Pequenas oficinas, grandes impactos

Oito em cada dez oficinas brasileiras são de pequeno porte — e nelas a manutenção preventiva se consolidou como principal motor de crescimento. É o que mostra o estudo exclusivo ‘O futuro da relação: indústria reparador’, da Oficina Brasil. O levantamento também evidencia que a realidade do setor é marcada por operações enxutas: 80% das oficinas são de médio e pequeno porte, geralmente com a gestão concentrada no proprietário.
Nesse cenário, a busca por qualificação técnica é quase unânime. Pelo menos 97% dos reparadores afirmam precisar de atualização contínua para atender à crescente demanda por manutenção preventiva. “É o principal motor de crescimento das oficinas independentes, que hoje respondem por grande parte dos atendimentos no Brasil. Isso mostra como o reparador desempenha um papel central não apenas na rotina dos motoristas, mas também na sustentabilidade econômica de toda a cadeia automotiva”, afirma André Simões, diretor da Oficina Brasil. Quando o tema é a relação com a indústria, surgem sinais de distanciamento. Embora 82% dos reparadores sintam orgulho em indicar uma marca, 60% acreditam que não são ouvidos e 34% nunca receberam apoio relevante de fabricantes.
A fidelização também mostra fragilidade: 67% têm sempre duas ou três opções equivalentes ao escolher peças, e apenas 12% declaram fidelidade real. Entre os atributos mais valorizados, destacam-se a qualidade (65%) e a confiança (48%), que superam preço ou status da marca. Os desafios diários também reforçam o papel estratégico das oficinas independentes. Segundo o estudo, os problemas que mais tiram o sono dos reparadores são turnover (47%), retrabalho (40%) e prazo de entrega de peças (30%). Entre as maiores necessidades, 97% destacam a qualificação profissional e atualização técnica, seguidos por gestão da oficina (54%) e acesso a ferramentas (11%).
Leia maisComunidades – O estudo evidencia que os reparadores recorrem cada vez mais às suas próprias comunidades para trocar informações e resolver problemas técnicos. Entre os entrevistados, 70% afirmaram buscar colegas de profissão ou participar de grupos e fóruns, enquanto 50% mencionaram tutoriais em vídeo e 39% citaram materiais técnicos como recursos utilizados. Esses percentuais são complementares e revelam a diversidade de canais acionados pelos profissionais no dia a dia. Os insights revelam que a maior parte dos reparadores que participam de grupos interagem de forma ativa nesses espaços, demonstrando engajamento na troca de informações. Ainda assim, 75% afirmam já ter deixado algum grupo em função de conflitos, excesso de propaganda ou falta de conteúdo útil.
Objetividade – Os dados também mostram que a objetividade é determinante na rotina dos reparadores. O vídeo curto desponta como o formato preferido de aprendizado (60%) e também como a principal alternativa quando estão sem tempo (63%). Além disso, outros recursos complementam essa busca por praticidade: 37% recorrem a materiais técnicos em PDF ou manuais, 34% a vídeos passo a passo e 17% a cursos longos estruturados. Em momentos de maior demanda, além do vídeo rápido, 45% priorizam a troca direta com colegas e 28% a pesquisa na internet, reforçando que o conteúdo técnico precisa ser prático, acessível e adaptado ao ritmo dinâmico das oficinas. A pesquisa teve abrangência nacional e considerou oficinas em diferentes estágios de maturidade. Do total, 45,9% são negócios maduros (11 a 20 anos de operação), enquanto 40% já ultrapassaram duas décadas de atuação.

