Por Antonio Magalhães*
Uma nova ameaça paira sobre o planeta: não é um ataque com bombas nucleares ou um vírus fatal como o para reduzir a população mundial. Nada disso. Os ditadores Xi Jinping e Vladimir Putin tiveram conversas informais, em Pequim, na semana passada, sobre a possibilidade de viver até os 150 anos. O russo contou a seu colega chinês que os órgãos humanos podem ser repetidamente transplantados para que uma pessoa fique cada vez mais jovem. É o sonho dos autoritários no poder, inclusive do brasileiro Lula que disse querer viver até os 120 anos.
“Eu vou demorar. Já falei para o homem lá de cima, não estou a fim de ir embora. Porque preciso disputar umas 10 eleições, mais uns 20 anos. O Lula de bengala disputando eleição”. A fala do presidente foi em maio do ano passado em meio ao rescaldo da enchente que atingiu o Rio Grande do Sul. Portanto, antes da conversa do chinês e do russo. Diante do desejo dos chefes estrangeiros, Lula pensa em igualar seu prazo de validade para 150 anos.
Leia maisA conversa dos ditadores que querem viver muito…no poder, é claro, pode ter sido apenas uma expressão do desejo, mas em seus países já existem pesquisas médicas com este fim de estender a vida do ser humano por muito mais anos. Imagine a fila de ditadores, empresários, juízes, ricaços em geral, em busca de órgãos humanos passíveis de transplante.
Quanto vai valer no mercado um coração, fígado, rins, pulmões, pâncreas e intestinos? Como o tempo de vida de um órgão transplantado pode durar, se não houver rejeição, de 15 a 20 anos, vão ter que haver trocas contínuas para o Jinping, Putin ou Lula alcançar os desejados anos de vida com “saúde” e …no poder.
Contudo, nenhuma pesquisa faz referência ao rejuvenescimento cerebral. Os neurônios envelhecem com a canalhice do dono. Isto é imparável. Não se pode reverter os sinais do envelhecimento. Embora muitos ditadores e autoritários já sejam descerebrados, sem compaixão, que acreditam que seu povo é apenas uma massa de manobra que não merece a menor consideração.
Pense no Xi Jinping supostamente jovial – com órgãos novos – com a cabeça de 150 anos. Bem velhinho e sem transplantes, Mao Tse Tung vivia cercado de jovens mulheres que o estimulavam em vão. Será que o Xi quer esse mesmo destino? Talvez na esperança de uma prótese peniana. Como seria a vida de um russo robusto quimicamente, como Putin, com o fígado renovado para a vodca e com lembranças esparsas de uma União Soviética poderosa de dois séculos atrás. O sonho vira um pesadelo desses autoritários ou os acometem de Alzheimer.
Para o potentado chinês, por exemplo, não faltaria matéria prima para transplantes repetidos. Na China, os condenados à morte, depois de executados com um tiro na nuca, têm seus órgãos retirados pelo Estado. E se fala também que a ditadura chinesa faz vista grossa para o negócio de compra e venda de órgãos humanos entre vivos e familiares de mortos.
Esse não é um comércio exclusivo do gigante do Oriente com mais de 2 bilhões de habitantes. Os russos são mais discretos. O silêncio é forçado. Caso haja indiscrição, a língua do falastrão pode ir para o caixão juntamente com o dono. No Brasil, vez por outra aparecem denúncias desse trágico comércio. No Recife, um estrangeiro aliciava pernambucanos pobres para venderem seus rins em troca de dólares. Levava frequentemente um grupo para a Colômbia ou África do Sul, onde aconteciam as cirurgias sem riscos legais. O traficante foi preso e daí em diante não se ouviu mais falar dele. Se está preso ou foi expulso do país?
A desejada longevidade de Xi Jinping, Putin e Lula – se conseguida artificialmente com transplantes contínuos – ficará muito longe dos anos do personagem bíblico Matusalém que, segundo o livro sagrado do cristianismo, alcançou os 969 anos, num acerto direto com o Todo Poderoso. Lhe foi permitido ser pai aos 187 anos e avô de Noé, o da Arca. Matusalém, de acordo com os escritos, morreu pouco antes do Dilúvio. Para muitos fiéis, a história de Matusalém serve como lembrete da soberania de Deus sobre a vida humana e a importância da fé. E ilustra a paciência de Deus com a humanidade antes do julgamento que resultou no Dilúvio. É isso.
*Jornalista
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