do mundo. À maioria das pessoas apenas existe”.
Sou da filosofia de Mahatma Gandhi: a alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita. Temos que nos tornar a mudança que queremos ver. Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova.
Disse Gandhi: “Toda noite, quando vou dormir, morro. E na manhã seguinte, quando acordo, renasci”. Se você prefere Clarice Lispector, então grave: “Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”.
Lute, persevere, nunca desista. A vida é bela quando todos os dias estamos felizes. Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
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