“Não vai ser num plano mirabolante desse de golpe que vão me punir”, diz Bolsonaro

Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco

Jair Bolsonaro entrou em campo para articular o PL da Anistia aos envolvidos dos atos do 8 de janeiro. Na última quarta-feira (9) ele conversou longamente com o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, sobre o tema, com confirmou em entrevista exclusiva ao podcast “Direto de Brasília”, do Blog do Magno, em parceria com a Folha de Pernambuco. Para emplacar a urgência da matéria são necessários 257. Nas contas do ex-presidente, o bloco que o apoia na Casa já supera os 230 apoiamentos.

“Ele [Hugo Motta] tem um carinho especial por mim e eu por ele”, disse. “Desde quando em campanha, ele falou que, a maioria dos líderes, querendo priorizar uma pauta, iria atender […] isso está acontecendo”, disse.  A aprovação da matéria beneficia o ex-presidente que é acusado criminalmente por tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano ao patrimônio da União e deterioração de bens públicos.

Enquanto tenta afastar o risco de prisão, que ele afirma ser um perigo a sua vida, Bolsonaro olha para 2026. Ao podcast “Direto de Brasília” repetiu mais de uma vez que é candidato, acompanha a construção de chapas majoritárias nos estados e quer ter o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, como aliado de palanque.

– O senhor adotou a tática de que a melhor defesa é o ataque em relação a sua salvação [política]?

Eu tenho falado mais com a imprensa, algumas ditas de esquerda e eles me atacam da maneira como bem entender e eu parto para a defesa e eles para o ataque. Afinal nada devo. O que fazem comigo ao longo de anos não é diferente de agora. Os caras querem minha condenação há muito tempo. Não acham nada e não vai ser num plano mirabolante desse de golpe que vão me punir, a não ser na base da arbitrariedade. Até porque não têm prova de nada porque não houve nada.

– O senhor está se sentindo crucificado?

Não é de hoje. Eu comecei a apanhar muito da imprensa em 2010 quando descobri um decreto do Lula que tinha a ver com Direitos Humanos chamado PNH3, onde tinha 180 itens que destruíam a família brasileira. Entre eles a desconstrução da normatividade e outras coisas. Ali comecei a apanhar e comecei a ser rotulado de homofóbico. Eu não sou homofóbico. Eu não quero que crianças de 6 ou 8 anos de idade aprendam certas coisas na escola. Quem tem seu costume que vá ser feliz e quem acredita em Deus tenha seu comportamento que acha que tem que ter aqui na terra. Fui muito atacado também, chamado de misógino. Quando fui ser candidato a presidente da República outras coisas apareceram, fui chamado de racista, que não gosto de nordestino. Tem que ter muito cuidado com as piadas hoje em dia porque tudo gira em processo. Está chato viver no Brasil. Você não pode contar uma piada mais.

– O senhor passou por esse processo agora no Supremo, por unanimidade virou réu. O senhor tem alguma expectativa de virar este jogo? Tem alguma prova contra o senhor?

Se eu devesse alguma coisa não estaria aqui. No final de 2022 eu fui para os Estados Unidos, podia ter me radicado lá, mas resolvi três meses depois voltar para cá. Não podem me acusar de golpistas do nada. Então como que tudo começou? Eu sempre defendi o voto impresso, desde 2012. Em 2015 eu aprovei uma emenda a um projeto de lei criando o voto impresso junto à urna eletrônica. O relator era o deputado Rodrigo Maia que depois veio a ser presidente da Câmara. A senhora Dilma Rousseff vetou e nós derrubamos o veto. Eu fui ao TSE e eles estavam preparando já as eleições com o voto impresso em 2018 quando eu ia concorrer e foi quando o Supremo Tribunal Federal por 8 x 3 disse que era inconstitucional. Não tem cabimento. E daí eu ganhei a eleição. Realmente foi complicada minha eleição, levei uma facada, tinha um discurso voltado para a verdade, me elegi e fiz um ministério nunca visto no Brasil. Um ministério técnico sem dedo de políticos, bem como quem estava na frente de estatais e bancos. Foi isso o que nos deu musculatura para enfrentarmos a pandemia que foi algo terrível. O Supremo Tribunal Federal tirou das minhas mãos a condução da pandemia e disse que cada governador ou prefeito poderia conduzir. E eu fui o grande gestor no tocante a enviar recursos. Apesar da pandemia nenhum prefeito do Nordeste atrasou pagamento de folha porque eu repassava na época a mais os recursos. Foi quando veio a política de fique em casa. Quem tem um salário, quem é um servidor público civil ou militar, pode até ficar em casa sem problema. Agora tínhamos 38 milhões de pessoas que viviam da informalidade. Então nós criamos o auxilio emergencial de R$ 600 reais. Tanto é verdade que o povo ficando em casa vocês não viram nenhum caso de saque ao supermercado. E o Brasil gastou muito dinheiro com isso. Eram R$ 50 bilhões por mês. Ao término do programa voltou-se o Bolsa Família que era em média R$ 190 reais. Então passamos o Bolsa Família para R$ 600 com responsabilidade fiscal, ou seja, fizemos um acerto junto a Câmara, uma equipe econômica fantástica que eu tinha conduzida pelo Paulo Guedes e implementamos isso aí.

Mais ainda, com o advento da guerra Rússia e Ucrânia o preço dos combustíveis começou a explodir. Nós zeramos os impostos federais do diesel, do etanol, da gasolina, do gás de cozinha, o IPI de 4 mil produtos pelo Brasil. Muita coisa nós importávamos e acharam que eu não devia zerar. Eu zerei o imposto das placas fotovoltaicas para geração de energia solar, pneus de caminhões, jet-ski, veleiros. O pessoal reclamou, mas o jet-ski e o veleiro quem toma conta dele pelo menos dez meses por ano é uma pessoa humilde que trabalha na marina. Então com essa redução da carga tributária nós tivemos três meses de deflação.

– Se o senhor tiver que optar entre uma anistia para o senhor ou para os presos do 8 de janeiro qual seria sua escolha?

