O estilista Giorgio Armani morreu nesta quinta-feira (4), conforme comunicado publicado pela empresa. Com a marca fundada em 1975, o italiano construiu um legado único na moda. Mais do que isso: ele deixa um império, que o fez um dos homens mais ricos do mercado fashion.
“Sr. Armani, como sempre foi chamado com respeito e admiração pelos funcionários e colaboradores, faleceu pacificamente, cercado pelos seus entes queridos. Incansável, trabalhou até os últimos dias, dedicando-se à empresa, às coleções, aos diferentes e sempre novos projetos”, comunicou a marca.
O designer esteve doente recentemente e chegou a se ausentar de um desfile, pela primeira vez, em junho deste ano. As informações são do Metrópoles.
Leia maisTrajetória de Giorgio Armani
Em 11 de julho de 1934, Giorgio Armani nasceu na província de Placência, ao norte da Itália. Na juventude, chegou a entrar para a graduação de medicina na Universidade de Milão, além de servir ao exército italiano em 1957. Depois, foi vendedor na loja de departamentos La Rinascente.
O italiano começou a carreira como estilista na década de 1960, como designer da marca Nino Cerutti, na qual ficou por quase 10 anos. Também passou pela grife Emanuel Ungaro. Contudo, foi nos anos 1970 que Armani decidiu seguir a carreira fashion de forma independente.
Ao lado do amigo Sergio Galeotti, fundou a Armani em 1975. Com criações minimalistas e elegantes, o designer italiano ficou conhecido pelo acabamento sofisticado. Ao desenvolver looks para mulheres, Giorgio Armani não se prendia a estereótipos de gênero, sobretudo na alfaiataria. O design considerado andrógino — para a época — consagrou o estilista como inovador.
Depois de abrir uma subsidiária nos Estados Unidos, nos anos 1980, o designer expandiu o negócio para a Ásia. Também passou a dividir a grife em linhas: nasceram a Emporio Armani e a Armani Exchange, além dos primeiros perfumes e acessórios. A Armani Privé, de alta-costura, por exemplo, estreou em 2005. Foi uma resposta ao desejo de clientes por mais exclusividade e peças feitas sob medida.
Giorgio Armani era crítico do fast fashion e defensor de uma moda de luxo tradicional, com a qualidade e a atemporalidade como prioridades. “A chave, para mim, é fazer roupas à prova de envelhecimento, criadas para serem mais elegantes do que responder ao apelo de moda, relevantes por anos em vez de meses. As pessoas deveriam investir em algo que tem valor e durabilidade”, disse em 2000, em entrevista à Harper’s Bazaar.
Ao longo dos anos, a marca construiu relacionamentos com celebridades. Um dos principais destaques foi a relação de longa data com a atriz e cantora Michelle Pfeiffer. Diversas personalidades, como Beyoncé, Lady Gaga, Cristiano Ronaldo, Megan Fox, Cate Blanchett, Nicole Kidman, Calvin Harris e Rihanna, também estão entre os parceiros da etiqueta.
Império Armani
Atualmente, a Armani é uma das poucas etiquetas de luxo que não faz parte de conglomerados de moda, como o LVMH e o Kering. Até o fim da vida, Giorgio Armani comandou o próprio negócio. Ainda não se sabe quem o sucederá, mas especula-se que seja Leo Dell’Orco, braço-direito do estilista e responsável pela linha masculina da grife. Inclusive, o próprio Armani já teria elogiado e apontado Dell’Orco como seu escolhido.
No desfile de primavera/verão 2016, em Milão, inclusive, o italiano chegou a declarar à imprensa: “Enquanto eu estiver vivo, haverá independência. Logo depois, talvez terei preparado o terreno para um tipo de independência que é mais medida, mais controlada”.
O império construído por Armani vai muito além da moda e inclui uma linha de mobiliário e decoração, a Armani Home. Atualmente, o Grupo Armani é dono de uma rede de hotéis, imóveis e restaurantes pelo mundo. O Armani Teatro, a casa noturna Armani Privé Club e o museu Armani Silos completam a lista.
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