Mesmo após Lula sair em defesa da soberania nacional após críticas do presidente dos Estados Unidos Donald Trump ao sistema financeiro brasileiro e impor sobretaxas de importação que chegam a 50%, a popularidade do presidente permanece no patamar dos últimos meses. Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado mostrou que 40% dos entrevistados 40% consideram a gestão do petista ruim ou péssima, enquanto 29% avaliam como ótima ou boa.
Ainda no levantamento, 29% avaliam o governo como regular e 1% não souberam responder. Os dados mostram poucas alterações para a rodada de perguntas anterior, aplicada em junho, quando o governo de Lula tinha 28% de ótimo e bom e os mesmos 40% de ruim e péssimo. O regular passou de 31% para 29%, e 1% não deu opinião. As informações são do jornal O Globo.
A pesquisa foi realizada entre os dias 29 e 30 de julho e ouviu 2.004 brasileiros com mais de 16 anos, em 130 cidades do país. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
Por Estadão Conteúdo
O percentual de brasileiros a favor da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado foi de 52%, em abril, para 48% no final de julho, segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem.
Já a quantidade de brasileiros que avaliam que Bolsonaro não deveria ser preso foi de 42% para 46% no mesmo período. Com isso, a diferença entre os que são a favor e contra a pena foi de 10 pontos percentuais para 2 p.p..
Leia maisA diferença, no entanto, é considerada uma oscilação no limite da margem de erro. Tanto em abril como em julho, 6% disseram não saber opinar sobre o tema.
O Datafolha ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais nos dias 29 e 30 de julho. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou menos
A pesquisa ainda mostra que 51% dos entrevistados acreditam que o ex-presidente não vai ser preso, ante 40% que avaliam que o desfecho será de cadeia.
Bolsonaro já cumpre medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica, determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, depois da ofensiva do presidente americano Donald Trump para livrar o aliado político do processo. O ex-presidente brasileiro ainda será julgado na Corte por participação na suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Veja os dados:
Respostas à pergunta: “Considerando o que foi revelado pelas investigações sobre a tentativa de golpe em 2022 e seus desdobramentos até o momento, na sua opinião, Jair Bolsonaro deveria ou não ser preso?”
– “Sim, deveria”: 48% (eram 52% em abril)
– “Não deveria”: 46% (eram 42%)
– “Não sabe”: 6% (mesmo índice em abril)
Respostas à pergunta: “E na sua opinião, Jair Bolsonaro vai ou não ser preso?”
– “Sim, vai ser preso”: 40% (eram 41% em abril)
– “Não vai ser preso”: 51% (eram 52% em abril)
– “Não sabe”: 8% (eram 7%)
Leia menosDo Metrópoles
Após passar por audiência de custódia, hoje, Gilberto Firmo Ferreira, tio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, recebeu liberdade provisória. O homem foi preso ontem, no Sol Nascente (DF), com uma vasta quantidade de vídeos e fotos de conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes.
Na decisão, o juiz responsável pelo caso decretou as seguintes medidas que deverão ser cumpridas por Gilberto:
À Polícia Civil do Distrito Federal, Gilberto, que é surdo, confessou em depoimento, com a ajuda de um intérprete de Libras, que compartilhava os vídeos criminosos em um grupo de Facebook com outras cinco pessoas. O Metrópoles teve acesso à transcrição do depoimento.
No documento, ele afirma que o telefone foi um presente de um amigo, porque o aparelho anterior estava “muito velho” e admite que sabia que havia material de pedofilia salvo no equipamento. Segundo Gilberto, ele recebia de outras pessoas e pedia para que parassem de mandar, mas seu pedido não teria sido atendido.
Ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), cumprido pela PCDF. Na ocasião, foram encontradas as mídias no celular do suspeito, o que levou à sua prisão em flagrante.
Gilberto era investigado por envolvimento com pornografia infantil após a Polícia Federal verificar que o e-mail dele era usado para compartilhar o conteúdo criminoso. No depoimento, Gilberto alegou que não usava mais o endereço eletrônico.
