O clima é de revolta na Câmara dos Deputados diante do arquivamento da PEC da Blindagem pelo Senado, e caciques da Casa comandada por Hugo Motta veem “traição” do presidente Davi Alcolumbre com essa decisão e também com o avanço, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, de uma proposta “clone” do projeto do governo que isenta de pagar Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil.
Segundo lideranças da Câmara, Alcolumbre participou da costura que previa aprovar a PEC da Blindagem simultaneamente a uma versão mais “light” da anistia para os condenados do 8 de Janeiro e da chamada trama golpista. Esses deputados lembram que partiu do próprio Alcolumbre a ideia de trocar anistia ampla, geral e anistia por uma proposta que mexesse nas penas, e foi isso que a Câmara seguiu. As informações são do jornal O GLOBO.
Leia maisQuanto ao projeto “alternativo” da isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil, aliados de Hugo Motta afirmam que o calendário combinado com o governo está sendo seguido, e que o Senado não pode, por lei, ser propositor de uma proposta que abra mão de receitas e aumenta gastos.
Por isso, os deputados não querem apenas que o governo diga que não tem nada a ver com a manobra do Senado, como ministros passaram a quarta-feira fazendo: espera que o Planalto e a Fazenda desautorizem o projeto relatado pelo senador Renan Calheiros e reafirmem que o que vale é o que está sob relatoria do deputado Arthur Lira.
Diante da dupla cotovelada entre as duas Casas do Congresso, deputados concluem que Alcolumbre recebeu alguma garantia do governo de que não haverá investigações nem operações tendo senadores como alvos. Mas prometem “troco” ao senador amapaense em matérias que chegarem da Casa ao lado.
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