Antonio Lavareda no último podcast do ano
Sou um jornalista extremamente inquieto. Há 20 anos, quando ninguém sequer imaginava do que se tratava, criei meu blog, pioneiro no Nordeste. A ousadia foi tamanha que desconfiaram que eu havia pirado. Hoje, porém, Pernambuco, provavelmente, seja o Estado no qual a ferramenta mais avançou, com plataformas para todos os gostos, em todas as regiões, do litoral ao Sertão.
Em junho próximo, faremos uma grande festa e um brinde especial pela comemoração das duas décadas de sua fundação. Em 28 de março deste ano, num outro passo à frente, coloquei no ar o podcast Direto de Brasília, em parceria com a Folha de Pernambuco, após a mão estendida do meu amigo Eduardo Monteiro, que apostou no projeto.
Leia maisEduardo não me conhece de hoje. Fui diretor do Diário de Pernambuco em Brasília na época em que ele arrendou o jornal mais antigo em circulação na América Latina, com 200 anos. Também acompanhei de perto a fundação da Folha de Pernambuco e foi a mim que ele recorreu, diante de tantos jornalistas no mercado, para editar o Jornal de Brasília, quando também arrendou o jornal candango numa sociedade com um grupo de comunicação no DF.
Para a última edição do podcast deste ano, na próxima terça-feira, convidei — e ele aceitou de bom grado — o professor, escritor e cientista político Antonio Lavareda, pioneiro no Brasil nos estudos teóricos e na utilização de ferramentas de neuropolítica, mestre em Ciência Política e em Sociologia. Lavareda também é um dos marqueteiros mais bem-sucedidos em campanhas eleitorais no País, craque em pesquisas e análises de cenários eleitorais nacionais e internacionais.
O podcast tem a participação também dos jornalistas José Maria Trindade, da Jovem Pan Brasília; Marcelo Tognozzi, do Poder360; Rudolfo Lago, do Correio da Manhã; Betânia Santana, da Folha de Pernambuco; Heron Cid, do site MaisPB; Arnaldo Santos, da revista Mais Nordeste, de Fortaleza; Felipe Klisma, da Rede de Rádio ANC, do Ceará; Orlando Pontes, do jornal Brasília Capital, e Ângelo Girotto, do jornal O Potengy, do Rio Grande do Norte.
Na pauta, a prisão de Bolsonaro, os escândalos do INSS e do Banco Master, o Governo Lula, as pesquisas de intenção de voto para presidente, o golpe no orçamento da União dado pelo Congresso, através das emendas e do inflado fundo eleitoral, além de outras cositas mais, como a iniciativa do senador Alessandro Vieira de colher assinaturas para investigar o contrato do banco Master com a esposa do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A VOLTA DE FREIRE – Já para o primeiro podcast do ano, em 6 de janeiro, está confirmada a presença do ex-senador pernambucano Roberto Freire, que estava sumido da mídia nacional e reapareceu retomando a presidência nacional do Cidadania em função de uma decisão liminar da justiça, afastando o então presidente Plínio Comte Bittencourt. Freire vai falar dos novos tempos que a legenda passa a viver e do quadro nacional. Além de senador, Freire foi também deputado federal por Pernambuco e disputou a Presidência da República em 1989, a primeira eleição direta, na qual Collor bateu Lula no segundo turno.

O projeto é tirar Raquel – Um dos nomes cotados para vice na chapa de João Campos a governador, o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), diz que seu projeto é ajudar João a chegar ao Palácio das Princesas para encerrar o ciclo Raquel. Em sua fala ao pré-candidato socialista, sábado passado, em sua fazenda em Canhotinho, Porto confessou ter se arrependido profundamente do apoio dado a Raquel em 2022. “A reprovação dela e os altos índices de intenção de João ratificam que o povo pernambucano também se arrependeu”, disse.
Acareação constrange – Integrantes da Procuradoria-Geral da República e do Banco Central reagiram com incômodo e classificaram como “atípica” a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, de marcar uma acareação semana que vem no inquérito que apura suspeitas de irregularidades no Banco Master. Serão ouvidos na próxima terça-feira, em meio ao recesso do Judiciário, o dono da instituição financeira, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos.
Sem avanço da apuração – Além da decisão ter sido tomada de ofício, ou seja, sem que houvesse pedido da PGR e da Polícia Federal, responsáveis pela investigação, o entendimento entre integrantes da Procuradoria e do BC é que seria necessário avançar mais na apuração antes dessa fase. Uma acareação serve para confrontar versões. Os três serão ouvidos porque Vorcaro tentou vender o banco para o BRB, em operação vetada pelo Banco Central em setembro diante das suspeitas que já estavam em curso de operações fraudulentas feitas pelo Master. Dois meses depois, Vorcaro foi preso, e o BC decretou a liquidação do banco.

O sucesso do prefeito de Araripina – Antes mesmo da pré-campanha municipal de 2024, Evilásio Mateus (PDT), na condição de vice-prefeito de Raimundo Pimentel, em Araripina, já despontava como favorito a sucedê-lo. Mas Pimentel, que governava o município com mão de ferro, em nenhum momento se curvou ao sentimento popular. Vetou a candidatura do então aliado, inventou um nome de improviso e seu grupo sofreu uma acachapante derrota. Passado o primeiro ano da sua gestão, Evilásio aparece com 68% de aprovação, conforme pesquisa do instituto Opinião. Em meio a um deserto de quadros de futuro no Estado, o prefeito de Araripina vai construindo uma história invejável, com luz própria e muito trabalho.
CURTAS
A CARTA 1 – O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) leu, ontem, pela manhã, uma carta que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) redigiu para ser divulgada antes da sua cirurgia para retirada de hérnia. A “carta aos brasileiros”, segundo Flávio, foi escrita em 23 de dezembro, mas Bolsonaro pediu para que fosse lida somente ontem.
A CARTA 2 – Bolsonaro escreveu que vem “enfrentando duras batalhas” ao longo de sua vida e falou que se vê enfrentando um “cenário de injustiças”. Ele reafirmou o desejo de indicar Flávio como candidato à Presidência nas eleições de 2026, diante do “compromisso de não permitir que a vontade popular seja silenciada” e da necessidade de “resgatar o Brasil”.
A CARTA 3 – Bolsonaro afirmou que a decisão de indicar Flávio é “consciente, legítima e amparada no desejo de preservar a representação daqueles que confiaram” nele. Flávio, de acordo com o ex-presidente, é “a continuação do caminho da prosperidade” que Bolsonaro disse ter iniciado “muito antes” de chegar ao Planalto ao ser eleito em 2018.
Perguntar não ofende: Depois desta carta, será mais difícil deletar a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro?
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