Leia menosPor Cláudio Soares*
As declarações de Eduardo Bolsonaro têm gerado fissuras no campo conservador. Suas críticas públicas a outros líderes da direita, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o deputado Nikolas Ferreira, por não se alinharem completamente à sua agenda, evidenciam uma falta de habilidade política e de capacidade de liderança. Em vez de unir, suas declarações acabam por isolá-lo e enfraquecer a força do grupo diante de adversários políticos.
Essa postura tem resultado em um isolamento de Eduardo no Congresso Nacional e no Partido Liberal (PL). Aliados o consideram “ingovernável”, e essa percepção dificulta a articulação política e a construção de alianças. A falta de diálogo e a radicalização de sua pauta têm feito com que o deputado perca espaço em manobras políticas e nas articulações, elementos cruciais para o sucesso em qualquer democracia.
As metáforas polêmicas de Eduardo Bolsonaro também são frequentemente exploradas por seus opositores para rotular a direita como radical e antidemocrática. Um exemplo notório é a metáfora de que o ex-presidente Donald Trump poderia “lançar uma bomba nuclear no Brasil”. Essa linguagem, muitas vezes vista como irresponsável, contribui para a imagem de que o grupo familiar estaria disposto a tudo, mesmo que isso cause um colapso econômico no país.
A combinação de ações controversas, críticas a aliados como Tarcísio de Freitas, Caiado, Ratinho Júnior e Zema e um discurso inflamado tem colocado a própria direita na posição de ter que lidar com as consequências de uma agenda que muitos consideram mais focada em interesses pessoais e familiar do que em um projeto político viável para o Brasil. A questão é se o deputado conseguirá reverter essa situação ou se continuará em uma rota de crescente isolamento político.
*Advogado criminalista e jornalista
O prefeito do Ipojuca, Carlos Santana (Republicanos), entregou oficialmente, ontem, três novas ambulâncias destinadas à renovação da frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) no município. A iniciativa é fruto de uma parceria com o Governo Federal, através do Ministério da Saúde.
Das três viaturas, duas atuarão como Unidades de Suporte Básico (USB), equipadas com condutor socorrista e técnico ou auxiliar de enfermagem. A terceira será uma Unidade de Suporte Avançado (USA), mais conhecida como UTI Móvel, composta por médico, enfermeiro e condutor socorrista.
Durante a entrega, o prefeito destacou que a saúde tem sido tratada como prioridade em sua gestão. “Essas ambulâncias representam mais segurança e agilidade no atendimento à população. Em breve, entregaremos outros investimentos importantes, como a base própria do SAMU e o novo bloco cirúrgico do Hospital Municipal Carozita de Brito”, afirmou Carlos Santana.
Por Kiko Nogueira
Do Diário do Centro do Mundo
Eliane Cantanhêde pôde errar, exagerar, distorcer e mentir sobre Lula, Dilma e os governos petistas durante os seus 15 anos como comentarista da GloboNews. Conservadora, nunca foi alvo de cobranças internas por suas opiniões — até cruzar a linha proibida: a crítica ao governo de Israel.
A jornalista foi demitida ontem, semanas após comentar, de maneira factual, a assimetria de mortes no conflito entre Israel e Irã. Sua fala contrariou o dogma de blindagem irrestrita ao apartheid israelense.
Leia maisCantanhêde questionou por que os mísseis disparados por Israel em Gaza resultavam em centenas de mortos, enquanto os lançados pelo Irã causavam baixas ínfimas em território israelense. Foi o bastante.
A retratação pública imposta à jornalista beirou o vexame: colegas de bancada passaram a ler, ao vivo, notas que sugeriam que ela teria cometido “erro grave”, insinuando “antissemitismo”. Foi linchada pelas pessoas com quem dividiu noitadas memoráveis.
A verdade é que Eliane ousou contrariar a versão imposta pelo lobby sionista que comanda o noticiário sobre o assunto na mídia. Outros jornalistas da casa já defenderam ações indefensáveis, como Jorge Pontual, que chegou a justificar ataques israelenses a ambulâncias em Gaza.
