Membro titular da Comissão Especial que analisa a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da Segurança Pública, o deputado federal Coronel Meira (PL) não acredita que a matéria seja votada este ano. Apesar da pressão gerada em função da megaoperação policial no Rio de Janeiro, o parlamentar entende que o texto enviado pelo governo federal não agrada o Congresso Nacional, o que dificulta a tramitação da matéria. Ele atribuiu à figura do ministro Ricardo Lewandowski, que não ajuda a gestão Lula nesse assunto.
“É difícil a gente trabalhar na Câmara quando vem um pacote fechado do governo de um ministro que não entende nada, que é o Ricardo Lewandowski. Ele não entende nada de segurança pública. Está até bem assessorado em algumas áreas, mas não adianta ser assessorado se ele não ouve. Prova tal é que recentemente o diretor da Polícia Federal foi dar um depoimento, depois dessa ação do Rio de Janeiro, e o ministro mal educadamente empurrou o diretor. Se eu fosse esse diretor, pediria para sair na hora. Ele é um técnico, um delegado da polícia federal. E o ministro simplesmente atropelou, porque ele está ali simplesmente fazendo política partidária de um governo que na verdade é aliado do crime organizado. Quero que diga que o Coronel Meira está mentindo”, disparou, em entrevista ao podcast ‘Direto de Brasília’.
Leia maisO deputado ainda criticou o texto, ao qual chamou de “enrolação”. “Não coloca o dedo na ferida da segurança pública. Não trata a segurança no sentido de haver uma união maior a nível de base. Pelo contrário, ela tira a autonomia dos estados. E a gente entende que, como na saúde e na educação, tem que ser recriado o Ministério da Segurança Pública, para poder ter as políticas voltadas totalmente e um alinhamento”, ponderou Meira.
Uma das dificuldades, na visão do parlamentar, é que a área de segurança pública está “fatiada” entre ministérios, o que impediria o governo de agir com eficiência. “Uma parte está no Ministério da Defesa, com Marinha, Exército e Aeronáutica, e outra parte está no Ministério da Justiça, que são as polícias federais. Os governadores têm a Polícia Militar, a Polícia Civil, Bombeiro Militar e Polícia Penal. E os prefeitos têm suas guardas municipais. A PEC não fala nada da primeira malha de segurança, que são as guardas municipais, a nível de atuação. Inclusive nós defendemos que seja transformada em Polícia Municipal, dentro de um padrão, de uma regulamentação, mas a PEC não traz. Em momento algum fala das polícias estaduais, e centraliza toda a segurança pública na Polícia Rodoviária Federal, o que é um absurdo. Então a situação é muito difícil”, disparou.
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