Versão de entrada Creta fica mais segura – Batizada de Comfort Safety, a nova configuração do SUV médio da Hyundai incorpora recursos importantes de assistência à condução, como o sistema de alerta e frenagem autônoma, o assistente de permanência e centralização em faixa, farol alto adaptativo e detector de fadiga. Os demais itens de tecnologia e segurança seguem conforme especificação da versão anterior, Comfort. O modelo já está disponível na rede de concessionárias Hyundai no Brasil, com preço sugerido de R$ 151.790.
Além das tecnologias de segurança, todas as versões possuem como item de série o Hyundai Bluelink, sistema de conectividade que permite ao condutor monitorar seu veículo remotamente. O uso do Bluelink é gratuito por cinco anos e, entre suas principais funcionalidades, estão o monitoramento do automóvel, rastreamento e imobilização, assistência 24 horas e diagnóstico dos sistemas. Também vem com a Smart Câmera 360°, que permite a visualização do entorno do carro na tela do celular. Complementam o serviço, conforme a configuração da central multimídia especificada em cada modelo, os comandos de voz e a busca de pontos de interesse com informações de trânsito em tempo real.

Novo Jetta GLI custa R$ 270 mil – O sedã médio da Volkswagen chega às concessionárias no dia 8 de novembro. É uma configuração única, sem opcionais. Destaques para o teto solar panorâmico, seis airbags e pacote de assistentes de condução: assistência de faixa, detecção de pedestres, monitoramento de ponto cego etc. O visual foi renovado, trazendo assinatura de iluminação 100% em LED, com faróis e lanternas conectadas, nova grade em colmeia com friso vermelho e badge GLI centralizado na traseira. O motor é um 2.0 turbo, que entrega 231cv de potência e 35,7kgfm de torque.
Dolphin Mini: menos de R$ 100 mil para taxistas e PCD – A BYD está oferecendo desde a semana passada os modelos Dolphin Mini, King e Song Pro, agora montados em Camaçari, BA, para vendas diretas, taxistas e pessoas com deficiência (PCD) com isenção fiscal de IPI e ICMS. Para esses públicos específicos, o Dolphin Mini GL, nova versão de entrada do compacto elétrico, custará R$ 99.990, no caso de PCD, e R$ 98.590 para taxistas. Para microempresa e produtor rural, fica em R$ 107.091. O Dolphin Mini é o elétrico mais vendido do Brasil. De janeiro a setembro, foram 10,3 mil licenciamentos, 25% dos mais de 40 mil carros elétricos vendidos pela BYD no período. As versões GL dos híbridos SUV Song Pro e do sedã King também contarão com os incentivos para vendas diretas. Com a isenção de impostos, o SUV custará R$ 132.990 para taxistas e R$ 147.990 para PCD e o sedã sai de R$ 169.990 por R$ 124.990.
Chega o Geely EX2 – A Geely Auto desembarcou nesta sexta-feira (17), no porto de Paranaguá (PR), o primeiro lote do Geely EX2, segundo modelo da marca que será vendido no país. O veículo foi o mais vendido na China em 2025. A comercialização por aqui começa já agora em novembro. Com propulsão elétrica, o EX2 foi desenvolvido dentro de quatro pilares: design, com visual harmônico e proporções equilibradas; espaço, com soluções inéditas de aproveitamento; economia, com alta eficiência energética e recarga rápida; e performance Inteligente, com uma combinação de desempenho.
Toyota expande garantia para blindados – A marca japonesa acaba de anunciar a ampliação do programa de extensão de garantia Toyota 10 para veículos com blindagem certificada. Dessa forma, os clientes que optarem pela proteção balística terão a mesma cobertura aplicada ao portfólio – que permite a extensão por até 10 anos ou 200 mil quilômetros para modelos a partir de 2020, sem custo adicional.
O programa permite prolongar a cobertura por até 10 anos, sem nenhum custo adicional, e é ativado automaticamente ao serem realizadas revisões programadas na rede autorizada após o término do período inicial de 5 anos de garantia de fábrica. Essa cobertura adicional é renovável a cada 12 meses ou 10.000 km e contempla peças de carroceria, sistema de arrefecimento, componentes elétricos e eletrônicos, motor, transmissão e freios até o limite máximo de 60 meses (totalizando 120 meses quando somados à garantia inicial) e 200.000 km para uso particular ou 100.000 km para uso comercial — o que ocorrer primeiro.


