A caminho de Trindade, no Sertão do Araripe, onde faço, às 19 horas, uma noite de autógrafos de “Os Leões do Norte”, na Câmara de Vereadores, dei uma paradinha estratégica em Salgueiro, ontem, para o pernoite, e hoje, logo cedo, cumpri meus 8 km da corridinha diária pela BR-232.
O grupo palestino Hamas libertou nesta segunda-feira (13) todos os 20 reféns ainda vivos que eram mantidos na Faixa de Gaza há mais de dois anos. Enquanto Israel também soltou palestinos detidos em prisões no país, como parte da primeira fase do plano de cessar-fogo proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Pela primeira vez em mais de dois anos, o grupo radical e seus aliados não mantêm nenhum refém vivo no território palestino. Todos os 20 que foram sequestrados e ainda estavam vivos estão agora sob custódia israelense. As informações são da CNN.
O Hamas sequestrou 251 pessoas do sul de Israel e as levou para a faixa de Gaza no ataque de 7 de outubro de 2023, que marcou o início da guerra no território palestino.
Mais quatro reféns eram mantidos pelo grupo antes do ataque. Os corpos de 26 pessoas, que foram declarados mortas, continuam na Faixa de Gaza e devem ser libertados em breve.
Há ainda outros dois reféns adicionais cujo status é incerto. O governo israelense já havia declarado haver “graves preocupações” sobre os destinos deles.
O governo israelense deve libertar 250 palestinos que cumprem longas penas de prisão.
Além disso, 1.718 detidos que estavam presos em Israel sem acusação desde o início da guerra em Gaza também serão libertados. O primeiro ônibus já está na Faixa de Gaza, informou a Sociedade de Prisioneiros Palestinos.
Multidões se reuniram no território palestino para aguardar o retorno, hospitais se preparam para receber os detidos.
Saiba quem são os 20 reféns libertados vivos:
Bar Abraham Kupershtein
Evyatar David
Yosef-Chaim Ohana
Segev Kalfon
Avinatan Or
Elkana Bohbot
Maxim Herkin
Nimrod Cohen
Matan Angrest
Matan Zangauke
Eitan Horn
Eitan Abraham Mor
Gali Berman
Ziv Berman
Omri Miran
Alon Ohel
Guy Gilboa-Dalal
Rom Braslavski
Ariel Cunio
David Cunio
Reféns do Hamas que podem estar vivos na Faixa de Gaza
O governo israelense afirmou que 26 reféns estão mortos. Além disso, os restos mortais de outro refém, o soldado Hadar Goldin, das Forças de Defesa de Israel, estão mantidos lá desde 2014, quando ele foi morto e teve o corpo levado para a Faixa de Gaza.
Uma mulher, Inbar Hayman, está entre as pessoas que foram declaradas mortas.
Veja abaixo quem são os reféns que se acredita que estejam mortos em Gaza:
Reféns do Hamas que podem estar mortos na Faixa de Gaza
Por outro lado, o estado de saúde de outros dois — Tamir Nimrodi e Bipin Joshi — permanece incerto.
Reféns do Hamas cujo estado de saúde é desconhecido
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Já que a oposição não se insurge de forma organizada e até judicialmente contra o processo de privatização da Compesa, os trabalhadores da estatal resolveram sair da inércia. A partir de hoje, cruzam os braços por tempo indeterminado. A greve foi aprovada em assembleia da categoria sem volta. Há um medo terrível dos servidores do quadro efetivo de que a Compesa tenha um tremendo retrocesso sendo entregue seu serviço de distribuição à iniciativa privada.
O temor não diz respeito apenas a instabilidade deles como trabalhadores. Vai mais além: a água, o bem maior da humanidade, pode sair mais cara para o consumidor. E isso, num ano pré-eleitoral, vai repercutir negativamente para a governadora Raquel Lyra (PSD), que fecha o terceiro ano com mais esse desgaste em meio a tantos outros, como a tentativa de promover um concurso sem respeitar as cotas raciais.
A paralisação começa, daqui a pouco, com um grande ato em frente à sede administrativa da Compesa, na Rua Jaime da Fonte, em Santo Amaro. A decisão reflete o compromisso da categoria com a defesa de uma Compesa 100% pública, eficiente e com trabalhadores valorizados, e por um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) justo.
A greve ocorre em meio ao processo de privatização parcial da Compesa. No dia 12 de setembro passado, a governadora confirmou a data do leilão de concessão parcial da Companhia, que prevê a transferência dos serviços de distribuição de água e coleta de esgoto para a iniciativa privada.
Na prática, a parte mais rentável e atrativa para o mercado será entregue ao setor privado, enquanto a produção e captação da água — etapa mais difícil, custosa e sujeita às mudanças climáticas — permanecerá sob responsabilidade pública. A categoria denuncia que esse modelo aprofunda a desigualdade no acesso à água e coloca em risco um serviço essencial, que deve ser garantido como direito humano e não como mercadoria.
