As picapes que mais ganharam e perderam valor

A Mobiauto analisou os índices de valorização e desvalorização das picapes médias e grandes vendidas no Brasil no último ano e constatou que a Nissan Frontier apresentou a maior valorização média (3,31%) entre maio de 2024 e maio de 2025. Na segunda posição da pesquisa, a Ford Ranger cabine dupla apontou valorização média de 3,09% no período analisado.
A Mitsubishi L200 Triton Outdoor, na terceira posição, atingiu alta de 2,57%, em média. Na quarta colocação, a Toyota Hilux Cabine Dupla valorizou 0,42%. Modelos grandes, como a Ford F-150 (-1,85%) e a Chevrolet Silverado (-2,41%), apresentaram a menor desvalorização no período estudado. O estudo se baseou em dados de veículos novos e usados anunciados na plataforma por concessionários, lojistas e vendedores particulares.
No lado oposto do levantamento, a Toyota Hilux cabine simples aparece como a picape média que mais perdeu valor no período (-21,14%), seguida pela Mitsubishi L200 Triton Sport (-17,22%) e a Chevrolet S10 Cabine Simples (-11,05%). A pesquisa verificou a variação de preços entre maio de 2024 e maio de 2025. O preço médio na Tabela Fipe, o histórico e os dados de vendas do modelo no mercado, a quilometragem e a condição geral do veículo anunciado na Mobiauto também foram levados em consideração no estudo.


As campeãs de vendas no 1º semestre – Fiat Toro e Toyota Hilux mantiveram uma acirrada disputa pelo mercado de picapes médias no primeiro semestre de 2025. A primeira se mantém na liderança, com 23.332 mil unidades emplacadas – e participação no mercado de 18,48%; a segunda, a Toyota Hilux, teve 23.151 unidades vendidas — garantindo fatia de 18,35%. É, praticamente, um empate. No geral, o comércio de picapes médias e grandes cresceu 3,5%, registrando 126,2 mil unidades comercializadas, segundo dados da Fenabrave, a federação dos revendedores de veículos no Brasil.
Uma análise feita pelo AutoIndústria mostra que a Chevrolet Montana, que era terceira colocada em 2024, caiu para a sexta posição. A Ford Ranger subiu do quarto para o terceiro lugar. A Ram Rampage pulou do sexto para o quinto. Renault Oroch e Mitisubishi L200 ficaram na sétima e oitava colocações, respectivamente. Já entre a nona e décima-primeira posições, mudança total: a Nissan Frontier desceu um degrau, para o décimo lugar, sendo substituída pela Fiat Titano. O ranking da Fenabrave dos 11 modelos mais vendidos é complementado em 2025 pela Mitsubishi Triton, sendo que a VW Amarok e Ford Maverick não aparecem mais nessa lista.
Considerando as picapes pequenas, médias e grandes, as vendas no semestre somaram 218.026 unidades, com expansão de 7,4% sobre as 202.974 do mesmo período de 2024. O segmento das pequenas saltou de 81.073 para 91.846 unidades, com a Fiat Strada na liderança e fatia de 68%. Enquanto o segmento de picapes pequenas segue sem novidades, com apenas os modelos Fiat Strada e VW Saveiro.