O projeto da anistia não é de hoje. Tem aproximadamente oito meses e quando foi rascunhado e apresentado alguns queriam que eu colocasse lá anistia quanto a minha inelegibilidade. Eu disse não, é só para o pessoal de 8 de janeiro. Só que agora não sei porque resolveram me colocar no 8 de janeiro. Um dos tipos penais que eu estou respondendo é por dano do patrimônio. Mas como se eu estava nos Estados Unidos? Você lê o processo todo e não tem uma citação minha por troca de ‘zap’. Por que eu estou lá? Agora a anistia está indo, estamos próximo de conseguir as assinaturas e eu estava trabalhando até agora. A anistia que estamos pedindo agora não tem nenhum crime. Não teve nenhuma pessoa ferida, nenhum tiro, nenhuma arma foi apreendida. Falar que aquilo é golpe de Estado… Vamos supor que o pessoal do 8 de janeiro continuasse dentro dos prédios. No dia seguinte quem seria o presidente da República? A irmã Hilda? Quem seria o presidente da Câmara? O pipoqueiro que foi condenado? O do Senado? O sorveteiro? Quando se planeja um golpe tem que ter um líder e não acharam. Quem colaborou com dinheiro era para comer uma carne na frente do quartel.

– Por que o senhor não mandou emissários ou foi pessoalmente avisar às pessoas que estavam na porta dos quartéis que entregaria o poder ao presidente Lula?

Em algum momento você viu eu convocar o pessoal para participar de algum movimento desde o segundo turno? Não. Foi um movimento voluntário para a região dos quarteis. Quando sai do Brasil dia 30 de dezembro os acampamentos rapidamente se acabaram. Ficou um pouco mais o de Brasília. Na quarta-feira tinha 300 pessoas, na quinta tinha 200. Quem convocou [para a Esplanada]? Quem convocou estava mal intencionado. Acabou chegando vários ônibus aqui, a Abin [Agência Brasileira de Inteligência] mandou mais de 30 mensagens para o general G. Dias, chefe do GSI, dizendo que poderíamos ter risco de movimentos violentos em Brasília e não tomaram nenhuma providência. Inclusive a facilidade com quem entraram nos prédios, o Lula tem um vídeo dele falando que quer saber quem facilitou a entrada na Presidência porque a porta não foi arrombada. Quando a gente vai atrás das imagens, que o Ministério da Justiça é responsável por filmar toda a Esplanada, são quase 200 câmeras, o Flávio Dino entregou apenas quatro câmeras. Depois chegam imagens solteiras, perdidas e você vê um ou dois caras quebrando coisas lá dentro. Então foi ao meu ver uma armadilha. O golpe deles para tentar me incriminar só não foi perfeito porque eu não estava no Brasil. Se eu estivesse no Brasil, naquele domingo à noite ou na madrugada a segunda-feira eu seria arrancado de casa e estaria preso até hoje.

– A Paraíba tem um cenário interessante. O PL mudou de comando, assumiu o seu ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga, que disputou a prefeitura de João Pessoa. Para 2026, qual seu olhar? Qual deve ser o foco do PL e da direita? Eleger governadores ou fortalecer a representação no Congresso Nacional?

Eu recebi uma incumbência do presidente do partido [Valdemar Costa Neto] de dar uma atenção especial para o Senado. Na Paraíba é o Pastor Sérgio o nosso candidato, para governo está pré-acertado Queiroga, o Welligton Roberto continua no partido, mas perdeu a executiva estadual, gosto muito dele e acredito que ele dispute a reeleição. Nós temos a esperança de fazer um senador, que seria uma grande coisa porque o Nordeste é mais voltado para a esquerda. Em Pernambuco nós temos o Gilson [Machado] como nosso pré-candidato ao Senado e estamos negociando quem seria o candidato ao governo. E assim, tentando um nome por estado. Dois é impossível, não vamos chegar. Acredito que com outros partidos aliados a nós, em nove estados, com 18 vagas, pretendemos fazer pelo menos oito aliados a centro-direita.

Tem uns polos no Nordeste de progresso e de desenvolvimento, a gente reconhece isso aí. Agora o Nordeste, porque o povo é o mais pobre das cinco regiões? A esquerda está há mais de 20 anos no Nordeste então há um fluxo migratório muito grande para o Sudeste. Por que? Você pega o melhor estado do Brasil, me desculpe, é Santa Catarina. O PT nunca passou por lá. Então os estados que têm uma economia mais pujante são estados o governo está afastado da esquerda. Não deu certo em lugar nenhum do Brasil. Não tem como dar certo isso aí.

Eu diminuí a carga tributária. O Lula com o Haddad está taxando tudo. Virá a partir do ano que vem as consequências da reforma tributária. Os impostos estão aumentando, os impostos de serviço, o imposto do pecado que foi criado

– Quer dizer que o governo de Lula é um governo perverso?

Na parte da economia, o próprio Haddad falou que não sabe nada de economia, estudou dois meses e colou para passar na prova. Dá para comparar o Haddad com o Paulo Guedes? Não dá. Nós transformamos na área governamental o Brasil no país mais digital do mundo. Nós criamos o Pix. O governo Lula quando viu que o Pix movimenta por dia em torno de R$ 50 bilhões o que devem ter pensado, se é que o petista pensa, se botar metade do que era CPMF, mais ou menos 0,2%, por ano são R$ 72 bilhões.

– A minuta encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres estava circulando há muito tempo. O senhor vê algum valor jurídico nesta minuta? Ela pode servir como prova? Até que ponto a PF deixou de investigar mais a fundo esta minuta para descobrir quem foi o autor e quem colocou no Google a minuta?

Eu tive acesso a minuta e conhecimento que rodava há algum tempo. O primeiro parágrafo falava em intervenção no Tribunal Superior Eleitoral. Os demais eram cópias de dispositivos constitucionais. Ninguém vai dar golpe usando dispositivos constitucionais. E quando se fala em estado de defesa a primeira medida para implantar um estado de defesa é convocar os conselhos da Defesa e da República e isso não foi feito. Nenhuma medida preparatória para um possível golpe houve. A Dilma [Rousseff] cogitou o estado de defesa em 2016. Então você se socorrer de um dispositivo constitucional, nenhum problema nisso. E deixaram o Anderson [Torres] preso por vários meses por conta disso. O objetivo das prisões é tirar uma delação premiada que interesse à Polícia Federal. O próprio [Mauro] Cid quando ele assinou a delação premiada no dia seguinte foi posto em liberdade.

