A Polícia Federal (PF) confirmou que a ex-publicitária de campanhas dos Partidos dos Trabalhadores (PT) Danielle Miranda Fonteles atuou como representante do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, em Portugal.
A parceria já tinha sido revelada pela coluna no início deste mês. Mensagens obtidas pela reportagem mostram que Danielle Fonteles esteve à frente dos negócios de cannabis de Antônio Camilo Antunes no país europeu. As informações são da CNN.
Leia maisA publicitária se tornou um dos alvos da nova fase da Operação Sem Desconto deflagrada pela PF nesta quinta-feira (18/12). Ela terá que usar tornozeleira eletrônica, conforme decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A PF atribui a Danielle Fonteles “papel sofisticado dentro da engrenagem de lavagem de capitais” do Careca do INSS, “operando em múltiplas frentes: financeira, empresarial, imobiliária e internacional”.
A Polícia Federal identificou que a publicitária movimentou recursos do Careca do INSS no exterior e foi beneficiada com repasses de mais de R$ 13 milhões feitas pelo lobista.
Segundo a representação da PF, a defesa da publicitária alegou que os valores encaminhador por Antonio Camilo Antunes se referem à negociação de um imóvel localizado em Trancoso (BA), avaliado em aproximadamente R$ 13 milhões, que seria pago em 13 parcelas de R$ 1 milhão cada.
A transação, no entanto, não chegou a ser efetivamente concluída. “[A Defesa] sustenta, ainda, que todos os valores foram devidamente declarados à Receita Federal, com recolhimento dos tributos correspondentes, sendo o referido negócio imobiliário a justificativa legítima para as movimentações financeiras questionadas”, destacou a PF.
“Há, assim, indícios de que, da mesma forma que a emissão de notas fiscais tem sido utilizada para simular legalidade nas operações financeiras vinculadas ao esquema de fraudes previdenciárias, a suposta venda do imóvel teve por objetivo ocultar a real natureza da relação entre ANTONIO e DANIELLE, que ultrapassa os limites de uma mera transação comercial”.
Mensagens obtidas pela PF mostram que o Careca do INSS identificava Danielle Fonteles como “sócia Portugal” e que a publicitária usava uma empresa dela no país europeu para receber os recursos do lobista.
“A PF demonstra que DANIELLE recebe mensalmente valores enviados por ANTÔNIO e atua como intermediária em aquisições internacionais de ativos. Em mensagem de whatsapp de 11 de setembro de 2024, DANIELLE informa que ainda não teria recebido seu pagamento referente ao mês de agosto. Em seguida, pergunta se ANTÔNIO ou seu filho ROMEU estariam levando a quantia para Portugal, uma vez que estariam viajando para lá”, destacou o ministro do STF André Mendonça.
Os investigadores apontam que atuação transnacional de Danielle Fonteles conecta “o núcleo brasileiro às estruturas europeias utilizadas pelo grupo, em especial em Portugal e Alemanha”. Diante disso, era a publicitária quem formulava propostas “para aquisição de imóveis em nome do grupo criminoso, bem como era quem cuidava dos projetos e investimentos no exterior”.
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