Nenhum deles sofreu reprimenda pública ou foi coagido a retratar-se. Cantanhêde, no entanto, teve de ajoelhar no milho, calar a boca e engolir o choro.
Entre outros absurdos, Demétrio Magnolli garantiu que, durante a pandemia, as pessoas tinham “o direito” de se aglomerar no Réveillon. Grosseiro, brigou virtualmente com todos os demais apresentadores. Ele é “polêmico” — mas foge de Israel.
Eliane foi demitida porque, mesmo sem intenção, não suportou mais justificar o genocídio israelense. A coisa saiu como num vômito. Foi atacada, logo depois, pelo porta-voz do Exército sionista nas redes sociais em termos bolsonaristas. Dias depois, o sujeito foi tratado a pão de ló na GloboNews por Daniela Lima e uma outra moça cujo nome ninguém sabe.
➡️ Eliane Cantanhêde pede desculpas após fala polêmica sobre guerra
— Metrópoles (@Metropoles) June 23, 2025
Após questionar por que mísseis iranianos não matam em Israel, Eliane Cantanhêde disse que buscava entender capacidade bélica dos países
Leia: https://t.co/K5lPFKlu2Q pic.twitter.com/kVt8VWQtNU
Se suas amigas de emissora tivessem vergonha, protestariam. Desnecessário dizer que isso jamais acontecerá. Fica o recado para quem se meter, na Globo, a contar o que o mundo está vendo na Faixa de Gaza.
NÃO VOMITEM! @DanielaLima_ se diverte muito com o carniceiro israelense ” Torço para que vcs fiquem em segurança” “As portas estão sempre abertas para vocês” “Vamos falar sobre futebol,sou Botafogo”! As crianças queimam em Gaza,eles riem delas! @GloboNews NEWS NAZISMO! pic.twitter.com/pvquVCx8sk
— Vel Andrade 🇵🇸🚩 (@VAndradeLula) June 23, 2025
Leia menos🚨RETRATAÇÃO: ELIANE CANTANHÊDE PEDE DESCULPAS APÓS FALA POLÊMICA
— Bastidor TV (@OBastidorTV) June 23, 2025
Um comentário feito pela jornalista Eliane Cantanhêde durante o programa Em Pauta, da GloboNews, gerou forte repercussão nas redes sociais. Ao questionar a baixa letalidade dos mísseis iranianos em comparação aos… pic.twitter.com/mXHp0TRqwd
Por Marcelo Tognozzi
Do Poder360
Debruçado no Mediterrâneo, no Cap d’Antibes, Riviera francesa, está o Hotel Du Cap, um dos mais luxuosos do sul da França, símbolo de glamour e sofisticação. A região de Antibes era a preferida do escritor britânico e Prêmio Nobel Somerset Maugham (1874-1965), um bon vivant frequentador assíduo da região e que morreu ali ao lado, em Nice. Naquele final de agosto de 1990, pleno verão europeu, o embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima curtia merecidas férias, quando um garçom veio até ele com um telefone sem fio pousado numa bandeja de prata: “Chamada para o senhor, urgente”.
Ele era embaixador do Brasil em Londres e do outro lado da linha estava o diplomata brasileiro encarregado de negócios em Bagdá, pedindo sua ajuda junto ao governo de Saddam Hussein, para liberar brasileiros retidos no Iraque. Paulo Tarso contou essa história em entrevista concedida a mim em janeiro de 2021 para o portal Poder360.
Leia maisNa sequência, ele falou com o seu colega Marcos Azambuja, então secretário-geral do Itamaraty. Os dois mestres da diplomacia diante de um caso espinhoso: 450 brasileiros estavam retidos, chamados de hóspedes pelo governo de Saddam Hussein, atolado na Guerra do Golfo depois de invadir o Kuwait. Enfrentava uma coalizão de 30 países liderada pelos Estados Unidos.
Paulo Tarso seguiu para Bagdá via Amã, na Jordânia, porque não havia outra rota segura. O embaixador levava uma carta do então presidente Collor ao ditador iraquiano, guardada para ser usada no caso de necessidade. A missão foi um teste para a diplomacia brasileira daqueles tempos, exemplo de profissionalismo, neutralidade e foco nos interesses do país.
