Por Tales Faria – Correio da Manhã
Levantamentos sobre a popularidade do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), encomendados por aliados serviram como um dos motivos para o Palácio Guanabara deflagrar a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, na terça-feira, 28.
Balanço feito até 17h do dia seguinte apontou 121 mortes (expectativa é que o número pode aumentar), sendo quatro policiais. Em entrevista coletiva, o governador classificou a operação como “um sucesso” e repetiu não ter tido a colaboração do governo federal.
Leia maisCastro apontou para seus críticos em tom de campanha: “Ou soma, ou suma!”, e disse: “Temos muita tranquilidade de defender tudo que fizemos ontem. Queria me solidarizar com a família dos quatro guerreiros que deram a vida para salvar a população. De vítima ontem lá, só tivemos esses policiais”, afirmou.
O governador aposta que a dura operação policial, mesmo com alto número de mortos, cai bem junto ao eleitorado conservador e promoverá o reagrupamento desses eleitores em torno de seu nome.
Esse reagrupamento do conservadorismo, acreditam os articuladores da campanha eleitoral, trará de volta expectativas de votos perdidas desde que os bolsonaristas entraram em crise após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o filho deputado, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), promoverem o tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil.
Os aliados do governador têm deixado claro que pretendem utilizar a operação na campanha eleitoral. O governador é pré-candidato ao Senado. E as pesquisas encomendadas por seu grupo vinham apontando queda de popularidade. A expectativa agora é de uma melhora no quadro.
Pesquisa Gerp a que a coluna teve acesso, sobre as eleições de 2026 e fechada no dia anterior à operação policial, revelou que Castro estava num preocupante 4º lugar na disputa por votos a senador.
Ele detinha apenas 10% das intenções de voto em empate técnico com Alessandro Molon (PSB), com 11%. Bem à frente, no entanto, vêm Benedita da Silva (PT), com 20%; e o correligionário do governador no PL, o atual senador Flávio Bolsonaro, com 25%. Castro ainda é seguido de perto por Marcelo Crivela (Republicanos), também em empate técnico com 8% das intenções de voto.
A margem de erro do levantamento da Gearp é de 3,16 pontos percentuais, com um intervalo de confiança de 95,55% para mais ou para menos. Foram ouvidas 1.000 pessoas de todo o estado do Rio de Janeiro com mais de 16 anos, entre os dias 24 e 27 de outubro.
O levantamento também apresentou três cenários de pré-candidatos ao governo do estado. Mostrou que o nome mais forte no campo bolsonarista seria Flávio Bolsonaro, que, a princípio, não deseja concorrer a governador, mas sim para a reeleição ao Senado.
No melhor cenário, Flávio alcança 24% das intenções de voto para governador. No campo da direita, vem seguido por Doutor Luizinho (Progressistas) e Paulo Guedes, que chegam a alcançar 8% nos seus melhores cenários.
No campo da esquerda, a surpresa é o deputado Glauber Braga (PSol) figurar como melhor colocado do grupo. Chegou a terceiro lugar atrás apenas do prefeito Eduardo Paes (PSD) e de Flávio Bolsonaro. Variou entre 7% e 8% nos cenários estimulados apresentados.
Glauber ainda não decidiu se concorrerá a governador. Está viajando por todo estado e promovendo levantamentos entre seus eleitores para saber se disputará o governo ou a reeleição como deputado federal. O prefeito Eduardo Paes continua como favorito na disputa pelo Palácio Guanabara, segundo a pesquisa, variando de 37% a 43% nos três cenários.
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