“O Brasil não é problema para os Estados Unidos”, diz o vice-presidente Geraldo Alckmin

Por Hylda Cavalcanti

Especial para a Folha de Pernambuco

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, foi o convidado de estreia do podcast “Direto de Brasília”, do Blog do Magno, em parceria com a Folha de Pernambuco. Durante a entrevista, ele afirmou que o Brasil pretende negociar o tarifaço imposto pelos Estados Unidos com diálogo, destacando que uma guerra tarifária não interessa a nenhum país.

Alckmin também defendeu que a candidatura de Lula à reeleição em 2026 é “natural” e comentou a queda na popularidade do governo, atribuindo o momento à crise climática e à alta no preço dos alimentos. Ao longo da conversa, o vice falou ainda sobre acordos internacionais, política fiscal, relembrou a convivência com Marco Maciel e Mário Covas e revelou sua paixão pelo sítio em Pindamonhangaba, onde costuma relaxar.

Confira:

Magno Martins: Estamos aqui no dia seguinte à taxação do Donald Trump. Sabemos que o presidente Lula chamou o senhor de imediato ontem para uma reunião no Palácio de Planalto para tratar do assunto. Que medidas vocês tomaram para garantir que os efeitos sejam menos perversos?

Geraldo Alckmin: Nós entendemos que o comércio exterior é importantíssimo. Ele gera empregos, estimula a inovação, traz competitividade e ganha sociedade. Precisa ter regras, por isso a OMC [Organização Mundial do Comércio]. Então entendemos que a decisão unilateral dos Estados Unidos não é boa para o comércio, porque cria imprevisibilidade, insegurança e isso diminui o investimento. Mesmo o Brasil tendo ficado com a menor tarifa em comparação com outros países, mesmo sabendo que para outros países a medida foi muito pior, para nós também foi ruim. O caminho que vemos é o do diálogo, da negociação e é isso que vamos fazer.

MM: O presidente Lula disse que vai fazer o possível para preservar as empresas. O que é que vocês estão pensando neste sentido?

GA: Foi votado pelo Senado e pela Câmara um Projeto de Lei que vai ser sancionado, que estabeleceu um arcabouço jurídico para o Brasil poder responder [a essas medidas]. É uma boa legislação, necessária e importante, mas nós não pretendemos usá-la agora. Mesmo o Brasil ficando com a menor tarifa (de 10%), ela é ruim. Ninguém ganha numa guerra tarifária, ninguém. Vamos ficar atentos a desvios de mercado, de comércio. Porque se você tem um bloqueio em determinado lugar, isso pode desaguar no Brasil, prejudicando a indústria e o comércio local.  Vamos ficar atentos com os critérios para qualquer alteração do comércio exterior. Por outro lado, eu acho que isso vai acelerar o acordo Mercosul-União Europeia.

MM: O Brasil vai buscar outros parceiros?

GA: O acordo Mercosul-União Europeia é o maior acordo do mundo hoje. Envolve 720 milhões de pessoas, 22 trilhões de dólares. Os cinco países do Mercosul, com a entrada da Bolívia e 27 dos países mais ricos do mundo na União Europeia. É um ganha-ganha, é assim que vejo o comércio exterior.

MM: Como o senhor avalia o argumento do presidente Donald Trump para adotar esse tarifaço? Ele disse que fez isso para preservar empregos, que vai valorizar a indústria americana.

GA: Os Estados Unidos têm um enorme déficit comercial. É um país que exporta, mas importa muito mais, então isso gera um grande déficit na balança comercial americana. Só que eles não têm isso com o Brasil. Com o Brasil eles têm superávit comercial em serviços de 18 bilhões de dólares, e em bens, de 7 bilhões de dólares. Só no ano passado o superávit foi de 25 bilhões de dólares no total. Então o Brasil não é problema para os Estados Unidos. É um mercado importante para nós, porque embora não seja o maior parceiro, hoje nosso maior parceiro comercial é a China, é um parceiro para quem nós vendemos maior volume de produtos de valor agregado: avião, motores, autopeças, máquinas, retroescavadeiras. Então tenho marcadas já para a próxima semana, reuniões entre as equipes técnicas, para a gente trabalhar.

MM: Se o Brasil não é problema para os Estados Unidos, porque Trump incluiu o Brasil?

GA: Ele incluiu praticamente todo mundo. 

MM: Mas havia uma expectativa de o Brasil não ser incluído…

GA:  É. Ele incluiu na tarifa menor. Para outros países, o percentual foi de 25%, e para os países asiáticos, de 50%. Embora tenhamos ficado com a menor tarifa, não é bom nem para nós nem para os Estados Unidos, porque quem quiser adquirir produtos vai acabar comprando mais caro.

MM: Eu fiquei com a impressão de que o Trump tomou essa medida em relação ao Brasil em retaliação à campanha passada, uma vez que o presidente Lula ficou do outro lado, no apoio ao adversário dele…

GA: Acho que não. Na realidade, o que acontece é que ele [Trump] está tentando atrair de volta empresas para os Estados Unidos, só que isso é uma coisa de meio século atrás, quando você tinha uma política de substituir importação. Então eu vou substituir importação para produzir aqui, faço um protecionismo. Só que agora o mundo é outro. Estamos em outro momento. Mas temos de respeitar a decisão de outros países e proteger e defender o comércio brasileiro, buscar mercado. Agora mesmo, o presidente Lula esteve no Japão e no Vietnã numa viagem muito bem-sucedida, já vem para cá uma missão que vai avaliar a questão da carne, para que possamos exportar carne para o Japão. Também estamos discutindo a questão do etanol, de venda de aviões. O negócio é abrir o mercado. 

MM: Qual a forma mais simples para isso?

GA: O Brasil é favorável ao comércio exterior. O Mercosul já fez no ano passado acordo com Cingapura, podemos fazer com a União Europeia, enfim, agora é abrir mercado, colocar o produto brasileiro lá fora, ter complementaridade econômica. Veja o caso do aço, nós somos o terceiro maior comprador do carvão siderúrgico dos Estados Unidos. Aí fazemos aqui o semielaborado, exportamos para os Estados Unidos e eles fazem o elaborado do aço. Há uma complementaridade na cadeia. O que nós devemos fazer é ver outras oportunidades de investimentos recíprocos e complementaridade econômica. É nisso que nós acreditamos e pelo qual vamos trabalhar.

MM: Fernando Henrique Cardoso disse uma vez que Marco Maciel era o vice dos sonhos de todo presidente. A cartilha de Maciel é muito parecida com a do senhor, de discrição e elegância. Quando exerce a presidência da República interinamente a gente quase não vê notícias a seu respeito, exatamente como agia Marco Maciel. O senhor chegou a conviver com ele?

GA: Eu tinha um grande carinho pelo Marco Maciel. Era meu companheiro de missa. Quando ele ia para São Paulo a gente se encontrava muito nas missas por lá. E o Marco Maciel tinha um espírito público e uma capacidade de trabalho impressionante. Sem falar que era muito bem-humorado

MM: Apagador de incêndios, não é? O ex-presidente Fernando Henrique dizia que ele era o bombeiro do Governo.

GA: Isso mesmo. E muito ponderado, além de excelente contador de histórias. Tenho duas para contar (rindo). Uma vez ele me relatou que estava numa reunião no interior de Pernambuco com vereadores e prefeitos. E ia falando com um por um, numa roda. Aí chegou num deles e perguntou “e você? ”. O rapaz respondeu “não, não, eu tô só expectorante” (risos). Marco também contou que um amigo dele plantou muito e ficou apavorado de não chover. Aí consultou vários outros órgãos técnicos e de pesquisa e todos disseram “não chove”. Desesperado, ele foi para a fazenda e chamou o Zé Dito, que estava lá há 30 anos. Zé Dito olhou para o céu, olhou de novo, e afirmou confiante: “vai chover, doutor, vai chover”. E ele, “mas como é que você tem tanta certeza? ”. Zé Dito respondeu: “é que se não chover, doutor, nós tá frito”. 

MM: Com relação a essa iniciativa ter partido do Senado, o Congresso saiu antes do Governo. Não deveria ter sido o contrário, de o Governo ser o primeiro a tomar essas medidas?

