A nomeação do ex-deputado federal Daniel Coelho (PSD) como novo Secretário de Meio Ambiente e responsável direto pela gestão de Fernando de Noronha caiu como uma bomba no cenário político pernambucano. Isso porque Coelho não é apenas um político de carreira: ele também é o proprietário do único posto de gasolina da ilha, famoso por vender o litro mais caro do Brasil.
Com preços que já ultrapassaram R$ 10 por litro, o posto virou símbolo de exploração comercial e um fardo pesado no bolso de moradores e turistas. Agora, a polêmica se acirra com o fato de que o novo secretário será o fiscalizador oficial de todas as atividades econômicas e ambientais da ilha, incluindo o seu próprio posto. Além disso, Daniel também é conhecido por ter utilizado verba parlamentar para abastecer em postos de combustível de sua família.
Leia maisO caso gerou críticas imediatas de especialistas em ética pública, que apontam um flagrante conflito de interesses. “É como colocar a raposa para tomar conta do galinheiro. Não existe precedente recente de um empresário que se torna o fiscal direto de sua própria empresa em uma área tão sensível”, disparou um analista político que pediu anonimato.
Além do controle sobre licenciamento ambiental, transporte de combustíveis e política de preços que impactam diretamente o abastecimento da ilha, Daniel Coelho terá autonomia para autorizar, multar ou até embargar empreendimentos, inclusive o seu próprio.
O constrangimento cresce porque Fernando de Noronha é um dos destinos mais visados do país, onde a infraestrutura é limitada e cada centavo a mais no combustível se reflete em toda a cadeia de serviços, do transporte de alimentos ao preço final da hospedagem. “Se antes a gasolina já era uma fortuna, imagine agora que quem manda é o dono do posto. Vai fiscalizar o quê? Ele mesmo?”, ironizou um empresário local.
Enquanto isso, moradores e turistas já se perguntam se Fernando de Noronha vai bater um novo recorde: o da gasolina mais cara do planeta, agora sob a chancela oficial de quem lucra com cada gota vendida.
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