A mesma diplomacia capaz de, em plena ditadura militar, fazer do Brasil o primeiro a reconhecer a independência de Angola levada a cabo pelo MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), comandado por comunistas apoiados pelos cubanos. Tudo por obra e graça do chanceler Azeredo da Silveira. Foi ele também quem negociou o acordo nuclear com a Alemanha e o estabelecimento de relações diplomáticas com a República Popular da China. Silveirinha, ministro do governo militar, não praticava diplomacia ideológica, mas pragmática.
Foi a ausência desta verdadeira diplomacia o combustível da crise com os EUA. Imperou o improviso. Desde que tomou posse em janeiro deste ano, Trump fez chegar à Brasília um recado: trataria o Brasil como uma questão pessoal. Portanto, a crise anunciada seria mera questão de tempo, algo para estar no radar da nossa diplomacia, especialmente nestes tempos conturbados, regidos pelo imponderável.
Trump e Lula não se gostam, falam mal um do outro abertamente. O fato de o demônio laranjinha cometer este tipo de erro, não libera nosso guia para repeti-lo. Trump anunciou um pacote de tarifas sem que ninguém tenha se dado ao trabalho de procurar a Casa Branca em busca de negociação que favorece o Brasil. Lula chama Trump de nazista e Trump chama Lula de ladrão. É muita baixaria.
Quando as tarifas foram anunciadas por Trump naquela carta fatídica, virou um Deus nos acuda. Senadores foram para os Estados Unidos sem agenda, sem assessoria internacional, no improviso total. Não conseguiram falar com ninguém importante, o Congresso em recesso de verão. O senador Jacques Wagner, líder do governo no Senado e ex-governador da Bahia, foi pedir ajuda ao ex-presidente Bush. Ignorou que Bush e Trump são inimigos e que a filha dele fez campanha para a democrata Kamala Harris. Tinham de ir direto ao vice-presidente J.D. Vance, que preside o Senado. Voltaram para casa com a lição: sem diplomacia é difícil.
O Brasil resolveu esticar a corda e bater palma para maluco dançar, enquanto os demais países apostaram na diplomacia profissional. A Índia, informa o repórter Assis Moreira do Valor, bloqueia nos Brics a renovação da Estratégia para Parceria Econômica para o período 2025-2030. Quer esfriar a fervura. Narendra Modi, informam fontes da diplomacia indiana, disse para Trump que foi de Lula a ideia de romper a hegemonia do dólar como moeda internacional. Serguei Lavrov, chanceler russo, também contou a mesma história. Até os chineses, principal alvo da guerra tarifária de Trump, resolveram conversar ao invés de estressar.
Por que russos e indianos tiraram o corpo fora da desdolarização? Por que o governo de esquerda da Inglaterra negociou? E a Europa? Terá sido Ursula von der Leyen, chefe da União Europeia, seduzida por Trump, ou todos os europeus são frouxos, entreguistas das suas soberanias? Por que será que eles usam a diplomacia e o Brasil não? Porque a ordem no Itamaraty é fazer corpo mole. Perdemos a iniciativa diplomática. Apertem os cintos, a diplomacia sumiu.
Quem aposta numa derrota de Trump nas eleições de meio de mandato pode ir colocando as barbas de molho. Claro que num tempo em que o imponderável comanda a orquestra tudo pode acontecer, mas a última pesquisa publicada pelo respeitado “Wall Street Journal” em 25 de julho, mostra os democratas enfrentando a pior rejeição dos últimos 35 anos. Só 8% dos eleitores são muito favoráveis aos Democratas enquanto 19% apoiam os Republicanos, uma diferença de 11 pontos percentuais.
O mesmo “Wall Street Journal” publicou outra pesquisa em 28 de julho, na qual 62% dos eleitores apoiam a política do atual governo de deportação de imigrantes ilegais. Para quem anda sonhando com impeachment de Trump, melhor não brigar com a realidade. Ele não tem tido vida fácil por causa da inflação, mas também não está no inferno.