GA: Não, porque já existia a proposta no Senado. Essa proposta começou a ser estudada quando a União Europeia começou a estabelecer restrições ao Agro em relação a fatores ambientais, com medida protecionista. Iniciou-se um trabalho no Senado para a questão ambiental, para evitar punições por parte da UE ao agro brasileiro nessa questão ambiental.  E como já havia esse projeto andando, ele foi aperfeiçoado, com a colaboração do Governo, e foi feita uma boa legislação aprovada pelo Senado e aprovada em 24 horas pela Câmara dos Deputados.

Betânia Santana/ Folha de Pernambuco – Como o Brasil vai se comportar daqui por diante na sua relação com o presidente dos Estados Unidos Donald Trump?

GA: Nossa relação com os Estados Unidos completa agora em 2025, 200 anos. Então nós temos dois séculos de amizade e parcerias. Temos 4 mil empresas americanas no Brasil prosperando, crescendo, empregando pessoas, gerando renda, tendo lucratividade. Então é uma parceria muito importante. Nós queremos aperfeiçoar isso e até ampliar essas possibilidades. Claro que os EUA têm um problema de déficit na balança comercial que nós reconhecemos. O Brasil tem superávit na sua balança comercial com o mundo: nós exportamos mais do que importamos.  Agora, com os EUA, eles é que têm superávit conosco. E dos dez produtos que nós mais exportamos deles, em oito, a alíquota de importação é zero. Então o Brasil não é problema para os EUA. Por isso fomos incluídos na tarifa menor, mas não achamos justo isso e vamos trabalhar para melhorar a situação.

MM: No Nordeste há uma grande preocupação por parte do setor de etanol. Como fica a situação?

GA: Quanto ao etanol, primeiro, nós somos os maiores produtores do mundo de etanol e açúcar. E o nosso etanol tem menor pegada de carbono, porque nós utilizamos energia renovável, eólica, solar e muita biomassa. Os EUA, que cobravam 2,5% na alíquota de importação, passou para 12,5%. Agora, se formos pegar o açúcar que nós exportamos para os EUA é 90% a alíquota de importação. Então temos de olhar o conjunto, porque quando olhamos o conjunto a nossa tarifa média de entrada de produtos dos EUA no Brasil é 2,73%. É baixa. O Brasil não é problema. Mas nessa questão do etanol, temos de analisar sempre etanol e açúcar. Não é uma coisa separada uma da outra. 

MM: Continua a tendência de crescimento do país no setor, então?

GA: O Brasil é um exemplo para o mundo de energia limpa. Quem tem 27,5% de etanol na gasolina? Além de nós, ninguém tem no mundo. Nós limpamos a gasolina, o combustível fóssil. Hoje, 90% da nossa frota é de motor flex. Em São Paulo, por exemplo, todo mundo põe álcool. Então somos um exemplo de desfossilização, de ajuda ao meio ambiente nesse aspecto. E podemos, com os EUA e a Índia, ter condições de mudar a querosene de aviões, que é muito poluente, pelo Combustível Sustentável de Aviação (SAF) gradualmente. Quem pode produzir ou o óleo vegetal ou o etanol para termos o SAF são esses três países. Então temos de trabalhar muito.

MM: O senhor e o ministro Fernando Haddad têm comandado a economia do Brasil. O que vocês dois têm alinhado juntos? A gente percebe que há muita coisa na economia que está dando certo, mas que não tem repercutido na popularidade do presidente Lula e nem no Governo. Por que isso está acontecendo?

GA: Primeiro, em relação ao Fernando Haddad, eu era governador de São Paulo e ele prefeito da capital paulista, e nós apesar de adversários, de disputarmos as eleições, sempre trabalhamos juntos e tivemos um bom relacionamento. Temos um fato bom e muito importante que vai ajudar no comércio exterior brasileiro que é a reforma tributária. A reforma acaba com o chamado crédito tributário, então ela vai desonerar totalmente o investimento e desonerar totalmente a exportação. Há um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que mostra que em 15 anos depois da vigência total da reforma, poderão ser aumentados em 14% os investimentos no Brasil e em 17% as exportações.

MM: E quanto às pesquisas de popularidade que não repercutem essas iniciativas?

GA: Quanto às pesquisas, nós estamos no meio do mandato. E tivemos no final do ano passado e começo deste ano dois fatos que impactam a inflação, especialmente a de alimentos. Primeiro o clima, que leva à queda da safra e aumenta o preço dos produtos. Em segundo lugar, o dólar, que impacta o preço de produção. Duas boas notícias são que este ano a expectativa do clima é muito boa e prevemos uma safra recorde, o que reduzirá o preço dos alimentos. A outra é que o dólar está caindo, o que também ajuda a reduzir a inflação e o preço da cesta de alimentos. E em terceiro lugar, nós zeramos o imposto de importação de dez produtos, a pedido do presidente Lula. Tanto que as pessoas já poderão perceber que em muitos produtos, o preço no supermercado já está caindo

MM: Em relação à questão do Pix, que contribuiu muito para a queda de popularidade do Governo, aquilo não foi um atropelo?

GA: Sim, inclusive foi uma coisa injusta, porque a medida que a Receita Federal estava tomando não era para aumentar imposto e nem criar tributo nenhum. Eram apenas instrumentos para acompanhamento e fiscalização que já existem, tanto é que acabou sendo anulado o ato. Mas você tem hoje um fato que é a rapidez da comunicação. Por isso precisamos ficar sempre atentos à questão da comunicação, prestar contas constantemente, ter absoluta transparência e dizer sempre a verdade para a população. Mário Covas costumava dizer “o povo não erra”.

Tiago Gomes/ Gazeta News: O partido do senhor tem nos seus quadros figuras importantes que possuem projeção nacional, como o prefeito do Recife João Campos. Como o PSB vai se encaixar nas eleições de 2026?

GA: Em relação a João Campos, fui governador no mesmo período do pai dele, Eduardo Campos, que era uma figura cativante, bom gestor e bom governador. E João Campos herdou do pai e também da mãe, Renata, essa vocação para a vida pública. Eu sempre estimulei os jovens para participarem desde cedo da política. Então quando vemos um jovem, engenheiro, que se elegeu deputado federal extremamente jovem, se elege prefeito da capital e faz um mandato reconhecido, sabemos que ele tem uma avenida pela frente, está fazendo um bom trabalho. Por isso, é um nome natural para alçar cargos maiores. Quem é prefeito de capital já é candidato a governador naturalmente. Quem foi reeleito, está em segundo mandato, mais ainda. E quem foi reeleito com quase 80% dos votos, mais ainda. Mas tudo tem seu tempo. Isso é mais na frente.

MM: O senhor tem projeto de voltar a ser governador de São Paulo?

GA: Eu fui governador quatro vezes, tentei duas vezes ser presidente da República. Esse nosso país é apaixonante, é o quinto maior país do mundo em expansão territorial, com reservas naturais diversas, agricultura e indústria muito competitivas, está entre as dez maiores economias do mundo. Eu conheço bem o Brasil. Estou muito feliz trabalhando ao lado do presidente Lula, colaborando no que posso e à frente do Ministério da Indústria e Comércio. Quem no ano passado empurrou o PIB [Produto Interno Bruto] para 3,4% foi a indústria da transformação, que cresceu 3,8%, e está fazendo a diferença, inclusive em Pernambuco. 

Filipe Clisman/A Notícia do Ceará: No nosso estado o PSB se tornou principal partido das bases desse arco de alianças que governa o Ceará e isso é visto como um fator muito positivo, já que existe essa parceria entre o PSB e o PT. Queria saber se essa parceria pode ser vista nacionalmente em 2026. O senhor integrará a chapa com Lula outra vez, como candidato a vice-governador no ano que vem?