Tem jurisprudência no Supremo, palavra do próprio ministro Gilmar Mendes, que é imoral qualquer delação premiada conseguida de pessoas que estão cumprindo prisão. Então não tem razão nenhuma de se acusar ninguém com essa minuta. 

Os caras foram para cima de umas 40 pessoas do meu lado e vasculharam a vida deles e qualquer historinha que estão achando passa a ser verdade para eles.

– Eu li esta semana uma entrevista do Alexandre de Moraes a uma revista americana e ele diz que o senhor não escapa da ilegibilidade, não recupera seus direitos políticos. Mas em relação ao crime de tentativa de golpe, ele disse que o senhor poderia escapar, mas só recupera seus direitos em 2030?

Ele é vítima deste processo, ele é relator, ele é investigador, ele toma depoimento de delator, ele é tudo. E continua sendo um suspeito. Eu vi essa entrevista. Ora, estão condenando pobres coitados a 17 anos de cadeia. Quinta passada foram condenados um sorveteiro e um pipoqueiro por golpe de estado armado. Lembra do ‘porcorn’ que eu falei em São Paulo? Eu falei que no Brasil pipoqueiro e sorveteiro estão sendo condenados por golpe de estado armado. É um absurdo isso. Não tem cabimento. Esse processo meu sobre golpe não deveria existir.  Como me vinculam ao 8 de janeiro se eu nem estava aqui? 

– Isso tudo não é no sentido de levar o senhor à prisão? Eles querem prender o senhor?

Na verdade, eles querem me matar. Querem um fim em mim. Lógico, coloca na cadeia é fácil eliminar um cara sem deixar provas de nada. Eu sou um paralelepípedo no sapato deles. Eu não fui para o outro lado.

– O senhor teme ser preso?

Ninguém quer ser preso, mas isso pode acontecer. Qual a acusação? Não interessa.

– No que diz respeito as eleições para governador aqui em Pernambuco em 2026 o senhor considera mais viável o PL lançar candidatura própria ou compor com outro partido? E no caso de compor com outro partido a governadora Raquel Lyra seria um bom nome?

Eu converso com o Gilson [Machado] e temos muito mais interesse no Senado. Eu acho que não temos nome para ganhar o governo do estado lá. Não é entregar os pontos, mas se puder compor com um partido de centro será bem-vindo e não vamos lançar a outra vaga para o Senado, vamos deixar para compor também. Essa negociação eu deixo mais a cargo da liderança local.

– O senhor acha que em Pernambuco, um estado radicalizado daquele, os seus eleitores ficaram com Raquel?

Acho que sim. Não tinha alternativa, ela é um pouco mais a direita, então vai compondo. Eu digo que na política tem que jogar com paciência e estratégia. Se a gente puder dar um grande avanço para o Senado, você imagina que a direita faça 40 nomes com mais os que têm lá dentro. A gente toma conta do Brasil. 

– Atualmente o senhor está inelegível até 2030. Por conta disso já tem sido ventilado algum ou alguns nomes para se colocar ao público mais conservador em 2026 e se o senhor pensa em alguma liderança do Nordeste?

Eu vou estar agora no Rio Grande do Norte, ficar integralmente com o senador Rogério Marinho andando integralmente pelo Nordeste. Uma viagem de mais de 700 quilômetros andando pelos municípios. Nós costumamos fazer vídeos desses eventos e jogar nas redes. O tratamento que me dão no Nordeste é excepcional. A questão de política, eu tenho namorado no Nordeste um candidato do Nordeste para ser meu vice. É um senador. Agora você fala que eu estou inelegível. Inelegível por quê? Qual foi meu crime? Reunir com embaixadores? A Dilma foi cassada, fizeram um acordo no Congresso e ela continua elegível, tanto é que ela disputou. A mesma coisa o Lula, tiraram ele da cadeia e anularam as condenações dele. Qual o meu crime? Reunir com embaixadores? Não é uma perseguição? É o ativismo judicial para tirar um politico da cena eleitoral como tiraram a Marine Le Pen, como queriam tirar o Trump. Estão fazendo a mesma coisa comigo. Então continuo candidato até os 48 do segundo tempo. Eu sou candidato para presidente da República. Não tem plano B. O plano B sou eu mesmo e isso está acertado com o partido. E vamos jogar o jogo.

– O prefeito de Maceió, JHC, é do PL e assinou a ficha de filiação ao lado de Bolsonaro. Neste momento é cotado para ser candidato ao governador, mas deve migrar do PL para um partido da base aliada de Lula. O que o senhor acha dessa estratégia e quais serão os candidatos majoritários em Alagoas?

Alagoas é um estado complicado para a gente. O JHC é do PL e ninguém pode negar que está sendo um bom prefeito. A gente gostaria que ele ficasse conosco, mas se ele migrar a gente vê o que faz aí. Eu gosto muito de uma pessoa aí em Alagoas. Não vou negar, foi um grande aliado meu dentro da Câmara, que é o Arthur lira. Graças ao Arthur Lira nós conseguimos via parlamento reduzir os impostos federais dos combustíveis. Graças ao Arthur Lira conseguimos negociar os precatórios e pagar o Bolsa Família de R$ 600 para o povo pobre de todo o Brasil. Então o Lira foi um grande aliado meu. Lógico que quem passa pela presidência da Câmara sofre ataques. Mas o saldo meu com o Lira é excepcional e favorável para o Lira. O Lira é um grande amigo meu, me dou bem com ele, dado em especial o que ele fez no parlamento junto ao governo federal, e eu vou ouvir o Lira sobre o que vai acontecer em Alagoas. Nós sabemos da força da família do Renan [Calheiros] que deve ir para eleição. O Lira tem falado que que deve ir para o Senado também. Gostaria que o JHC continuasse conosco, mas ele tem toda a liberdade e mais tarde teremos um retrato do que fazer neste estado no tocante às eleições.

– O senhor estava com presidente da Câmara, Hugo Motta. O que foi tratar com Hugo Motta? Foi falar sobre anistia?