O poder de retaliação dos norte-americanos é imenso. Hoje, o Brasil tem uma crescente parceria com a Rússia. Pois os senadores brasileiros descobriram o que muita gente já sabia: o Congresso está prestes a votar uma lei criando sanções para os parceiros comerciais dos russos, considerados financiadores indiretos da guerra contra a Ucrânia.
Os russos vendem 60% do diesel importado pelo Brasil. Compramos da Rússia uma enormidade de fertilizantes para as nossas supersafras: 40% do potássio e 20% da ureia. São US$ 3,7 bilhões. Importamos da Rússia, Marrocos, Canadá e China 85% dos fertilizantes que consumimos. O agro é movido a diesel e fertilizantes. Sem diesel, tratores e colheitadeiras param.
Importamos diesel e fertilizantes, porque os governos petistas decidiram não investir em ampliação do refino e nem permitir refinarias privadas. O resultado é que exportamos petróleo e importamos gasolina e diesel. Os governos Temer e Bolsonaro fecharam as fábricas de fertilizantes da Petrobras sem que outras fossem colocadas no lugar.
Num eventual boicote aos russos, sem estes insumos faltará comida para exportar e para abastecer a mesa dos brasileiros. Não se produz carne bovina, porco e frango sem milho e soja. É uma ilusão achar que tudo vai ficar bem porque os produtores venderão para o mercado interno.
O Brasil é uma potência agrícola que não pode explorar suas minas de fertilizantes, porque as ONGs, os ambientalistas e os defensores dos povos originários não permitem. É assim que se financia o discurso da sustentabilidade e da Amazônia intocada.
O governo Lula trata a crise com os EUA como um ativo político, quando na realidade tirou o urso para dançar. Celso Amorim é um senhor de 82 anos. Envelheceu sem ficar sábio, age como um menino de 20 anos em pleno diretório estudantil da universidade pública, deslumbrado com o Psol. Quebrou o Itamaraty, jogou toda nossa inteligência diplomática de dois séculos no lixo. Não vamos chegar a lugar algum com este senhor comandando a política externa.
A soberania nacional não será defendida com narrativas, esticando a corda, apostando no quanto pior melhor. Soberania é atitude, é inteligência e pragmatismo. A conta desta diatribe chegará. E bem cara.
Paulo Tarso enxergava longe. Nas suas mãos o setor de comércio exterior do Itamaraty deu um salto. Conseguiu viabilizar exportações de veículos e de serviços, como o de empreiteiras para a construção de infraestrutura no Oriente Médio.
Foi por isso que recorreram a ele quando o tempo fechou e os 450 brasileiros ficaram retidos no Iraque. Chegou a Bagdá com dona Lúcia e mais dois ou três assessores. Negociou com todo seu talento e inteligência. Não sossegou enquanto não tirou todos de lá sem um arranhão.
Partiu para o aeroporto de Bagdá num Mercedes-Benz da embaixada. Quando o carro arrancou, o diplomata René Loncan apertou o play e a trilha sonora inundou o carro no coro dos hebreus da ópera Nabuco de Verdi. Hino à liberdade, à escapada, também hino da vitória da determinação, eficiência e competência da era de ouro da nossa diplomacia. Paulo Tarso é um dos símbolos de uma época em que, como observou Somerset Maughan, “se você se recusa a aceitar qualquer coisa que não seja o melhor, frequentemente acaba conseguindo.”.
Leia menosPor Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou na noite de ontem, em uma postagem nas redes sociais, que segue aberto ao diálogo com os Estados Unidos (EUA), em meio a imposição de tarifas comerciais e sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), e que a prioridade é reduzir os impactos econômicos e sociais das medidas unilaterais adotadas pelos norte-americanos.
“Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano”, escreveu Lula.
A declaração ocorre horas após o presidente dos EUA Donald Trump afirmar que pode conversar com Lula em qualquer momento que o brasileiro quiser.
Na passagem pela BR-232, em direção ao Recife, o hotel-fazenda Monte Castelo, em Gravatá, lá no alto da montanha, já impressiona. Tenho uma relação antiga com Gravatá, vez por outra vou curtir o seu friozinho no hotel-fazenda Portal, da família Cavalcante, à frente meu amigo Eduardo Colorau, como era conhecido desde quando o conheci no Governo Joaquim Francisco, de quem foi muito próximo.