GA: Quero destacar muito a liderança do ex-governador e senador Cid Gomes no Ceará e sei que o PSB cresceu bastante no estado. Sobre o quadro nacional, é natural a candidatura do presidente Lula. Ele é o único brasileiro que é presidente pela terceira vez, então o candidato natural é o presidente Lula, que tem experiência, tem liderança. Se você for olhar nas pesquisas, mesmo nas que aparecem citadas aqui, ele continua como favorito. Agora nós devemos ver isso com humildade. O Governo pode melhorar muito com experiência, com novas medidas, com o controle da inflação. Mas o Governo trabalhou e trabalhou rápido. A inflação é importantíssima, não é algo socialmente neutro, então é importantíssimo que seja controlada e evitada. E acredito que todas as medidas para isso estão sendo tomadas.

MM: No Congresso há muitas reclamações de que Lula, ao contrário dos governos anteriores, não está fazendo política. Tem passado o final de semana com a família. Antes se dizia que a comunicação não estava bem, mas mudou o ministro da Secom e o Governo não está sendo bem avaliado. A que o senhor atribui isso?

GA: Você se referiu ao Congresso. Nós temos um vácuo que com o tempo vai ser corrigido, poderia ser mais rapidamente corrigido com a reforma política, que é o excesso de partidos políticos. Então essa fragmentação partidária muito grande, quase 30 partidos, dificulta a governabilidade. De Gaulle (ex-presidente francês Charles de Gaulle) dizia: “A França é difícil de ser governada porque tem muitos tipos de queijo e muitos partidos políticos”. Com a cláusula de barreira, de desempenho, isso vai reduzir. Na próxima eleição vamos ter menos partidos, na outra teremos menos ainda. Não é nem partido, temos cinco federações partidárias, porque temos partidos que são simplesmente cartórios. Mas o presidente aprovou tudo no Congresso. Reforma tributária, num período democrático, não é fácil de ser aprovada. Então o Governo tem tido sim, diálogo. Esse é o caminho, fazer o diálogo. O presidente viajou ao Japão, levou os presidentes da Câmara e do Senado e os ex-presidentes das duas Casas. Então ele tem feito uma aproximação. Mas é natural que aconteçam períodos de divergências em determinados pontos, ninguém precisa pensar igualzinho. O que também é bom, porque a divergência é positiva. 

MM: As pessoas costumam dizer que governo bom é aquele em que a economia roda, o dinheiro circula no bolso do povo. Será que nesse Governo não está faltando isso? Não se está fazendo a economia girar?

GA: A economia cresceu. Em 2023 cresceu 3,2%. Hoje, quando se cresce 3% isso equivale a 4% no passado. O mundo não vive o seu melhor momento, tivemos duas guerras. No ano passado crescemos 3,4% e tivemos o menor desemprego da série histórica nas últimas duas décadas. E melhorou a massa salarial. Por que se vendeu mais geladeira, fogão, máquina de lavar? Porque as pessoas estão ganhando mais e comprando mais. Agora a inflação e o clima atrapalharam no fim do ano. O Governo agiu rápido com as medidas adotadas e estamos esperando que o clima ajude também

MM: O senhor falou na reeleição de Lula, que ele é candidato natural à reeleição. E Geraldo Alckmin segue na vice?

GA: Para a vice, você é convidado. Eu fui convidado na eleição anterior, fiquei muito honrado, trabalhamos juntos e fizemos a diferença. Quer dizer, em São Paulo a redução da diferença de 2018 para 2022 foi fundamental para a eleição. E o mais importante: salvamos a democracia. Isso é um fato. A democracia brasileira estava em risco. Eu iniciei minha modesta vida pública como vereador em Pindamonhangaba, ainda estudante de medicina, o vereador não ganhava um centavo. Era uma honra você trabalhar pela sua cidade. Depois fui prefeito seis anos da minha cidade com um objetivo, que era ajudar na redemocratização do Brasil. Tínhamos dois partidos, Arena e MDB e eu fui sempre MDB, até ser um dos fundadores do PSDB. A democracia é o povo que decide, ele é o protagonista. As ditaduras suprimem a liberdade em nome do pão. Não dão o pão que prometeram e nem a liberdade que tomaram. Então nós vamos fortalecer a democracia.

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Conhecido como o ‘Rei do Forró’, artista com mais de 40 anos de carreira, Alcymar Monteiro é o convidado do programa Sextou de hoje. Em um bate papo inédito, o cantor e compositor cearense traz detalhes do seu novo projeto, que conta com canções emocionantes, como a canção ‘O tempo é quem faz todos iguais’. Uma música que fala sobre amor e perdão.

Já na pegada do São João, Alcymar lançou, juntamente com o músico Chambinho do Acordeão, a música ‘O São João de Outrora’, relembrando as festas juninas de antigamente. Ainda passeando pelo forró raiz, uma belíssima canção com o também cantor e compositor Flávio José, a ‘Mundança’.

O Sextou vai ao ar hoje, das 18 às 19 horas, pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Se você deseja ouvir o Sextou pela internet, clique no link do Frente a Frente no alto da página deste blog ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou mal, hoje, e foi levado para um hospital de Santa Cruz, na Região Trairi. A informação foi confirmada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL), que afirmou que o pai deverá ser levado para um hospital em Natal, capital do Rio Grande do Norte.

Bolsonaro foi atendido em um hospital de Santa Cruz, na região Agreste potiguar, e será transferido no helicóptero da Secretaria de Segurança Pública do RN para o Hospital Rio Grande, Natal, segundo confirmou a Polícia Militar. “Não estou com ele, mas passou mal sim, com dores na barriga. Está sendo medicado e vai ser levado pra um hospital em Natal”, disse.

Bolsonaro está acompanhado do senador Rogério Marinho. O parlamentar estava acompanhando o ex-presidente em uma viagem dele ao Rio Grande do Norte. Na rede social X (antigo Twitter), Rogério Marinho publicou um vídeo em que mostra Bolsonaro em uma parada com apoiadores na cidade de Bom Jesus. As informações são do blog da Andréia Sadi.

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Mesmo após mudar de partido e nomear mais de 50 aliados políticos em cargos comissionados no Governo de Pernambuco, a governadora Raquel Lyra (PSD) não vem conseguindo reverter o cenário desfavorável à sua reeleição. Pesquisa Real Time Big Data, divulgada ontem, mostra que a aprovação da gestora caiu em relação a levantamento feito pelo mesmo instituto em janeiro, enquanto a do prefeito do Recife, João Campos (PSB), seu virtual adversário em 2026, segue em alta.

Atualmente, Raquel tem desaprovação de 49%, índice maior que a aprovação de 46%. Não sabem ou não responderam, 5%. Em janeiro, essas duas avaliações estavam empatadas em 49%, e o índice dos que não souberam ou não responderam era de 2%. Significa que, no início do terceiro ano de seu governo, a ex-tucana vem perdendo a aderência do eleitorado. Já João Campos aparece com 77% de aprovação na Prefeitura do Recife em abril, no quarto mês de sua segunda gestão. Esse critério não foi avaliado na pesquisa de janeiro, mas é similar aos votos válidos obtidos pelo prefeito reeleito em 2024.

A manutenção do cenário desfavorável a Raquel quatro meses após o levantamento anterior mostra que não surtiram efeito movimentações recentes da governadora, que desde janeiro vem nomeando ex-prefeitos e ex-vereadores para reforçar suas articulações políticas e, em 10 de março, trocou o PSDB pelo PSD. Na corrida ao Governo de Pernambuco, ela aparece com 22% das intenções de voto. João Campos, por outro lado, seria eleito em primeiro turno, com 67% da preferência do eleitorado. Gilson Machado Filho (PL) pontuou 5%. Nulos e brancos somaram 2%, e não souberam ou não responderam, 4%.

O levantamento ouviu 1.500 pessoas entre os dias 8 e 9 de abril. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A margem de confiança da pesquisa chega a 95%.

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Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco

Jair Bolsonaro entrou em campo para articular o PL da Anistia aos envolvidos dos atos do 8 de janeiro. Na última quarta-feira (9) ele conversou longamente com o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, sobre o tema, com confirmou em entrevista exclusiva ao podcast “Direto de Brasília”, do Blog do Magno, em parceria com a Folha de Pernambuco. Para emplacar a urgência da matéria são necessários 257. Nas contas do ex-presidente, o bloco que o apoia na Casa já supera os 230 apoiamentos.