Mais um chinês de luxo por aqui – A Zeekr, marca de veículos premium pertencente ao grupo Geely, também dono de ícones como Volvo, Lotus e Lynk & Co (que deve vir em 2026 com carros híbridos), acaba de anunciar o 7x. O modelo é sofisticado, seguro e recheado de tecnologia. Por exemplo: o 100% elétrico está equipado com baterias de alta densidade energética de 100kWh — e de rigorosos padrões de segurança.
São seis camadas de proteção que incluem prevenção e controle em tempo real, alerta precoce, resfriamento ativo, isolamento térmico passivo, exaustão rápida e desligamento inteligente. Esse modelo tem 646cv de potência, acelera de 0 a 100km/h em apenas 3,8s e oferece um alcance de 543 km global (423km pelo Inmetro). A pré-venda do Zeekr 7X começa neste mês de julho por meio do site oficial da marca www.zeekr.com.br/models/7x. Preço? R$ 338 mil, em promoção. Os outros dois modelos da marca vendidos por aqui custam entre R$ 298 mil e R$ 338 mil (caso do X) e R$ 495 mil e R$ 542 mil (o Zeekr 01).
O SUV foi desenvolvido em Gotemburgo, na Suécia, e tem como ponto forte altos padrões de segurança global (5 estrelas). Vem com sete airbags – com destaque para a proteção lateral que se estende até o pilar A, eliminando pontos cegos de segurança. O sistema mantém a pressão do airbag por até seis segundos após uma colisão, reduzindo danos em impactos secundários ou capotamentos.
Geely EX5 a partir de R$ 195.800 – E falar em chineses, outro produto Geely, desta vez em parceria com a Renault, também mostrou o EX5, SUV elétrico de porte médio de 4,62m e 2,75m de entre-eixos. Na pré-venda, até 30 de julho, custará (versão Pro) R$ 195.800 (após, R$ 205.800) e (versão Max) R$ 215.800 (após, R$ 225.800). Compradores de agora ganharão um carregador de 7,4 kW ou um ano de recarga gratuita via aplicativo Mobilize Charge Pass.
A lista de equipamentos de segurança é bem completa: seis airbags (frontais e de cortina), controle de tração, controle eletrônico de estabilidade, freios a disco nas quatro rodas com ABS, EBD e assistência de frenagem, assistente de descida, sistema anticapotamento e por aí vai. A direção é elétrica, os freios têm regeneração com quatro níveis e a suspensão é independente. A Max traz um pacote mais completo, com tecnologias de condução semiautônoma: piloto automático adaptativo, piloto automático inteligente, reconhecimento de placas, assistente de permanência e mudança de faixa, assistente de emergência de faixa, detector de ponto cego e alerta de frenagem para tráfego cruzado traseiro.

GWM cresce 20% no semestre – A GWM Brasil fechou o primeiro semestre de 2025 com com crescimento nas vendas muito acima da média do setor automotivo nacional. No período, registrou 15.261 veículos emplacados, um aumento de 19,9% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram vendidas 12.730 unidades. O desempenho é ainda mais relevante considerando que o mercado de veículos leves cresceu 3% (de 1,081 milhão de unidades em 2024 para 1,108 milhão neste ano).
O grande destaque do semestre foi o Haval H6, que se consolidou como o SUV híbrido mais vendido do Brasil no acumulado do ano. Foram 12.675 unidades comercializadas, com 2.497 somente em maio. Outro ponto relevante foi o desempenho do Tank 300, primeiro modelo da marca no segmento off-road. Mesmo com as entregas iniciadas apenas em meados de abril, o modelo já contabiliza 1.218 unidades vendidas no semestre.
O segundo semestre de 2025 será marcado pela inauguração da fábrica em Iracemápolis (SP) e início da produção nacional. O primeiro modelo a ser fabricado será o Haval H6, nas quatro versões já oferecidas no mercado brasileiro — o híbrido HEV2 e os híbridos plug-in PHEV19, PHEV34 e GT. A equipe de engenharia da GWM no Brasil também já está trabalhando no desenvolvimento de uma versão flex do H6, prevista para ser lançada em 2026.