Mas nunca tive a curiosidade de conhecer o Monte Castelo, o que estou fazendo neste fim de semana, em razão de uma festa de aniversário de um amigo. Minha Nayla e eu adoramos. Embora localizado quase no topo de uma serra, encontrei uma área sem ladeiras para correr meus 8 km diários hoje.
Aos que não conhecem o Monte Castelo, faço a indicação desde já. Não encontramos disponibilidade no hotel, mas na área de flats, bons e aconchegantes. Com 48 metros quadrados, acomoda até cinco pessoas, sendo uma cama de casal na suíte e uma cama de casal e uma cama de solteiro no mezanino (ambos com ar-condicionado).
Têm ainda outros tipos de flats, com uma suíte, um mezanino, cozinha americana, sala e varanda. Adequados para família com cinco pessoas, dois quartos. Aceita pets.
Há também bangalôs modernos, decorados com elegância e requinte, adequados para hóspedes que gostam de conforto e tranquilidade. Os quartos da categoria superior são no térreo e primeiro andar com 20m² até 24m², dispõe de cama box Queen Size e cama extra ou berço mediante solicitação, com vista para o jardim tropical e uma varanda com cadeiras e mesinha.
Na ampla área do hotel, a criançada se diverte com passeios a cavalo e charretes, além de piscina aquecida. Para os que apreciam uma boa mesa, no restaurante o cardápio é bem variado, inclusive fondues e uma boa carta de vinhos.
Serviço
Hotel Fazenda Monte Castelo
Endereço: BR-232, Sairé – PE, 55695-000
Telefone: (81) 98814-9403
https://www.instagram.com/hotelmontecastelo/
Do Metrópoles
Morreu, na madrugada deste sábado (2), aos 82 anos, o jornalista José Roberto Dias Guzzo, mais conhecido como J. R. Guzzo. O jornalista teve um infarto e não resistiu, segundo informações da Revista Oeste, da qual foi um dos fundadores e integrante do conselho editorial.
Guzzo iniciou a carreira no jornalismo em 1961, como subsecretário da edição paulista e repórter no jornal Última Hora, em São Paulo (SP). Também foi diretor de redação da Revista Veja, entre 1976 e 1991, e integrante do Conselho Editorial da Abril.
O jornalista ainda atuou como correspondente internacional, com passagens por Paris e Nova Iorque. Além disso, foi colunista do Metrópoles e, mais recentemente, escreveu para a Veja, o Estado de S. Paulo, a Gazeta do Povo e a Revista Oeste.
Até a mais recente atualização desta reportagem, não haviam sido divulgadas informações sobre o velório de Guzzo.
Por Patrícia Raposo
Da Folha de Pernambuco
A permanência de Danilo Cabral na superintendência da Sudene está por um fio. E sua saída representará uma grande derrota política para Pernambuco diante das pressões que partem do Ceará. Indicado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), o ex-deputado federal tem enfrentado forte pressão para deixar o cargo por parte do governador cearense, Elmano de Freitas (PT), e da concessionária da ferrovia Transnordestina (TLSA), que executa as obras no trecho cearense.
A justificativa para a crise federativa, apontada por alguns blogs locais, seria a defesa que Danilo Cabral vem fazendo da execução do ramal da Ferrovia Transnordestina em Pernambuco. A Sudene é a patrocinadora do evento Conexões Transnordestina, promovido pelo portal Movimento Econômico e que teve início em Salgueiro, mês passado. No entanto, o fator de pressão é outro: a suposta lentidão na liberação de recursos para a continuidade das obras da ferrovia no trecho cearense.
Leia maisO tensionamento político cresceu com a proximidade das eleições de 2026. O governador Elmano culpou a Sudene publicamente durante visita do presidente Lula a Missão Velha (CE), no dia 18 de julho, por atraso nos repasses para a obra da TLSA em solo cearense.
