Prefeitos já falam em abandonar Raquel
Tentando surfar em números inflamados de pesquisas sem credibilidade, a governadora Raquel Lyra (PSD) faz esforços midiáticos para criar um ambiente de que seu governo está melhorando, o que não bate com a realidade. Outra aposta se dá na ilusória força no apoio de prefeitos vendalhões.
Miguel Arraes levou uma goleada de Jarbas Vasconcelos em 1998 tendo um batalhão de prefeitos, acima de uma centena. Prefeito, já comentei neste espaço, só transfere votos para deputado. Voto de governador é movido pelo coração, pelas circunstâncias, pelos fatos ao longo da campanha.
Leia maisTenho ouvido uma só queixa dos prefeitos adesistas: Raquel não tem cumprido os acertos fechados em troca dos votos para sua reeleição. Reclamam que estão há mais de seis meses no aguardo do que ela prometeu. A maioria anda impaciente. Com o tempo passando, chegam a fazer ameaças.
Outro dia ouvi de mais de dez prefeitos a mesma ladainha: se a governadora não cumprir com o que acertou com seus municípios até janeiro, não terão outro caminho a não ser abandonar o barco do projeto, hoje extremamente incerto, da reeleição dela.
Neste caso, só terão uma alternativa: debandar para a oposição em apoio a João Campos, porque a eleição que se aproxima, ano que vem, será polarizada entre Raquel e João, sem a menor chance do surgimento de uma candidatura de terceira via. Um cenário que levará a uma decisão inexorável logo no primeiro turno.
“Tem direito de criticar o que tem coragem de ajudar. A gente só ajuda até onde for ajudado”, desabou um prefeito sob anonimato, para não sofrer retaliações da governadora, com a qual, diz ele, a paciência chegou ao limite dos limites.
IMPACIENTE – Um dos prefeitos mais impacientes é Cléber Chaparral (UB), de Surubim. Sua maior queixa diz respeito ao drama do abastecimento de água no município pela Compesa. A conta chega todo final do mês bem salgada para os usuários, mas água nas torneiras em alguns bairros só uma vez por semana. E olhe lá! Recentemente, Chaparral fez um desabafo numa entrevista numa emissora de rádio de Surubim. Chaparral retrata apenas, com firmeza, o clamor da população.

Clamor da população – Aliado de primeira hora do prefeito Cléber Chaparral, o prefeito de Bom Jardim, João Francisco Neto, o Janjão (UB), afirma que a solução para o fim do racionamento de água na região é uma pauta defendida por todos os prefeitos do Agreste Setentrional. “Foi uma promessa da governadora e como prefeito dou toda razão ao grito de Chaparral. Sem água, não podemos conter a insatisfação da população”, diz Janjão.
Ator rasga elogios a Lula – O ator Wagner Moura, estrela do filme “O Agente Secreto”, esteve em Lisboa, só por 24 horas, onde foi homenageado pelo 19º Lisboa Film Festival, para promover a película, dirigida por Kleber Mendonça Filho. “Eu pousei hoje e estou indo embora amanhã de manhã, mas é por conta do carinho que eu tenho por Paulo Branco [diretor do festival] e pelo amor que eu tenho por Portugal”, disse. O artista não falou apenas sobre o filme, mas sobre política. Disse não considerar a Venezuela sob o comando de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela) de esquerda, mas uma democracia e declarou que não será fácil para a esquerda vencer as eleições de 2026. Segundo ele, a direita que está ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegará em 2026 “com força”, mas que o atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é “o maior brasileiro de todos os tempos”.
Sem crença na facada – De um lado, a dúvida lançada sobre a veracidade do ataque a faca sofrido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018. Do outro, a crença de que as eleições que elegeram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2022, foram fraudadas. Teorias da conspiração conectadas a temas políticos — ainda que com adesão minoritária na população brasileira como um todo — chegam a convencer, a depender do tópico, mais da metade dos eleitores identificados com a esquerda ou com a direita. É o que revelam dados inéditos da nova edição da pesquisa “A Cara da Democracia”. O levantamento é uma iniciativa de pesquisadores de universidades como UFMG, Unicamp, UnB, Uerj e Enap, e foi financiado pelo CNPq e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

Como Odorico Paraguaçu – Na passagem por Fernando de Noronha na semana passada, a primeira em três anos de gestão, a governadora Raquel Lyra autorizou a construção de 25 casas e a reforma do cemitério. Personagem da série global “O Bem Amado”, Odorico Paraguaçu não conseguiu inaugurar o cemitério, sua única “grande obra”, porque ninguém morreu na dramaturgia. A bela ilha, que enche os olhos de turistas do mundo inteiro, vai cair na mesma chacota de Sucupira, a cidade imaginária do dramaturgo Dias Gomes?
CURTAS
EM LIMOEIRO – Retomo hoje, às 15 horas, em Limoeiro, a maratona de lançamentos do meu livro “Os Leões do Norte”. Será na Facal, a faculdade do município, com a presença de estudantes e o apoio do prefeito Orlando Jorge (Podemos). Antes, faço uma palestra sobre os 22 governadores biografados na obra.
SURUBIM – Amanhã, estarei em Santa Cruz do Capibaribe, na Câmara de Vereadores, às 19 horas, com apoio do prefeito Helinho. Na quarta, dois compromissos: Surubim pela manhã e Casinhas à tarde, em eventos com apoio dos prefeitos Cléber Chaparral e Juliana de Chaparral.
FACULDADE – Na sexta-feira, também duas agendas: às 15 horas na Faculdade Vale do Pajeú e à noite em Taquaritinga do Norte, na Câmara de Vereadores, às 19 horas, com apoio dos prefeitos Zé Martins e Gena Lins, além de Painha, diretor-presidente da FVP.
Perguntar não ofende: Fernando de Noronha vai virar A Sucupira real?
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