‘Nem se despediu de mim’, uma das músicas mais famosas da caneta poética de João Silva, gravada por Luiz Gonzaga, ganhou o mundo e deu um disco de ouro ao Rei do Baião. Toda despedida é um lembrete de que o tempo é valioso e os momentos são preciosos.
Muitas vezes, um simples “até logo” pode ser a última lembrança que deixamos na memória de alguém. A Assembleia Legislativa de Pernambuco, com nova mesa diretora, cometeu, ontem, uma tremenda injustiça com um grande homem, notável médico, humanista e poeta, o doutor Maurilio Rodrigues.
Leia maisO afastou do Departamento Médico sem deixá-lo sequer se despedir dos funcionários e da Casa, a qual serviu com zelo por 40 anos. Doutor Maurilio é cardiologista e ao longo de quatro décadas salvou a vida de muitos políticos e servidores do Legislativo.
Atencioso, criterioso, aplicado e dedicado, Maurilio soube da sua demissão por terceiros. Nenhum dirigente da Mesa o procurou para fazer o comunicado do seu afastamento.
Os “nobres” integrantes da Mesa foram, no mínimo, indelicados. Doutor Maurilio se confunde com a história da saúde do Legislativo. Mesmo tendo uma clínica superconcorrida e dois hospitais para administrar, ele nunca faltou um dia de trabalho na Alepe. Nas urgências, atendia os parlamentares até em suas casas, porque sempre foi extremamente prestativo.
Uma pena a Assembleia não ter se despedido em alto estilo do doutor Maurilio. Lamentável não ter se curvado a um salvador de vidas! Mas o tempo vai ensinar aos deputados que despedidas, quando bem contextualizadas, se eternizam nos corações, nos ensinam a valorizar cada encontro.
É difícil dizer adeus, mas é pior nunca ter aproveitado os momentos com quem amamos. E doutor Maurilio foi muito amado pela Casa! Merecia sessão solene de despedida em tapete vermelho.
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