No entanto, desde que Lula assumiu o governo, uma articulação envolvendo Sudene, TCU, Casa Civil e Ministério da Integração Nacional viabilizou a liberação de R$ 3,6 bilhões para a ferrovia, com recursos do FNDE, divididos em parcelas anuais: R$ 1 bilhão por ano, mais uma parcela R$ 600 milhões ao final do período. Na época, esse anúncio causou inclusive inquietação entre os pernambucanos, que ainda esperam pelo trecho Salgueiro-Suape.
Portanto, a narrativa construída de que a Sudene estaria dificultando a liberação não é verdade. As liberações de 2024 já foram executadas – foram R$ 400 milhões em janeiro e outros R$ 600 milhões em junho, totalizando o R$ 1 bilhão previsto para aquele ano. Já os repasses de 2025, porém, aguardam a comprovação de execução da obra.
E tem outro detalhe: a liberação de R$ 800 milhões que faltavam do contrato anterior só foi possível graças a uma grande articulação entre a Sudene, a Casa Civil, o TCU e o Ministério da Integração, justamente porque não havia comprovação de execução das obras.
Debêntures da ferrovia
Como se não bastasse, a TLSA pleiteia ainda a liberação imediata de outros R$ 800 milhões em debêntures do FDNE. A empresa tem feito forte pressão por esses recursos sobre o governador cearense e sobre a Sudene. O atraso na liberação dessa verba – que é referente a participação societária da Sudene na obra -, não ocorreu porque o Ministério da Integração Regional e o Tesouro Nacional não tinham um modelo definido de como operar contabilmente essa compra de ações, e o processo ficou “embolado”, segundo uma fonte do Ministério.
A empresa faz pressão sobre Elmano de Freitas alegando que, caso a verba não seja liberada, interromperá as atividades nos canteiros de obras — onde estão empregados cerca de 8 mil trabalhadores. É um desgaste que governador nenhum quer enfrentar às vésperas das eleições.
Há também um outro componente político: o desejo antigo de setores do Ceará de assumir o comando da Sudene e, com isso, ter influência direta sobre a definição das diretrizes do FNE — cujo orçamento em 2024 soma R$ 47,3 bilhões. Desde a nomeação do ex-governador pernambucano Paulo Câmara (PSB-PE) para a presidência do Banco do Nordeste, historicamente comandado por cearenses, o incômodo político aumentou. Colocar um cearense na superintendência da Sudene passou a ser visto como uma compensação estratégica.
Empresários mobilizados
A notícia de que o Ceará está pressionado para tirar Danilo Cabral da Sudene mobilizou os empresários locais. Halim Nagem, presidente do Grupo Atitude PE, disse que seus associados estão reagindo e travando interlocuções com a esfera federal para conter o movimento contra Danilo. Os presidentes de FIEPE, Bruno Veloso, e do CREA-PE, Adriano Lucena, também confirmaram que atuam na mobilização em torno da defesa de Danilo, e assinaram, junto com o LIDE-PE e a CIEPE, nota de posicionamento em defesa do superintendente.
Se Danilo Cabral for afastado da Sudene será uma derrota política gigante para Pernambuco, independentemente de colorações partidárias. Num momento de retomada da ferrovia no estado, substituir um pernambucano por um cearense eleva o risco de que essa ferrovia realmente se torne uma lenda. Se o presidente Lula concordar com essa mudança estará tratando Sudene como o fez o ex-presidente Bolsonaro, que de tanto trocar os superintendentes não permitiu que a autarquia fizesse praticamente nada pelo Nordeste em quatro anos de gestão. Um retrocesso. Não tem outra palavra.
Leia menosPor Letícia Mendes
Do Jornal do Commercio
O deputado federal Pedro Campos (PSB) reforçou, ontem, sua oposição ao governo Raquel Lyra (PSD) e declarou que a prioridade do partido é assegurar uma chapa com Lula e Geraldo Alckmin novamente na vice nas eleições de 2026.
A declaração foi dada durante o videocast Cena Política, no JC Play, conduzida pelo jornalista Igor Maciel, com a participação de Fernando Castilho, que assina a coluna JC Negócios.