As motos elétricas e a segurança no trânsito – O mercado de motocicletas elétricas vive uma situação inédita no Brasil: no primeiro trimestre de 2025, foram licenciadas 3.452 unidades, mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado, quando 1.686 unidades foram emplacadas, segundo dados da Fenabrave. Se, por um lado, o crescimento pode ganhar ainda mais impulso com a entrada de marcas tradicionais do setor, por outro acende o alerta sobre segurança no trânsito. Afinal, a tecnologia exige novas práticas de pilotagem e maior conscientização dos condutores.
Segundo Diogo Figueiredo, gerente de Capacitação e Treinamentos do Cepa Mobility, os riscos estão ligados a características próprias das motos elétricas. “O torque imediato e a aceleração linear facilitam arrancadas fortes, enquanto o silêncio em baixas velocidades reduz a percepção por pedestres e outros motoristas. Isso aumenta as chances de incidentes em áreas urbanas, especialmente atropelamentos”, explica. Outro ponto de atenção é a frenagem regenerativa, que altera a sensação de desaceleração e pode surpreender condutores sem experiência. “Treinar frenagens progressivas e antecipar manobras é fundamental para evitar travamentos e desequilíbrios. O veículo responde diferente da combustão, e o piloto precisa se adaptar”, completa Figueiredo.
Treinamento – Para o especialista, a rápida popularização das motos elétricas precisa ser acompanhada de medidas de conscientização, regulamentação e treinamento. Hoje, a legislação brasileira já enquadra ciclomotores e motocicletas elétricas nas mesmas categorias de habilitação (A e ACC), mas o desafio está em preparar os condutores para as particularidades desse tipo de veículo. Na prática, o Cepa recomenda que o pretendente a uma elétrica leve em conta fatores como perfil de uso, autonomia real, rede de assistência e condições de recarga. Também sugere treinos de adaptação: arrancadas suaves, sinalização antecipada, planejamento de autonomia e prática de frenagens em diferentes condições de pista. “Não é zero manutenção: pneus, freios e suspensão continuam críticos. Já a bateria exige cuidados de recarga e armazenamento, sempre em pontos seguros e com equipamentos adequados”, orienta o especialista.

Nissan em Resende: 100 mil carros para exportação – Com 11 anos de história, o Complexo Industrial da Nissan em Resende (RJ) celebra mais um marco: a exportação de 100 mil carros. A unidade que definiu esse marco foi um Kicks Play Sense com câmbio manual na cor branca destinado à Argentina, país que recebeu mais da metade de toda a produção feita para comercialização em mercados externos desde o início do programa de exportação. Dentro desse total, a Nissan também enviou veículos a países como Chile, Paraguai, Uruguai, Peru, Costa Rica, Panamá e Bolívia.
O primeiro veículo produzido na Nissan do Brasil para exportação foi o compacto Nissan March para a Bolívia. Porém, o primeiro embarque foi de unidades do mesmo modelo para exportação ao Paraguai. Entre os modelos e versões mais exportados pela planta de Resende estão o March S, Versa Sense, Kicks Play Advance e o novo Kicks Advance. Hoje, o Complexo Industrial da Nissan em Resende exporta o novo Kicks e o Kicks Play. E, no futuro, também como resultado do investimento de R$ 2,8 bilhões da fabricante japonesa, a fábrica passará a produzir um novo SUV que será vendido para mais de 20 países, tornando Resende um hub de exportação.
Hyundai lança carros por assinatura – A marca coreana anunciou no meio da semana o lançamento oficial do “Hyundai Assina”, programa de carros por assinatura — uma novidade já disponível nas concessionárias da Grande São Paulo e que será expandida para todo o Brasil até o fim de 2025. Ele permite que o cliente possa ter um Hyundai 0km com todos os custos inclusos em uma única mensalidade: IPVA, licenciamento, seguro, manutenção preventiva e assistência 24h. E elimina preocupações com entrada, financiamento ou desvalorização do veículo, oferecendo mais liberdade e previsibilidade financeira. A empresa garante que, quando comparado às opções de compra à vista e compra financiada, o “Assina” pode representar uma economia de até 20% ao longo de três anos.