GM começa a produzir o novo Tracker e promete mais novidades – O Chevrolet Tracker renovado estreia nas próximas semanas na rede Chevrolet. A marca garante evoluções relevantes em acabamento, conforto dinâmico e conectividade. Por fora, destaque para o design dianteiro todo renovado, enquanto o interior ganha painel com cockpit virtual e OnStar com novos serviços, como o Acompanhamento Seguro. O novo Tracker é fabricado em São Caetano do Sul, no interior de São Paulo, cuja fábrica (a mais longeva em atividade no Brasil) passou por uma transformação significativa, com foco em qualidade, produtividade e ergonomia. O SUV estreia com algumas evoluções.
A nova identidade frontal, segundo a GM, aprimora o efeito aerodinâmico e ressalta a presença do veículo com assinatura luminosa em dois níveis e grade, para-choque, rodas e lanternas reestilizadas. O acabamento interno está mais sofisticado, incluindo bancos com espuma de diferentes densidades e superfície acolchoada. O painel foi modernizado e agora é caracterizado por grandes telas de alta definição e as demais superfícies numa seleção de materiais bastante agradável ao toque.
Entre os equipamentos avançados estão aqueles que unem conectividade, proteção e comodidade, a exemplo do acompanhamento seguro e o myChevrolet app com funcionalidades extras, todos novos recursos do OnStar. Na prática, a Chevrolet inicia a segunda metade de 2025 com uma forte ofensiva. Em um momento histórico em que celebra seus 100 anos de atuação no Brasil, a marca apresenta simultaneamente cinco importantes lançamentos: os Onix, Onix Plus, Tracker e os inéditos Spark EUV e Captiva EV. Com isso, renova todo o seu catálogo por aqui, país onde já produziu quase 20 milhões de veículos desde sua chegada.

Toyota: o que vem por aí – A marca japonesa confirmou um dos principais lançamentos do ano: o Yaris Cross. Ele deverá chegar em outubro e, logo a seguir, na Argentina. A marca também trará o Corolla híbrido na versão GLi, a de entrada desta gama específica. O Yaris Cross, por sua vez, produzido em Sorocaba (SP), é o primeiro do ciclo de investimento de R$ 11,5 bilhões anunciado há um ano. Ele virá para substituir os modelos hatch e sedã, cuja produção foi encerrada no ano passado.

Mustang Dark Horse no Brasil – A versão de série mais potente já produzida do “muscle car” Mustang será lançada este ano no Brasil, Argentina, Chile, Peru e Colômbia. O Mustang Dark Horse é a versão de linha homologada para as ruas mais próxima de um modelo de competição. Tem motor Coyote 5.0 V8 aspirado mais potente da história (exceto a linha Shelby) e é equipado com câmbio automático de dez marchas e vários componentes desenvolvidos para as pistas.
O design é marcado por elementos escurecidos nos faróis e na grade, pelas entradas de ar no capô, aerofólio traseiro e detalhes aerodinâmicos aprimorados em túnel de vento. Ele ostenta também o primeiro logo do Mustang em que o cavalo é visto de frente, com as narinas abertas como um alazão de corrida, replicando as duas entradas de ar no capô. Desde o seu lançamento oficial em 2018, o Mustang já vendeu mais de 4.000 unidades, consagrando-se como o veículo em versão única mais vendido entre os superesportivos. Preço deve ficar próximo dos R$ 700 mil.