Leia maisCríticas ao governo Raquel Lyra
O deputado federal criticou a condução do governo estadual e avaliou que Pernambuco vive um período de promessas não cumpridas. “O estado passou dois anos se lamentando, chorando as pitangas de um suposto estado quebrado. E agora, nos últimos seis meses, começou a prometer. Então, está vivendo um pouco de promessa. Isso é o que a gente tem visto”, afirmou.
“O que a gente está vendo é que as coisas que foram prometidas, mais importantes, não estão acontecendo”, completou citando obras no Hospital da Restauração, câmeras de segurança e creches.
João Campos candidato em 2026?
Questionado sobre uma possível candidatura do seu irmão e atual prefeito do Recife, João Campos (PSB), ao governo de Pernambuco, Pedro não confirmou, mas disse que João “ainda vai fazer muito pelo Brasil”.
“Eu acho que [João] é uma das lideranças jovens mais promissoras do nosso país, tem feito um bom trabalho na prefeitura do Recife”, disse. “Busco ajudar muito ele. Ajudar o povo recifense trazendo recursos para a cidade”, completou.
Aliança com Lula e Alckmin será mantida?
Ao comentar sobre os rumos nacionais do PSB, Pedro Campos reafirmou o compromisso da legenda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
“O PSB tem um compromisso com Alckmin. No congresso no partido, iremos defender a continuidade da chapa Lula/Alckmin e dessa aliança PT e PSB. Isso está definido”, disse.
O deputado ressaltou, ainda, o papel que Alckmin tem desempenhado no governo federal, especialmente nas relações internacionais e com o setor produtivo:
“Ele vai ser soldado eleitoral do partido, não tem dúvida. Em São Paulo, por exemplo, ele ajuda muito. Esse protagonismo que ele assumiu na negociação com os Estados Unidos, e com os bons resultados que já começam a aparecer nessa negociação, isso fortalece mais ainda”.
Divergências dentro do PSB
O parlamentar reforçou a identidade política do PSB como uma legenda comprometida com os valores democráticos da esquerda e disse que a diversidade interna é uma característica do partido.
“Na verdade, o PSB surge da esquerda democrática. Então é natural, sim, que o PSB surja de uma tradição de esquerda. O PSB sempre acreditou em uma esquerda dentro de uma democracia”, afirmou.
“Como em todo partido, dentro do PSB tem gente que tem um posicionamento mais à esquerda e tem gente que tem um posicionamento mais ao centro”, completou.
Sobre Eduardo Bolsonaro: ‘Ele é um réu confesso’
O pessebista também se posicionou sobre a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em defesa de sanções contra o Brasil no exterior. “Ele está indo lá para trabalhar contra o Brasil. Ele tem dito isso. Ele é réu confesso […] Você, como agente público, ir para outro país para pedir sanções econômicas contra o seu próprio país é crime”, frisou.
Em relação às ameaças de sanções dos Estados Unidos contra o Brasil e membros do Judiciário, Pedro Campos defendeu a atuação do governo federal.
“Você aceitar que um juiz seu, da Suprema Corte, que a princípio está cumprindo o seu papel, ele vá ser sancionado pelos Estados Unidos, isso não é bom”, disse. “Na história do Brasil e do mundo, onde os Estados Unidos quis se meter demais, terminou atrapalhando mais do que ajudando”, complementou.
Tarifaço de Trump
Durante o programa, Pedro Campos também comentou sobre o cenário internacional, especialmente no contexto das tensões recentes envolvendo o governo dos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump e possíveis sanções contra o Brasil. Segundo ele, o país tem adotado uma postura adequada diante do cenário.
“Eu acho que o Brasil está agindo certo quando, através de Lula, mostra ali que a gente precisar estar de cabeça erguida e a gente não pode baixar a cabeça”, comentou.
“Alckmin está cumprindo bem o papel dele que é dialogar com o setor produtivo. Manter a calma, a tranquilidade para poder negociar. Eu acho que já está ficando claro que essa parte das tarifas vai ser resolvido pragmaticamente. O Trump não vai aumentar em um centavo de dólar o custo de vida americano para poder tirar Bolsonaro da prisão”, afirmou.
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