O secretário de Recursos Hídricos, Almir Cirilo, garante que não haverá demissões na Compesa e que todos servidores serão aproveitados pela empresa que ganhar a operação da parte mais rentável da estatal. Mas quem confia na palavra de um governo que não cumpre o que diz?
SEM GARANTIAS – Os trabalhadores efetivos da Compesa desconfiam do Governo. Temem o futuro porque nenhum documento foi assinado dando garantia aos seus empregos. Nenhuma lei de reaproveitamento do quadro foi apresentada igualmente. “Estamos em campanha salarial e, desde a primeira reunião da mesa de negociação, o governo se recusa a formalizar qualquer garantia”, diz Kaline Lemos, assistente social da Compesa, do comando de greve. O movimento grevista, segundo ela, exige garantias reais de manutenção dos empregos, reposição salarial e respeito ao ACT, além de transparência sobre o futuro da Companhia e dos seus servidores.
Defesa do povo – A luta contra a privatização da Compesa não é apenas por direitos trabalhistas, mas em defesa do povo e do saneamento público. Os trabalhadores afirmam que a Compesa tem plenas condições de seguir sendo 100% pública, com investimento, valorização dos seus técnicos, concurso público e compromisso social. A greve é, portanto, uma resposta coletiva a um projeto que ameaça a soberania sobre um bem essencial: a água.
Longe de ser mercadoria – “Estamos nas ruas para dizer que água é vida, não é mercadoria. Pernambuco precisa de uma Compesa pública, forte e comprometida com o interesse do povo, não com o lucro das empresas”, reforça Lívia Clemente, assistente social também do comando de greve. Com faixas, palavras de ordem e o apoio de diversas entidades sindicais e movimentos populares, os trabalhadores reafirmam que esta é uma greve em defesa da Compesa, da classe trabalhadora e do direito à água para todos em Pernambuco.
Cartas marcadas – Pelo menos até a deflagração da greve por tempo indeterminado a partir de hoje, a oposição se restringiu a fazer meros discursos na Assembleia Legislativa se opondo ao processo de privatização da Compesa. A esta altura, o que os servidores esperam dos deputados é um movimento unificado capaz de barrar a privatização na justiça. De fato, há muitas brechas para contestação e suspeitas de que seja um jogo de cartas marcadas. Para esconder o que pode ser mais prejudicial à população, que também não despertou para o fato de que a água ficará com preço mais salgado, a governadora usa o termo concessão e não privatização.
A dinheirama da privatização – A governadora está com os cofres estaduais abarrotados de dinheiro com os empréstimos autorizados pelo Legislativo e encontrou na privatização da Compesa, segundo os servidores da estatal, uma forma de abocanhar mais recursos em ano pré-eleitoral. Fala-se que o leilão dos serviços de distribuição de água vai render em torno R$ 19 bilhões ao Estado. O edital marcou a entrega das propostas para 11 de dezembro próximo e a realização do leilão uma semana depois, em 18 de dezembro, na na Bolsa de Valores de São Paulo. O projeto pretende atrair R$ 19 bilhões em investimentos privados para a universalização do saneamento, somando-se a R$ 16 bilhões em recursos estaduais. O tempo da concessão é de 35 anos.
CURTAS
DUAS REGIÕES – Para a concessão, a Compesa foi dividida em duas regiões: a Microrregião de Água e Esgoto (MRAE2) que vai da Região Metropolitana do Recife até a região do Pajeú (RMR-Pajeú) – composta por 160 municípios – e da MRAE1, composta por 24 municípios do Sertão. Especialistas afirmam que o modelo de concessão parcial não é o mais recomendado.
O OSSO – A parte que vai continuar pública, a de produção e captação da água, é o osso, a mais difícil e custosa e está sujeita a intempéries, principalmente diante das mudanças climáticas. Já a parte de distribuição, que será entregue à empresa privada — ou empresas, já que cada região será um leilão diferente – é a mais atrativa para o mercado, por ser mais rentável.
BRK NO LEILÃO – A experiência com a BRK, empresa privada que já atua na Região Metropolitana em uma Parceria Público-Privada (PPP), é frequentemente evocada como um exemplo do que não deve ser repetido. O governo reconhece que o contrato com a BRK caminha para um distrato, mas coloca a culpa na falta de fiscalização do governo anterior. O presidente da Compesa, Douglas Nóbrega, diz que está fiscalizando e aplicando sanções para que a BRK cumpra o contrato nos acordos previstos. Porém, não há nenhum impedimento legal para que a empresa participe do leilão da Compesa.
Perguntar não ofende: Em quanto ficará mais cara a água com a privatização da Compesa?