O Hugo Motta tem exatamente a metade da minha idade. Ele é mais novo do que o terceiro filho meu, o Eduardo, e ele tem um carinho especial por mim e eu por ele, e de vez em quando a gente se encontra por aí e trata de vários assuntos. Desde quando em campanha, ele falou que, a maioria dos líderes, querendo priorizar uma pauta, nós vamos atender a maioria. Agora, não precisa lembrar a ele disso aí. Ele sabe muito bem que isso está acontecendo e se a gente conseguir a assinatura, nós vamos colocar em votação eu tenho certeza disso.

– Mas o [Silas] Malafaia foi duro com ele. Um aliado desses não traz mais malefícios que benefícios?

O Malafaia, ele tem o seu comportamento. Quem diria, eu quando estou com o Malafaia eu sou bombeiro. Ele fica indignado com muita coisa, agora tem que ter paciência. O Malafaia é mais objetivo, está no DNA dele. Agora ele não sabe como funciona o parlamento. Ele é um líder evangélico, psicólogo, um pouquinho só mais novo do que eu, mas não tem a vivência que tive de 28 anos parlamento, dois de vereador e quatro de presidente. Não dá para você fazer as coisas na base da pancada.

– Sergio Moro foi o algoz de Lula. Alexandre de Moraes é o seu algoz?

Eu não devo nada. Não tem crime nenhum da minha parte. Agora comigo parece que é algo pessoal do Alexandre de Moraes. Não consigo entender outra coisa.

Até o momento eu sou candidato. Não reconheço a minha ilegibilidade como um processo justo. Eu não me reuni com líderes comunitários eleitos pelo trafego no morro do alemão. Eu me reuni com embaixadores e a acusação é abuso de poder político para ganhar votos. Que votos eu ganhei? Nenhum.

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Por Flávio Chaves*

Há gestos na política que o tempo não apaga. Palavras que não se dissolvem no esquecimento, porque ferem como lâmina e doem como espinha atravessada na garganta da memória coletiva. Em Carpina, município da Zona da Mata Norte de Pernambuco, um desses episódios ainda ecoa com amargura nas conversas do povo, especialmente quando chega a Semana Santa — tempo de reflexão, fé e partilha. Mas também, infelizmente, tempo de lembrar a frieza de um gesto que marcou a cidade com tristeza e revolta.

O episódio remonta a um dos quatro mandatos do ex-prefeito Manoel Botafogo, que governou a cidade por longos 16 anos. Num desses mandatos, em plena Semana Santa, o então prefeito foi entrevistado ao vivo pelo radialista Francisco Júnior, no tradicional programa de rádio que cobria os assuntos da cidade com coragem e imparcialidade. Era um momento simbólico, em que muitos esperavam ouvir do gestor a renovação de uma prática comum entre os prefeitos que o antecederam: a distribuição de peixes à população mais carente — um gesto cristão, de solidariedade e respeito com os que têm pouco ou quase nada.

A pergunta foi simples, quase previsível, mas a resposta veio como um tapa: “Vai ter muita distribuição de peixe no comércio, vocês preparem cada qual seus R$ 20,00. A prefeitura não deve nada a ninguém.”

Fria. Jocosa. Cruel. A declaração caiu como uma cruz sobre os ombros dos que esperavam o mínimo de compaixão. Não apenas um não, mas um deboche. Não apenas uma negação, mas uma humilhação pública. E o mais irônico — ou talvez o mais triste — é que ela veio de alguém que se apresenta como evangélico, que se diz cristão. Mas que, naquele momento, negou o gesto mais essencial da fé: a solidariedade com o próximo.

A dor daquela resposta reverberou. O povo simples, os moradores dos bairros periféricos, os que contam moedas para comprar o pão, sentiram ali não apenas a ausência do peixe na mesa, mas a presença do desprezo. De lá pra cá, a Semana Santa em Carpina passou a carregar dois sofrimentos: o da Paixão de Cristo e o da lembrança amarga de um prefeito que negou pão e peixe a quem mais precisava.

A imagem de Cristo crucificado, que ensina o perdão, a humildade e o amor ao próximo, contrasta com a figura pública de Botafogo, que naquele gesto se fez símbolo do descaso e da insensibilidade. A tradição foi quebrada, a esperança esmoreceu, e Carpina, naquela Semana Santa, conheceu o gosto da injustiça no prato vazio.

É por isso que, ano após ano, essa memória retorna como espinho cravado. O povo de Carpina não esquece. Porque há dores que não cicatrizam — e há políticos que, mesmo após deixarem o poder, continuam sendo lembrados não pelos prédios que construíram ou pelas obras que inauguraram, mas pelas feridas que deixaram nas almas e nas mesas vazias do povo.

Hoje, Carpina vive outros tempos, outras administrações. Mas a lembrança daquele gesto segue viva. Não como mágoa apenas, mas como alerta. Que jamais se repita. Que a política volte a ser lugar de serviço, e não de escárnio. Que a fé que tantos professam se traduza em ações concretas de partilha e humanidade.

Porque na mesa do povo, especialmente na Semana Santa, não deve haver espaço para o abandono. Nem para a crueldade travestida de gestão.

*Jornalista, poeta e escritor

Dulino Sistema de ensino

Lula mira na conta de luz para melhorar popularidade

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

Em mais uma tentativa de melhorar os índices de popularidade, o Governo do presidente Lula (PT) vai mirar na conta de luz. O ministro de Minas e Energias, Alexandre Silveira, enviou para a Casa Civil, na última semana, a minuta de um projeto de lei de reforma do sistema elétrico.

Entre as propostas contidas no texto, está a ampliação da tarifa social, que hoje oferece descontos no pagamento da conta de energia para indígenas, quilombolas, idosos que recebem Benefício de Prestação Continuada (BPC) e famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal com renda de até meio salário único.

Com a medida, haverá a isenção total de pagamento de tarifa de energia elétrica para essas populações caso elas consumam até 80 kWh por mês, o que chegaria a 17 milhões de famílias, ou 60 milhões de pessoas no país. O Ministério de Minas e Energias defende que a iniciativa “busca tornar o sistema elétrico brasileiro mais eficiente, justo e sustentável”.

Atualmente, a isenção completa do pagamento existe em caso de consumo de até 50 kWh e vale para indígenas e quilombolas, enquanto os idosos com BPC e as famílias do CadÚnico têm direito a descontos escalonados de até 65%, caso o consumo seja menor que 220kWh.