Yangwang U9 Xtreme é vendido para um brasileiro – A primeira unidade do Yangwang U9 Xtreme, carro de produção mais rápido do mundo, foi vendida para o brasileiro Leo Sanchez, piloto e dono da farmacêutica EMS. O supercarro elétrico — da BYD — quebrou o recorde mundial, atingindo 496,22 km/h no centro de testes ATP Automotive Testing Papenburg, na Alemanha.
Com produção global limitada a apenas 30 unidades e apenas uma destinada para venda no Brasil, o carro mais rápido do planeta aproveita a arquitetura técnica do U9. A versão inclui uma plataforma atualizada com o sistema elétrico de ultra alta tensão de 1200V (em comparação com 800V), bateria Blade de fosfato de ferro e lítio com incrível taxa de descarga de 30C, quatro motores de ultra-alta velocidade que operam a até 30.000 rpm e produzem um total de mais de 3.000 cv, pneus semisslick de nível de competição e a suspensão DiSus-X revisada, com calibração específica para lidar com as tensões aumentadas em circuitos. A Yangwang é a marca superesportiva premium da BYD.

Carregador elétrico e a manutenção preventiva – Com mais de 480 mil veículos elétricos em circulação no Brasil, a infraestrutura de recarga ganha papel cada vez mais estratégico na consolidação da mobilidade no país. Mais do que instalar os equipamentos, manter os carregadores em boas condições de uso é essencial para garantir segurança, eficiência energética e durabilidade dos sistemas.
- A manutenção preventiva atua como um verdadeiro check-up técnico, antecipando falhas e evitando interrupções no funcionamento, em processo que inclui limpeza completa, verificação de ventilação, inspeção de cabos e terminais, reaperto de conexões e, quando necessário, atualização de software.
- Segundo Ayrton Barros, diretor-geral da NeoCharge, o intervalo entre as manutenções deve variar conforme o perfil de uso do equipamento. “Para carregadores de uso residencial, o ideal é realizar a manutenção uma vez por ano. Já nos modelos instalados em locais públicos, com alta frequência de recargas, o intervalo recomendado é de seis em seis meses”, orienta.
- Para o especialista, o cuidado deve ser redobrado em ambientes abertos — como estacionamentos e rodovias —, onde a exposição à maresia, ao sol e à poeira acelera o desgaste. “Nesses casos, é indicado realizar verificações a cada três meses, especialmente em carregadores DC, que possuem partes móveis e ventilação ativa mais sensível”, acrescenta.
- Além de prevenir falhas elétricas e superaquecimentos, a manutenção garante melhor desempenho energético, uma vez que equipamentos limpos e calibrados operam com maior eficiência e estabilidade, evitando desperdício de energia e ampliando a vida útil dos componentes.
- Durante a inspeção, também é importante verificar os disjuntores, dispositivos de proteção (DR e DPS) e toda a estrutura elétrica envolvida. Segundo Ayrton Barros, este cuidado reduz o risco de incêndios e falhas graves nas instalações. “Com a limpeza, o reaperto dos terminais e a checagem do resfriamento, é possível evitar problemas e manter o equipamento operando com segurança por muito mais tempo”, explica.
- Com a expansão acelerada da frota elétrica no país, o hábito da manutenção preventiva tende a se consolidar como uma etapa essencial para o bom funcionamento da rede de recarga. “Mais do que um procedimento técnico, trata-se de um pilar de segurança e confiança para o crescimento sustentável da mobilidade elétrica no Brasil”, reforça.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
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