No dia em que o STF condenou Jair Bolsonaro por golpe de Estado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) afirmou que os Estados Unidos podem enviar “caças F-35 e navios de guerra ao Brasil” no futuro. Em entrevista ao portal Metrópoles, o parlamentar reagiu à declaração da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavit, que, referindo-se ao julgamento de Jair Bolsonaro, disse que Donald Trump “não tem medo de usar meios militares para proteger liberdade de expressão”.
Questionado sobre a possibilidade de uma intervenção norte-americana no Brasil, Eduardo Bolsonaro respondeu: “Acho que nesse momento não. Mas se o regime brasileiro for consolidado e tiver uma evolução igual à da Venezuela, com eleições que não são nada transparentes, sem a ampla participação da oposição, regado a censura e prisões políticas, no Brasil pode perfeitamente no futuro ser necessária a vinda de caças F-35 e de navios de guerra, porque é o atual estágio da Venezuela”.
Leia mais“E você não consegue consertar mais aquilo com remédios diplomáticos como as sanções. Então poderia ser um uso para o futuro. Acho que a porta-voz da Casa Branca, Karoline Lavit, foi muito feliz falando isso porque demonstra a disposição do governo Trump em defender as pautas da liberdade. Eu acho que se as autoridades brasileiras tiverem juízo, elas vão prestar muita atenção nesse discurso”, completou.
“Ano que vem a gente tem eleição. Se nós não tivermos uma ampla participação da oposição. Se nós tivermos eleições à base de censura, onde a população brasileira siga com medo de expressar suas opiniões ou tenha de deletar tuítes através de ordens secretas, se não puder falar a verdade sobre Lula e assim por diante, por que a maior potencial mundial, farol da liberdade, da democracia, teria de reconhecer a democracia brasileira?”, disse.
Questionado se seria favorável a uma intervenção militar no Brasil, Eduardo Bolsonaro respondeu: “Eu acho que vale a pena pela pauta da liberdade. Você aceitaria ser escravo para evitar uma guerra? Eu prefiro a guerra. É como Churchil diz naquele caso com Chamberlain. Voltou da Alemanha com acordo do Hitler nas mãos. E o Churchil alertou: poderia ter escolhido entre a desonra e a guerra”.
“Eu prefiro não fechar os meus olhos para a realidade que acontece no meu país. Isso vai postergar o sacrifício. E quanto a conta vier, virá ainda maior. Não quero chegar a esse momento. O Brasil tem que se comportar como uma democracia. Não é encarcerando o líder da oposição que você vai fazer uma eleição. Não é violando a Constituição que você vai preservar a Constituição. Isso está muito claro para todo mundo que tá acompanhando essa inquisição no Supremo Tribunal Federal liderada pelo Alexandre de Moraes”.
Perguntado sobre o risco de pessoas inocentes se ferirem em caso de intervenção militar dos Estados Unidos no Brasil, Eduardo Bolsonaro afirmou: “As pessoas inocentes já estão se ferindo. Já estão sendo violentadas. A família do Clezão é uma família de pessoas inocentes. O Clezão é uma pessoa inocente. O Jair Bolsonaro é uma pessoa inocente. A senhora Iraci NAgashi, de 73 anos, é uma pessoa inocente. A Débora Rodrigues dos Santos, condenada a 14 anos de prisão por ter escrito com batom numa estátua, ela é uma pessoa inocente. Então nós já estamos sofrendo”.
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