“Ele [Hugo Motta] tem um carinho especial por mim e eu por ele”, disse. “Desde quando em campanha, ele falou que, a maioria dos líderes, querendo priorizar uma pauta, iria atender […] isso está acontecendo”, disse.  A aprovação da matéria beneficia o ex-presidente que é acusado criminalmente por tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano ao patrimônio da União e deterioração de bens públicos.

Enquanto tenta afastar o risco de prisão, que ele afirma ser um perigo a sua vida, Bolsonaro olha para 2026. Ao podcast “Direto de Brasília” repetiu mais de uma vez que é candidato, acompanha a construção de chapas majoritárias nos estados e quer ter o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, como aliado de palanque.

– O senhor adotou a tática de que a melhor defesa é o ataque em relação a sua salvação [política]?

Eu tenho falado mais com a imprensa, algumas ditas de esquerda e eles me atacam da maneira como bem entender e eu parto para a defesa e eles para o ataque. Afinal nada devo. O que fazem comigo ao longo de anos não é diferente de agora. Os caras querem minha condenação há muito tempo. Não acham nada e não vai ser num plano mirabolante desse de golpe que vão me punir, a não ser na base da arbitrariedade. Até porque não têm prova de nada porque não houve nada.

– O senhor está se sentindo crucificado?

Não é de hoje. Eu comecei a apanhar muito da imprensa em 2010 quando descobri um decreto do Lula que tinha a ver com Direitos Humanos chamado PNH3, onde tinha 180 itens que destruíam a família brasileira. Entre eles a desconstrução da normatividade e outras coisas. Ali comecei a apanhar e comecei a ser rotulado de homofóbico. Eu não sou homofóbico. Eu não quero que crianças de 6 ou 8 anos de idade aprendam certas coisas na escola. Quem tem seu costume que vá ser feliz e quem acredita em Deus tenha seu comportamento que acha que tem que ter aqui na terra. Fui muito atacado também, chamado de misógino. Quando fui ser candidato a presidente da República outras coisas apareceram, fui chamado de racista, que não gosto de nordestino. Tem que ter muito cuidado com as piadas hoje em dia porque tudo gira em processo. Está chato viver no Brasil. Você não pode contar uma piada mais.

– O senhor passou por esse processo agora no Supremo, por unanimidade virou réu. O senhor tem alguma expectativa de virar este jogo? Tem alguma prova contra o senhor?

Se eu devesse alguma coisa não estaria aqui. No final de 2022 eu fui para os Estados Unidos, podia ter me radicado lá, mas resolvi três meses depois voltar para cá. Não podem me acusar de golpistas do nada. Então como que tudo começou? Eu sempre defendi o voto impresso, desde 2012. Em 2015 eu aprovei uma emenda a um projeto de lei criando o voto impresso junto à urna eletrônica. O relator era o deputado Rodrigo Maia que depois veio a ser presidente da Câmara. A senhora Dilma Rousseff vetou e nós derrubamos o veto. Eu fui ao TSE e eles estavam preparando já as eleições com o voto impresso em 2018 quando eu ia concorrer e foi quando o Supremo Tribunal Federal por 8 x 3 disse que era inconstitucional. Não tem cabimento. E daí eu ganhei a eleição. Realmente foi complicada minha eleição, levei uma facada, tinha um discurso voltado para a verdade, me elegi e fiz um ministério nunca visto no Brasil. Um ministério técnico sem dedo de políticos, bem como quem estava na frente de estatais e bancos. Foi isso o que nos deu musculatura para enfrentarmos a pandemia que foi algo terrível. O Supremo Tribunal Federal tirou das minhas mãos a condução da pandemia e disse que cada governador ou prefeito poderia conduzir. E eu fui o grande gestor no tocante a enviar recursos. Apesar da pandemia nenhum prefeito do Nordeste atrasou pagamento de folha porque eu repassava na época a mais os recursos. Foi quando veio a política de fique em casa. Quem tem um salário, quem é um servidor público civil ou militar, pode até ficar em casa sem problema. Agora tínhamos 38 milhões de pessoas que viviam da informalidade. Então nós criamos o auxilio emergencial de R$ 600 reais. Tanto é verdade que o povo ficando em casa vocês não viram nenhum caso de saque ao supermercado. E o Brasil gastou muito dinheiro com isso. Eram R$ 50 bilhões por mês. Ao término do programa voltou-se o Bolsa Família que era em média R$ 190 reais. Então passamos o Bolsa Família para R$ 600 com responsabilidade fiscal, ou seja, fizemos um acerto junto a Câmara, uma equipe econômica fantástica que eu tinha conduzida pelo Paulo Guedes e implementamos isso aí.

Mais ainda, com o advento da guerra Rússia e Ucrânia o preço dos combustíveis começou a explodir. Nós zeramos os impostos federais do diesel, do etanol, da gasolina, do gás de cozinha, o IPI de 4 mil produtos pelo Brasil. Muita coisa nós importávamos e acharam que eu não devia zerar. Eu zerei o imposto das placas fotovoltaicas para geração de energia solar, pneus de caminhões, jet-ski, veleiros. O pessoal reclamou, mas o jet-ski e o veleiro quem toma conta dele pelo menos dez meses por ano é uma pessoa humilde que trabalha na marina. Então com essa redução da carga tributária nós tivemos três meses de deflação.

– Se o senhor tiver que optar entre uma anistia para o senhor ou para os presos do 8 de janeiro qual seria sua escolha?

O projeto da anistia não é de hoje. Tem aproximadamente oito meses e quando foi rascunhado e apresentado alguns queriam que eu colocasse lá anistia quanto a minha inelegibilidade. Eu disse não, é só para o pessoal de 8 de janeiro. Só que agora não sei porque resolveram me colocar no 8 de janeiro. Um dos tipos penais que eu estou respondendo é por dano do patrimônio. Mas como se eu estava nos Estados Unidos? Você lê o processo todo e não tem uma citação minha por troca de ‘zap’. Por que eu estou lá? Agora a anistia está indo, estamos próximo de conseguir as assinaturas e eu estava trabalhando até agora. A anistia que estamos pedindo agora não tem nenhum crime. Não teve nenhuma pessoa ferida, nenhum tiro, nenhuma arma foi apreendida. Falar que aquilo é golpe de Estado… Vamos supor que o pessoal do 8 de janeiro continuasse dentro dos prédios. No dia seguinte quem seria o presidente da República? A irmã Hilda? Quem seria o presidente da Câmara? O pipoqueiro que foi condenado? O do Senado? O sorveteiro? Quando se planeja um golpe tem que ter um líder e não acharam. Quem colaborou com dinheiro era para comer uma carne na frente do quartel.

– Por que o senhor não mandou emissários ou foi pessoalmente avisar às pessoas que estavam na porta dos quartéis que entregaria o poder ao presidente Lula?

Em algum momento você viu eu convocar o pessoal para participar de algum movimento desde o segundo turno? Não. Foi um movimento voluntário para a região dos quarteis. Quando sai do Brasil dia 30 de dezembro os acampamentos rapidamente se acabaram. Ficou um pouco mais o de Brasília. Na quarta-feira tinha 300 pessoas, na quinta tinha 200. Quem convocou [para a Esplanada]? Quem convocou estava mal intencionado. Acabou chegando vários ônibus aqui, a Abin [Agência Brasileira de Inteligência] mandou mais de 30 mensagens para o general G. Dias, chefe do GSI, dizendo que poderíamos ter risco de movimentos violentos em Brasília e não tomaram nenhuma providência. Inclusive a facilidade com quem entraram nos prédios, o Lula tem um vídeo dele falando que quer saber quem facilitou a entrada na Presidência porque a porta não foi arrombada. Quando a gente vai atrás das imagens, que o Ministério da Justiça é responsável por filmar toda a Esplanada, são quase 200 câmeras, o Flávio Dino entregou apenas quatro câmeras. Depois chegam imagens solteiras, perdidas e você vê um ou dois caras quebrando coisas lá dentro. Então foi ao meu ver uma armadilha. O golpe deles para tentar me incriminar só não foi perfeito porque eu não estava no Brasil. Se eu estivesse no Brasil, naquele domingo à noite ou na madrugada a segunda-feira eu seria arrancado de casa e estaria preso até hoje.