“É um passo importante para consolidar um setor elétrico mais justo, eficiente e alinhado às necessidades do país. Com a implementação dessas mudanças, o Brasil avançará rumo a um sistema energético mais sustentável, acessível e preparado para os desafios do futuro”, enfatizou o ministro Alexandre Silveira.

Mas, como não há “almoço grátis”, a medida vai impactar na conta dos demais usuários. A proposta deve custar R$ 4,45 bilhões aos consumidores que não se enquadrarem no grupo de baixa renda. O impacto imediato na conta de energia elétrica seria de 1,4%.

O governo pretende compensar esse custo por meio da redução de subsídios a fontes incentivadas de energia, como eólica e solar, mas falta explicar melhor como seria esse processo. Depois de passar pela Casa Civil, onde pode sofrer modificações, o texto deve ser encaminhado ao Congresso Nacional. Ainda não há previsão de implementação.

LULA VAI CONVERSAR COM LÍDERES – Em meio ao desgaste provocado pela adesão de deputados de partidos da base do Governo ao projeto de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro, o presidente Lula (PT) deve se reunir, na próxima semana, com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com líderes partidários. O encontro será no formato do realizado com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e com líderes da Casa no dia 2 de abril. Na ocasião, em um gesto de aproximação com os parlamentares, Lula foi até a residência oficial do Senado para um jantar.

Por falar em Lula, boas relações com o Chile – O presidente Lula (PT) receberá, na próxima terça-feira (22), o presidente do Chile, Gabriel Boric, em Brasília, para uma visita de Estado, segundo o Ministério das Relações Exteriores, comandado por Mauro Vieira. O encontro será no Palácio do Planalto e simboliza o fortalecimento das relações bilaterais entre os dois países sul-americanos. Após a agenda oficial no Planalto, os dois chefes de Estado seguirão para o Palácio Itamaraty, sede do ministério, onde participarão de um almoço oferecido pelo governo brasileiro. A visita integra a agenda diplomática da Presidência da República e reforça o compromisso de integração regional e cooperação entre Brasil e Chile em diversas áreas.

Inflação cedendo – A inflação desacelerou em março para todas as faixas de renda, na comparação com fevereiro. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para a classe de renda muito baixa, o recuo foi de 1,59% para 0,56%. Para a classe de renda alta, de 0,9% para 0,6%. O Ipea explica que a desaceleração da inflação para as classes de renda menor pode ser explicada pelo reajuste baixo das tarifas de energia elétrica (0,12%) e as quedas nos preços das passagens de ônibus urbano (-1,1%) e do metrô (-1,7%). Em relação às famílias de renda alta, a melhora das taxas do grupo educação, de 0,90% em fevereiro para 0,60% em março, foi mais determinante. O dado traduz principalmente o fim do impacto dos reajustes das mensalidades escolares em fevereiro.

Ofensiva do PSD – O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, não está para brincadeira. Depois de tirar a governadora Raquel Lyra do PSDB e levar para a sigla sob seu comando, vai filiar também o governador do Rio Grande do Sul (RS), Eduardo Leite, que ainda está no PSDB. De acordo com a colunista Ana Flor, do G1, a migração ocorrerá no dia 6 de maio. O MDB também negociava com Leite a filiação, mas o gaúcho fez a escolha pelo partido que mais elegeu prefeitos em 2024 após a articulação de lideranças da sigla no RS. Para 2026, Eduardo Leite, no segundo mandato de governador, deve ser candidato ao Senado. O PSD constrói a candidatura de Ratinho Júnior, atual governador do Paraná, à Presidência da República. Apenas o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, permanece no PSDB.

Reforço na segurança do STF – O Governo Federal publicou, na última quinta-feira (17), uma medida provisória que libera R$ 27,4 milhões para reforço da segurança na sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Os recursos foram solicitados pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, após o atentado com explosivos na frente do prédio do Supremo em novembro de 2024, no qual o autor dos ataques, Francisco Wanderley, morreu.

CURTAS

Dudu defende São Lourenço – Ao tomar conhecimento da decisão da governadora Raquel Lyra (PSD) de transferir o Batalhão da PM de São Lourenço da Mata para Camaragibe, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP) se manifestou contra a medida. “Sugiro que revogue a decisão”, pediu, em requerimento à gestora. Para ele, fechar a unidade da PM numa cidade como São Lourenço, na Região Metropolitana, só vai aumentar a violência. “O que o Governo deve fazer é criar novos batalhões e não reduzir”, afirmou.

Zazá comemora – O deputado Izaías Régis (PSDB), aliado da governadora Raquel Lyra (PSD), está feliz da vida com a publicação do edital de licitação para contratar a empresa responsável pelas obras do Hospital Mestre Dominguinhos, em Garanhuns. “Esse hospital é um sonho antigo do povo de Garanhuns e de toda a região do Agreste Meridional. Quando percorri o Estado junto com a então candidata Raquel Lyra, apresentei essa demanda com firmeza e com dados que comprovavam a urgência dessa obra. Ver agora a licitação sendo aberta é motivo de imensa alegria e gratidão” afirmou Izaías.

Eugênia Lima faz alerta – A vereadora de Olinda, Eugênia Lima (PT), faz um alerta sobre o que considera uma articulação nacional da extrema-direita para manter Jair Bolsonaro (PL) em evidência, mesmo após as graves denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre tentativa de golpe de estado. Segundo a parlamentar, Câmaras Municipais de diferentes regiões do país estão sendo usadas para conceder títulos de cidadão honorário ao ex-presidente, numa estratégia de criar palanques políticos.

Perguntar não ofende: se o PSD lançar Ratinho Júnior à Presidência da República, Raquel Lyra vai abrir palanque para ele em Pernambuco, ou vai se abraçar com Lula?

Petrolina - O melhor São João do Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que só vai se manifestar sobre a suspensão da extradição do búlgaro Vasil Georgiev Vasilev, acusado de tráfico de drogas na Espanha, após a apresentação de recurso pelas autoridades espanholas. A decisão de interromper o processo partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base no princípio da reciprocidade, após a Justiça espanhola negar a extradição do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio.

Moraes considerou que, diante da recusa da Espanha em entregar Eustáquio ao Brasil — ele é investigado por crimes como perseguição, ameaça e associação criminosa —, o Brasil também poderia recusar a extradição de um acusado solicitado pelo país europeu. Com isso, autorizou a transferência de Vasilev da prisão para o regime domiciliar e pediu explicações ao embaixador espanhol no Brasil. As informações são do g1.

