Do blog Moxotó da Gente
O jornalista Magno Martins lança, amanhã, em Sertânia, o seu livro “Os Leões do Norte”, que reúne minibiografias de 22 ex-governadores de Pernambuco que comandaram o estado entre 1930 e 2022. O evento acontece às 19h, na Câmara de Vereadores.
A obra conta histórias desde Carlos de Lima Cavalcanti, passando por nomes como Barbosa Lima Sobrinho, Eraldo Gueiros Leite, Marco Maciel, Jarbas Vasconcelos, Eduardo Campos até Paulo Câmara. Raquel Lyra não foi inserida por estar no exercício do cargo.
Leia maisO livro foca na trajetória de governadores antes e depois do golpe militar de 1964, que tirou Miguel Arraes do poder e o levou a um exílio de 14 anos na Argélia. Também conta a história de Agamenon Magalhães, que abriu mão do mandato para ser ministro da Justiça de Vargas.
Magno também recorda figuras como Paulo Guerra, que sucedeu Miguel Arraes em 1964 e criou o Hospital da Restauração — que hoje leva o nome dele —, e Cid Sampaio, que criou a Companhia Pernambucana de Borracha Sintética, a Coperbo.
“Todos os retratados nesta obra se cercaram de mentes brilhantes, mas também cometeram erros, o que é natural”, destaca o autor ainda nas primeiras páginas.
Este é o 14º livro assinado por Magno Martins. A obra tem prefácio do advogado Maurício Rands e conta com depoimentos dos jornalistas Fernando Rodrigues e Marcelo Tognozzi, do Poder360, de Júlio Mosquéra, da TV Globo, além do cientista político Antônio Lavareda.
“Estamos diante de uma contribuição que ajuda a preservar a memória política e institucional do estado, inclusive com o registro sobre as realizações de cada uma das gestões dos governadores do período focado”, diz o prefácio.
A obra é publicada pela editora Eu Escrevo e tem projeto gráfico assinado por Samuca Andrade, que também fez as caricaturas dos governadores, além de ilustrações feitas por Greg.
“Preservação da história pernambucana”
Magno Martins afirmou que decidiu escrever o livro a partir do desejo da preservação da história pernambucana, e para fazer chegar às novas gerações a vida e trajetória política dos governadores do estado que, segundo o jornalista, quase não são lembrados.
“Estamos diante de uma geração muito alienada. Você vai às escolas e as pessoas não têm noção de quem foi Miguel Arraes, Barbosa Lima. Não sabe que Pernambuco teve um grande empreendedorismo econômico, a era da indústria química, quem foram os governadores biônicos, os governadores interventores”, explicou.
“Muitas pessoas não sabem, por exemplo, que Joaquim Francisco, na época da crise de cólera, teve que fechar a praia de Boa Viagem porque, se tomasse banho de mar, como se espalhou, o povo ia pegar cólera. Foi uma coisa muito engraçada na época”, contou
Magno relatou que as memórias contidas no livro foram obtidas durante dois anos de pesquisa em arquivos públicos, livros, registros da imprensa, artigos na internet e entrevistas. Questionado sobre quais histórias mais gostou de contar no livro, ele destacou dois governadores.
“A história de Miguel Arraes é realmente antológica, incomparável. Por tudo que ele viveu, pelas perseguições, pela volta dele em 1986, que acompanhei como repórter, aquele grande comício lá em Casa Amarela, as intrigas dele com Jarbas Vasconcelos. E também a história de Marco Maciel, que também foi muito forte em Pernambuco, um grande governador, fez muito por Pernambuco. Naquela época em que não se tinha as comunicações, ele levou a telefonia para todos os municípios do estado”, relatou o jornalista.
O autor também explicou que o nome do livro, expressão bastante popular entre os pernambucanos, foi escolhido para lembrar a era de ouro da produção sucroalcooleira do estado, quando Pernambuco passou a ser conhecido entre outros estados do Nordeste como o Leão do Norte.
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