– A Paraíba tem um cenário interessante. O PL mudou de comando, assumiu o seu ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga, que disputou a prefeitura de João Pessoa. Para 2026, qual seu olhar? Qual deve ser o foco do PL e da direita? Eleger governadores ou fortalecer a representação no Congresso Nacional?

Eu recebi uma incumbência do presidente do partido [Valdemar Costa Neto] de dar uma atenção especial para o Senado. Na Paraíba é o Pastor Sérgio o nosso candidato, para governo está pré-acertado Queiroga, o Welligton Roberto continua no partido, mas perdeu a executiva estadual, gosto muito dele e acredito que ele dispute a reeleição. Nós temos a esperança de fazer um senador, que seria uma grande coisa porque o Nordeste é mais voltado para a esquerda. Em Pernambuco nós temos o Gilson [Machado] como nosso pré-candidato ao Senado e estamos negociando quem seria o candidato ao governo. E assim, tentando um nome por estado. Dois é impossível, não vamos chegar. Acredito que com outros partidos aliados a nós, em nove estados, com 18 vagas, pretendemos fazer pelo menos oito aliados a centro-direita.

Tem uns polos no Nordeste de progresso e de desenvolvimento, a gente reconhece isso aí. Agora o Nordeste, porque o povo é o mais pobre das cinco regiões? A esquerda está há mais de 20 anos no Nordeste então há um fluxo migratório muito grande para o Sudeste. Por que? Você pega o melhor estado do Brasil, me desculpe, é Santa Catarina. O PT nunca passou por lá. Então os estados que têm uma economia mais pujante são estados o governo está afastado da esquerda. Não deu certo em lugar nenhum do Brasil. Não tem como dar certo isso aí.

Eu diminuí a carga tributária. O Lula com o Haddad está taxando tudo. Virá a partir do ano que vem as consequências da reforma tributária. Os impostos estão aumentando, os impostos de serviço, o imposto do pecado que foi criado

– Quer dizer que o governo de Lula é um governo perverso?

Na parte da economia, o próprio Haddad falou que não sabe nada de economia, estudou dois meses e colou para passar na prova. Dá para comparar o Haddad com o Paulo Guedes? Não dá. Nós transformamos na área governamental o Brasil no país mais digital do mundo. Nós criamos o Pix. O governo Lula quando viu que o Pix movimenta por dia em torno de R$ 50 bilhões o que devem ter pensado, se é que o petista pensa, se botar metade do que era CPMF, mais ou menos 0,2%, por ano são R$ 72 bilhões.

– A minuta encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres estava circulando há muito tempo. O senhor vê algum valor jurídico nesta minuta? Ela pode servir como prova? Até que ponto a PF deixou de investigar mais a fundo esta minuta para descobrir quem foi o autor e quem colocou no Google a minuta?

Eu tive acesso a minuta e conhecimento que rodava há algum tempo. O primeiro parágrafo falava em intervenção no Tribunal Superior Eleitoral. Os demais eram cópias de dispositivos constitucionais. Ninguém vai dar golpe usando dispositivos constitucionais. E quando se fala em estado de defesa a primeira medida para implantar um estado de defesa é convocar os conselhos da Defesa e da República e isso não foi feito. Nenhuma medida preparatória para um possível golpe houve. A Dilma [Rousseff] cogitou o estado de defesa em 2016. Então você se socorrer de um dispositivo constitucional, nenhum problema nisso. E deixaram o Anderson [Torres] preso por vários meses por conta disso. O objetivo das prisões é tirar uma delação premiada que interesse à Polícia Federal. O próprio [Mauro] Cid quando ele assinou a delação premiada no dia seguinte foi posto em liberdade.

Tem jurisprudência no Supremo, palavra do próprio ministro Gilmar Mendes, que é imoral qualquer delação premiada conseguida de pessoas que estão cumprindo prisão. Então não tem razão nenhuma de se acusar ninguém com essa minuta. 

Os caras foram para cima de umas 40 pessoas do meu lado e vasculharam a vida deles e qualquer historinha que estão achando passa a ser verdade para eles.

– Eu li esta semana uma entrevista do Alexandre de Moraes a uma revista americana e ele diz que o senhor não escapa da ilegibilidade, não recupera seus direitos políticos. Mas em relação ao crime de tentativa de golpe, ele disse que o senhor poderia escapar, mas só recupera seus direitos em 2030?

Ele é vítima deste processo, ele é relator, ele é investigador, ele toma depoimento de delator, ele é tudo. E continua sendo um suspeito. Eu vi essa entrevista. Ora, estão condenando pobres coitados a 17 anos de cadeia. Quinta passada foram condenados um sorveteiro e um pipoqueiro por golpe de estado armado. Lembra do ‘porcorn’ que eu falei em São Paulo? Eu falei que no Brasil pipoqueiro e sorveteiro estão sendo condenados por golpe de estado armado. É um absurdo isso. Não tem cabimento. Esse processo meu sobre golpe não deveria existir.  Como me vinculam ao 8 de janeiro se eu nem estava aqui? 

– Isso tudo não é no sentido de levar o senhor à prisão? Eles querem prender o senhor?

Na verdade, eles querem me matar. Querem um fim em mim. Lógico, coloca na cadeia é fácil eliminar um cara sem deixar provas de nada. Eu sou um paralelepípedo no sapato deles. Eu não fui para o outro lado.

– O senhor teme ser preso?

Ninguém quer ser preso, mas isso pode acontecer. Qual a acusação? Não interessa.

– No que diz respeito as eleições para governador aqui em Pernambuco em 2026 o senhor considera mais viável o PL lançar candidatura própria ou compor com outro partido? E no caso de compor com outro partido a governadora Raquel Lyra seria um bom nome?

Eu converso com o Gilson [Machado] e temos muito mais interesse no Senado. Eu acho que não temos nome para ganhar o governo do estado lá. Não é entregar os pontos, mas se puder compor com um partido de centro será bem-vindo e não vamos lançar a outra vaga para o Senado, vamos deixar para compor também. Essa negociação eu deixo mais a cargo da liderança local.

– O senhor acha que em Pernambuco, um estado radicalizado daquele, os seus eleitores ficaram com Raquel?

Acho que sim. Não tinha alternativa, ela é um pouco mais a direita, então vai compondo. Eu digo que na política tem que jogar com paciência e estratégia. Se a gente puder dar um grande avanço para o Senado, você imagina que a direita faça 40 nomes com mais os que têm lá dentro. A gente toma conta do Brasil. 

– Atualmente o senhor está inelegível até 2030. Por conta disso já tem sido ventilado algum ou alguns nomes para se colocar ao público mais conservador em 2026 e se o senhor pensa em alguma liderança do Nordeste?

Eu vou estar agora no Rio Grande do Norte, ficar integralmente com o senador Rogério Marinho andando integralmente pelo Nordeste. Uma viagem de mais de 700 quilômetros andando pelos municípios. Nós costumamos fazer vídeos desses eventos e jogar nas redes. O tratamento que me dão no Nordeste é excepcional. A questão de política, eu tenho namorado no Nordeste um candidato do Nordeste para ser meu vice. É um senador. Agora você fala que eu estou inelegível. Inelegível por quê? Qual foi meu crime? Reunir com embaixadores? A Dilma foi cassada, fizeram um acordo no Congresso e ela continua elegível, tanto é que ela disputou. A mesma coisa o Lula, tiraram ele da cadeia e anularam as condenações dele. Qual o meu crime? Reunir com embaixadores? Não é uma perseguição? É o ativismo judicial para tirar um politico da cena eleitoral como tiraram a Marine Le Pen, como queriam tirar o Trump. Estão fazendo a mesma coisa comigo. Então continuo candidato até os 48 do segundo tempo. Eu sou candidato para presidente da República. Não tem plano B. O plano B sou eu mesmo e isso está acertado com o partido. E vamos jogar o jogo.

– O prefeito de Maceió, JHC, é do PL e assinou a ficha de filiação ao lado de Bolsonaro. Neste momento é cotado para ser candidato ao governador, mas deve migrar do PL para um partido da base aliada de Lula. O que o senhor acha dessa estratégia e quais serão os candidatos majoritários em Alagoas?