A decisão gerou críticas de juristas e integrantes do Ministério Público. O procurador regional da República Vladimir Aras argumentou que a reciprocidade mencionada por Moraes não se aplica, já que Brasil e Espanha mantêm um acordo de extradição desde 1988. Segundo Aras, o acordo já prevê a possibilidade de negar pedidos em casos ligados a crimes de natureza política, como foi alegado pela Justiça espanhola ao negar o envio de Eustáquio.

Além disso, juristas destacam que, em vez de suspender a extradição de Vasilev como forma de resposta, o mais adequado seria o governo brasileiro recorrer da negativa espanhola. A Advocacia-Geral da União (AGU), responsável por representar o país no caso de Eustáquio, já prepara um recurso contra a decisão da Justiça europeia, enquanto o Supremo continua sendo responsável pelo caso do cidadão búlgaro.

O subprocurador-geral Artur Gueiros, indicado pelo procurador-geral Paulo Gonet para atuar nas extradições no STF, será o responsável pela manifestação da PGR, caso o processo avance com recurso da Espanha. Até lá, o impasse jurídico e diplomático permanece, com repercussões no campo da cooperação internacional entre os dois países.

Ipojuca - IPTU 2025 - Vencimento 30 Abril

O governo brasileiro concedeu asilo diplomático à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, e ao filho dela, de 14 anos, por razões humanitárias, segundo anunciou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Heredia é esposa do ex-presidente Ollanta Humala, condenado a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro em um caso ligado à construtora brasileira Odebrecht e ao governo do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez. Humala foi preso após a sentença, na última terça-feira (15), enquanto Nadine se abrigava na Embaixada do Brasil em Lima.

De acordo com Vieira, a decisão levou em conta o estado de saúde de Heredia, que passou por uma cirurgia de coluna recentemente, e a necessidade de proteger o filho menor de idade, que ficaria desamparado com a prisão do pai. O governo peruano concedeu salvo-conduto imediato para que mãe e filho pudessem deixar o país e concordou com o transporte por meio de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que os trouxe para Brasília na quarta-feira (16). As informações são do g1.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o presidente Lula foi informado previamente sobre a decisão. Agora, o Brasil analisará a possibilidade de conceder o status de refugiados a Heredia e ao filho, processo que será conduzido pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça. Enquanto isso, ambos receberam registros provisórios emitidos pela Polícia Federal.

O advogado brasileiro de Humala, Marco Aurélio de Carvalho, afirmou que Nadine Heredia tem câncer e já havia tentado obter autorização para tratamento médico no Brasil durante o processo judicial, mas o pedido foi negado por ainda estar em curso. A sentença, após três anos de investigação e julgamento, foi lida nesta semana em um tribunal peruano, sem a presença da ex-primeira-dama, que respondia em liberdade.

O caso de Nadine Heredia se soma ao histórico de ex-líderes peruanos envolvidos em escândalos de corrupção. Seu marido, Ollanta Humala, cumpre pena em uma base policial especial que também abriga os ex-presidentes Alejandro Toledo e Pedro Castillo. Alberto Fujimori, outro ex-líder preso por corrupção, esteve no mesmo local até ser libertado em 2023.

A concessão do asilo está respaldada na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, da qual o Brasil é signatário. O tratado permite que países concedam asilo a pessoas perseguidas por motivos políticos, mesmo sem a obrigação de justificar publicamente sua decisão. A embaixada brasileira mencionou a convenção durante as negociações com o governo peruano para garantir a saída segura de Heredia e seu filho.

Caruaru - São João na Roça

Da CNN Brasil

Familiares dos presos pelos atos criminosos de 8 de janeiro começaram a procurar parlamentares bolsonaristas com uma estratégia que estão chamando de “solução Glauber Braga” para pressionar pela aprovação do Projeto de Lei (PL) da Anistia.

A ideia é que parentes, juntamente com parlamentares, iniciem uma greve de fome dentro do Congresso Nacional, com o objetivo de pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar, em regime de urgência, o projeto de lei que concede anistia aos condenados pelo suposto plano de golpe de Estado. Eles estão motivados pelo fato de que, ontem, Hugo cedeu à greve de fome de nove dias do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).

O presidente da Câmara prometeu não pautar, por 60 dias, a análise em plenário da decisão do Conselho de Ética que, por maioria, votou pela cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro — Glauber expulsou a chutes e xingamentos, de dentro do Câmara, um militante do MBL em 2024.

O parlamentar com quem conversei ainda não tomou uma decisão sobre o assunto. Ele me disse que, a princípio, ficou um pouco surpreso, mas depois admitiu que se trata de uma reivindicação dos familiares “que faz todo sentido”.

O parlamentar com quem eu conversei ainda não tomou uma decisão sobre o assunto. Mas me disse que, primeiro, ficou um pouco surpreso, mas depois, admitiu, é uma reivindicação dos familiares “que faz todo sentido”.

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

Da CNN Brasil

As tratativas para a fusão entre o PSDB e o Podemos estão na fase final e o novo partido deve ser formalizado nos próximos 10 dias, segundo fontes envolvidas nas negociações ouvidas pela CNN.

A CNN teve acesso ao documento que está sendo usado como base nas negociações e apurou que a deputada Renata Abreu (Podemos-SP) deve assumir a presidência da legenda, que terá 27 deputados federais, 401 prefeitos e 5330 vereadores. No primeiro momento, porém, vai haver uma “coabitação” na presidência entre ela e o ex-governador Marconi Perillo.

O nome do partido deve ser inicialmente Podemos/PSDB, mas não está descartada a possibilidade da agremiação ser rebatizada como Moderados ou Independentes.

O levantamento do Podemos apresentado ao PSDB mostra que os partidos se complementam em nível municipal. O Podemos tem um número maior de vereadores nas capitais e o PSDB no interior.

“A taxa de sobreposição de mandatários municipais do PSDB e Podemos é de 23,1%, substancialmente menor do que a taxa de sobreposição do PSD (49,2%) e do MDB (58,06%). Tal vantagem complementar do Podemos permitirá um processo de acomodação de forças políticas municipais menos conflitantes”, disse o documento.

