O União Brasil formalizou a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, nesta segunda-feira (8). Em um comunicado, o partido confirmou o cancelamento da filiação, diante da negativa de deixar a pasta. O União decidiu entregar os cargos no governo e decretou que seus quadros deveriam deixar os postos até 19 de setembro. Sabino chegou a entregar uma carta de renúncia, mas atendeu a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para permanecer durante a agenda da COP30, em Belém. A demora levou a direção do União a abrir um processo disciplinar.
Além de permanecer no ministério, o ministro surgiu em agendas ao lado de Lula, o que irritou a Executiva Nacional do União. Desde outubro, ele já estava afastado das decisões da legenda e foi destituído do comando do diretório regional do Pará. As informações são do jornal O Globo.
Leia maisA decisão de desembarque do governo ocorreu pouco depois da veiculação de notícias que associaram o presidente nacional do partido, Antônio de Rueda, ao crime organizado de São Paulo. De acordo com reportagens publicadas pelo UOL e pelo ICL, aeronaves de Rueda teriam sido usadas pelo PCC. O partido vê influência do governo em vazamentos de operações da Polícia Federal (PF) que miram Rueda.
Aos veículos de imprensa, Rueda negou ser dono de aviões e repudiou “com veemência qualquer tentativa de vincular seu nome a pessoas investigadas ou envolvidas com a prática de algum ilícito”.
O desembarque do governo por parte dos partidos que integram a federação PP-União, contudo, já era esperado.
Sabino diz sair de cabeça erguida
Em reação à expulsão, Sabino afirmou, em uma live nas redes sociais, que sua permanência no Ministério do Turismo foi motivada por “responsabilidade administrativa” e pelo compromisso com projetos que considera essenciais para o país. O ministro citou indicadores de órgãos como Receita Federal, Polícia Federal, Fecomércio e entidades do setor de viagens, segundo os quais o turismo nacional teria registrado, nos últimos dois anos e meio, resultados superiores às melhores marcas históricas.
Ele também mencionou a proximidade da COP30, em Belém, como fator decisivo para não deixar o cargo. “Não poderia abandonar meu trabalho às vésperas da realização da COP30 nem interromper programas que estavam em execução”, disse
Sabino disse ainda que recebeu a ordem para deixar o cargo “em 24 horas”, mas que não concordou com a determinação. Ele afirmou sair do União Brasil “de cabeça erguida”, argumentando que não aceitou pressões internas da sigla. “Saio com a ficha limpa, sem nenhuma mácula. Trabalhei pelo Brasil, pela geração de emprego e pelo turismo. Não me curvei quando quiseram me obrigar a fazer algo com que eu não concordava”, afirmou.
O ministro reforçou que continuará atuando na pasta “servindo ao Brasil e ao Pará”, onde a COP30 exigirá, segundo ele, continuidade administrativa na preparação da infraestrutura e das equipes responsáveis pelo evento.
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