Alagoas é um estado complicado para a gente. O JHC é do PL e ninguém pode negar que está sendo um bom prefeito. A gente gostaria que ele ficasse conosco, mas se ele migrar a gente vê o que faz aí. Eu gosto muito de uma pessoa aí em Alagoas. Não vou negar, foi um grande aliado meu dentro da Câmara, que é o Arthur lira. Graças ao Arthur Lira nós conseguimos via parlamento reduzir os impostos federais dos combustíveis. Graças ao Arthur Lira conseguimos negociar os precatórios e pagar o Bolsa Família de R$ 600 para o povo pobre de todo o Brasil. Então o Lira foi um grande aliado meu. Lógico que quem passa pela presidência da Câmara sofre ataques. Mas o saldo meu com o Lira é excepcional e favorável para o Lira. O Lira é um grande amigo meu, me dou bem com ele, dado em especial o que ele fez no parlamento junto ao governo federal, e eu vou ouvir o Lira sobre o que vai acontecer em Alagoas. Nós sabemos da força da família do Renan [Calheiros] que deve ir para eleição. O Lira tem falado que que deve ir para o Senado também. Gostaria que o JHC continuasse conosco, mas ele tem toda a liberdade e mais tarde teremos um retrato do que fazer neste estado no tocante às eleições.

– O senhor estava com presidente da Câmara, Hugo Motta. O que foi tratar com Hugo Motta? Foi falar sobre anistia?

O Hugo Motta tem exatamente a metade da minha idade. Ele é mais novo do que o terceiro filho meu, o Eduardo, e ele tem um carinho especial por mim e eu por ele, e de vez em quando a gente se encontra por aí e trata de vários assuntos. Desde quando em campanha, ele falou que, a maioria dos líderes, querendo priorizar uma pauta, nós vamos atender a maioria. Agora, não precisa lembrar a ele disso aí. Ele sabe muito bem que isso está acontecendo e se a gente conseguir a assinatura, nós vamos colocar em votação eu tenho certeza disso.

– Mas o [Silas] Malafaia foi duro com ele. Um aliado desses não traz mais malefícios que benefícios?

O Malafaia, ele tem o seu comportamento. Quem diria, eu quando estou com o Malafaia eu sou bombeiro. Ele fica indignado com muita coisa, agora tem que ter paciência. O Malafaia é mais objetivo, está no DNA dele. Agora ele não sabe como funciona o parlamento. Ele é um líder evangélico, psicólogo, um pouquinho só mais novo do que eu, mas não tem a vivência que tive de 28 anos parlamento, dois de vereador e quatro de presidente. Não dá para você fazer as coisas na base da pancada.

– Sergio Moro foi o algoz de Lula. Alexandre de Moraes é o seu algoz?

Eu não devo nada. Não tem crime nenhum da minha parte. Agora comigo parece que é algo pessoal do Alexandre de Moraes. Não consigo entender outra coisa.

Até o momento eu sou candidato. Não reconheço a minha ilegibilidade como um processo justo. Eu não me reuni com líderes comunitários eleitos pelo trafego no morro do alemão. Eu me reuni com embaixadores e a acusação é abuso de poder político para ganhar votos. Que votos eu ganhei? Nenhum.

Ipojuca - IPTU 2025

Os deputados estaduais Rodrigo Farias (PSB) e Renato Antunes (PL) deram entrada com um Projeto de Lei que busca garantir o intercâmbio dos 700 alunos da rede estadual que deveriam ter embarcado pelo Programa Ganhe o Mundo em março, mas não viajaram, apesar de terem sido selecionados no edital de 2023. O projeto foi publicado na edição de hoje do Diário Oficial do Estado.

A proposta cria uma excepcionalidade no âmbito do programa, permitindo que estudantes selecionados no edital de 2023, “cujas viagens tenham sido adiadas por razões administrativas ou logísticas”, possam realizar o intercâmbio apenas em 2026. A medida visa salvar o sonho de centenas de jovens, especialmente os cerca de 243 estudantes que completam 18 anos no segundo semestre de 2025 e, pelas regras atuais, correm o risco de não poderem mais participar do programa. Sem uma alternativa, o atraso comprometeria não só o direito ao intercâmbio, mas também a preparação desses estudantes para o SSA e o Enem.

“O Ganhe o Mundo é um programa que transforma a vida de jovens e suas famílias. Esse projeto de lei traz uma nova esperança para os 700 alunos que aguardam ir para o Canadá e Estados Unidos e, principalmente, para os 243 que, por causa do atraso, já tinham perdido a esperança, pois completam 18 anos no segundo semestre”, afirmou Rodrigo Farias. O deputado ressaltou ainda que a excepcionalidade já foi utilizada durante a pandemia, quando alunos de 2019 só conseguiram viajar em 2022 – inclusive aqueles que já tinham concluído o ensino médio, que participaram da imersão em língua estrangeira.

Os deputados estão tentando que o Projeto de Lei tenha caráter de urgência para poder ser analisado pelas comissões da Alepe na próxima terça (15) e quarta-feira (16), seguindo para votação em plenário ainda na quarta. A proposta, além de corrigir um erro da gestão estadual, que ainda não deu previsão de embarque aos alunos, busca preservar o compromisso do Estado com a educação e o futuro de seus estudantes.

Caruaru - São João na Roça

No último dia 03 de abril, o juiz de Direito da Comarca de Sertânia, Gustavo Silva Hora, apresentou a sentença de pronúncia em relação a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Pernambuco contra Nelson Aleixo de Araújo, acusado de esfaquear, no dia 29 de agosto de 2024, o então prefeito de Sertânia, Ângelo Ferreira.

De acordo com a decisão judicial, Nelson Aleixo vai à júri popular, ainda sem data definida. Na mesma sentença, o juiz acatou a denúncia do Ministério Público e pronunciou o acusado pela prática do crime previsto no art. 121, §2º, incisos I e IV, c/c o art. 14, II, ou seja, tentativa de homicídio, por motivo torpe, à traição, de emboscada, tornando impossível a defesa do ofendido.

De acordo com a pronúncia, os elementos de prova colhidos nos autos apresentam indícios suficientes de autoria em relação ao acusado que, inclusive, confessou ter desferido o golpe de faca contra a vítima.

Nelson Aleixo, está aguardando a tramitação do processo em prisão domiciliar em razão de apresentar problemas de saúde cujo tratamento não é realizado de forma regular no âmbito do sistema prisional do Estado. Por este motivo, o judiciário converteu a prisão preventiva do acusado em prisão domiciliar, mediante o cumprimento das seguintes medidas cautelares cumulativas: comparecer a todos os atos do processo, sempre que intimado; não mudar de residência sem prévia autorização da justiça; enviar trimestralmente ao juízo declarações médicas da continuidade e o progresso do tratamento, declarando o estado de saúde do denunciado. Caso alguma medida seja descumprida, poderá acarretar a cumulação de outras medidas ou mesmo a decretação de prisão preventiva do denunciado.

Camaragibe Cidade do Trabalho

Um grave incidente do lado de fora do Estádio Monumental, em Santiago, resultou na morte de duas pessoas, ontem, horas antes da partida entre Colo Colo e Fortaleza, pela fase de grupos da Copa Libertadores. As informações são do portal CNN.

De acordo com as primeiras informações, a confusão começou após uma tentativa de invasão de torcedores que forçavam a entrada no estádio, localizado na comuna de Macul. Durante o tumulto, uma das cercas do perímetro de segurança desabou, deixando várias pessoas presas no local.

As circunstâncias exatas ainda estão sendo apuradas. Duas hipóteses são investigadas: a primeira aponta que uma viatura policial teria passado por cima da cerca caída, atingindo as vítimas. A segunda linha de investigação considera que os jovens foram esmagados pela multidão que avançava em meio ao colapso da estrutura.