O documento também ressalta que a junção do PSDB/Podemos geraria o sexto maior partido em população governada, com 16.370.200 habitantes. Em níveis financeiros, a junção criaria o quinto maior Fundo Partidário (R$ 90.326.891,30), atrás de PL, PT, União e PP.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Da CNN Brasil

No momento em que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, prepara sua saída do PSDB para ingressar no PSD, os tucanos finalizaram as tratativas com o Podemos e o Solidariedade e devem anunciar ainda em abril a união dos três partidos.

Segundo fontes do PSDB ouvidas pela CNN, o anúncio da fusão com o Podemos e a subsequente formação de uma federação com o Solidariedade devem ser anunciadas nos próximos dez dias.

A executiva tucana ainda não foi informada oficialmente sobre a saída do governador gaúcho, que deve disputar o Senado em 2026 pelo PSD, mas a mudança já está precificada e acelerou as negociações intrapartidárias.

Os movimentos de associações partidárias foram intensificados pelo avanço da formação de uma federação entre União Brasil e PP, que deve criar a maior força do Congresso Nacional.

O MDB também avançou nas conversas com o Republicanos com o objetivo de criar um bloco partidário para equilibrar a correlação de forças no Centrão.

Depois da fusão com o Podemos e da federação com o Solidariedade, o novo bloco espera uma composição com o MDB. O presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), voltou a conversar com os tucanos para acertar esse cronograma.

Toritama - FJT 2025

Genuinamente pernambucana e com 93 anos de mercado, a Viação Progresso anunciou o lançamento de uma nova frota composta por 40 ônibus de dois andares, com configuração leito no piso inferior e executivo no superior. Com investimento de R$ 80 milhões, a renovação reforça a aposta da empresa em conforto e modernização no transporte rodoviário de passageiros.

Palmares - Pavimentação Zona Rural

Da CNN Brasil

Para 50% dos brasileiros, as políticas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prejudicam a economia do Brasil, segundo pesquisa Ipsos-Ipec divulgada hoje.

Os índices dos que acreditam que as decisões do republicano não estão afetando negativamente o Brasil e dos que não sabem ou não responderam estão empatados, com 25% cada.

O levantamento ouviu 2.000 pessoas com 16 anos ou mais em 131 municípios brasileiros entre os dias 3 e 7 de abril. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95%.

No último dia 2, Trump anunciou uma lista de países que seriam cobrados com tarifas recíprocas. O presidente definiu um patamar de 10% como base — que a princípio seria aplicado a 126 parceiros comerciais dos EUA — e taxas maiores para nações específicas.

Diversas autoridades internacionais reagiram à política. Dias após o anúncio inicial, em 9 de abril, Trump decidiu limitar suas tarifas recíprocas a 10% por um prazo de 90 dias, exceto para a China.

No caso chinês, uma sequência de reações entre os dois países levou a uma tarifa de 145% aplicada pelos EUA, enquanto o governo chinês declarou tarifa de 125% aos produtos americanos.

Governo Trump é positivo ou negativo para o Brasil?

A pesquisa também mediu a percepção dos brasileiros sobre a atuação do governo dos Estados Unidos como um todo, não apenas em relação às políticas comerciais. Nesse caso, 49% dos entrevistados dizem a considerar negativa para o Brasil; 29% como positiva; 2% como indiferente e 20% não sabem ou não responderam.

Os entrevistados foram questionados se consideravam a entrada do governo Trump positiva ou negativa para o Brasil, de modo que as respostas “indiferente” foram espontâneas. Veja:

Governo Trump para os americanos

Em relação a como os brasileiros avaliam a gestão de Donald Trump para os próprios americanos, a pesquisa mostra que 21% dos entrevistados acham que o republicano está fazendo um péssimo governo.

Já os que avaliam como bom ou regular estão empatados em 19%. Outros 9% consideram ruim a administração e 8%, ótima. Não sabem ou não responderam são 24%.

O deputado estadual Eriberto Filhos (PSB) criticou duramente a possível transferência do 20º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco de São Lourenço da Mata para Camaragibe. Em nota divulgada hoje, o parlamentar afirmou que a medida está sendo tomada sem escuta prévia da população e sem embasamento técnico, ignorando dados da própria Secretaria de Defesa Social (SDS) que apontam índices mais elevados de violência em São Lourenço. Em 2023, a taxa de homicídios na cidade foi de 59,88 por 100 mil habitantes, enquanto Camaragibe registrou 44,59. Já em 2024, foram 86 homicídios em São Lourenço contra 68 em Camaragibe.

Para Eriberto, a retirada do batalhão comprometeria os avanços locais na área de segurança, que incluem o reforço da Guarda Civil Municipal, a iluminação em LED e investimentos em espaços públicos. Ele cobrou responsabilidade do Governo do Estado e fez um apelo à governadora Raquel Lyra (PSD) para que reconsidere a decisão.

Confira nota na íntegra:

“Recebo com grande preocupação a notícia da possível transferência do 20º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco do município de São Lourenço da Mata para a cidade de Camaragibe, sem qualquer escuta prévia com a população.

Entendemos que a cidade de Camaragibe tem total direito de reivindicar melhores estruturas de segurança, e reforçamos que esta não é uma crítica ao município, mas sim à forma como o Governo do Estado está conduzindo essa decisão — sem observar critérios técnicos, como os dados da própria Secretaria de Defesa Social, que apontam que São Lourenço da Mata tem registrado índices mais elevados de violência do que Camaragibe nos últimos anos.

Só em 2023, o levantamento da SDS aponta Camaragibe com uma taxa de 44,59 CVLI/100 mil habitantes, enquanto São Lourenço da Mata apresentou uma taxa de 59,88 CVLI/100 mil habitantes. Em números absolutos, no ano de 2024, Camaragibe acumulou 68 homicídios, enquanto São Lourenço da Mata somou 86. Não podemos admitir que o município perca um equipamento de segurança tão essencial em um momento tão delicado. Decisões como essa devem ser tomadas com base em critérios técnicos e com diálogo com a população — e não de forma política ou arbitrária.