Carro elétrico: vale a pena para quem é motorista de aplicativo? – A transição para carros elétricos tem ganhado força como uma alternativa mais sustentável e econômica de transporte. Isso não se limita apenas aos motoristas particulares, mas também está sendo cada vez mais considerado por motoristas de aplicativos como o Uber e 99. No entanto, será que o carro elétrico vale a pena para quem trabalha como motorista de aplicativos? Quais os prós e contras de adotar um veículo elétrico para quem depende deste trabalho específico como fonte de renda? A YellotMob, startup de mobilidade elétrica com soluções para infraestrutura e recarga de veículos elétricos, nos ajuda a responder.
Custo de combustível – Um dos maiores atrativos de um carro elétrico é a economia com combustíveis. Os carros elétricos são muito mais eficientes em termos de energia, e o custo por quilômetro rodado é significativamente mais baixo do que os carros movidos a gasolina ou etanol. O gasto com eletricidade para carregar um carro elétrico pode ser até 70% mais barato do que abastecer um carro tradicional. Em entrevista, por exemplo, um motorista de carro elétrico conseguiu economizar R$ 9 mil durante 3 meses utilizando um V.E.
Menor manutenção – Carros elétricos possuem menos partes móveis do que os veículos a combustão, o que significa menor necessidade de manutenção. Não há troca de óleo, os sistemas de transmissão são mais simples e o desgaste de peças como freios e motor tende a ser menor. Isso pode significar menos visitas à oficina e, consequentemente, menos gastos com manutenção.
Isenção de impostos e benefícios governamentais – Em muitos estados, motoristas de carros elétricos podem se beneficiar de isenções fiscais, como redução de IPVA ou descontos em pedágios. Esses benefícios podem representar uma economia considerável no custo anual do veículo. Além disso, em algumas cidades, há incentivos para o uso de carros elétricos, como a isenção de taxas de estacionamento ou a permissão para usar faixas exclusivas para veículos de alta ocupação ou faixas de ônibus, o que pode otimizar a rotina de um motorista de aplicativo.
Menor impacto ambiental – O carro elétrico é uma escolha mais ecológica. Ele não emite poluentes diretamente, o que contribui para a redução da emissão de gases de efeito estufa e melhora a qualidade do ar, especialmente em áreas urbanas, onde a poluição veicular é uma das principais fontes de contaminação.
Incentivos das plataformas – A Uber tem incentivado o uso de carros elétricos oferecendo benefícios específicos para motoristas que escolhem essa opção, como tarifas preferenciais ou bônus adicionais. Em algumas cidades, a empresa até oferece parcerias com empresas de aluguel de veículos elétricos, facilitando o acesso a essa tecnologia. A Z-EV é um aplicativo de mobilidade com atendimento personalizado e suporte premium para passageiros e motoristas, se destacando por oferecer uma frota exclusiva. Além disso, contém parcerias estratégicas e benefícios especiais, desde condições diferenciadas em postos de recarga e manutenção até promoções exclusivas para usuários e tecnologia de ponta.
Principais desafios
Custo inicial mais alto – Um dos principais desafios de adotar um carro elétrico para trabalhar é o preço de compra. Há carros elétricos com preços mais acessíveis, porém seu valor continua mais alto do que os convencionais. Isso pode representar um investimento inicial significativo, o que pode ser um obstáculo para motoristas que não possuem uma grande reserva de capital ou um bom crédito.
Tempo de recarga – Ao contrário de abastecer um carro a gasolina, o processo de carregar um veículo elétrico pode levar algumas horas, dependendo do tipo de carregador utilizado. Em situações de alta demanda, como durante períodos de pico, é necessário planejamento prévio para manter o carro elétrico sempre carregado.
Limitações no mercado – Em algumas regiões, a oferta de carros elétricos acessíveis ainda é limitada, e a variedade de modelos pode ser mais restrita do que no mercado de carros a combustão. Dependendo da cidade ou país, pode não haver muitas opções de veículos elétricos no mercado de usados, o que pode dificultar a compra de um modelo adequado e mais barato.
Conclusão – Afinal, vale a pena ter um carro elétrico para trabalhar como motorista de aplicativo? Vale. Se o motorista tiver acesso a incentivos financeiros e uma infraestrutura de carregamento adequada, o carro elétrico pode representar uma excelente opção para reduzir custos operacionais e melhorar a sustentabilidade do trabalho. economia com combustível e manutenção pode ser significativa no longo prazo, mas o investimento inicial e as questões relacionadas à autonomia e tempo de recarga ainda representam desafios.
Motoristas que trabalham em grandes cidades com boa infraestrutura de recarga e que fazem corridas de longa distância podem achar que o carro elétrico é uma escolha rentável. Por outro lado, motoristas em áreas com menos estações de carregamento ou que dependem de veículos para fazer muitas corridas por dia precisam ter um planejamento para realizar o carregamento em casa durante a noite, por exemplo. No final, a decisão de adotar um carro elétrico para trabalhar como motorista de aplicativo envolve uma análise cuidadosa das condições locais, do modelo de veículo escolhido e das necessidades pessoais do motorista. Se os benefícios superarem os custos e desafios, o carro elétrico pode ser uma excelente alternativa para o trabalho, tanto em termos de economia quanto de sustentabilidade.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
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