Preliminarmente, uma das vítimas foi identificada como uma jovem de 18 anos. A identidade da segunda pessoa ainda não foi oficialmente confirmada. “Estamos realizando diversas operações policiais para apurar os responsáveis”, afirmou Francisco Mores, promotor do Departamento de Flagrantes do Leste, que lidera as investigações. Segundo ele, todas as possibilidades seguem em aberto. “Os dois feridos foram levados ao hospital; um deles morreu no local e o outro faleceu ao chegar à Clínica Bupa”, completou.

Mores também declarou que o condutor da viatura policial é tratado como suspeito, mas, até o momento, não houve prisões. “Não há motivos para isso neste momento”, explicou. Ainda de acordo com o promotor, ambas as vítimas “ficaram esmagadas”, e o Ministério Público trabalha com a possibilidade de atropelamento seguido de fuga.

A Seção de Investigação de Acidentes de Trânsito da Polícia (SIAT) está no local para realizar perícias e esclarecer o que aconteceu. Até agora, as autoridades não divulgaram detalhes sobre a atuação dos policiais envolvidos ou eventuais responsabilidades institucionais. Apesar da tragédia, a partida entre Colo Colo e Fortaleza foi mantida, sob forte clima de tensão e consternação no Estádio Monumental.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

A partir de agora, moradores de todas as cidades do interior pernambucano podem assistir a toda programação da TV Guararapes | RECORD. Isso é possível porque a emissora que mais cresce em audiência no estado ampliou o alcance do seu sinal digital. Os telespectadores das cidades do Agreste e do Sertão poderão acompanhar todos os programas exibidos pela TV Guararapes através do canal 7.

Uma equipe de reportagem da emissora acompanhou essa estreia, ontem, ao lado de indígenas da tribo Fulni-ô, na cidade de Águas Belas, distante do Recife cerca de 300 quilômetros. A novidade foi comemorada, inclusive, com direito a apresentação na reserva da tribo da cidade do Agreste.

Para assistir a toda programação da TV vice-líder de audiência em Pernambuco basta que o telespectador que ainda use a antena parabólica tradicional faça a substituição pelo receptor regional. Quem for inscrito no CadÚnico recebe o aparelho de forma gratuita. Basta procurar o Centro de Referência de Assistência Social (Cras). Foi o que fez a agricultora Maria Aparecida Bezerra. Cerca de 700 mil kits já foram instalados em todo o estado.

“Eu já assistia a toda programação da Record de São Paulo e, algumas vezes, passava as reportagens de Pernambuco. Mas agora vai ser muito melhor porque vamos poder acompanhar todas as notícias do nosso estado, de outras cidades, e hoje estamos nos vendo ao vivo aqui na televisão pela primeira vez”, comemorou Aparecida, moradora da aldeia, onde vivem cerca de seis mil indígenas em casas com antenas parabólicas.

Quem também comemorou a chegada do sinal digital ao município de Águas Belas foi o agricultor Sicks Pereira de Lima. “Foi uma coisa muito boa a chegada do sinal digital para nossa aldeia. Agora, o nosso povo vai poder se ver e ser mais visto pelo povo branco, já que estamos sempre realizando apresentações em vários lugares do estado”, destacou Sicks que fez uma apresentação especial para a TV Guararapes com o grupo Flishima-ya.

A novidade também está sendo celebrada pelo superintendente do Sistema Opinião de Comunicação, Cacá Marthins. “A TV Guararapes | RECORD, mais uma vez, sai na frente da concorrência e passa a oferecer a sua programação para os telespectadores de todos os municípios de Pernambuco através do satélite regional. Isso é parte do nosso compromisso em deixar o povo pernambucano bem-informado”, ressaltou Cacá.

Toritama - Prefeitura que faz

Vou vencer, Deus está comigo, diz Bolsonaro

Quando presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) me concedeu duas entrevistas exclusivas. Em ambas, me deparei com um homem público impaciente, às vezes afobado, outras vezes descontrolado no falar. Mas no podcast Direto de Brasília, na última quarta-feira, embora esteja vivendo momentos de tensão e grande estresse, devido ao risco de ser condenado e preso no processo que responde por tentativa de golpe, se apresentou sereno e tranquilo.

Nem quando perguntei se o ministro Alexandre de Moraes era seu algoz, Bolsonaro perdeu o controle. O Bolsonaro dos dias atuais não é o mesmo da fase que antecedeu o julgamento do processo pela Primeira Turma do STF, tanto no nível de irritação quanto na postura agressiva. O que está levando o ex-presidente a mudar tanto?

Pelo que ouvi em Brasília, entre os mais variados ambientes em que transito como atento repórter farejador, vai se formando uma convicção de que Bolsonaro teria alguma chance de escapar da condenação. Tudo isso pode estar ocorrendo depois de uma entrevista do ministro Alexandre de Moraes a uma revista americana, na última segunda-feira, na qual foi duro com Bolsonaro, quando afirmou, categoricamente, que só ele só recuperaria seus direitos políticos em 2030.

Mas, surpreendentemente, Moraes disse que Bolsonaro poderia até escapar da condenação, porque o julgamento estava apenas começando. Indaguei o ex-presidente sobre esse detalhe. Afirmou que também havia lido e que muita gente tinha comentado com ele. O que levaria Moraes a dizer isso? O ex-presidente diz que não há provas materiais para levá-lo à forca. Quanto à minuta do golpe, afirmou que não tem sustentação jurídica por se tratar apenas de mais uma narrativa para incriminá-lo.

Ao final do podcast, antes de se despedir, já no corredor em direção ao elevador, revelou muita disposição nesta guerra travada pela anistia e pela sua absolvição. “Vou vencer, Magno. Deus está comigo”.

ENCONTRO VAZADO – Antes de chegar aos estúdios do podcast em Brasília, Bolsonaro teve uma longa conversa com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre a proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2022 e saiu de lá animado. “Vamos conseguir a 257 assinaturas para o projeto ser colocado na ordem do dia para votação”, disse, adiantando que Hugo, ao contrário do que falou o pastor Malafaia, no ato de rua em São Paulo, domingo passado, não vai se acovardar.

PL sem nome para governador – Se o ex-ministro Gilson Machado será candidato a senador, conforme o ex-presidente Bolsonaro confirmou no podcast Direto de Brasília, quem será então o candidato do PL a governador? Nem os próprios bolsonaristas sabem, até porque Anderson Ferreira, que disputou o Governo do Estado na eleição passada, tende a sair candidato a deputado federal. A família acha que existe espaço e votos necessários para eleger ele e reeleger o irmão André.

Mais um susto – O ex-prefeito de Afogados da Ingazeira, Totonho Valadares (PSB), sofreu, ontem, um infarto, mas foi atendido em tempo hábil numa emergência e está fora de perigo. Não é a primeira vez que Totonho assusta familiares, conterrâneos e amigos. Já se submeteu a implante de pontes de safena quando teve um problema coronário tempos atrás. Prefeito por três mandatos, já não milita na política, mas fez seu sucessor na vida pública, Daniel Valadares, reeleito vice-prefeito do município.

Maciel na galeria – Marco Maciel, enfim, ganhou, ontem, espaço na Galeria dos Vice-Presidentes no corredor de entrada do prédio anexo do Palácio do Planalto, onde despachou por oito anos como vice de Fernando Henrique Cardoso. A iniciativa foi do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que promoveu uma cerimônia restrita apenas aos familiares de Maciel, entre os quais a viúva Anna Maria Maciel. Também presentes o ministro da Pesca, André de Paula, o senador Fernando Dueire e o ex-senador José Jorge.

Um político elegante e educado – Geraldo Alckmin é um gentleman. Depois da cerimônia da placa de Marco Maciel na galeria dos Vice-presidentes, convidou Anna Maria e os presentes para um café no seu gabinete. Bem à vontade, contou histórias engraçadas sobre a longa trajetória do homenageado e quis saber da viúva informações sobre os filhos e netos. Já ao ex-senador José Jorge, que chegou atrasado, deu tratamento vip numa boa conversa em seu gabinete regada a café. Alckmin é um bom apreciador de café. Devora uma garrafa por dia como se estivesse tomando água.