Sabemos que o município tem feito sua parte para ampliar a segurança da população. A gestão municipal reforçou o efetivo da Guarda Civil Municipal e implementou medidas relevantes, como a iluminação em LED em toda a cidade e o investimento constante em espaços de convivência. No entanto, é indispensável que o Governo do Estado também assuma sua responsabilidade. A presença da Polícia Militar é fundamental para combater a criminalidade e garantir mais segurança ao povo.

Como representante de São Lourenço da Mata, faço um apelo para que a governadora do Estado reavalie essa decisão, levando em conta a realidade local, os dados oficiais e, principalmente, ouvindo quem vive, trabalha e luta todos os dias por uma cidade mais segura. São Lourenço da Mata precisa — e merece — seguir contando com a presença da Polícia Militar.”

Por Guilherme Waltenberg

Do Poder360

O governo do Espírito Santo vai destinar R$ 500 milhões do seu fundo soberano – abastecido com royalties do petróleo – para a criação de um fundo voltado ao financiamento da transição energética.

O novo instrumento, segundo o governador Renato Casagrande (PSB), será operado por uma gestora, que será selecionada via edital publicado em 29 de abril. A ideia é financiar empresas que troquem combustíveis fósseis por fontes limpas ou aumentem a eficiência de seus processos e gerem descarbonização.

“Teremos R$ 500 milhões do fundo soberano aplicados num fundo de descarbonização para adiantar a transição energética. É um passo importante porque nenhum Estado tem esse instrumento e capacidade de fazer esse investimento“, afirmou o governador em entrevista ao Poder360.

O fundo será estruturado para atrair outros cotistas, como empresas, bancos ou organizações multilaterais. Casagrande citou a maior empresa do Estado, a Vale, como possível interessada.

“Se a Vale quiser colocar recurso para seus fornecedores reduzirem carbono, também pode. Se o Banco Mundial quiser colocar recurso, também pode”, disse Casagrande.

Desde 2015, o Estado capitaliza o fundo soberano com parte dos royalties do petróleo. A lei de 2019 determina que uma fração da receita com royalties e participações especiais seja poupada mensalmente.

Atualmente, o fundo tem R$ 2 bilhões. No passado, ações como a criação do fundo de descarbonização já foram testadas. Eis os valores e a destinação dada pelo Estado:

• R$ 250 milhões – investimento em empresas de inovação que operem no Espírito Santo;

• R$ 250 milhões – investimento em debêntures de empresas que seguem as práticas ESG.

Em todos os casos, a meta é capitalizar a empresa, ter ganho de escala e depois vender a parte do Estado com lucro.

Meta de descarbonização

O Espírito Santo é o primeiro Estado brasileiro a estruturar um fundo de descarbonização com recursos de royalties do petróleo ou de qualquer outra origem.

A medida está alinhada ao plano estadual de neutralidade de carbono até 2050. A meta intermediária é reduzir as emissões em 27% até 2030. Para isso, o governo estima a necessidade de R$ 5 bilhões em investimentos.

“Esta [iniciativa do fundo] não é a única fonte de financiamento, mas é um instrumento importante. Hoje, o Brasil discute como financiar a transição energética, e o Espírito Santo está colocando um instrumento de pé“, afirmou o governador.

Casagrande também pretende apresentar o fundo a potenciais investidores nos Estados Unidos, durante a chamada “Brazilian Week”, em meados de maio, quando empresários e políticos brasileiros fazem um roadshow em Nova York para atrair investidores.

Ele também espera que o fundo esteja operando até agosto, a tempo da COP30, marcada para novembro em Belém (PA).

Disciplina fiscal e recado a Lula

Segundo Casagrande, o fundo só é viável graças à situação fiscal equilibrada do Espírito Santo. Ele defende que o governo federal siga o mesmo caminho. “O Brasil tem que achar o seu equilíbrio fiscal, não tem outro caminho. Não teremos um caminho de segurança se não encontrarmos o equilíbrio.”

Questionado se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estão no rumo certo, Casagrande disse que sim, mas com ressalvas: “O governo está tentando. Está no caminho certo. Mas tem que dar mais velocidade a isso e mostrar mais unidade para gerar confiança a sociedade brasileira“.

Sugestão para a margem equatorial

Casagrande sugeriu que o governo federal adote modelo semelhante ao capixaba ao tratar da exploração de petróleo na margem equatorial. “Se o Brasil tomar a decisão de que o dinheiro que vai para os municípios, os Estados e a União será usado para financiar a transição energética e proteger a floresta, estará usando a alavanca do adversário, que é o combustível fóssil, para energizar uma prática sustentável.”

O edital de seleção da gestora do fundo será publicado no dia 29 de abril. A expectativa é que a operação comece no segundo semestre. O Bandes (Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo) coordena a implantação do instrumento.

Do g1

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou “melhora nos exames laboratoriais”, segundo o boletim médico divulgado nesta sexta-feira (18). Ele segue na unidade de terapia intensiva (UTI) em um hospital particular de Brasília – sem receber visitas e sem previsão de alta.

Este é o quinto dia de internação do ex-presidente após a cirurgia de 12 horas realizada no último domingo (13), em Brasília.

O procedimento cirúrgico foi para tratar uma “suboclusão intestinal” – uma obstrução parcial do intestino causada por aderências formadas após múltiplas cirurgias anteriores, em decorrência da facada que levou em 2018.

Leia a íntegra do boletim:

Caminhadas pelo hospital

Em vídeos publicados ao longo da semana, Bolsonaro apareceu caminhando com a ajuda de um andador e foi acompanhado pela equipe médica. Em um dos registros, o ex-presidente está acompanhado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

A equipe médica afirmou, na ocasião, que Bolsonaro mantinha estabilidade clínica, sem dor, sangramentos ou outras intercorrências. E que o ex-presidente passaria por fisioterapia motora e respiratória.

A recomendação médica é que estão autorizados a visitá-lo, além da equipe médica, apenas familiares.

Procedimento complexo

Segundo o cardiologista da equipe, Leandro Echenique, esta cirurgia – a sétima desde o atentado – está entre “as mais complexas” feitas no ex-presidente. A longa duração do procedimento, inclusive, já era esperada.

Durante a cirurgia, os médicos identificaram que a obstrução intestinal era causada por uma dobra no intestino delgado, que dificultava o trânsito intestinal. O problema foi corrigido com a liberação das aderências.