Por Letícia Mendes
Do Jornal do Commercio
O deputado federal Pedro Campos (PSB) reforçou, ontem, sua oposição ao governo Raquel Lyra (PSD) e declarou que a prioridade do partido é assegurar uma chapa com Lula e Geraldo Alckmin novamente na vice nas eleições de 2026.
A declaração foi dada durante o videocast Cena Política, no JC Play, conduzida pelo jornalista Igor Maciel, com a participação de Fernando Castilho, que assina a coluna JC Negócios.
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O deputado federal criticou a condução do governo estadual e avaliou que Pernambuco vive um período de promessas não cumpridas. “O estado passou dois anos se lamentando, chorando as pitangas de um suposto estado quebrado. E agora, nos últimos seis meses, começou a prometer. Então, está vivendo um pouco de promessa. Isso é o que a gente tem visto”, afirmou.
“O que a gente está vendo é que as coisas que foram prometidas, mais importantes, não estão acontecendo”, completou citando obras no Hospital da Restauração, câmeras de segurança e creches.
João Campos candidato em 2026?
Questionado sobre uma possível candidatura do seu irmão e atual prefeito do Recife, João Campos (PSB), ao governo de Pernambuco, Pedro não confirmou, mas disse que João “ainda vai fazer muito pelo Brasil”.
“Eu acho que [João] é uma das lideranças jovens mais promissoras do nosso país, tem feito um bom trabalho na prefeitura do Recife”, disse. “Busco ajudar muito ele. Ajudar o povo recifense trazendo recursos para a cidade”, completou.
Aliança com Lula e Alckmin será mantida?
Ao comentar sobre os rumos nacionais do PSB, Pedro Campos reafirmou o compromisso da legenda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
“O PSB tem um compromisso com Alckmin. No congresso no partido, iremos defender a continuidade da chapa Lula/Alckmin e dessa aliança PT e PSB. Isso está definido”, disse.
O deputado ressaltou, ainda, o papel que Alckmin tem desempenhado no governo federal, especialmente nas relações internacionais e com o setor produtivo:
“Ele vai ser soldado eleitoral do partido, não tem dúvida. Em São Paulo, por exemplo, ele ajuda muito. Esse protagonismo que ele assumiu na negociação com os Estados Unidos, e com os bons resultados que já começam a aparecer nessa negociação, isso fortalece mais ainda”.
Divergências dentro do PSB
O parlamentar reforçou a identidade política do PSB como uma legenda comprometida com os valores democráticos da esquerda e disse que a diversidade interna é uma característica do partido.
“Na verdade, o PSB surge da esquerda democrática. Então é natural, sim, que o PSB surja de uma tradição de esquerda. O PSB sempre acreditou em uma esquerda dentro de uma democracia”, afirmou.
“Como em todo partido, dentro do PSB tem gente que tem um posicionamento mais à esquerda e tem gente que tem um posicionamento mais ao centro”, completou.
Sobre Eduardo Bolsonaro: ‘Ele é um réu confesso’
O pessebista também se posicionou sobre a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em defesa de sanções contra o Brasil no exterior. “Ele está indo lá para trabalhar contra o Brasil. Ele tem dito isso. Ele é réu confesso […] Você, como agente público, ir para outro país para pedir sanções econômicas contra o seu próprio país é crime”, frisou.
Em relação às ameaças de sanções dos Estados Unidos contra o Brasil e membros do Judiciário, Pedro Campos defendeu a atuação do governo federal.
“Você aceitar que um juiz seu, da Suprema Corte, que a princípio está cumprindo o seu papel, ele vá ser sancionado pelos Estados Unidos, isso não é bom”, disse. “Na história do Brasil e do mundo, onde os Estados Unidos quis se meter demais, terminou atrapalhando mais do que ajudando”, complementou.
Tarifaço de Trump
Durante o programa, Pedro Campos também comentou sobre o cenário internacional, especialmente no contexto das tensões recentes envolvendo o governo dos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump e possíveis sanções contra o Brasil. Segundo ele, o país tem adotado uma postura adequada diante do cenário.
“Eu acho que o Brasil está agindo certo quando, através de Lula, mostra ali que a gente precisar estar de cabeça erguida e a gente não pode baixar a cabeça”, comentou.
“Alckmin está cumprindo bem o papel dele que é dialogar com o setor produtivo. Manter a calma, a tranquilidade para poder negociar. Eu acho que já está ficando claro que essa parte das tarifas vai ser resolvido pragmaticamente. O Trump não vai aumentar em um centavo de dólar o custo de vida americano para poder tirar Bolsonaro da prisão”, afirmou.
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