CURTAS

CATETERISMO – Segundo o blog do companheiro Nill Júnior, da Rádio Pajeú de Afogados da Ingazeira, o ex-prefeito Totonho Valadares (PSB), 79 anos, teve duas paradas cardíacas, mas resistiu ao infarto depois de reanimado pela equipe médica do hospital Emília Câmara. Removido para Serra Talhada, foi submetido a um cateterismo no hospital Santa Marta e passa bem.

GRANDE REDE – Ao todo, 165 emissoras de rádio em Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Ceará e Bahia participaram do pool de transmissão do meu podcast, em parceria com a Folha de Pernambuco, com o ex-presidente Jair Bolsonaro na última quarta-feira, em Brasília. O próximo convidado será o ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho. Está marcado para terça-feira, das 18 às 19 horas.

ACREDITE SE QUISER! – Ninguém acreditou na notícia de que a governadora Raquel Lyra (PSD) saiu da sua rotina, ontem, no Recife, para inaugurar uma troca de luzes no túnel da Serra das Russas, em Gravatá, enquanto falta até kits nas escolas na rede estadual de ensino e medicamentos nos hospitais.

Perguntar não ofende: Vai pegar a moda de inaugurar troca de luzes?

Palmares - Pavimentação Zona Rural

Anistia: “Se a gente conseguir assinatura, ele vai botar em votação”, diz Bolsonaro sobre Motta

Por SBT News

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nessa quarta-feira (9), em entrevista ao podcast “Direto de Brasília”, do Blog do Magno, ter relação próxima com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e “certeza” de que projeto de lei que dá anistia a envolvidos nos atos golpistas do 8 de janeiro vai avançar na Casa. “Se a gente conseguir assinatura, ele vai botar em votação”, falou.

O PL, partido de Bolsonaro, tenta acelerar tramitação da proposta na Câmara. O líder do partido na Casa, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse ontem que a sigla está próxima de alcançar as 257 assinaturas necessárias para protocolar requerimento de urgência do texto. Se aprovado, o projeto pode ser votado diretamente no plenário, sem precisar passar por comissões.

Ao Blog do Magno, Bolsonaro evitou confirmar encontro com Motta nessa quarta para tratar do tema, dizendo que “ele tem carinho especial por mim e eu por ele, me trata muito bem”. “E, de vez em quando, [a gente] se encontra por aí e trata de vários assuntos”, continuou.

“Agora, não precisa lembrá-lo disso aí, ele sabe muito bem o que está acontecendo, tá? E, se a gente conseguir a assinatura, ele vai botar em votação, tenho certeza disso”, completou Bolsonaro, lembrando declaração de Motta quando se elegeu presidente da Câmara, em fevereiro. “Ele falou, ‘a maioria de líderes querendo priorizar alguma pauta, nós vamos atender a maioria'”, citou.

Cobrança pública a Motta em ato bolsonarista
No último domingo (6), durante protesto com presença de Bolsonaro e aliados em São Paulo, o pastor Silas Malafaia cobrou que Motta paute a proposta. Chegou a declarar que o congressista “está envergonhando o honrado povo da Paraíba”.

Na segunda (7), o presidente da Câmara voltou a pregar cautela em relação ao projeto de anistia. “Não é desequilibrando, não é aumentando a crise que nós vamos resolver o problema. Não é distanciando as instituições que nós vamos encontrar a saída para esse momento delicado e difícil que o Brasil enfrenta”, comentou Motta.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta quarta-feira (9) o deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) — líder do partido na Câmara — como novo titular do Ministério das Comunicações.

Pedro Lucas vai substituir Juscelino Filho, que pediu demissão após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por desvio de emendas parlamentares. A nomeação dele, contudo, ainda não foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

O anúncio foi feito pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. As informações são do g1.

A ministra afirmou que o novo ministro pediu para assumir o cargo apenas depois da Páscoa para encaminhar questões da liderança do União Brasil e também questões pessoais. O ex-ministro Juscelino Filho também participou da conversa.

Após a reunião com a participação do novo ministro, Lula também recebeu o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Mas Gleisi Hoffmann disse que não Lula não tratou de uma reforma ministerial ampla durante o encontro.

“O presidente não falou nada hoje sobre reforma, sobre ministérios. Apenas está conversando com as forças, mas não tem nada nesse sentido. Ainda vai decidir se vai ou não fazer e quando vai fazer, conversar. André Fufuca veio despachar sobre as questões da pasta do Esporte. Quando eu cheguei aqui ele já estava. O presidente despachou com ministros e com outras lideranças. Eu não participei da conversa do presidente com o ex-presidente Arthur Lira, mas eu acho que é uma conversa sobre política, não sei qual foi o objetivo. Não teve nenhuma discussão sobre espaços do PP não”, afirmou.

Questionada sobre a relação do governo com o União Brasil, Hoffmann disse que a maioria do partido vota com o governo no Congresso Nacional e disse que o governo não vai participar de conversas sobre quem assumirá a liderança do partido na Câmara e que isso é uma questão interna da sigla.

“Pode ter tido dificuldades [na relação com o União Brasil], mas também teve facilidades. É real que o União Brasil, uma parte significativa da sua bancada, tem dado os votos para a governabilidade. Isso para nós é muito importante. Presidente não falou nada.

Nesta quarta — quando ainda estava em Honduras — Lula adiantou a mudança. E afirmou que conversaria com dirigentes do União Brasil e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, um dos principais nomes da legenda. Esse encontro ocorreu nesta tarde.

“Da mesma forma que o União Brasil tem o direito de me indicar um sucessor para Juscelino, que é do União Brasil. Eu já tenho o nome, eu conheço o Pedro Lucas, eu vou voltar para o Brasil e amanhã [quinta-feira] de manhã vou conversar com o União Brasil e, se for o caso, já discuto a nomeação dele”, disse o presidente Lula na ocasião.

Encontro com Lula
A indicação de Pedro Lucas foi adiantada pelo blog do Valdo Cruz nesta terça (8). Após a demissão de Juscelino, a secretária-executiva do Ministério das Comunicações, Sônia Faustino, ocupou o cargo como ministra interina.

De acordo com auxiliares do Planalto, Lula conheceu Pedro Lucas na viagem oficial à Ásia, no fim do mês passado. O presidente teria “simpatizado” com o líder do União Brasil.

A articulação para Lucas se tornar ministro avançou antes mesmo de Juscelino ser demitido, após ser denunciado pela PGR.

Juscelino Filho nega irregularidades. Lula, no entanto, teria orientado que ele pedisse demissão para se concentrar na defesa.

Nome é da ‘ala governista’ do União
Lucas é da ala mais governista do União Brasil. Era aliado do então governador Flávio Dino no Maranhão e chegou a fazer campanha junto a apoiadores de Lula em 2022.

O pai do líder, Pedro Fernandes, é prefeito da cidade de Arame e foi do grupo político de Jackson Lago, também de esquerda.

Como um político clássico do centrão, Lucas tem boa relação com figuras menos governistas, como Antônio Rueda e ACM Neto. No Maranhão, ele também é visto com bom trânsito na família Sarney.

A ida do deputado para o governo vai ajudar o Planalto a segurar o apoio de ao menos parte do União Brasil, dono de uma das maiores bancadas da Câmara.

A decisão contraria a ala mais à direita da sigla que defende o desembarque do governo e a construção da pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

Pesquisa Real Time/Big Data divulgada nesta quinta-feira (10) pela TV Guararapes/Record mostra João Campos (PSB) isolado na liderança das intenções de voto para o Governo de Pernambuco. O prefeito do Recife aparece com 67% no cenário estimulado, o que representa o triplo dos 22% contabilizados pela governadora Raquel Lyra (PSD). Gilson Machado Filho (PL) ficou na terceira posição, com 5%. Nulos e brancos foram 2%, e não souberam ou não responderam, 4%.

A pesquisa também revelou que a reprovação ao atual governo é maior que as avaliações positivas. Raquel Lyra é desaprovada por 49% do eleitorado e tem 46% de aprovação. Não sabem ou não responderam, 5%. Já João Campos tem 77% de aprovação à frente da Prefeitura do Recife e 19% de desaprovação. Ao todo, 4% não souberam ou não responderam.

O levantamento ouviu 1.500 pessoas entre os dias 8 e 9 de abril. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. A margem de confiança da pesquisa chega a 95%.